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domingo, 11 de junho de 2017

LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL. DÉCADA DE 1970. NEGRO TRUVÃO

Por Jerdivan Nóbrega Araujo

Certa vez eu recebi um e-mail de uma filha de Negro Truvão, pedindo que eu escrevesse algum coisa que lembrasse a memória do seu pai.

"Ele fez muito pelo futebol de Pombal, e você nunca falou dele ". Disse.

Fiz umas pesquisas a época, mas nada consegui. O que tenho dele é de memória. Nem mesmo sei o seu nome de pia: só negro Truvão. Foi assim que a filha a ele referiu.

Acho que por aqui vamos reconstruir, com a ajuda de vocês, a memória de NEGRO TRUVĀO.

Ele Deixou de jogar no São Cristovam no final da década de 1960. Eu não chequei a ve-lo como jogador, mas convivi com ele como massagista do São Cristovam e de outros clubes da cidade no tempo de Jaqueirão.

Ajudei a Negro Truvão a preparar o "Fricsal" uma substancia que ele mesmo preparava para aliviar dores musculares dos jogadoes.

Era a mesma substância do benguê e Gelol, só que Truvão tinha um ingrediente secreto: óleo de comida. Segundo ele dizia, era para facilitar a massagem como lubrificante, e dar as pernas do jogador a impressão de que estava sempre molhada. 

Negro Truvão

NEGRO TRUVÃO era apaixonado pelo São Cristovam. Quando Jaqueira tentou formar um novo Time para Pombal, foi Truvão quem disse que teria que refundar o São Cristovam e não um novo clube. 

As reuniões foram realizadas em um grupo escolar no final da José Avelino. Acho que Grupo Escolar Dr. Avelino. Participei de todas as reuniões, e quando prevaleceu a ideia de refundar o São Cristovam e não criar um outro clube Truvão quase foi as lágrimas.

Não temos como negar o nome de Truvao entre as estrelas das Ruas de Pombal.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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Lampião e os tabus contra as mulheres...

https://www.youtube.com/watch?v=hS4KPt3yyAY&feature=share

Publicado em 10 de jun de 2017

Psicologia do Cangaço - Os tabus de Lampião contra as mulheres é um vídeo com uma síntese dos estudos do Cangaço à luz das ciências da psicologia para se entender o porquê da proibição das mulheres no mundo do cangaço. O livro "Dos mitologemas na imortalidade do cangaço lampiônico..." , de Verluce Ferraz, oferece as trilhas para se compreender o mundo dos cangaceiros.

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NO CAMINHO DAS ÁGUAS

*Rangel Alves da Costa

E um dia, num passado distante, as águas que eram tantas no Velho Chico, iam se abrindo como estradas longas, curvadas, molhadas, cheias de vida, serpenteando sertões adentro. Ora remanso ora mais agitado pelas pedras grandes, assim no caminho das águas.
Num tempo de um Rio São Francisco grande, pujante, caudaloso, pelo seu leito e margens os sertões nordestinos iam sendo conhecidos e desbravados, quase como uma nova terra chegava aos olhos dos viajantes.
Caminho das águas até então conhecidos somente pelos povos primitivos, homens das cavernas nas suas ribeiras e índios que estenderam suas tribos ao longo de suas margens e arredores. Tudo na garantia do peixe farto e na utilização de suas rústicas embarcações.
Antes da chegada do desbravador litorâneo, apenas um rio desconhecido nos seus interiores. Pouco se sabia de sua força e de seu poder. Os antigos habitantes de suas margens ali mesmo foram se findando sem jamais irem dar a notícia de suas riquezas em outras plagas.
Somente quando as revoluções coloniais eclodiram nos centros litorâneos é que o citadino se viu forçado a fugir em busca de salvação em lugares distantes. E o caminho mais seguro que encontraram foi exatamente o das águas do velho Chico.
Assim o Velho Chico foi abrindo seus braços e lançando em seu leito as canoas, as pequenas e grandes embarcações, possibilitando que o homem fugisse do litoral e fosse tentar a vida noutros rincões, porém ainda desconhecidos.
Homens, famílias inteiras, que jogavam seus últimos pertences em cima das águas e iam seguindo sem rumo pelas vastidões molhadas daquele rio imenso e sem fim. De margem a outra uma lonjura danada, e da margem adentro o além-mundo hostil e misterioso.
Nas embarcações, além dos pertences familiares, também as posses adquiridas nas durezas da luta. Por isso que as canoas, chatas, vapores e outras embarcações, seguiam rio acima levando porcos, galinhas, cabritos, gado, cavalos, todo tipo de bicho de criação.
Ao chegar às beiradas do rio, logo despejavam seus apetrechos e animais. A família ficando debaixo de uma tapera construída ali mesmo, um pouco mais afastado das águas. Já os animais, principalmente o gado, eram mantidos em pequenos currais ao longo das margens.
Ali a água, o peixe, a caça, a lenha, a madeira, o barro e outros produtos da terra. Frutos silvestres, brotos e raízes, tudo na dieta do viajante e agora morador de lugar distante, ainda desconhecido nos seus interiores. E eram tais entranhas que logo seriam desbravadas.
Os viajantes não se demoravam muito tempo naquelas ribeiras. Porém nem todos. Muitas famílias resolveram permanecer nas vizinhanças das águas e acabaram germinando o que hoje se tem como vida ribeirinha, com suas povoações e cidades. Já outros logo arribaram pela mataria em busca de outras promessas.
Aqueles que adentraram nas matas, caminhando entre perigos rumo ao desconhecido, mais adiante lançariam as bases da maioria das cidades sertanejas agora avistadas. Chegavam geralmente num ponto mais elevado e protegido, levantavam barraco, faziam cercados, semeavam a terra e assim permaneciam no novo mundo.
Desse modo, o desbravamento dos sertões nordestinos, principalmente do mundo sertanejo, não se deu antes que os seus primeiros habitantes um dia aportassem nas ribeiras do Velho Chico. Num mundo distante, desconhecido, de mata fechada, somente através do São Francisco era possível penetrá-lo.
Assim o caminho das águas nordestinas, das águas sertanejas, chegadas entre as serras, nas curvas distantes, no marulhar do silêncio e da quase solidão de outros tempos. Num tempo de rio tão portentoso como a própria e tão rico como a mesa mais farta do seu viajante. E um caminho nas águas que possibilitou tudo o que é mundo ribeirinho e sertanejo de água.
Hoje o rio está secando, mas já foi tão imenso que todo o sertão já coube nele.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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REVISTA OESTE órgão de divulgação técnica do ICOP-Instituto Cultural do Oeste Potiguar

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Revista Oeste, órgão de divulgação técnica do ICOP-Instituto Cultural do Oeste Potiguar, em edição especial em homenagem aos Heróis mossoroenses de 1927, contendo artigos e entrevista sobre o cangaço, que será lançada na Sessão Solene da SBEC, que ocorrerá no dia 13 de junho(terça-feira), às 19:30 horas, no Fórum das Artes (antigo Fórum Silveira Martins, na Av. Rio Branco).

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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MEDALHA DO MÉRITO CULTURAL MOSSOROENSE

Por Kydelmir Dantas

Recebo informação oficial da Câmara de Vereadores de Mossoró que nesta segunda-feira (12/06/2017) estarei entre os contemplados para receber a MEDALHA DO MÉRITO CULTURAL MOSSOROENSE, outorgada por aquela Casa do Povo. Muito grato e quem indicou e aos que acolheram e referendaram esta indicação.


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A HISTÓRIA DO BOI ENCANTADO

Por Cordelaria Flor da Serra

A Lei 10.639, de 2003, torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana no nosso currículo. Dessa forma, torna-se providencial o uso desse folheto em contexto escolar. Assim, com um único suporte pedagógico pode-se atingir vários objetivos, tais como africanidades e alteridade, influencia da cultura africana na cultura brasileira e ainda, abordar as inúmeras oportunidades de aprendizagens que possibilitam a literatura de cordel.

"A História do Boi Encantado", cordel de autoria de Pedro Monteiro, com ilustração de Eduardo Azevedo, publicado pela Cordelaria Flor da Serra, é uma adaptação de um conto da tradição oral africana. Segundo a descrição do autor, já nos versos iniciais, foi recolhido em Moçambique, nas terras de domínio Banto e é da tradição do povo Ba-ronga, habitantes da costa sudeste do continente africano e falam a língua xironga, apelidada de "landim". Conta a história de uma moça que ao casar, vai embora, morar na aldeia do marido e consigo leva escondido um boi de estimação. O boi é mantido escondido na comunidade do marido e a ajuda nas suas tarefas e afazeres. Como o boi está em situação de clandestinidade e não tem do que se alimentar, começa a ficar magro e para que ele não morra, ela o aconselha a roubar comida nos campos. As pessoas, ao sentirem falta de suas plantas, fazem um armadilha e o boi acaba por ser morto. Após o insucesso de ressuscitamento do boi, ela volta para sua terra e ao dar a notícia do ocorrido, toda a população se mata. Agora leia os versos iniciais do cordel "A História do Boi Encantado" e se encante com a magia da poesia de Pedro Monteiro e a tradição cultural do povo Ba-ronga. Para ler a obra completa compre diretamente com o autor ou faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O DEPOIMENTO (ABAIXO) FOI PRESTADO AO JORNAL “O GLOBO” EM 08 DE NOVEMBRO DE 1958. CAÇA AO SABIÁ


Além de religioso, Lampião tinha-se na conta de homem decente. Gostava de mostrar isso quando se tratava de mulheres violentadas. Ele podia admitir as crueldades de José Baiano, mas nunca admitiu que um “cabra” violasse uma mulher e continuasse vivo. O amor era livre, mas o amor correspondido, nunca o amor forçado, amor de violência...

Vou, aliás, encerrar este capítulo contando um fato desses, que se deu com o bando em Lagoa do Rancho, no interior da Bahia. O bando estava acampado nesse local, quando, após alguns dias, estourou um escândalo: o dono da fazenda onde estávamos queixou-se a Lampião de que um de seus “cabras” havia estuprado sua filha. Lampião, seguido pelo bando, foi ver a filha do fazendeiro, e o quadro a que assistimos era triste: a mocinha (pouco mais de treze anos), horrorizada, chorava e estava num estado lamentável. O autor do ato bárbaro fora Sabiá, um rapaz forte, com seus dezoito anos, mais ou menos, e novo no bando.

Praticado o atentado, Sabiá, provavelmente caindo em si, fugira para o mato a uns quinhentos metros da fazenda, quando muito. Lampião, depois de ver o estado em que ficou a filha do fazendeiro, falou secamente:

- Volta-Seca e Gavião... Vão buscar Sabiá!.

- Eu e Gavião saímos à procura de Sabiá, e fomos encontrá-lo entrincheirado atrás de uma pedra grande. Não quis fugir para longe, e estava apavorado. Quando nos aproximamos, ele gritou:

- Não avancem mais um passo que abro a cabeça dos dois a bala!

Olhei para Gavião e certifiquei-me de que faria mesmo o que prometera, mas felei-lhe:

- Sabiá... O capitão quer lhe falar, e nos mandou buscar você.

A resposta não tardou:

- Pois eu não vou e vocês não se aproximem. Se o capitão quer falar comigo, que venha ele mesmo me buscar.

- Achei muita ousadia, mas não tentei capturá-lo. Seria loucura, pois estando num ponto ideal para defender-se, matar-nos-ia facilmente. Olhei para Gavião e retornamos à fazenda. Lampião, quando nos viu sozinhos, perguntou intrigado:

- Cadê ele? Fugiu?

– Não, senhor, respondi. Sabiá está entrincheirado ali embaixo, atrás de uma pedra.

– Por que não trouxeram ele? Retornou Lampião.

– Porque ele nos mata. Nós dissemos pra ele se entregar porque o capitão queria falar com ele. Mas ele disse que o senhor vá buscar ele, se quiser.

Foi a conta! A testa de Lampião franziu-se, os lábios se comprimiram e, trilhando os dentes, falou:

- Cachorro, pois vou buscar esse cão...

E mandou que eu e Gavião o guiássemos até o local onde Sabiá se encontrava.

Sabiá estava ainda no mesmo lugar, como se nos esperasse. Quando já estávamos a uma boa distância, distância esta aconselhada pela prudência, eu e Gavião paramos, mas Lampião continuou andando no mesmo passo, sem se abalar e sem dar a menor importância a nós dois.

Sabiá, ao vê-lo cada vez mais próximo, berrou:

- Pare, capitão, que eu atiro... Pare! Pare!

Lampião só parou a uns cinco metros da pedra. Segurava o fuzil com as duas mãos, na posição de soldado que se prepara para uma carga de baioneta.

Eu e Gavião, à distância, estávamos admirados com o que víamos e, por mim, digo que julguei ter chegado o fim de Lampião, pois Sabiá era um rapaz valente.

VOCÊ NÃO ATIRA EM NINGUÉM

- Não avance nem mais um passo, capitão, que eu atiro! Ninguém vai me pegar!, dizia Sabiá.

Lampião olhou-o por um momento e, de repente, falou:

- Você não atira em ninguém, menino.

E avançou. Avançou resoluto, com Sabiá fazendo pontaria para ele. A todo instante eu esperava o estampido assassino do fuzil de Sabiá, mas o tiro não saiu. Frente a frente com Sabiá, Lampião gritou:

- Atira, cachorro! Atira!

E Sabiá não atirou... Pelo contrário, arriou o fuzil. Foi seu fim, pois Lampião, rápido, deu a coronha de seu fuzil na cara do rapaz, que rolou pelo chão, ensanguentado.

Eu e Gavião aproximamo-nos depressa do local e Lampião mandou que o levássemos a fazenda. Desarmei Sabiá e, eu de um lado e Gavião do outro, levamos-lo de volta, enquanto Lampião ia à frente, a passos rápidos. Sabiá estava tonto, com a boca arrebentada e todos os dentes da frente quebrados. Sangrava muito e vinha amparado por mim e Gavião.

Na fazenda, todos se acercaram de nós. Eu sabia que a coisa ia ter um trágico, pois Lampião estava furioso. Foi feito um círculo de gente e, no meio dele, Sabiá, ladeado por mim e Gavião, com Lampião na frente, que olhava sem afastar por um segundo sequer os olhos de Sabiá. Olhava-o com ódio, sem dizer nada, e o silêncio era completo, pois ninguém ousava falar. Sabiá mal se aguentava em pé. Estava vencido. Vencido e convencido.

Lampião, então, pôs-se a falar:

- Vais morrer porque não prestas, cão! É por causa dessas coisas que falam mal da gente por aí. Mas eu te dou um exemplo, pra todos saberem que o bando de Lampião tem vergonha.

FUZILADO

E, apontando para dois empregados da fazenda, ordenou:

- Vocês dois aí, cavem um buraco para enterrar esse Cabra.

Os homens obedeceram e, de enxada em punho, puseram-se a abrir a cova. Sabiá não falava, e tenho até a impressão de que não compreendia o que se passava.

Depois de alguns minutos, a cova pronta, isto é, dada como pronta por Lampião, apesar de não ter mais de dois palmos de profundidade, mandou ele, que os dois homens parassem e, apanhando uma “Berbere”, apontou para a cara de Sabiá, que nem moveu a cabeça. Quem estava atrás de Sabiá correu para se abrigar. Lampião fez a pontaria e gritou:

- Vai-te pros infernos, cão! 

E deu no gatilho!

Sabiá caiu morto, mas Lampião continuou a atirar. Houve quem contasse quinze tiros... Aquela expressão:

- Vai-te pros infernos!”.

Era muito comum a Lampião, quando matava alguém naquelas condições. Saciada sua fúria assassina, Lampião ordenou aos dois empregados que abriram a cova:

- Joga este peste aí! Cachorro se enterra de qualquer jeito!

Mas a coisa não acabara ainda. Lampião virou-se para mim e Gavião e disse:

- Vocês dois são os culpados, pois eu mandei vocês vigiarem Sabiá. Eu sabia que esse rapaz era malucão.

Enquanto falava, segurava ameaçadoramente sua “Berbere”, e eu senti que ele pretendia nos matar. Mas eu não morreria como Sabiá, pus logo a mão no parabélum e respondi:

- Nós estávamos tomando conta dele, mas ele fugiu. Que é que podíamos fazer?

O fazendeiro, pai da moça, talvez horrorizado com o que assistiu, veio em nossa defesa dizendo que, de fato, ninguém deu pela coisa, pois Sabiá agira premeditadamente...

Todo mundo foi enganado, seu capitão... disse o fazendeiro.

Parecia que já tinha passado o ódio de Lampião, pois ele deu as coisas e afastou-se. Eu respirei aliviado. Sabia muito bem o que significava a sua frase: “Tanto faz matar um como mil”. Ele não parece ter ficado zangado comigo, pois no dia seguinte já me dava ordens. Aliás, a morte de Sabiá foi dramática, mas não foi a única motivada por estupro. Outros “cabras” encontraram o mesmo fim, uns nas mãos de Lampião diretamente, e outros nem essa chance tiveram, pois Virgulino mandou que outros os exterminassem.

Fonte: Jornal O GLOBO
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)


2ª. Fonte: facebook
Link: https://www.facebook.com/groups/ocangaco/permalink/1596024507077328/

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL PAPEI OU TOINHO DA IGREJA. ( ANTÔNIO PEREIRA DE SOUSA).

Por Jerdivan Nóbrega Araujo

Papei ou Toinho da Igreja. ( Antônio Pereira de Sousa)

Toinho ficava horas no barranco da BR 230 anotando em um bloco as placas dos carros que por ali trafegavam. Ele tinha em casa vários os blocos cheios de números de placas de carros, porém, nunca se soube qual o propósito ou que levou ele a ocupar seu tempo com essa tarefa. Também em um bloco de notas ele costumava anotar o nome das pessoas que ele queria aproximação os que ele chamava de “meus amigos”. 
Morava no final da rua José Rufino, já chegando na BR 230. 


Quem conviveu com Toninho sabe o quanto ele era inocente. Uma criança em um corpo de adulto assim como era Nonato, ambos vítimas da maldade das crianças, que costumava gritar, quando ele passava por seu apelido “Papei”. Quando fustigado ele rodava o pescoço com quem se contorcia em dor, e muitas vezes, quando fustigado, chegava a atirar pedras em quem o apelidava.

Religioso, Toinho gostava de auxiliar Pe. Sólon.


Papei ou Toinho da Igreja morreu no dia 02 de Setembro de 2011.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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CANGACEIRO SERROTE

Material do acervo do pesquisador Guilherme Machado

Uma rara fotografia da prisão do endiabrado Cangaceiro Serrote. Um malfeitor que andou no bando de Antônio Silvino...!!!

Um Cabra Complicado Até Para Outros Cangaceiros.

Seu nome era José Maria de Oliveira sua alcunha Serrote e teria nascido em algum local na Paraíba. Era conhecido por já ter praticado diversos crimes, entre estes assassinatos. Sempre agindo com requintada malvadeza na região do interior do Estado onde nasceu. Ele foi descrito pelos jornais da época como tendo “estatura regular, preto, cabelos carapinhos, olhos grandes, nariz chato, orelhas grandes, pés e mãos pequenas, dentadura perfeita”.

Serrote foi também o acusado de ter estuprado a prostituta Amélia Mendes da Silva com requintes de crueldade e selvageria.

Fonte: Tokdahistoria, Rostand Medeiros

2ª. fonte: facebook
Página: Guilherme Machado historiador/pesquisador
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1204371733000083&set=gm.1595263430486769&type=3&theater

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A TRILHA DO CANGAÇO NO RN: CIDADES GUARDAM MARCAS DA PASSAGEM DE LAMPIÃO PELO ESTADO

Por Ivanúcia Lopes e Hugo Andrade, G1 RN

Reportagem percorreu mais de 600 quilômetros por onde passou Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Clique no link abaixo para seguir esta reportagem de Ivanúcia Lopes e Hugo Andrade - G1 - RN

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/a-trilha-do-cangaco-no-rn-cidades-guardam-marcas-da-passagem-de-lampiao-pelo-estado.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

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OBRIGADO, AMIGO!

Por José Ribamar

Este é o professor José Romero Araújo Cardoso, Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). 


Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária. Foi ele que prefaciou meu livro (PELA VIDA DO PLANETA) com muita competência e conhecimento sobre o assunto. Obrigado, Mestre! 


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A CANGACEIRA INACINHA, DEPOIS DO CANGAÇO


O cangaceiro Santílio Barros, conhecido pela alcunha de “Gato do Chico”, índio da tribo Pankararé, da Baixa do Chico, região do Brejo do Burgo na vasta região do Raso da Catarina, no Estado baiano, tinha uma companheira, essa sendo sua esposa legítima, por nome de Antônia Pereira da Silva, que também pertencia à mesma população indígena. Dona Antônia tinha uma prima legítima chamada Inácia Maria das Dores, conhecida por todos como “Inacinha”.


“Gato” resolveu se envolver, também, amorosamente com Inacinha. Dona Antônia não aceitando esse triângulo amoroso, procura o chefe do bando Virgolino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião, e lhe comunica da sua insatisfação. Certa noite, dona Antônia deixa seu companheiro, sua família ali localizada, e parte para esconder-se nas terras de um parente longe dali.


Essa tribo indígena foi ‘fornecedora’ de muita gente que compôs o bando de cangaceiros do “Rei do Cangaço”. Além de “Gato”, “Antônia” e “Inacinha”, vários outros acompanharam o “Rei Vesgo” na sua trilha de sangue. Os nomes mais conhecidos foram os dos seguintes cangaceiros: “Mourão, Balão, Mormaço, Açúcar, Azulão, Rosa, Ana, Catarina, Julinha, Lica e Joaninha”. Interessante é que todos eram parentes. Sendo irmãos e primos, citamos como exemplo as cangaceiras Julinha e Rosalina que eram irmãs do cangaceiro Gato. Não ficando só nesses, os componentes da tribo dos Pankararé a fazerem parte da saga do cangaço.


O casal de cangaceiros, Gato e Inacinha, seguem suas vidas aventureiras dentro das hastes do cangaço. O cangaceiro “Gato” é tido, pela maioria dos pesquisadores/historiadores, como um dos mais violentos e perversos, se não o maior, dentre todos aqueles que conviveram ao lado do “Rei do Cangaço” ao longo dos quase 20 anos do seu reinado sangrento.


Em determinada época, a volante comandada pelo tenente João Bezerra, pernambucano natural da fazenda Colônia, localizada próximo ao Distrito de Ibitiranga, município de Carnaíba, PE, e que era primo do chefe cangaceiro Manoel Batista de Morais, o cangaceiro ‘Antônio Silvino’, antecessor de Sinhô Pereira, chefe de Virgolino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião, trava violento tiroteio contra o subgrupo de cangaceiros chefiado pelo cangaceiro “Gato” nas terras da fazenda Picos. Nesse embate, sua companheira, a cangaceira Inacinha, que se encontrava grávida de oito meses, é atingida, baleada, na parte glútea direita. O projétil rompe pele e músculos, porém, não sabemos o porquê nem como, não atingiu nervos, artéria e ossos, o mesmo saindo na parte anterior, na altura da virilha direita, sem atingir o feto.


Inacinha baleada é presa pela volante e conduzida até a cadeia da cidade de Olho D’água do Casado, AL. Alguns autores citam que o tenente levou a prisioneira para a cidade de Pedra de Delmiro, hoje Delmiro Gouveia, também em território alagoano. Veja bem, o combate na fazenda Picos, há uma distância de alguns quilômetros da cidade de Olho D’água do Casado. A cidade de Pedra, hoje Delmiro Gouveia, dista dessa, mais ou menos, uns trinta e dois quilômetros, e da cidade ribeirinha de Piranhas, QG das volantes, 40 quilômetros. Aí perguntamos: O que danado o tenente iria fazer com uma cangaceira, grávida de oito meses, baleada, numa localidade que ficaria distante da sede do comando, mais ou menos 40 quilômetros, que era em Piranhas, AL? A cidade de Olho d’água do Casado fica há uma distância de 18 quilômetro da cidade de Piranhas. Improvável esse movimento ao contrário, se distanciando mais 32 km do local para onde tinha que levar a prisioneira. Totalmente sem lógica. Portanto, cremos mesmo que Inacinha ficou presa na cadeia de Olho D’água do Casado, há 18 quilômetros da sede do comando, e que logo fora levada pela volante do tenente para Piranhas.


“Gato”, sabedor da prisão de sua companheira, pede auxílio aos chefes cangaceiros Corisco e Moderno, para irem até Piranhas, resgatar sua amada. O que Gato não sabia era que sua companheira não se encontrava presa em Piranhas. No campinho para Piranhas, Gato transforma o caminho em uma estrada de sofrimentos, sangue e morte. Todo aquele que o cangaceiro encontrava pela estrada, o matava. Sua última vítima foi um jovem de 15 anos que o mesmo tinha pegado e lhe perguntado se havia soldados na cidade. O jovem sabia que não havia soldados em Piranhas e que, os poucos que lá estavam, largaram das armas e deram no pé, deixando a população indefesa. No entanto, a cabroeira ao começar a entrar pelas ruas da cidade, uma saraivada de balas é disparada em sua direção, nesse momento, achando que o jovem o estava enganando, “Gato” o sangra na frente da sua mãe.


Quem os combatia eram as pessoas do local, os moradores, que pegaram em armas e fizeram das paredes das suas casas trincheiras, com muita valentia e determinação, defenderam suas moradias, suas famílias, seu lugar, suas vidas. Nesse confronto, o cangaceiro índio da Baixa do Chico é atingido na altura da coluna lombar, ou mesmo sacrococcígea, essa última, apesar de não ter medula, é bastante irrigada, motivando uma grande hemorragia quando submetida a algum trauma. Gato é levado pelos companheiros para a caatinga, no entanto, dias depois os moradores encontram seu corpo rodeado por aves carniceiras.

Após essa luta nas ruas da cidade de Piranhas, o tenente João Bezerra chega trazendo sua prisioneira. Ela é colocada na Cadeia Pública de Piranhas, mas, em pouco tempo é liberada devido a seu estado gestacional. Apesar de ter sido pouco o tempo em que ficou encarcerada, Inacinha conhece e se engraça de um dos soldados, começando um namoro com um de seus carcereiros.


Ganhando a liberdade, Inacinha permanece na cidade ribeirinha, dando prosseguimento ao namoro com o saldo conhecido pela alcunha de ‘Pé-na-Tábua’. O filho nasce e recebe o nome de José Maria, o qual é batizado na Igreja da cidade e, sua mãe, apresenta-se como sendo sua madrinha. Logo depois a criança é doada. Aqueles que a adotaram, o fizeram secretamente, e o criaram. Algum tempo depois, a ex cangaceira casa-se com ‘Pé-na-Tábua’. Não bastando tantas atribulações em sua tenra vida, fica viúva, seu novo esposo vai a óbito. Depois desse acontecimento, não querendo mais ficar morando em Piranhas, volta para o seio da sua família que moravam em Brejo do Cruz.

Lá estando, surge um novo amor na sua vida. Dessa vez é um primo, ‘Estevão Rufino Barbosa’. O qual casa-se com Inacinha e, infelizmente, não tiveram filhos. Mesmo assim, vivendo exclusivamente da agricultura, ele consegue faze-la feliz.

O casal segue sua vida normal, dentro do possível, e vão rompendo os anos da vida. A década de 1930 se finda, iniciando-se a de 1940, chega o final do ciclo do Fenômeno Social Cangaço. Na segunda metade da década de 1950, mais precisamente em 1957, a senhora Inácia Maria das Dores, a ex cangaceira e viúva de um soldado de volante Inacinha, começa sentir dores estranhas em determinadas parte de seu corpo. Não dispondo de transporte automovível, ela é colocada em cima do lombo de um animal e seu esposo a leva para a cidade de Paulo Afonso, BA.

Na metrópole baiana estando, ela é assistida pelos médicos ‘Mucini e Brito’, que pela anamnese relatada, e os exames de apalpamento, solicitam exames, os quais mostram que Inacinha é vítima de um carcinoma. Após ser informado, seu esposo se desfaz de algum bem e começa-se o tratamento. Apesar do esforço dos familiares, o tratamento não surtiu o efeito esperado e, vendo-se tornar-se uma esquelética, sem aliviarem suas dores, a paciente dona Inácia Maria das Dores foge do Hospital em que se encontrava internada. Procurando um conhecido na cidade, pede a esse que envie um recado para o esposo vir busca-la. Montado em um burro, mula macho, e puxando as rédeas de outro, Estevão vai até onde estava sua esposa.

Por lá chegando, ele escuta a narração da esposa referindo-se da não evolução do tratamento e, sabedora do pouco tempo que lhe restava de vida, queria morrer em sua casa. Seu esposo no mesmo momento procura fazer o pedido da esposa e, chegando a casa, após alguns dias, dona Inácia Maria das Dores consegue deixar de sofrer. Vitimada pelo câncer, a ex cangaceira Inacinha parte em busca de reencontrar seus antepassados.

Ao receber a notícia da morte de sua’ mãe’ biológica, José Maria, acreditamos que aconselhado por alguém, vai até onde a mesma morava procurar saber se seria herdeiro, e de que. Foi informado que sua mãe havia deixado uma pequena casa de taipa, e uma grandiosa saudade no seu peito do viúvo.

“(...) Estevão falou que a herança que ela deixou foi uma casinha de taipa e a saudade que ficou (...).” ( “Lampião em Paulo Afonso” – LIMA, João de Sousa. 2ª Edição. Paulo Afonso, BA. 2013)

Inacinha foi a óbito em 1957. Seu esposo, ‘Estevão Rufino Barbosa’, narrou para o autor da obra citada, sua convivência, a disposição que sempre existiu naquele corpo pequenino, as dores da doença e a morte de sua esposa, ainda lagrimejando seus cansados e idosos olhos de sertanejo, em abril de 2002... Nas quebradas do sertão baiano.

Fonte “Lampião em Paulo Afonso” – LIMA, João de Sousa. 2ª Edição. Paulo Afonso, BA. 2013
Foto Ob. Ct.
Benjamin Abrahão
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2ª. Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Ofício das Espingardas
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