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quinta-feira, 25 de julho de 2024

"ELE ESTAVA EM ANGICO"

 Soldado Otávio Alves da Mota

Por Helton Araújo (Canal Cangaço Eterno)


Hoje falarei sobre mais um personagem que ficou  oculto em meio a história desse fenômeno social que até hoje mexe com nosso imaginário.

Otávio Alves da Mota, nasceu em Itabi-SE, no dia 14 de setembro de 1914 e antes de se aventurar na luta contra os cangaceiros era um simples lavrador, que vivia do suor de seu digno trabalho. Assim como outros tantos, as circunstâncias que os sertanejos da época eram submetidos o fez ter de escolher um lado na guerra entre cangaceiros e volantes.

Os motivos que levaram este homem a decidir encarar um desafio tão árduo não foram poucos. Lampião e seu bando atearam fogo no armazém da família da sua então noiva, além do mais, o bando de Mariano extorquiu o pai de Otávio, o mesmo foi molestado e humilhado pelo bando do feroz cangaceiro, além de seus familiares terem animais mortos pelo bando desse mesmo cangaceiro.

No ano de 1932, Otávio entrou para volante como soldado contratado, além de também ter trabalhado como rastejador. Atuou de início com o Cabo Nicolau (que seria assassinado anos depois), em seguida com o tenente Zé Rufino e por último com o tenente João Bezerra.


Em suas lutas e sofrimentos em perseguição aos cangaceiros, o destino cuidou de colocar em seu caminho um antigo desafeto, o afamado cangaceiro Mariano. Como bem sabemos na região do Cangaleixo em 10 de outubro de 1936, Mariano, Pai Velho e Pavão foram mortos e decapitados pela volante de Zé Rufino, onde em tal ocasião trabalhava o soldado Otávio.

Além desse fato, Otávio esteve presente nas mortes dos cangaceiros Serra Branca, Eleonara e Ameaço. Onde integrava a volante de João Bezerra, ele também aparece na foto das entregas dos cangaceiros, onde se fazem presentes junto com os volantes, Pancada, Maria Jovina, Cobra Verde, Vinte e Cinco, entre outros cangaceiros.


Já o ápice de sua luta contra o cangaceirismo, foi na famosa ação na grota do Angico em 28 de julho de 1938, onde foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros, sendo uma testemunha ocular de um dos fatos mais famosos da história do cangaço. Neste mesmo ano de 1938, o soldado Otávio encerrou suas atividades como volante.

Um fato curioso sobre o soldado Otávio é que ele era muito amigo de Antônio de Jacó, o "Mané Véio" e também de Pedro de Cândido, famoso coiteiro de Lampião.


Com o dinheiro que recebeu por seus atos naquele fatídico dia, rumou com sua esposa Eutália Gomes da Mota para o interior de São Paulo onde comprou uma chácara e passou a trabalhar com suínos. Depois disso se mudou para Xambrê no estado do Paraná, onde trabalhava como administrador de uma grande fazenda.

Já idoso e acometido por alguns problemas de saúde, um de seus filhos o levou para morar consigo na capital de São Paulo, onde o mesmo veio a falecer meses depois, aos 96 anos por falência múltipla de órgãos, no ano de 2010.

O soldado Otávio foi mais um entre tantos que viveu e presenciou as terríveis situações que o cangaço oferecia naquela época. Deixou boas informações para seus familiares, que em breve vos apresentarei em postagens e em uma  live com seu neto Osmar. 



 Agradeço pelas fotos e informações ao amigo Osmar Pedroso , neto do soldado Otávio Alves da Mota.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2024/07/ele-estava-em-angico.html

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O ANTIGO BAIRRO "RABO DA GATA" DE MOSSORÓ.

 Por José Mendes Pereira

Em todas as cidades brasileiras tinham os seus bairros que antes eram famosos por razões engraçadas ou apelidos, e quem mora em Mossoró, mesmo não sendo mossoroense, mas que residem há muitas décadas aqui, sabem muito bem e lembrados, que no início dos anos 70, do século XX, do local da pequena comunidade “Rabo da Gata”.

Geralmente, estes nomes de bairros ou ruas com nomes engraçados, são criados por pessoas que lá vivem, e poderá ter sido por razões de criações de ruas bem apertadas ou curtinhas, fazendo com que lembre mesmo um “rabo de gata”, e com isso, surgiu este nome para as moradias que lá foram criadas.

O bairro “Rabo da Gata” em Mossoró era localizado nos fundos do Cemitério São Sebastião, o cemitério velho como ele é atualmente chamado pela população, devido a criação de um outro cemitério; e se estendia pelo lado Oeste, pegando a Avenida Diocesana. Pelo lado Norte lá passa a Rua Duodécimo Rosado, e pelo lado sul, está a Rua João da Escóssia.

O bairro “Rabo da Gata” ficava na periferia da cidade, onde vivia uma porção de pessoas além de pobre, e existia um grande número de mulheres que vivia da venda do seu corpo, isto é a chamada prostituta.

As suas casas eram construídas de taipas, e algumas delas cobertas com papelões, além de outras que eram totalmente feitas e cobertas com papelões, e com essa estrutura paupérrima, era fácil de medir o tamanho da pobreza que reinava no meio daquela gente.

O bairro “Rabo da Gata” não era um ambiente tão louvável assim para se passear por lá, por falta de paz, além das briguinhas entre aquela gente que lá morava, oferecia perigo para as pessoas que não eram de lá, mas por ali transitavam, principalmente o perigo era maior na parte da noite, e é porque naquela época não existia ainda a destruidora de vida humana que é a droga, mas tinham marginais que por lá perambulavam à procura de coisas valiosas para roubarem.

Nos dias de hoje, a droga ceifa a vida de muitas pessoas, e a classe que mais sofre é a juventude, que após usá-la, algumas vezes, já está totalmente dependente do infeliz vício.

Mas o antigo “Rabo da Gata” deixou de ser um bairro pobre, e hoje é conhecido como o maior bairro nobre de Mossoró, onde lá vivem pessoas de alto nível social, e uma boa parte daquela área, passou a ser chamada de bairro “Nova Betânia”, onde lá estão os maiores Aranha-céus e mansões no poder de pessoas da alta sociedade. Mas nem todo bairro era parte do bairro "Rabo da Gata".

O galopante crescimento da cidade de Mossoró fez com que o bairro “Rabo da Gata” fugisse às pressas dali para dar lugar a casarões e edifícios construídos, tanto no sentido horizontal como vertical, por pessoas da classe alta, e também dando emprego ao pessoal da construção civil. O "Rabo da Gata" era um bairro muito conhecido pela população de Mossoró.

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EXPOSIÇÃO E VENDA NO RESTAURANTE SANTO SUSHI EM SANTANA DO IPANEMA.

 Por Clerisvaldo B. Chagas



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HISTÓRIA DA 1ª INCURSÃO EXPLORATÓRIA À CASA DE PEDRA DE JESUÍNO BRILHANTE.

Por Epitácio de Andrade Filho

No dia 19 de janeiro de 1969, o professor Raimundo Nonato da Silva comandou a primeira incursão exploratória à “Casa de Pedra”, o esconderijo inexpugnável do cangaceiro Jesuíno Brilhante, localizado nas escarpas da Serra do Patu, no Sítio cajueiro, distante cerca de 5 km da sede urbana do município. A expedição foi constituída por Manoel Leonardo Nogueira, inspetor do Ministério da Educação e Cultura; por José Maria Mousinho, diretor do Centro de Formação de Professores de Natal; por Celso Dutra de Almeida, comerciante de Patu; por Chico Rafael, agricultor e morador da localidade; além de Jorge Pereira de Castro, ”Josa Baiano”, proprietário das terras, onde está encravada a cavidade natural, com seus filhos Ademar Avelino Sobrinho e Jório Queiroz de Castro.

Esse fato notável mereceu capítulo no livro “Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro Romântico”, do mestre comandante da expedição, lançado pela editora Pongetti, no ano seguinte.

Uma década depois, Miguel Câmara Rocha editou o 2º número da Revista “Roteiros de Patu”, em novembro de 1979, obra alusiva ao centenário da morte do famoso bandoleiro do Tuiuiú, que cita esse esconderijo no texto “Brilhantes X Limões”. Em 1985, o prefeito de Patu Epitácio de Andrade homenageou o escritor-biógrafo de Jesuíno Brilhante, dando o nome Raimundo nonato da Silva a uma escola municipal. A inauguração da referida instituição de ensino contou com a presença do intelectual Vingt-um Rosado. Nos anos 80 do século XX, edições da Revista em quadrinhos sobre Jesuíno Brilhante foram lançadas. Esses periódicos apresentam ilustrações de combates sugestivos de acontecerem nesse local. Na atualidade, episodicamente, são realizadas visitas a esse patrimônio natural.

Casa de pedra de Jesuíno Brilhante

Jesuíno Brilhante  o Cangaceiro Romântico

Roteiros de Patu nº 2 -capa (1)
Epitácio de Andrade com Vingt-un Rosado

Jesuíno Brilhante HQ capa

Enviado pelo o autor.

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