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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Paulo Gastão - Nazarezinho

Por: Wescley Rodrigues

Meus nobres amigos e amigas

Saudações cangaceiras!

Em anexo encaminho a conferência proferida pelo 


amigo Paulo Gastão, no dia 16 de junho de 2013, por ocasião do Seminário Parahyba Cangaço, na cidade de Nazarezinho - PB.

Boa leitura!
Abraços,
Prof. Wescley Rodrigues
Nazarezinho

Pela primeira vez estamos a nos debruçar sobre momento delicado e significativo ocorrido nesta região. Retornarmos no tempo significa interesse nas nossas origens. A história que estamos a abraçar é singular. A primeira pergunta que muitas pessoas fazem trata-se de uma interpelação ou curiosidade.

Que dimensão se pode dar a família Pereira?

Ela no Nordeste se fixou e tem se ampliado das margens do rio São Francisco, onde mencionamos Piranhas; seguimos em direção ao Norte e abrigados os encontramos às margens do rio Pajeú em Serra Talhada e na ribeira do Piancó, representada por Nazarezinho. Como trazer os Pereira para com a presença dos cristãos novos entre nós?

Necessário se faz de estudo genealógico contundente, específico e esclarecedor para que possamos nos aperceber da representatividade desta ilustre família.

Alguns aspectos são determinantes para com o processo evolutivo desta região. A presença dos dirigentes da Casa da Torre é determinante, no sentido da implantação de novos currais. Com a caminhada dos vaqueiros até o Sul do estado do Piauí em determinado momento verificamos o caminho de volta pelo gado gordo, que transitava na chamada Estrada Real, que determina a espinha dorsal deste estado, servindo até os dias atuais, para seu grande fluxo de riquezas e materiais de vários matizes. Esta estrada é fundamental para levar a proteína até as populações do litoral, que se dedicavam a glicose pela cana-de-açúcar e seus derivados.  Para que estes conceitos sejam ampliados recomendamos a leitura da obra de Rosilda Cartaxo – Estrada das Boiadas (roteiro para São João do Rio do Peixe).

A geografia nos mostra de uma situação deveras interessante. Sendo Nazarezinho considerado nosso centro, para o Norte temos o Rio Grande do Norte; para o Sul Pernambuco e para oeste o Ceará. Conclui-se que o elemento – divisa – encontra-se bem próximo. Se constitui erro designar como fronteira, pois, é entre países que a denominação é correta. Que os futuros pesquisadores não cometam este erro. Os deslocamentos para outros estados eram frequentes, desde que não era permitida a presença de militares atuando fora do seu estado de origem. Depois de algum tempo as divisas deixaram de ser problema para o trânsito das volantes.

O mando regional era estabelecido pelo coronel. Desde o século XIX que as patentes eram compradas. O imenso país, sem vias de acesso, buscou o governo na figura do coronel o processo administrativo, de mando, das diretrizes políticas e do conteúdo social. Era, portanto, o coronel, um potentado por excelência. Para seu comando corria a riqueza da região, concentrando inclusive as peças de ouro e deixando as localidades pobres ou de pouca representatividade. Dai a grande concentração dos movimentos bélicos terem ocorrido na área do campo e de pouca atuação nas comunidades que buscavam a todo custo se tornarem núcleos denominados de cidade. Nos afirma Horácio de Almeida, na sua História da Paraíba, que no Nordeste o aparecimento das  cidades ocorre a partir de 1850.

A região recebe a Coluna Prestes oriunda do Norte, que tinha alcançado Flores, hoje Timon, estado do Maranhão. O caso do padre Manoel Otaviano, que resolveu defender seu rebanho tendo trágico fim, representa o mais significativo episódio em terras paraibanas. Quando anos após eclode a Revolta de Princesa, sob o comando do coronel Zé Pereira, chefe político e filho de tradicional família da região oestana.  Mais uma vez temos o registro dos Pereira, fazendo história no seu torrão natal. Não confundir este episódio isolado com a Revolução de 30, que atingiu a nação.

A implantação de novos segmentos na região determinou a chegada do barracão. Este por sua vez era controlado e mantido pelo coronel e servia como fonte de abastecimento aos residentes na construção de açudes, estradas e outros segmentos. Desta feita vamos nos deparar com grave situação, desde que, ocorre um assassinato vitimando pessoa de representatividade na comunidade local. O barracão funciona em São Gonçalo. É morto o sr. João Pereira e outros. O moribundo pediu por várias vezes que não existisse vingança.

Acreditamos que caso único no planeta, onde fica estabelecida a conduta em não haver vingança. Gesto heroico e que deve ter sensibilizado a todos que tomaram conhecimento da decisão. Com o passar do tempo aparece no caminho a saga histórica de Chico Pereira.

Como nos posicionarmos frente a epopeia vivida por este paraibano? No inicio do ano de 1959 de férias na minha cidade, Trinfo estado de Pernambuco, recebemos a visita de um senhor que procurava pelo meu genitor. O nome do meu pai é Manoel Gastão Cardoso que morou vários anos em Princesa e dela se afastando por recomendação da própria família quando estourou a Revolta de Princesa. Foi ele ao chegar a Triunfo funcionário da firma do coronel Carolino de Arruda Campos, também conhecido pelo apelido de – Duduzinho. Tornou-se almocreve e consequentemente conhecedor da região e seus habitantes. O período das suas andanças está compreendido entre 1930 e 1940. Porém, o meu pai não se encontrava na cidade naquele momento. Fizemos ver ao nobre pesquisador que desconhecíamos documentos referentes ao assunto em questão, mas, na vizinha Princesa ao chegar ao cartório, procurasse o senhor Zacarias Sitônio, meu padrinho de batismo. Com ele tudo seria resolvido. E assim segue Pereira da Nóbrega em busca de informes.  Vez primeira que estivemos com a ilustre figura do naquele tempo reverendo.   Não nos vimos nunca mais. Raras vezes trocávamos informações pelo telefone. A última vez que tentamos trazer Chico Pereira foi para encenação da peça Vingança, Não em teatro na cidade de Mossoró.  Proposta a ser analisada, mas infelizmente não se confirmou. Com algum tempo tomávamos conhecimento que Chico teria de nós se despedido para ficar ao lado do pai.

Outro momento que gostaríamos de aqui registrar ocorreu no nosso tempo de universitário na cidade do Recife. Para bem caracterizar no bairro do Espinheiro.  Em plena manhã de domingo encetamos visita a nossa amiga Lília, por nós chamada de Lila, era ela nossa vizinha em Triunfo na Rua da Caridade, hoje homenageada com o nome do homem que implantou as Casas de Caridade, Rua Padre Ibiapina. Deveriam ter colocado - Rua Mestre Padre Ibiapina. Pois bem, traquino e irrequieto sempre estávamos em cima do muro e quando descíamos era para o lado da casa dela, recebendo bolo ou doces. Ela não tinha filhos menores, e acreditamos ter a nós se dedicado pela nossa tenra idade. Era seu marido o guarda-livros Sigismundo Pinto, oriundo do Vale do Piancó e proprietário do Jornal ‘A Voz do Sertão’, que circulou por muito tempo na cidade. Seus filhos Miranda, Vanice, Geraldo, Vanilda e Vanessa todos com sobrenome Campos. A Vanessa é jornalista, trabalha como editora de assuntos do sertão na empresa Jornal do Commércio em Recife e acaba de lançar livro sobre o cangaço. Naquele domingo conhecemos uma grande figura, grande mulher. Seu nome Jardelina que para a família era Jarda. Estatura mediana, magra, não esboçava nenhum sorriso, pouco se comunicava, porém, demonstrava viver algum problema de ordem familiar, pois, a roupa usada naquele momento era de cor preta, significando o chamado luto fechado. Não procuramos saber em detalhes de quem se tratava, nem por que aquele traje. Dias depois, tomamos conhecimento de quem se tratava e por não termos ainda nos ligado a história por ela vivida houve total desligamento e nunca mais nos vimos. Perdemos uma grande oportunidade em nos aproximarmos daquela que se casou ainda de menor, com o homem que amava e a ele continuou ligada até seu último suspiro e que trouxe ao mundo três crianças que se tornaram o orgulho dela, da família e de nós outros que deles nos aproximamos. Precisamos registrar com carinho seus nomes – Raimundo, Francisco e Dagmar. Todos receberam o melhor que ela poderia dar – a educação. Raimundo torna-se engenheiro; Francisco segue o caminho da religião sendo padre e Dagmar, agora como Albano, se fixa na Ordem dos Franciscanos Menores.
Em busca de ampliar nossos conhecimentos nos deparamos com Rosilda Cartaxo, a mulher que ganhou título de baronesa de São João do Rio do Peixe que nasceu em Cajazeiras e foi sua cabeça lavada na mesma pia onde o padre Rolim foi batizado. Para nosso estudo recomenda-se a leitura de ‘Estradas das Boiadas’ e em particular ‘Mulheres do Oeste’. Dentre importantes e representativos nomes de mulheres da região nos deparamos com Jardelina Pereira Nóbrega – Jarda. Relata a escritora: “Se hoje eu falo de Mulheres do Oeste, o espaço devia ser todo seu – Jarda – a medida do amor. Certa vez encontrei-a na igreja, ajoelhada, terço na mão, soletrando mágoas e rimando solidão. As rosas deixadas no beiral da Casa Grande de Nazarezinho se despetalaram. Só a saudade de Chico Pereira não passava. Registramos que Dom Adelino Dantas dirige carta a escritora logo que recebe seu livro. Mais adiante temos – Jarda não guardava mágoas pelo título de cangaceiro dado a Chico Pereira. Aceitou. Feliz teria ficado se esta carta fazendo-o Mártir tivesse lhe chegado às mãos. Se um dia Chico fora chamado de bandido, um Bispo da Bahia Dom Adelino Dantas, chamou-o de Mártir, perdoado foi quando a família criou a frase “VINGANÇA, NÃO”, maior atestado de humanismo.  A  autora finaliza sua homenagem a esta grande mulher assim relatando: Jarda tem neste espaço todo o carinho dos Dantas lá do Serrote, em São João do Rio do Peixe, que fez a pousada de Chico!

Em determinado momento as famílias de Sigismundo e Pereira se cruzam quando seus filhos Raimundo e Vanice se casam e vão residir em Brasília nos seus primeiros anos de existência, já tendo se tornado a jovem Capital Federal. Não sabemos as causas durante passadas festas do Natal, Raimundo desapareceu e até hoje nenhuma notícia do seu paradeiro. Chico foi para Roma, tornou-se escritor, professor e jornalista. Consegue no final da vida transformar sua grande obra em peça de teatro. E assim Vingança, Não teve inicio a sua grandiosa caminhada. Pelos caminhos do radioamadorismo nos aproximamos de um colega que operava na cidade de Aracaju. Era ele frei Lauro, frade da mesma ordem de Albano e que por nossa solicitação, sem saber do que se tratava, quando nós queríamos conhecer mais um filho de Chico Pereira. O tempo se passa e frei Lauro de descendência alemã, passa a residir em Campina Grande, onde viemos a conhece-lo. Naquela oportunidade para nós rara, lhe fizemos completo relato do por que da nossa solicitação. Mas, frei Albano já havia sido transferido e não sabíamos do seu paradeiro. Durante longo período não conseguimos saber do paradeiro do frei Albano. Mais uma vez quem nos salva é frei Lauro, confirmando a presença desejada no Santuário do Canindé no Ceará. Surge que recebemos convite do amigo de caminhadas nas caatingas atrás de depoimentos do tempo de cangaço, Aderbal Nogueira, que nos estende convite para colhermos algumas imagens na Serra Grande ou Serra da Ibiapaba e assim chegamos até a gruta de Ubajara. Seguimos em busca de Sete Cidades já em território piauiense e fina neblina nos roubou a grande oportunidade de filmarmos as belezas construídas pela natureza.  Seguindo viagem nos deparamos com Guaraciaba do Norte e procuramos pelo bisneto de Antônio Conselheiro, porém, não se encontrava na cidade naquele momento. Então nos dirigimos até a cidade de Ipú, fotografamos e filmamos a bela cachoeira e procuramos nos aperceber da brilhante figura de Leonardo Mota, também identificado de Leota, magistral pesquisador, memorialista e folclorista cearense. Estará chegando uma grande data, ou seja, o sesquicentenário do coronel Delmiro Gouveia o maior empreendedor do Nordeste brasileiro e como a memória do homem de hoje é pequenina por demais, não deveremos comemorar absolutamente nada. Uma vergonha para o Nordeste e para o Brasil. E chegamos ao começo da noite, a cidade de Canindé em festa, a igreja não cabia mais ninguém e teria sido momento de abraçar frei Albano. Nunca pensamos que a cidade estivesse em festa e terminamos indo dormir em Fortaleza.

Afinal Jarda viu seus filhos encaminhados na vida do bem, a enaltecer a memória do pai.

Afinal o pai, o homem, o cangaceiro, o cabra macho, ganha espaço no nosso relato. Com a morte do seu genitor o que se tinha em casa era a não violência, era o perdão, o afastamento da vingança que não lavaria a lugar algum. Do outro lado, o mundo via as posições inversas, ou seja, deveria existir a vingança, que a família não poderia ser desmoralizada e assim num crescendo difícil de mudança de comportamento. Conselhos e pedidos foram feitos a Francisco Pereira, o Chico Pereira para não estabelecer a vindita. Mas, o bicho homem depois de decidir o que deseja torna-se impenetrável nas suas decisões, e assim, o filho que perdera o pai vendo que a justiça nada resolvia, tomou do mosquetão e ganhou a caatinga em busca do seu desafeto. Consegue trazê-lo e coloca-o na prisão. Algum tempo depois está o criminoso na rua. Chico Pereira resolve ampliar sua capacidade de luta e percorre terras vizinhas no próprio estado e viver muito além, percorrendo trilhas nos estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Localidades que fizeram parte do universo de Chico Pereira. Na Paraíba temos: a partir de Nazarézinho, Sousa, São Gonçalo, Lastro, Antenor Navarro, Fazenda Jacú, Cajazeiras, Condado, Malta, Sítio Pau Ferrado, Coremas, Patos, Santa Luzia, Campina Grande, Guarabira. No Rio Grande do Norte anotamos Acarí, Serra da Rajada, Currais Novos. Esta nomenclatura está estabelecida no livro Vingança, Não, página 18, da Livraria Freitas Bastos, 1960.

Porém as andanças de Chico Pereira se estenderam por um território bem mais amplo. Nas suas andanças Chico Pereira passa a conhecer nomes pouco conhecidos até hoje, como seja: Estrêla do Norte, Jandaia, Serra Negra, Maçarico, Caboré, Jordão, Estrêla Dalva, Corró, Moitinha, Curió, Perigo e muitos outros. Sua mãe pedia para acabar com aquelas andanças perigosas e Chico dizia que queria primeiro casar. Casamento ocorrido por procuração no dia 25 de maio de 1925 na matriz de Pombal. A noiva de 14 anos apenas de nome Jardelina Nóbrega. Depois tomaria o rumo de Goiás para onde já teriam ido Luís Padre, Sinhô Pereira e Zé Inácio do Barro. Era ele bem informado dos acontecimentos que ocorriam no atribulado mundo. Permaneceu no seu torrão natal.

Patos de Princesa, hoje Irerê, recebeu a visita de Chico Pereira sob os auspícios do coronel Marcolino Diniz, seu amigo pessoal. Fora da vila residia na casa grande, o major Floro, proprietário de terras, gado. Homem que implantou energia elétrica em fins do século XIX, mesmo antes de Triunfo.

Quanto a sua prisão a literatura oral menciona que os Presidentes (hoje governadores) dos estados da Paraíba João Suassuna e do Rio Grande do Norte Juvenal Lamartine de Faria entraram em acordo no sentido de exterminar a chaga do cangaço nos seus territórios. Juvenal esteve a frente do governo potiguar desde 01 de janeiro de 1928 até 05 de outubro de 1930. Correu mundo a seguinte afirmativa: Juvenal Lamartine caçava a cabeça de Chico Pereira em toda região nordestina desde o dia que tomou conhecimento de que um sua parenta, moça bonita e prendada, estava apaixonado por Chico Pereira e com ele queria casar. Juvenal encetou caçada até que consegui prender Chico Pereira que numa trágica viagem os policiais que o transportavam viraram o carro por cima do preso e para encobrir o crime simularam o acidente. Seu mausoléu está fincado às margens da BR-427, quilometro 177 e está a 18 km de Currais Novos do lado esquerdo de quem vem de Natal para Acarí. Na noite tenebrosa da covardia, Chico Pereira encontrou a morte.

Resumindo, Chico Pereira passou a conhecer mundos dos estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, onde praticou assaltos, crimes, sozinho ou com seu pequeno bando e foi na cidade de Acarí no estado do Rio Grande do Norte instaurado o Processo Crime contra o paraibano, amor de Jarda.
                
Vejamos a força do relato oferecido por P. Pereira Nóbrega, a pag. 126.
27 de julho de 1924.

As quatro da madrugada, Sousa estava cercada. Os 84 homens formavam quatro pelotões sob a chefia de Chico Pereira, Levino, Antônio Ferreira, Chico Lopes. Três grupos algum tempo ficaram piquetando as principais entradas da cidade, para impedir qualquer socorro de fora.

Chico Pereira foi bater à porta da delegacia, acordando as autoridades.

- Tenente Salgado, me desculpe. Não esperava que o senhor estivesse aqui.  Se soubesse, não teria vindo, por atenção à sua pessoa. Mas já é tarde para voltar a trás. Comunico à polícia que Sousa está cercada. Vamos abrir fogo contra Otávio Mariz. Se quiserem podem reagir. Se quiserem podem sair em paz.

O Tenente Salgado sabia que estava só. Reagir era suicídio. Às sete horas da manhã batia retirada. O resto da polícia cumpriu o que dissera às vésperas: passividade absoluta ante os cangaceiros.

Êles também foram gratos. A polícia não fizeram mal...

Arrolado num processo de mais de 800 páginas está um memorandum do juiz de direito, dirigido ao Presidente do Estado, em que depõe sobre militares:

É de lamentar que a fôrça da polícia, composta de 10 a 12 praças, sob o comando do sargento Apolônio, não tinha se movido a menor diligência de rebate aos assaltantes, pois não disparara uma só arma, conservando-se indiferente no seu cômodo aquartelamento na cadeia, de onde observava o trânsito constante e desassombrado dos cangaceiros, ostensivamente senhores de tudo e de todos.

“O Tenente Salgado que ali viera pronto e solícito a reunir-se ao destacamento local no dia anterior à negregada tragédia, não encontrou infelizmente apoio e solidariedade daquela fôrça para a resistência ao ataque que se pressentia, tendo declarado o sargento que os soldados não atirariam se fosse realizado o assalto à cidade pelos referidos bandidos.

A história de Chico Pereira nos chega pelas mãos da querida escritora Raquel de Queirós, que no seu prefácio intitulado ÊSTE LIVRO, diz: ”Êste livro, é um livro de padre, mas é também um livro duro, que conta uma história imensamente dramática. Nêle não se poupa ninguém – embora não se acuse ninguém. É um depoimento que impressiona pela honestidade – e se às vezes como obra de arte que é, alça às puras alturas da beleza, nunca perde a severa imparcialidade que representa a marca principal”...

Procura Raquel concluir sua apresentação com o brilhante depoimento: “Conheci este ano a moça Jarda. A esposa-menina de Chico Pereira. Digo moça, porque realmente ainda está muito jovem, embora marcada por tantas tragédias. É uma mulher bonita, de fala mansa e gestos tranqüilos. Vive para os netos que lhe deu o filho engenheiro e pelo amor dos dois outros filhos – um frade e um padre. Conversamos feito amigas de muito tempo – e, curiosamente, Jarda não me deu a impressão da viúva esmagada por um acúmulo de dramas; pareceu-me antes uma pessoa que lutou muito e acabou triunfando. E os dois filhos, ministros de Deus, são a evidente razão dêsse triunfo. Pois, ao encaminhá-los para o sacerdócio, ela não o fazia como uma reparação, como um sacrifício propiciatório pelos pecados do pai. Parece ao contrário que ela queria provar – e provou – que se o sangue de Chico Pereira lhe deu tais filhos – quem tinha razão era ela em o amar quando vivo e lhe venerar a memoria depois de morto. São os filhos de um guerreiro, que serviu uma causa errada sim, mas a serviu com bravura e desprendimento e, por ela morrendo, pagou todos os erros de que se culpara”.

Paulo Gastão

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wescley Rodrigues

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Nossa gratidão a toda família Cariri Cangaço Lavras da Mangabeira

Por: Manoel Severo

Sempre dissemos que o Cariri Cangaço é uma grande e fantástica construção coletiva. Todo o pensamento, a formatação, as ideias, os desafios, as dificuldades e principalmente todas as conquistas precisam ser e são, compartilhadas por todos aqueles que se dedicaram na realização deste sonho.


Não poderíamos deixar de ressaltar e parabenizar a toda equipe do município de Lavras da Mangabeira, palco de nossa primeira Avant-Premiére do ano; sob o comando da competente secretária de cultura, Cristina Couto, que com o espírito de Fideralina se dedicou por dias a fio na realização do Cariri Cangaço Lavras da Mangabeira, nos proporcionando o inicio vitorioso de um novo ciclo que já tomam conta do nordeste.

Muitos trabalharam dia e noite, muitos vieram ao palco, muitos ficaram nos bastidores e muitos permaneceram anônimos até o final. A todos vocês, o nosso profundo e sincero abraço de gratidão. Parabéns agora também podemos dizer que a família Cariri Cangaço  é também Lavras da Mangabeira...


Gustavo Augusto Bisneto, Cristina Couto, Dimas Macedo, Cícera Queiroz, Milene Sá, Aline Lima, Ruy Gabriel, Paula Queiroz, Assis Veloso, Luiz Gerson, Cianinha, Rogério Caldas, Ivaneida, Willame Leite, Lúcia, Mazinha, Quitéria, Terezinha, Zé de Pedro, Rosangela, Aparecida Granjeiro, Leonice, Neta, Aparecida, Dona Zefinha, Cláudia, Irismar, Vinícius, Edileuza, Stephany, Franklin, Edileudo e o querido Raul Sá...

Muito, muito, muito obrigado e até 2014 !!!

Manoel Severo

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