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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Padre Cícero e Virgulino Ferreira

Por: Manoel Severo

Comentário Recebido do companheiro Jairo Costa:
Caro Severo, antes de mais nada parabéns pela entrevista. Gostaria de lhe perguntar se o Pe. Cícero contatou o Lampião e seus capangas para fazer frente à coluna Prestes?
 
Famosa foto da família Ferreira por ocasião da visita a
Juazeiro do Norte em março de 1926
 
         Caro Jairo, em princípio gostaria de agradecer sua visita a esta página do cariricangaco.com; quanto à sua indagação, apesar de não me considerar devidamente credenciado, permita-me fazer algumas reflexões sobre o referido episódio da visita de Virgulino Ferreira a Juazeiro do Norte.
 
Padre Cícero
 
            Poderia começar provocando e ressaltando alguns pontos dentro do contexto da época. Juazeiro já era considerado naquele momento um grande centro desenvolvimentista da região, tanto pela presença da figura carismática de Padre Cícero, como pela projeção política que alcançou a partir das articulações do próprio Floro Bartolomeu, daí ser um ponto forte e vital para o governo central na luta contra a Coluna Prestes.
 
Deputado Floro Bartolomeu
 
          Na minha maneira de ver, Padre Cícero em nenhum momento cogitou a convocação, convite, ou coisa que o valha, com relação a Virgulino Lampião fazer parte dos Batalhões Patrióticos, sob o comando de Floro e formado para defender o sul do Ceará contra a referida Coluna.
             Penso que o grande articulador do convite a Lampião foi mesmo Floro Bartolomeu; médico baiano, deputado federal sob as bençãos de padre Cícero e que via na figura do líder cangaceiro um trunfo a mais para suas hostes, já enormemente formada por jagunços, cangaceiros, pistoleiros e tudo o que de pior havia por aquelas terras secas do sertão.
 
Tropa de Jagunços de Floro Bartolomeu
 
           Floro chegou a ter sob seu comando um grupo de mais de 500 homens, e Lampião, a meu ver, seria uma "jogada de mestre"; ao mesmo tempo imprimiria simbolicamente mais força à sua trôpega tropa e criava uma condição mais favorável para que o líder da família Ferreira pudesse criar menos problemas.
 
Bando de cangaceiros de Lampião
 
            O fato é que nada disso aconteceu. Floro acabou morrendo no dia em que Lampião visitava Juazeiro do Norte, em março de 1926; dessa forma, a "batata quente" acabou caindo nas mãos de Padre Cícero. Com certeza e  digo com muita segurança, padre Cícero sabia o que estava sendo tramado; nada ou quase nada acontecia no nordeste sem quem o santo do Juazeiro soubesse; assim, me parece que devido às circunstânciascangaço em Juazeiro do Norte.
             Assim caro Jairo, te trago minha humilde opinião. Padre Cícero não teve nenhum ingerência com relação ao convite para que Lampião viesse a Juazeiro, nem tão pouco recebesse a famosa e polêmica patente de capitão.

Grande Abraço.

Manoel Severo
 
Extraído do blog: "Cariri Cangaço"

Há 84 anos, Lampião chegava a Mossoró

Por: Antonio dos Santos de Oliveira Lima

              Lampião só reconheceu ter sofrido uma única derrota em vida: em 13 de Junho de 1927, quando foi posto para correr de Mossoró. Foi quando se viu que ele não era invencível. Tanto que, após o episódio, o cangaceiro tomou um chá de sumiço.

Lampião

             Ele desaparece de qualquer registro histórico por um ano. Lampião também deixa de atuar nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Só em 28 que se têm notícias dele, pelos lados do Raso da Catarina, na Bahia.

Sobre esta imagem acima, Ivanildo Régis afirma que Ivanildo Silveira, pesquisador e colecionador do cangaço, faz a seguinte observação: “Embora a identificação dos cangaceiros da foto acima seja um tanto polêmica, consultando especialistas, é quase unânime que a legenda mais que mais se aproxima da realidade, é a seguinte: Lampião, Ezequiel, Virgínio, Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão e Alvoredo.
           
            A passagem de Virgulino Ferreira da Silva pela Capital do Oeste potiguar, tornou-se capítulo obrigatório em qualquer obra sobre o tema. Pelo menos as que se prezem.
            De acordo com os estudos, da entrada de Lampião no território potiguar até o assalto a Mossoró, o bando gastou cerca de três dias. Da noite de 9 para 10 de Junho, os cangaceiros entraram em território potiguar, por Luís Gomes. No dia 12, chegou ao povoado de São Sebastião, hoje a cidade de Dix-sept Rosado. De lá, foi enviado um telegrama para Mossoró, avisando sobre a chegada do bandido. O prefeito organizou então um êxodo, montando as trincheiras para recepcionar os invasores.  
            O apito da locomotiva da rede ferroviária suplantava o pânico dos mossoroenses. Os trens começavam a se movimentar, conduzindo famílias e quantos quisessem fugir de Mossoró. Durante toda a noite e na manhã seguinte, a ferrovia permaneceu ininterruptamente agitada.
           Esvaziar a cidade foi uma grande estratégia do então prefeito Rodolfo Fernandes. Assim, quem ficou para o combate não ficou preocupado com a própria família, que estaria em casa.


Prefeito Rodolfo Fernandes

             Na vila de São Sebastião, Lampião havia incendiado um vagão de trem cheio de algodão e depredado a estação ferroviária. Havia também arrasado a sede do telégrafo uma modernidade sempre combatida pelo chamado rei do cangaço, na tentativa de impedir que o seu paradeiro fosse sendo informado e ajudasse a polícia a persegui-lo.
            Até as primeiras horas da manhã do dia 13, muita gente havia deixado suas casas em Mossoró, que à época tinha cerca de 20 mil habitantes, hoje, são 250.000.
             A força policial era composta por 22 soldados. O temor ao famoso cangaceiro não era brincadeira. Duas mulheres em pleno serviço de parto foram retiradas em macas para a cidade de Areia Branca, a quilômetros dali. Mas o esvaziamento não era só fruto do pânico. A estratégia da prefeitura que havia conseguido ajuda oficial em armas e munição, mas, não em combatentes era manter na cidade apenas os habitantes que estivessem armados.

José Augusto Bezerra de Medeiros
               O governo do Rio Grande do Norte, José Augusto, não acreditava que Lampião invadisse Mossoró, mas o Governo do Ceará, Moreira da Rocha forneceu armas e munição. Quanto mais vazio o lugar, na avaliação do coronel Rodolfo Fernandes, maior a chance de repelir o bando de cangaceiros.
            Fazia tempo que Lampião planejava encarar o desafio de invadir Mossoró. O ataque foi idealizado pelo cangaceiro potiguar Massilon Leite Benevides, conhecedor da região.

O cangaceiro Massilon

            Massilon confiava na negligência da população, que não acreditava num ataque de Lampião. Pouco antes de chegar à cidade, quando já estava no Sítio Saco, Lampião enviou o primeiro bilhete chantageando a prefeitura. Nele, pedia a quantia de 400 contos de réis para não atacar o município, um valor pelo menos dez vezes superior ao que costumava exigir em ocasiões semelhantes.
            Na tarde de 13 de Junho, feriado de Santo Antônio, ele e o bando já se encontravam nos arredores do município potiguar. Com a negativa, vem o segundo bilhete ameaçador e a resposta: Lampião podia vir que o que tinha separado para ele era bala.
           Sem resposta ao primeiro comunicado, Lampião, já impaciente, bufando de raiva, manda um segundo aviso.
           
             ”Cel. Rodolpho",
           
             estando eu aqui pretendo é drº (dinheiro). Já foi um a viso, ai pª (para) o Sinhoris, si por acauso rezolver mi a mandar, será a importança que aqui nos pedi. Eu envito (evito) de Entrada ahi porem não vindo esta Emportança eu entrarei, ate ahi penço qui adeus querer eu entro e vai aver muito estrago, por isto si vir o drº (dinheiro) eu não entro ahi, mas nos resposte logo”.
            
              Cap. Lampião.

            "Virgulino, lampião. Recebi o seu bilhete e respondo-lhe dizendo que não tenho a importância que pede e nem também o comércio. O Banco está fechado, tendo os funcionários se retirado daqui. Estamos dispostos a acarretar com tudo o que o Sr. queira fazer contra nós. A cidade acha-se, firmemente, inabalável na sua defesa, confiando na mesma.

              "Rodolfo Fernandes"
            
             O coronel Rodolfo Fernandes e seus homens disseram não a Virgulino, para surpresa do mais temido cangaceiro de todos os tempos. A cidade tinha o dinheiro, informou o prefeito. Mas Lampião teria que entrar para apanhá-lo.

              Às 16 horas daquele dia 13, caía uma chuvinha fina e havia uma neblina de nada sobre Mossoró. Foi quando os primeiros estampidos de bala ecoaram.
             Lampião tinha 53 cangaceiros no seu bando. Não imaginava, porém, que iria enfrentar pelo menos 150 homens armados na defesa da cidade.
              À tarde, por volta das 16h, começou o ataque. Lampião dividiu o bando em três grupos. Um atacou a casa do prefeito; outro a estação ferroviária; o terceiro rumou para o cemitério. Com a resistência armada, o bando recua cerca de uma hora após o início do conflito. Ficam para trás Colchete, morto, e Jararaca, ferido com um tiro no peito. Este último seria assassinado no dia seguinte e virou elemento de culto pelo povo da cidade.
       
O cangaceiro Jararaca

            No ataque, Lampião perdeu importantes cabras de seu bando. Colchete teve parte do crânio esfacelado por balas. E Jararaca, depois de capturado, foi praticamente enterrado vivo. Em menos de uma hora após o início da luta, sentiu que dominar a cidade seria praticamente impossível.          
            Ordenou então a retirada da tropa, para evitar a perda de mais homens e não manchar ainda mais sua reputação. A partir desse momento a estrela do bando lentamente passaria a brilhar cada vez menos.
           O mito do Lampião invencível caíra por terra, o que reanimou a força policial, que passou a enfrentar o rei do cangaço com menos temor.  Era o começo do declínio da carreira de Virgulino. Por causa do desastre no Rio Grande do Norte, as deserções no grupo foram consideráveis.
            Mossoró, cidade conhecida por marcas pioneiras (como quando foi o primeiro município brasileiro a admitir o voto feminino de Celina Guimarães Viana, em 1934), passaria também à história por esse acontecimento que assombrou todo o Nordeste.

Celina Guimarães Viana

            Até hoje, os filhos daquela terra se orgulham do feito de braveza ao contar que seus antepassados botaram Lampião para correr. Os inimigos do cangaceiro, entretanto, ainda teriam que esperar mais 11 anos pela morte do capitão, assassinado na chacina da gruta de Angicos, em Sergipe.
            Lampião continuou sua carreira de invasões e arruaças até ser morto por um grupamento da Polícia Militar alagoana em 28 de Julho de 1938, na fazenda de Angicos, no município de Poço Redondo, Sergipe.

Lampião e Maria Bonita

            Com ele morreram: sua mulher, Maria Bonita, e os cangaceiros Luís Pedro, Mergulhão, Elétrico, Quinta-Feira, Caixa de Fósforo, Enedina, Cajarana e Diferente, todos mortos pelas volantes do tenente João Bezerra.
            Os que escaparam da chacina, posteriormente se entregaram lá em Jeremoabo, ao capitão Anibal Ferreira, que em vez de usar a razão, usou o seu nobre coração, liberando todos, e os encaminhando para voltarem à sociedade de homens trabalhadores e honestos.

O cangaceiro Moreno

            Após o massacre de Angicos, apenas os grupos de Moreno e do cangaceiro Corisco insistiam em sobreviver. Mas vendo que sem Lampião não dava para continuar o seu movimento, no dia 02 de fevereiro de 1940, finalmente Moreno desistiu do cangaço, ficando no anonimato por quase setenta anos, sendo encontrado pelo pesquisador João de Sousa Lima.

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João de Sousa Lima

           Mas teimosamente, o cangaceiro Corisco tentava segurar o movimento social do seu rei, do seu companheiro e grande amigo, o Lampião.

Corisco

           Mas por má sorte,  no dia 25 de maio de 1940, finalmente Corisco foi assassinado pelas armas do tenente Zé Rufino, lá em Brotas de Macaúba e enterrado em Jeremoabo, no Estado da Bahia.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd0ZxpvWCIwUDunXn_KZFxcQ7UOVVYNk83vdJNii6zPORLlLrxPrBEEEuNd544g8_V-j0ryjL8PWKnjlvWOIsc74TdFbZMuEnNMfUmzR5HIcCCoGeOGwO-7qGhKk61PXll5e85QCUzapir/s320/690_9087.JPG
Tenente Zé Rufino

           Com ele foi sepultada a “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia", que com amor, Lampião a administrou com prazer, boa extratégia e  sabedoria.

Tenente João Bezerra - Desbarator o
grupo de cangaceiros de Lampião, deixando 11 mortos.
João Bezerra está sentado à esquerda

           Os mortos foram decapitados e suas cabeças ficaram expostas nas escadarias da igreja matriz de Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas.

Cabeças dos 11 cangaceiros vencidos

           Luiz Gonzaga, com sua irreverência Cantava: “Lampião nera tão valente assim, levou uma carreira dos cabras de Mossoró. O pique foi tão danado que lascou o mocotó. Em 28 de Julho, do ano de 38, na Fazenda Angicos, em Sergipe, o Lampião se apagou, outros lampiões ficaram e matando muito mais de gravata e jaquetão”.

Luiz Gonzaga

            Palco de uma batalha perdida pelo bando de Lampião, a cidade de Mossoró organiza todos os anos "O Auto da Liberdade", que é um espetáculo teatral e musical Inspirado em quatro fatos históricos da cidade. O auto mostra a saga dos movimentos libertários e de vanguarda da cidade; o Motim das Mulheres (1875); a Abolição da Escravatura (1883); a Resistência ao bando de “Lampião” (1927); e o primeiro Voto Feminino da América Latina (1928).

O cangaceiro Jararaca

             O nome do pernambucano e ex-soldado do Exército, Jararaca era José Leite de Santana. Ele tinha apenas 22 anos, nos registros policiais, contudo, aparece com 26. Mesmo com um rombo de bala no peito, conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia. O cabra de Lampião dizia que era por causa das lembranças divertidas do cangaço. Fato é que, na cadeia, Jararaca virou atração pública na cidade potiguar.   
             Quando já apresentava alguma melhora do ferimento, mesmo sem ser medicado, ouviu que seria transferido para a capital, Natal. Era mentira. Alta noite, da quinta para a sexta-feira, 18 de Junho, levaram Jararaca para o cemitério, onde já estava aberta sua cova. Pressentindo a armação, Jararaca diz: "- Sei que vou morrer. Vão ver como morre um cangaceiro!"

Capitão Abdon Nunes

          O capitão Abdon Nunes, que comandava a polícia em Mossoró, relatou dias depois os momentos finais do capanga de Lampião: Foi-lhe dada uma coronhada e uma punhalada mortal. O bandido deu um grande urro e caiu na cova, empurrado. Os soldados cobriram-lhe o corpo com areia. Pelas circunstâncias da morte, o túmulo de Jararaca virou local de romaria.

Túmulo do cangaceiro Jararaca

          Até hoje as pessoas rezam e fazem promessas com pedidos ao cangaceiro executado que virou santo. Na terra do sal, do petróleo e da liberdade, Deus e o Diabo ainda andam juntos.

Dr. Lima


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Leia:
"Filhos e viúva do ex-cangaceiro Asa Branca"
 no blog:
http://cantocertodocangao.blogspot.com/

FLAGRANTES DO RIO GRANDE DO NORTE

Igreja matriz de Acari.
            Você sabia que Acari - terra de D. Eugênio Sales e do ex líder sindical Vicentinho - é considerada a cidade mais limpa do Brasil e fica a 210km de Natal?
Dom Eugênio Sales
            Você sabia que mais de 90% do melão brasileiro exportado para a Europa, América do Sul, Estados Unidos e Japão é produzido no Rio Grande do Norte?
melão
             Você sabia  que o primeiro e único GOVERNO COMUNISTA da Intentona de 1935, foi instalado em Natal Capital do Rio Grande do Norte?
            Que Natal é o destino turístico das Américas mais próximo da Europa e da África por está apenas seis horas e trinta minutos de Lisboa e quatro horas e trinta minutos de Dacar??? POIS É!!!

             Você sabia que a primeira mulher brasileira a votar foi Celina Quimarães Viana?

 
Celina Guimarães Viana

               Você sabia que a poetiza Auta de Sousa era natural de Macaíba, no Rio Grande do Norte?

Poetiza Auta de Sousa

              Você sabia que o melhor sal do mundo é o do Rio Grande do Norte? 

           Você sabia que um dos melhores oradores do Brasil foi o ex-governador do Rio Grande do Norte, Aluizio Alves?
Aluízio Alves
            Você sabia que uma das melhores faculdades de Agronomia do Brasil está localizado no solo mossoroense, a UFERSA?

dom-jayme-camara
Dom Jaime Câmara

            Você sabia que o primeiro bispo de Mossoró foi o Dom Jaime Câmara?
Oscar Schmidt
           
            Você sabia que um dos melhores jogadores de basquetes do mundo, é o Oscar Schmidt nascido em Natal, no Rio Grande do Norte?  

Fontes:

Blog "Pelas Trilhas da História", de Maria lúcia Amaral  

"Blogdomendesemendes"

Massilon se chamava Massilon?

Por: Honório de Medeiros

           
            “Benevides”, “Massilon” ou “Massilon Leite”, assim o denominou Raul Fernandes.

           
“Benevides”, “Massilon Leite”, mas também “Massilon Diógenes”, em Raimundo Nonato.

            
               “Massilon Leite”, o “Benevides”, para Frederico Pernambucano de Mello. “Antônio Leite”, depois “Massilon”, segundo Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena.
               Qual era o verdadeiro nome de Massilon?
               Tomado pela curiosidade digitei “Massilon” no “Google”. Surgiram muitas menções. Nenhuma alusiva ao cangaceiro. Uma delas chamou minha atenção: Jean Baptiste Massillon, 1663-174

 
Jean-Baptiste Massillon
          
              Sacerdote católico, nasceu em Hyères a 24 de junho de 1663. Inicialmente foi encaminhado para a área do direito, revelando-se, contudo, sua vocação para o sacerdócio. Ordenou-se padre e como excelente orador, ensinou retórica em colégios do sul da França. Foi em 1691 que se tornou famoso, após proceder a oração fúnebre do arcebispo de Vienne e dois anos depois do arcebispo de Lyon. Foi para um mosteiro, objetivando ali viver.  Mas, em 1696 foi chamado a Paris para dirigir o Seminário de Saint Magloire.
            Foi pregador do Advento na corte em 1699 e das Quaresmas de 1701 e 1704, consolidando ainda mais sua fama de orador. Em 1709 ele profere a oração fúnebre do príncipe de Conti, em 1711 a do Grande Delfim. Em 1714, a de Luís XIV.

Luiz XIV
          
             Nomeado bispo de Clermont, em Auvergne, três anos depois, haveria de proferir célebres sermões perante Luís XV.

Luiz XV
            
             Posteriormente, tais sermões seriam reunidos para compor a obra Pequena Quaresma.
            Em 1719 a Academia Francesa o recebe. Daí, até o dia da sua morte, em Beauregard a 18 de setembro de 1742 ele não mais sairia de sua diocese. Representante clássico do moralismo, seus sermões foram muito apreciados por Voltaire e outros iluministas, como modelos de estilo e pela ausência de religiosidade dogmática.

Voltaire

             Não custa nada imaginar um sacerdote, talvez europeu, talvez não, mas conhecedor dos sermões de Massilon, o francês, sugerindo aos pais batizar seu primogênito com o nome do grande orador sacro. Aliás, quando em Patos, em busca das origens do cangaceiro, fiquei espantado: no livro de registro civil no qual constavam os nascimentos abrangendo o período que começava em 1880 e ia até 1920, havia quatro Massilons! Nenhum, entretanto, era o nosso, por que os nomes dos seus pais não batiam com os nomes dos pais de Massilon Leite.
              Em Julho de 2006, quando da última visita à Dna. Maria do Céu Leite, filha de Anézio Leite, irmão caçula de Massilon, conheci Luciano Pinheiro, idealizador e “tocador” da Rádio Mandacaru, em Luis Gomes. Fomos procurá-lo por ser ele amigo do jornalista Franklin Jorge, que me acompanhava naquele momento, desde outra época. Contei-lhe acerca da minha busca.
              Ele me disse que no Fórum de Luis Gomes existia o inventário por morte do pai de Massilon. Luciano se deparara com o inventário ao arrumar os processos do Fórum quando era estagiário. Não acreditei. Pedi a Luciano que me arranjasse o mais rápido que pudesse uma cópia, se possível em ambiente virtual. E ele me arranjou. No inventário, na página 3, está a relação dos irmãos de Massilon, segundo declaração da inventariante, sua mãe. Massilon, não, MACILON LEITE DE OLIVEIRA.
            Mesmo assim, não há por que não continuar chamando-o de Massilon. Inclusive por que não há como saber se, na realidade, o Escrivão não se enganou na hora de escrever o nome do filho mais velho do inventariado. Por esta e em respeito à história, continuemos com Massilon, embora sabendo que seu nome completo e verdadeiro era MACILON LEITE DE OLIVEIRA.

Honório de Medeiros


Extraído do blog "Cariri Cangaço", do amigo Manoel Severo 

É incrível!

Não se encontra uma foto do
escritor Raimundo Nonato. Incrível!         

Aristéia nas ondas do Rádio


           Após três dias de estrelado e assédio no 21º. Cine Ceará a ex cangaceira Aristéia volta para casa.
            Mas Aracaju estava no caminho e acompanhada pelo nosso primo João de Sousa, seu filho e nora desceram do avião para montar na "Jabiraca encarnada do João".

Aristéia e João de Sousa Lima

              Fui recepcionar a comitiva pois antes de tomarem o rumo de Delmiro Golveia, AL. tínhamos um plano de rota que já vinha se estendendo por mais de três meses - parece que agora ia... mas ainda não foi desta vez... Alguém gritou - Valha-me que o capitão Herculano tá aqui nesse voo!, o boeing foi parado por uma blitz em pleno ar, todo mundo teve que descer para revista, alívio, não era o cangaceiro de Brogodó era só o sósia dele "João das Menina" e enfim toda  essa confusão atrasou a chegada e a nossa partida.

 Domingos Montagner e João de Sousa "peste pá paricerem"
              
             Bom, mesmo assim me juntei a caravana e para que uma das duas últimas cangaceiras viventes não cruzasse as avenidas da capital Sergipana despercebida, contactei nosso amigo e pesquisador Clenaldo Santos para agendarmos em cima da hora uma entrevista no seu programa Linha sertaneja transmitido pela Rádio Aperipê AM uma emissora estatal de alcance em todo Estado e além fronteiras.
            Se a participação de nossa musa Neli já foi estouro de audiência que dirá uma ex cangaceira.

Nely, a esquerda - filha de Moreno e Durvalina

            E não deu outra, portas abertas e tapete vermelho para Aristéia e João de Sousa além da participação especial do nosso confrade Dr Arquimedes Marques Delegado de polícia e manternedor do sitio O cangaço em foco.


que foi intimado a comparecer aos estúdios para conhecer pessoalmente a personagem e para nos conhecermos pessoalmente.


 Rodiado pela dupla de comunicadores João que já foi aracajuano cumprimenta os sergipanos e faz um breve relato de suas andanças e publicações. Não, o rapaz a esquerda não é o "Seu Madruga"
é o radialista Tuca.

           Dr Arquimedes Marques e sua esposa Sra Elane Marques.
           
            Aristeia que por razões de cansaço  bateu o pé na porta de emissora - Eu quero é ir simbora, quase destruiu as esperanças dos locutores.
             Mas foi convencida pelo filho Pedro e em poucos minutos lá estava ela, desfilando pelos corredores e atraindo a curiosidade dos funcionários.
             O bate papo durou uma hora e meia. E pra quem não era muito de falar... Aristéia surpreendeu a própria família, riu dos elogios feitos pelo radialista Tuca, fez rir, e resumiu sua participação de 6 meses no subgrupo de Virgínio.


 Dr Arquimedes teve chancela para falar de suas pesquisas e
impressões sobre o  movimento e pretensões de butá no papel.

Aristéia concedeu entrevista para Malu, jornalista responsável
pelo site da Aperipê.

 A foto oficial.


Para saber sobre Aristéia CLIQUE AQUI e conheça um
blog que leva o seu nome. 

Extraído do blog: "Lampião Aceso"