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terça-feira, 14 de abril de 2015

O COMBATE DAS CARAÍBAS EM FLORESTA


Travado entre Lampião e as forças volantes na quinta-feira dia 04 de fevereiro de 1926 às margens do riacho da maravilha, afluente do riacho do navio - nas divisas entre os municípios de Floresta e Betânia .
Participaram as volantes comandadas pelo Tenente Higino José Belarmino e Optato Gueiros contra o grupo de Lampião. Junto com Lampião encontrava-se entre outros o conhecido Manoel Pequeno (da fazenda Saco – na ribeira do riacho do navio) e seu grupo. Os cangaceiros se entrincheiraram no leito do riacho e em um serrote à margem deste emboscando a força em campo aberto.


O confronto teve a participação da força Nazaré composta por, Afonso de Sá Nogueira , Altino Gomes de Sá, Antônio Joaquim dos Santos (o famoso rastejador Batoque), Aureliano de Souza Nogueira (Lero), Aureliano Francisco de Souza (Lero Chico), Constantino Marcolino de Souza, David Gomes Jurubeba , Euclides de Souza Ferraz (Euclides Flor) , João Cavalcanti, João Domingos Ferraz, João Gomes Jurubeba, João Jurubeba de Sá Nogueira (João Gato), Joaquim Ferraz de Souza (Quinca Néo), Joaquim Francisco de Souza (Quinca Chico), Manoel de Souza Ferraz, Manoel Neto (Anspeçada), Pedro Gomes de Lira, Pedro Marcolino e Pedro Tomaz de Souza Nogueira.


O tiroteio durou até o final da tarde quando lampião se retirou do local levando seus mortos (acredita-se que em número de cinco) sepultando-os na caatinga entre o local do combate e o poço do ferro e deixando entre os volantes um saldo de pelo menos três baixas fatais, os soldados Aristides Panta da Silva (Este de Floresta), Benedito Bezerra de Vasconcelos e Antônio Benedito Mendes.


Os soldados mortos foram sepultados na margem esquerda do riacho da maravilha próximo ao local onde o riacho do Jacaré se une a este . O riacho da maravilha é a divisa entre os municípios de Floresta e Betânia.
No combate saíram feridos o Tenente Higino no braço, Manoel Neto no braço direito, Antônio Joaquim dos Santos (Batoque) na perna, João Cavalcanti, Altino Gomes de Sá, João Pereira de Souza e João Pinheiro Costa.

Em visita ao local tomamos conhecimento que durante o combate o boiadeiro florestano Joaquim de Alencar Jardim (Quinca Jardim) retornava a Floresta após a venda de uma boiada. Antônio Ferreira, que brigava no serrote no momento, sabendo da passagem deste pelo local o esperou com mais dois cangaceiros na sombra de um umbuzeiro (conhecido como umbuzeiro do Marçá – ou Marçal) abordando-o para lhe pedir dinheiro.

Quinca Jardim naquele momento se acompanhava de Joaquim Serafim (conhecido como Joaquim Grande do Rancho dos Homens) e mais duas ou três pessoas. Joaquim Grande então disse a Antônio Ferreira que Quinca Jardim não tinha a quantia pedida pois vendera a boiada mas não recebera o pagamento. Antônio Ferreira se contentou com a resposta sem saber que o dinheiro do pagamento da boiada estava no bornal que Joaquim Grande carregava a tiracolo.

Dois dos outros acompanhantes de Quinca Jardim disseram a Antônio Ferreira que um dos cangaceiros que o acompanhava tomara o pouco dinheiro que estes carregavam. Antônio Ferreira então perguntou quem pegara o dinheiro e o mandou devolver. O cangaceiro o fez embora queixando-se do trabalho ingrato onde era obrigado a devolver o dinheiro ganho.

Menos de um ano após, no final do ano de 1926 Lampião mataria 129 reses de Quinca Jardim no Rancho dos Homens por não ter recebido dinheiro após um pedido (acredita-se que um bilhete). Isso, provavelmente aconteceu ao descobrir que fora enganado cerca de dez meses antes.

Comenta-se que apenas uma rês escapou porque este fato se deu no dia da morte de Antônio Ferreira no Poço do Ferro. Na ocasião lampião se encontrava na região (Poço do Ferro – Pipocas – Rancho dos Homens) preparando-se para dar uma brigada com Ildefonso Ferraz do Curral Novo. Com a morte de Antônio Ferreira Lampião teve que ir às pressas ao Poço do Ferro para sepultar o irmão, morto pelo companheiro Luiz Pedro (do retiro) em um disparo acidental.

Fonte: facebook
Página: Cristiano Ferraz

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"O GLOBO" - 21/07/1984 NUM SÓ DISCO, O QUE HÁ DE MELHOR NA MÚSICA DO CANGAÇO

Por Antônio Mafra

SÃO PAULO – De “Mulher rendeira” a “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”, esta última, uma recente toada em versos de martelo agalopado, de Otacílio Batista e Zé Ramalho, o cangaço sempre foi um bom filão para os compositores brasileiros. Dele, saíram obras esporádicas enaltecendo o movimento ou um de seus personagens, que, na maioria dos casos, nunca foram retomadas. “A música do cangaço”, álbum do Selo Eldorado lançado há menos de dois meses, reúne as melhores e mais significativas canções que a população urbana já ouviu sobre a saga de Lampião e seu bando, compondo, com o texto de Fernando Portela, que acompanha o disco, um painel histórico que até mesmo o mais leigo vai entender.

“A música do cangaço” começa com “Olha a pisada” (Zé Dantas e Luiz Gonzaga), interpretada pelo Rei do Baião. A inclusão desta música é ainda mais válida porque recupera versos de “Mulher rendeira” – “Ô Ô mulher rendeira/ Ô Ô mulher rendá/ Chorou por mim não fica/ Soluçou vai no emborná” – que estavam esquecidos.

“Cavalos do cão” (Zé Ramalho), a canção seguinte, um xaxado que lembra as harmonias que Elomar Figueiredo descobriu nas suas pesquisas em busca de uma linguagem musical do sertão brasileiro, dá um flash da vida de Lampião e suas fugas: “Correr da volante no meio da noite/ No meio da caatinga/ Que quer me pegar”. Essa composição e “Mulher nova...”, que está no bloco que inicia o lado B e fala das mulheres cangaceiras, eram para serem cantadas, respectivamente, por Zé Ramalho e Amelinha, a CBS, inexplicavelmente, não cedeu os fonogramas originais, mas o tiro saiu pela culatra; escolhendo outros intérpretes, com destaque para a bela voz de Teca Calazans, o Selo Eldorado deu novo brilho a obras que estavam desgastadas.

“Se eu soubesse que chorando/ Empato a tua viagem/ Meus olhos eram dois rios/Que não te davam passagem”. Quem é que não se lembra desses versos? E com eles, num registro quase inédito do ex-cangaceiro Volta Seca, que se diz autor da música, que se abre o lado B. O destaque aqui é o frio e impressionante depoimento de Sila, viúva de Zé Sereno, companheiro de Lampião sobrevivente do célebre Massacre de Angico.
Uma canção homenageando o líder do cangaço (“Lampião” de Sérgio Ricardo e Glauber Rocha), um texto enaltecendo a bravura de Corisco (“Reza do Corisco”, da mesma dupla) e uma música que faz uma advertência sobre a continuação do cangaço nos dias de hoje, “De gravata e jaquetão/ Sem usar chapéu de couro/ Sem bacamarte na mão (“Lampião falou”, de Venâncio e Aparício Nascimento) fecham o álbum.

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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LILI, ESTRELA BANDIDA


Ela nasceu Djanira Ramos Suzano, em Mato Grosso do Sul, ano de 1944. Foi a assaltante de banco mais famosa que o país já teve. Comandava uma quadrilha que agia fantasiada e ela, vestia roupas justas, peruca loira e óculos escuros para seduzir os seguranças das agências bancárias. Ganhou o apelido de Lili Carabina, embora só usasse pistola como arma. Era também chamada de Djanira Metralha. Sua fama chegou ao auge nos anos 70/80 como uma bandida estrela.

Djanira casou muito cedo para satisfazer a vontade dos pais, mas se apaixonou por um traficante e veio com ele para o Rio de Janeiro. Entrou para o crime também muito jovem, aos 20 anos. Com a morte do companheiro, assumiu a liderança do grupo e matou por vingança os responsáveis por essa morte. Deu muito trabalho a polícia que sentia dificuldades em encontrá-la.

Finalmente, em 1980 foi presa e condenada a mais de 100 anos pelos inúmeros crimes. Fugiu seis vezes da penitenciária. Em 1988, numa das fugas, foi baleada na cabeça, entrou em coma durante 33 dias. Uma das balas ficou alojada na cabeça e não foi retirada. De volta à prisão, virou evangélica e pregava a Bíblia para as companheiras mesmo de muletas. Não se deixava abater.

Em 1999 recebeu o Indulto de Natal do então presidente FHC, mas morreu no ano seguinte de infarto aos 56 anos de idade. Deixou três filhos.

Sua vida foi transformada em documentário de TV pelo telenovelista Agnaldo Silva.
www.mulheresdocangaco.com.br

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O CABO LEONÍDIO TRABALHOU COM ZÉ RUFINO


O cabo Leonídio trabalhou com Zé Rufino, mas passou a maior parte do tempo sob as ordens de Odilon Flor e a este fez um grande favor: Cortar as cabeças dos cangaceiros mortos.

- Era dia de São João, às nove horas da noite. Nós demos um combate na fazenda Gararu, em Sergipe. Chovia bala, depois silêncio. Os bandidos tinham ido embora. Procuramos pelos cantos para ver se tinha ferido. O combate tinha sido tão cerrado que não tinha dado tempo de ninguém sair carregando baleado. Encontramos três cangaceiros mortos: Manoel Moreno, a mulher dele Áurea e Gorgulho. Quando foi de manhã, o sargento Odilon juntou a tropa e disse: - Vamos cortar as cabeças dos defuntos. Mas ninguém quis ir. Não quiseram ir porque, você já sabe, cortar o pescoço de uma pessoa é preciso que a pessoa também tenha a cara dura, porque se não for, não corta não.

Então ele virou-se para mim e disse: - nego, vem cá, apanha aqui este facão e vá onde ta os cangaceiros, corte a cabeça e traga. Então eu fui e respondi pra ele: - sargento, o senhor já mandou todo mundo; nenhum quis ir, só eu é que posso cortar? O senhor podia ir, porque o senhor tem mais costume do que eu. Ele então disse: - eu quero é que você corte.

Aí eu apanhei o facão e fui. Quando eu peguei no cabelo do cabra, balancei, fechei a cara pro lado assim e sentei o facão, pá-pá, cortei, e joguei pra lá; peguei a mulher, cortei a cabeça da mulher. Peguei no outro cabra, cortei também a cabeça. Peguei todos os três, levei: - Pronto, chefe, taqui. Depois de uns dias, eu senti assim um remorso. De vez em quando, à noite quando eu dormia, sonhando com Manoel Moreno, um pouco assim de nervoso comigo, e coisa. E ele me apareceu um dia, me pegou dormindo. Pela abertura da rede e veio com um punhal em cima de mim; eu então pelejei, não pude fazer nada, gritei: - cabra mata o homem, cabra, me dá as armas, cabra, até que dentro do quarto (eu estava deitado perto da rede de uma criança, meu filho que hoje está em são Paulo), então eu tranquei os pés, a mulher levantou-se, tirou o menino da rede e ficou de lado quando eu ajuntei, pensando que o cabra estava me sangrando.

Levei a rede de uma vez só, agarrei-me nela, pensando que fosse o bandido, levei uma pancada na cabeça, (bati com a cabeça na parede) aí foi que me acordei, cansado, sufocado, sem fôlego, com o aperto que o cabra me deu. Bom, aí eu fiquei, coisa e tal e disse ao sargento Odilon: - sargento, eu tô me vendo aperreado com Manoel moreno. Ele então disse: - Você vai comigo daqui uns dias na casa de Pedrinho. Então eu fui. Cheguei lá, o Pedrinho fez lá um remédio pra mim e perguntou como era. Eu disse então os sintomas e depois de uns dias foi desaparecendo. Odilon me ensinou um defumador, umas coisas que o Pedrinho ensinou a ele e mandou eu tomar este defumador e com isto desapareceu. Não vieram mais me aperrear.

Depois da noite na rede a alma de Manoel Moreno tornou a aparecer; e aparecia com os braços estendidos, as mãos para cima, pedindo: - Leonídio, cadê minha cabeça que você cortou? (Retirado do Blog Lampião Acesso)

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Juliana Pereira e Alcino Alves Costa

Eu não estou querendo contrariar o que escreveu o autor deste texto, respeito o seu excelente artigo, mas o escritor Alcino Alves Costa, diz em “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistério de Angicos”, que os cangaceiros abatidos lá em Poço da Volta, na Fazenda Palestina foram: Mané Moreno (que era primo de Zé Baiano e de Zé Sereno), Áurea, sua companheira (que era filha de Antonio Nicárcio, sendo este primo-irmão de Lê Soares (segundo Juliana Ischiara), este último pai de Rosinha de Mariano e de Adelaide, esta companheira de Criança).


Depois de vasculharem todos os locais onde aconteceu a chacina, Odilon Flor tomou conhecimento como sendo os mortos: Mané Moreno, sua companheira Áurea, e o bandido Cravo Roxo, o Serapião, que era filho de Mané Gregório, lá da Guia. Este deixou casa, pai, mãe, irmãos, parentes para se aliar aos cangaceiros, afirmando que queria ser mais um a entrar naquela desgraçada vida.

Certo dia ele tomou conhecimento que os cangaceiros se encontravam acoitados na Serra Negra, resolveu ir até lá. Depois de algumas advertências e como usar a arma, Mané Moreno o presenteou com rifle, munições, balas, bornais, chapéu e outros utensílios que eram necessários à vida cangaceira. E depois que ele recebeu os equipamentos, embrenhou-se às matas. E lá, deu um tiro que posteriormente causou a morte de Adelaide que estava grávida, por ela ter pensado que era volante que se aproximava do coito.

O Gorgulho, o qual aparece como sendo um dos que foi abatido, no momento foi baleado e através de um coiteiro amigo, arrumou um animal e foi se tratar no centro do Cajueiro. Um senhor de uma família “Félix”, o "Lisboa", foi quem cuidou dele até sua total recuperação. E depois desse acontecimento, Gorgulho resolveu abandonar o cangaço e retornou para sua terra que era o Salgado do Melão, incorporando-se novamente à sociedade. 

Diz ainda Alcino Alves Costa que é bom lembrar que o combate em que Odilon Flor matou Mané Moreno, Áurea e Cravo Roxo, conhecido como o fogo do "Poço da Volta", foi na realidade na Fazenda Palestina.

José Mendes Pereira – Mossoró-RN.

Fonte: facebook
Página: Anderson Gomes

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