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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

SINHÔ PEREIRA E DR. ANTONIO AMAURY

Por Moustafá Veras

Teria sido a artrite o motivo pelo qual Sinhô Pereira deixou o cangaço, como afirmou o mesmo ao Dr. Amaury, ou seria porque recebeu conselhos do Padre Cícero Romão Batista para que deixasse o cangaço?


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FOGO DA ABÓBORA - 82 ANOS

A Morte de Mergulhão 

Por Rubens Antonio

A 7 de Janeiro de 1929 travou-se o combate de Abóbora, povoado de Juazeiro, BA, lembrado pela morte de Mergulhão, (foto) cujo nome real era Antônio Juvenal da Silva, mas que aparece citado também, na literatura sobre o Cangaço como Antônio Rosa. Da visita ao local pode colher alguns depoimentos e bater algumas fotos.

Antecipando algo do material, observo que a povoação está muito mudada, em relação ao contexto de então, mas há muitos elementos reconhecíveis e outros identificáveis através de testemunha ainda viva dos eventos.

Sabemos que o fogo se deu quando a volante chegou e os cangaceiros dançavam em uma casa, num forró.

A causa do forró, na verdade, era alheia aos cangaceiros. Era festejo local pela construção de uma nova "armação" para a feira do povoado, que, na verdade, não passava de uma arranjo descontínuo e desordenado de casas mais esparsas. O cemitério local foi o sítio de maior destaque, onde morreram os dois policiais, soldados José Rodrigues e Manoel Nascimento.

Segundo a autópsia:
"José Rodrigues, com um ferimento com orifício de entrada na região dorsal superior e orifício de saída sobre o mamillo direito; Manoel Nascimento com três tiros; um que penetrava entre a 6ª e a 7ª lombar, com destruição das anças intestinais e orifício de saida sobre a crista illiaca com fractura; outro na região anterior direita do thorax e outro na região cervical esquerda.
Tira-gostos:
"BUM! PÁ! PÁ! Foi papoco pá peste! E isso de que a puliça abriu a cova do cangacêru é mintira! Só tiraram os mininu da puliça mesmu e trabaiaru e colocaru di vorta... O cangacêru mexeram nele não! Ficou a cova lá fechadinha!"
"Aquele Calais! Êta cabra faladô! Mas nas ora dos papôco, mais dispois, ô cabra pra corrê! Faladô prezepêru... mas covarde que nem só ele mesmu!"
"E no tiroteio que teve lá adipsois? Na curva? Foi anos depois... Eu ainda lembro da curva... O Azulão era uma peste muito bom de pontaria... Acertô bem na testa da burra... ô pontaria do cão!"
"Sabe o que eu achei ingraçado? Adispois de muitos anos, aqui, pra fazê esta rua nova, sabe quem trabaiô? o Bem-ti-vi... que foi também cangacêru... Trabaiô pra fazer a terraplenagi... Era muito sorridente... Simpático... Foi até lá.. Oiô a sepultura do Merguião... Falou nada não... Só ficou quietu oiano..."
Os detalhes do evento consegui lá mesmo em Abóboras a partir do relatório do tenenteOthoniel.
Sobre as descrições dos cadáveres, a partir do exame do legista Anísio Teixeira.

Edilson dos Santos, proprietário do terreno, aponta a localização da sepultura do cangaceiro Mergulhão.

O esquema que fiz acima é uma indicação relativamente precisa...Posteriormente publicaremos outros depoimentos; Tomei dois, porque agregavam praticamente tudo o que os outros diziam...
São o do senhor "Joãozinho", que presenciou o fogo... está quase cego, mas enxergando o suficiente para, acompanhado do filho, me conduzir e indicar o sítio do cemitério... e o Manoel,que é um jovem que herdou o terreno onde foi sepultado Mergulhão...

 Rochedo em que Lampião e Ezequiel se apadrinharam para disparar contra a volante, que se encontrava no Povoado de Abóboras.  A posição da volante era aproximadamente a da caixa d'água vista ao longe, entrincheirada no antigo cemitério.
  
João Alves Guimarães apontando localização da entrada do antigo cemitério. As pedras diante dos seus pés são do antigo portal.

A terraplenagem e a pavimentação foi feita somente com a retirada das lápides. Portanto, o restos dos sepultos ainda estão aí. Próximo à quina branca que se vê à esquerda estão sepultados os restos de um dos soldados mortos no tiroteio. Seguindo-se em frente, em direção à rua, encontram-se os restos do outro soldado.

 Monumento em praça de Abóbora


 Detalhe da placa


Uma coisa é interessante nas abordagens de campo..

Olhando Abóboras... e andando... localizando os pontos em que se abrigaram os cangaceiros e a volante... percebi o seguinte... A distância entre o cemitério.. e onde Ponto Fino e Lampião estavam, disparando contra eles, é de cerca de 150 a 180 metros... Acertar alguém desta distância é braba...

Luiz Pedro estava disparando deitado em um descampado a cerca de 100 a 120 metros ... Era o que estava menos protegido.

Os outros dois cangaceiros envolvidos, Mergulhão e Corisco, partiram de cerca de 150 metros, em movimento diagonal, até chegarem ao cemitério. Ali, na quina, Mergulhão recebeu o tiro que o derrubou. O tiro seccionou seu húmero e rasgou as veias e artérias do braço, causando a hemorragia que o matou.
Os dois policiais vitimados fatalmente, conforme o depoimento do seu João, foram atingidos quando tentavam pular o muro do cemitério e usá-lo como entrincheiramento... por disparos vindos de Lampião e/ou Ezequiel, daquela distância toda... 150 a 180 metros... Imaginem só... O cemitério tinha muro de madeirado, só tendo em pedra o portal.

Praticamente todos os volantes... além dos dois mortos... mais seis praças, um sargento e o tenente, foram baleados. Entraram em fuga.

O estudo de campo mostra que Mergulhão foi morrer a cerca de 180 a 200 metros de onde foi alvejado...
Foi enterrado praticamente no local em que tombou.

Ele chegou a ser ajudado por dois cangaceiros que o carregaram, e foi assim que os habitantes o viram ser levado e adentrar a caatinga... mas, como visto na distância, não conseguiram ir muito longe...

Quem o encontrou, ainda agonizando, foi um viajante que vinha chegando a Abóboras. O cangaceiro parece ter tentado se esconder atrás de um amontoado de xique-xiques... Olhou o viajante e disse:
- Quem está falando aqui é homem...
Tirou do bolso um canivete e estendeu para o viajante... e expirou. 

Abraços!
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Rubens Antonio é Professor e palestrante sobre História Geológica da Bahia, Antropologia, Geologia, Epistemologia, Metodologia do Trabalho Científico, História da Ciência. 

CRÉDITOS:
Artigo pescado na comunidade "Cangaço, Discussão Técnica" de compadre Ronnyeri.

*Foto de Mergulhão foi cortesia de Ivanildo Silveira.


Informação ao leitor: Este material foi publicado em 2011, então já se passaram 90 anos do Fogo da Abóbora

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SANTANA: PENSANDO POSITIVO

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.172

         Interessante é a repercussão local das promessas feitas pelos gestores e seus auxiliares. A não realização do prometido não fica bem para os eleitores e nem para os prefeitos. É até melhor nem prometer realização que não pode cumprir e, como saída sob pressão, falar em lutar pelo objetivo, junto com todos para vê se consegue alcançar a meta. Em Santana do Ipanema mesmo, tem uma obra prometida que é a barragem no sítio Barra do João Gomes. Inclusive nós divulgamos em nosso blog. A demora da realização gerou críticas e descrença de parte dos santanenses. Eis que agora é divulgada a notícia em parceria aprovada pela Caixa e anúncio de licitação para o início das obras.
CANOS DE ADUTORA SOBRE O RIACHO JOÃO GOMES. (F. B. CHAGAS).

Como filho da terra, torcemos para que todos os empreendimentos prometidos sejam concretizados. Sabemos também que o excesso da burocracia faz atrasar obras que mexem com a paciência dos munícipes. Assim o santanense ainda acredita que será construída a maior estátua sacra do mundo, na serra Aguda e a continuação do asfaltamento das 51 ruas prometidas e que sofreu interrupção. Isso não é bom para ninguém. Quanto à barragem do sítio Barra do João Gomes “terá o objetivo de abastecer as comunidades da região, vai servir para o consumo humano e animal, piscicultura, agricultura, pecuária, além de irrigação. A barragem terá uma capacidade de armazenar 2.154.062,14 m³ de água e impactará na economia do município. A obra custará R$ 8 milhões e os recursos serão liberados pelo Ministério da Agricultura”.
Essas três obras faladas acima, também podem alavancar o turismo, quando o riacho João Gomes ampliar sua serventia mandada da Natureza. A priori, o riacho João Gomes nasce no sítio Tingui, dentro do próprio município, escorre no pediplano por cerca de 10 km, sendo afluente pela margem direita do rio Ipanema. Não temos certeza, porém, se a barragem projetada será no leito da sua foz (barra, desembocadura).
Seria bom que o escritor Oscar Silva ainda fosse vivo para louvar a futura obra no torrão do seu nascimento: Barra do João Gomes. E como sugestão, que tal colocar o nome do escritor nessa obra de 8 milhões? Barragem Oscar Silva, ora!


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A FALTA DE CONHECIMENTO LEVA OS JORNAIS E A MÍDIA EM GERAL A COMETER ERROS DE IDENTIFICAÇÕES GRAVÍSSIMOS...


Por Geraldo Júnior

... como esse que foi estampado no "Jornal do Brasil" em sua edição de 27 de novembro de 1992, onde a matéria identificou o cangaceiro Moreno II (Antônio Ignácio da Silva) como sendo Lampião. Fato que induz as pessoas ao erro e ajuda a propagar falsas informações.


A matéria noticia a vitória judicial de Expedita Ferreira Nunes, filha do casal Lampião e Maria Bonita, contra a ABA Filmes (Fortaleza/CE), que no passado formou uma parceria com o sírio-libanês Benjamin Abrahão Calil Botto, patrocinando a empreitada e oferecendo equipamentos modernos e sofisticados, para os padrões da época, para que o antigo Ajudante de Ordens do Padre Cícero do Juazeiro, realizasse fotografias e filmagens de Lampião e seu bando.


Atualmente todo o material que foi produzido pela parceria Benjamin-ABA, são de domínio público, podendo ser utilizado de forma devida para a ilustração de trabalhos e exibições públicas ou privadas.

Fica mais esse registro para efeito de curiosidade.


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HÁ ALGUM TEMPO MANTENHO ESSA FOTOGRAFIA INÉDITA EM MEU ACERVO...


Por Geraldo Júnior

... mas por desconhecer a identidade dessa senhora que aparece ao lado da ex-cangaceira Sila (Ilda Ribeiro de Souza / Hermecília Brás São Mateus) a esquerda na imagem, somente agora resolvi publicá-la.

Há uma certa semelhança com dona Joana, irmã da também ex-cangaceira Dadá de Corisco, mas devido ao momento e a qualidade da fotografia não há como tirar uma conclusão acertada.

Portanto gostaria de convocar os amigos estudiosos e pesquisadores do assunto para ajudar na identificação dessa senhora que encontra-se a direita de Sila na imagem.

Creio que seja alguém da Bahia ou Sergipe, dado as características. Mas conto com as opiniões dos amigos.



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AINDA SOBRE A MORTE DO CANGACEIRO CANÁRIO

*Rangel Alves da Costa

Bernardino Rocha era o nome daquele que foi alcunhado como Canário no bando de Lampião. Filho de Poço Redondo, no sertão sergipano, da prole de Seu Cante e Dona Virgem, na vida cangaceira teve como companheira a também poço-redondense Adília. 

A cangaceira Adília

No cangaço, atuou muito mais no subgrupo de Zé Sereno que mesmo ao lado do Capitão Lampião. Curiosamente, Canário, por sua compleição dura, rija, mal-encarada, era tido como um dos cangaceiros mais feios.


Segundo testemunhos da já falecida Adília ainda nos tempos em que vivia na simplicidade de uma casa no Alto de João Paulo, distando cerca de um quilômetro da sede da cidade de Poço Redondo, o seu companheiro havia lhe negado muito do prometido. Mocinha nova, ainda assim seguiu com Canário à vida difícil por paixão. No entanto, não demorou muito para que a rudeza do companheiro fosse transformando o amor em negação. Afirmou Adília que chegou um tempo de não querer olhar nem pra cara do companheiro.

Suportou, contudo, até o ano de 38, após a Chacina de Angico, onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, foram emboscados e mortos por soldados da volante alagoana, comandados pelo tenente João Bezerra. Após isso, mesmo com a insistência de Canário em não se entregar às forças policiais, Adília seguiu até Propriá onde abdicou de vez de sua vida cangaceira. Depois viria saber que o seu companheiro havia sido traído e morto nos arredores de Poço Redondo, e pelas mãos de um primo seu: Teodomiro, o cangaceiro Penedinho.

Cangaceiro Penedinho. É primo da cangaceira Adília e está com a cabeça do Canário - A foto é do acervo do professor e pesquisador Rubens Antonio.

O adiante segue faz parte de um relato produzido após uma recente visita que fiz ao local da traição e morte de Canário, dentro de uma propriedade que se distancia apenas cerca de três quilômetros de Poço Redondo, meu berço de nascimento. Eis:

“Fazenda Coruripe nas proximidades da cidade de Poço Redondo. Paisagem impressionante. Os lajedos embranquecidos agora ladeados por uma mataria verdejante. As chuvas caídas transmudaram o acinzentado das catingueiras e tufos de matos em imagens difíceis de ser encontradas pelos sertões. Em setembro de 38, já passado o período chuvoso, certamente que a moldura matuta já estava diferente, mas também de caatinga muito mais fechada e de verdadeiros labirintos espinhentos por todo lugar. Canário, ao lado do também cangaceiro Penedinho, não se abrigaria em local muito aberto, ainda que aí, dado ao leito arenoso propício à junção de águas, jamais pudesse ficar totalmente encoberto pela densa vegetação. A proteção maior estava mesmo nas laterais acidentadas, marcadas pela presença de pedras e lajedos. Um ambiente propício tanto à defesa como ao ataque. O cangaço já havia terminado com a morte de Lampião e parte do bando do bando pouco mais de um mês antes. Canário fugia agora era da volante que continuava nas pegadas dos cangaceiros que ainda não haviam se entregado. Ele sabia que Zé Rufino a qualquer momento poderia riscar por ali. E ele não queria se entregar de jeito nenhum. Mas foi surpreendido pela traição. Foi traído e morto por seu acompanhante Penedinho. Após balear e confirmar a morte de canário, então o traidor logo se dirigiu até a povoação baiana de Serra negra, quartel-general do comandante e caçador de cangaceiros Zé Rufino. A intenção de Penedinho era se livrar da prisão e outros horrores, fazendo sua entrega de forma honrosa. Segundo alguns autores, o crime perpetrado havia sido de mando, vingança encomendada por um coronel afamado e que havia tido uma vindita com Canário. De uma forma ou outra, a verdade é que após tomar conhecimento da morte, imediatamente Zé Rufino para os sertões sergipanos se dirigiu. Desta feita, objetivando catar alguma riqueza porventura deixada pelo cangaceiro morto, vez que Penedinho lhe havia confessado sobre a existência de muito dinheiro e ouro. Provavelmente não encontrou o esperado e, por isso mesmo, degolou o morto, arrancando fora a cabeça do famoso Canário, e como troféu com ela retornou para mostrar sua força. Contudo, teve um laivo de humanismo ao mandar providenciar o sepultamento dos restos putrefatos. Assim, os restos do ex-companheiro de Adília foram enterrados um pouco mais adiante, debaixo de um umbuzeiro ainda existente. E não faz muito tempo que a saliência da cova podia ser avistada pelos que por ali andejassem. Histórias do sertão. O livro vivo de Poço Redondo”.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

Informação: O escritor fala nas fotos, mas não postou nenhuma do seu trabalho. 

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UM POUCO DE PAULO GASTÃO

Por Aderbal Nogueira

Quando muitos ainda nem pensavam em cangaço, Paulo Gastão já varava serra, sertão e serrado.

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JORNAL A NOITE - LAMPIÃO FOI DEGOLADO

Do acervo da pesquisadora do cangaço Verluce Ferraz
Notas que eram divulgadas pela imprensa, sobre Lampião.

No dia em que Lampião foi morto. Notícias que agradaram aos sertanejos.

A mulher desta foto é a que aparece na Revista que Lampião está olhando - na película feita por Benjamim Abrahão. (Fonte Frederico Pernambucano de Melo, que reproduziu da dita fita.






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CÃES EM ANGICO

Por Aderbal Nogueira

Publicado a 25/08/2019

Na hora do ataque tinha algum cão no coito?

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VÍDEO BASTANTE ESCLARECEDOR. ACERVO: ADERBAL NOGUEIRA


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CORDÉIS LANÇADOS NO MEMORIAL JACKSON DO PANDEIRO NESTE ANO DO CENTENÁRIO DO REI DO RITMO...

Por Kydelmir Dantas









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