Seguidores

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

MAIS DUAS EXCELENTES OBRAS SOBRE CANGAÇO CHEGARAM PARA RESIDIREM EM MINHA ESTANTE

Por José Mendes Pereira

No dia 30 de agosto de 2017, recebi na minha casinhola o livro que tanto os pesquisadores, escritores, leitores do cangaço e eu, esperávamos, com o título “LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE” VOLUME I (os volumes II, III, IV e V serão lançados posteriormente), escrito pelo pesquisador do cangaço Dr. Archimedes Marques um dos mais competentes com suas pesquisas sobre o movimento social dos cangaceiros. 

Além deste, recebi também o livro "SILA DO CANGAÇO... AO ESTRELADO" escrito pela sua esposa, a escritora e pesquisadora do cangaço Elane Marques. 


Agradeço  ao nobre escritor e pesquisador do cangaço Dr. Archimedes Marques por sempre lembrar deste estudante do cangaço e da minha humilde estante, que aos poucos, está aumentando os seus hóspedes.

Os interessados pelos livros citados é só entrarem em contato com o escritor Dr. Archimedes Marques através deste e-mail: archimedes-marques@bol.com.br, que serão atendidos imediatamente. 

Aos autores o meu agradecimento e continuaremos, o blog e eu ao inteiro dispor dos escritores Dr. Archimedes Marques e Elane Marques.

Estudante do cangaço José Mendes Pereira

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UM CABRA DE LAMPIÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.735

Vaga-Lume era um cangaceiro moderado e muito querido no bando. Há mais de cinco anos estava sob a chefia de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Recebera o apelido por enxergar bem à noite e guiar os companheiros pelas trevas. Mas certo dia houve mal-entendido por causa de um ataque de força volante e um invejoso disse para o chefe que o culpado havia sido Vaga-Lume. Lampião estava furioso e considerava a suposta falha do denunciado extremamente grave. Depois de muito pensar, resolveu eliminar Vaga-Lume como castigo, muito embora o cabra afirmasse que não tivera culpa nenhuma no caso. Lampião, entretanto, não levou suas palavras em consideração e convocou a todos para assistir a morte do cangaceiro.


Depois de mandar recolher as suas armas, Lampião fez uma meia-lua com os seus homens, deixando a futura vítima a vinte metros na frente. Ordenou: “Vaga-Lume, se prepare para morrer daqui a cinco minutos”. O condenado nada disse e começou a cantar várias modinhas que aprendera no bando, todas exaltando Lampião. A reação nunca vista antes, pegou todo mundo de surpresa. Aquilo bateu diferente no peito do chefe. Passados quatro minutos, Lampião aproximou-se e disse: “Agora faça suas recomendações que eu vou mandar atirar em você”. Vaga-Lume, serenamente, começou a fazer as recomendações a Nosso Senhor e à Mãe de Deus, em voz alta, pelo alma do chefe. Compassadamente e de forma clara, cercou Lampião de todas as proteções possíveis. Para si mesmo, não fez recomendação nenhuma. Lampião ficou atônito e há quem tenha visto uma lágrima descer do seu olho defeituoso. Depois, o chefe respirando fundo, virou-se para os companheiros e indagou ensarilhando o mosquetão: “COMO POSSO MATAR UM HOMEM DESTE?”.
Sei que os fanáticos adoradores de cangaceiros irão dizer que nunca existiu cabra com o nome de Vaga-Lume. Que a cena jamais existiu. E eu com isso! Foi assim que gostosamente sonhei. E desde então, tenho também recomendado à Santa Mãe de Deus e ao Mestre por aqueles que tentaram e tentam me deter pela inveja, indiferença proposital, astúcias e montes de pedras no caminho.
Tenho acompanhado sem muita atenção os resultados.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DIA DE MOBILIZAÇÃO - 14 DE SETEMBRO


No dia 14 de setembro, docentes de todo o país participam do Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Paralisação em Defesa dos Serviços Públicos e contra a Reforma da Previdência. Nesta data, docentes, estudantes, técnico-administrativos em educação, trabalhadores de outras categorias e representantes de movimentos sociais e populares realizarão atos em diversos estados contra o desmonte dos serviços públicos.A UERN também vai parar e se somar aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão na luta contra os ataques de Michel Temer e seu congresso de corruptos. 

Em Mossoró será realizada uma roda de conversa na ADUERN às 9h e uma panfletagem 15h, na Praça do Mercado. 

Em Assú será realizada uma panfletagem Às 7h30 na Feira Municipal 

Em Caicó  será realizado um Twitaço, a partir das 12h. No mesmo horário, docentes concedem entrevista à Radio Rural de Caicó. Às 19h será realizada uma roda de conversa entre estudantes, técnicos e docentes acerca da situação da universidade. 

Em Patu será realizada uma rodada de entrevistas a partir das 9h, na rádio FM Educadora, da cidade de Patu, e na Rádio Vida, do município de Martins. 

Convidamos todos os associados e associadas a se integrar e fortalecer nosso dia de mobilização. Contra as reformas de Temer e os Ataques de Robinson. Em Defesa da UERN! 

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RECEITAS DE NANÔ, O VENDEIRIM DE CASCA DE PAU

*Rangel Alves da Costa

Nanô é o apelido de um sertanejo de Poço Redondo, no Alto Sertão Sergipano do São Francisco. Já passado dos oitenta anos, ainda assim se mantém no ofício diário de abrir as portas de seu botequim para servir aos interessados numa cerveja gelada, numa pinga da boa ou numa casca de pau preparada com esmero e dedicação.
Botequim mais que tradicional, igualmente o seu vendeirim, pois o mesmo possui algumas peculiaridades mais que famosas. É homem de poucas palavras, de nenhum disse-me-disse, de nenhuma conversinha afiada. Com ele tudo se resolve num instante.
Possui também a fama de ser até ignorante, pois responde na língua tudo aquilo que não lhe pareça proveitoso. Não gosta de quem chega pedindo fiado nem quem se demora demais no pé do balcão. Faz cara feia para quem chega com dinheiro graúdo pra pagas coisa pouca nem daquele que passa horas e horas sentando com a mesma cerveja.
Também não gosta de deixar que a pessoa leve sua garrafa com a casca de pau. Tem que ser muito amigo pra sair de seu botequim levando garrafa com o preparado e tudo. Mas com o tempo certo de retornar a garrafa. Do contrário nunca mais receberá favor algum. Apenas um jeito próprio de ser e de comercializar seu produto.
Quem conhece Nanô e seu botequim sempre percebe que o homem que o homem não é tão assim como falam, não é grosso nem ignorante como desejam passar a imagem. É apenas um vendeirim que preza pelo respeito e pela consideração. Quando se mostra mais afetado na hora de servir um ou outro, assim exatamente porque já conhece a fio sua freguesia, já sabe que merece mais atenção ou não.
Eu já não viro uma boa golada de pinga já desde uns dez anos, mas ainda assim de vez em quando estou por lá para encher litros que são servidos aos amigos em visitações. E de vez em quando, nos finais de semana em que estou no sertão, passo na sua venda pelo simples prazer do proseado, pois sou apreciador de um bom e prolongado diálogo com os mais velhos, conhecedores por excelência dos tantos causos sertanejos que tanto me interessam. Então sempre em vejo em Nanô um proveitoso interlocutor.
Foi dessas visitas e proseados que fui juntando um rosário de conhecimentos acerca do vendeirim e que hoje chamo de Receitas de Nanô. São contextos nascidos da percepção, da palavra e até do ouvi dizer, e tudo juntado formando a caracterização do homem e do seu jeito tão próprio de comerciar suas bebidas, principalmente a famosa casca de pau, que é a pura aguardente de engenho misturada a ervas, casca, folhas e raízes de pau. E assim segue o receituário de Nanô:
1. Na sua venda tudo é legítimo, desde a aguardente sem mistura (ou aguada, como se diz pelos sertões) à raiz, casca ou folha de pau da melhor qualidade e utilizada no tempo devido e na quantidade certa.
2. A casca de pau, para tomar gosto e sabor, sempre requer amadurecimento, um tempo mais prolongado de depuração. Daí que o mesmo logo avisa ao bebedor se a pinga desejada está ou não na melhor qualidade para ser bebida.
3. Segundo Nanô, quem chega com dinheiro graúdo pede é cerveja e não casca de pau. A pinga é pra dinheiro pouco, trocado, miúdo, sem precisar de muito esforço para passar troco. Já a cerveja requer mais tostão, mais dinheiro, de modo que o bebedor beba quantas quiser com a certeza que vai pagar.
4. Fiado de jeito nenhum. Também não é aceita essa história de depois de beber botar as mãos no bolso e dizer que esqueceu o dinheiro. bebe quem pode e quem vai beber tem de primeiro saber se tem como pagar, sob pena de se arrepender da pinga tomada. E assim por que Nanô não se exime de dizer umas duas aos que se metem a espertinhos.
5. É melhor vender pouco pra cliente bom do que vender muito pra cliente ruim. Cliente bom é aquele que bebe e paga sem problema, que chega com dinheiro miúdo, que não é conversador nem mentiroso. E também que não senta numa mesa achando que está em casa.
6. Casca de pau da boa só presta se for preparada com cachaça legítima e com a mistura da melhor qualidade. Quem bebe pinga quer sentir o sabor da raiz ou da casca de pau, saber se é angico ou quixabeira, se é hortelã ou ameixa. Não adianta querer enganar. A pessoa bebe e não volta mais.
Assim o amigo Nanô espalhando sabedoria pelos sertões. E com uma clientela que já está ao pé do balcão desde o alvorecer. Até o meio-dia, muitos já ficaram bêbados umas três vezes.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

BALAS POR TODOS OS LADOS...

Por Charles Garrido

Prezados, saudações.

Antes de lermos o texto, vamos à analise das imagens, por gentileza.

1 - A foto colorida mostra uma moradia singela que, supostamente, possa vir a ser um sonho de consumo para aqueles que sonham em fugir do estresse dos grandes centros.

2 - Podemos observar Lampião e seu irmão, Antônio Ferreira

3 - E esses dois, quem seriam?

Senhores, essa casa velha e esquecida no tempo, foi palco de duas cenas terríveis comandadas pela fúria do rei do cangaço e seu bando, no ano de mil novecentos e vinte seis, no interior de Pernambuco.

Relatemos o depoimento do Sr. João, neto do patriarca da família Nogueira (à época, inimigos mortais dos Ferreira). Cujo qual, agradeço à gentileza em ter nos recebido de modo tão cordial, na sede da Fazenda Serra Vermelha, município de Serra Talhada-PE.

Lembramos que o relato será posto sem nenhum tipo de interferência ou modificação, por parte desse que vos escreve.

Sigamos:

"Era o ano de vinte e seis, todo mundo aqui vivia apavorado, ninguém dormia. Era terrível.

Numa certa manhã, o meu avô, que se chamava José Nogueira, já velho e doente, acordou cedo como sempre e foi pro terreiro buscar uns ovos de guiné (galinha da angola, ou capote) e umas pimentas.

Foi quando Lampião chegou e encontrou uma criança que era filha de um dos moradores, e perguntou:

- Menina, cadê Zé Nogueira?

- Tá lá na roça (Criança)

- Vá chamar e diga que quem tá aqui é a volante de Nazaré (Lampião).

A menina foi até meu avô e deu o recado. Ele desconfiado, perguntou:

- Minha filha, você tem certeza de que é mesmo a volante de Nazaré?Não é Lampião?

A criança inocente disse que não, afirmando mesmo que era a volante.

Assim meu avô retornou à casa. Quando ele chegou e avistou Lampião, já não deu mais tempo.

Mas, por incrível que pareça, Lampião, já sabendo que ele andava muito doente, apenas o chamou para conversar "tranquilamente", e assim o fizeram. Entretanto, quando menos esperaram, Antônio Ferreira (irmão de Lampião) por cima do ombro do rei do cangaço, atirou na cabeça do velho, que morreu na hora. E o pior, foi tão covarde que ainda roubou as alpercatas e o chapéu dele.

Com meu avô caído ao chão e já morto, Lampião tirou um lenço do bolso e cobriu o rosto dele. Em seguida, mandou os cangaceiros atearem fogo na casa e nos pastos ao redor.

Depois desse acontecido, Lampião chegou em Nazaré, e todos o perguntaram:

- Lampião, por que você matou Zé Nogueira? Ele era um homem velho e doente, por que fez isso?

- Não fui eu, e sim meu irmão, que foi tão covarde que ainda roubou o defunto. Mas a casa eu queimei, e era uma propriedade rica, achei dinheiro até nos buracos da parece e plantei fogo com manteiga de gado.

Aí pronto, meu pai que se chamava Luiz, e meu tio, Raimundo, eram os homens da casa, juraram defender a família até a morte se preciso fosse, pois sabiam que os cangaceiros poderiam voltar. E eles estavam certos.

Depois de alguns meses, com a casa reconstruída, num dia qualquer do mesmo ano, por volta das seis da horas da manhã, o meu pai (Luiz), já estava na roça trabalhando. Mas, pressentiu que havia alguém o observando. Foi quando correu pra dentro de casa para pegar as armas. Porém, não deu tempo... os cangaceiros atiraram. Por sorte, a bala pegou apenas na porta, e ele conseguiu entrar sem ser ferido. Aí começou o inferno, era chumbo pra todo lado. Dentro da casa estavam: meu pai, meu tio e mais dois homens, que se chamavam: Zé Paixão e Zé Barros, todos muito bem armados, cada qual com um fuzil, um rifle, e munição à vontade, todo mundo aqui, na época, tinha mais bala em casa do que comida na mesa. Pois já sabiam que a qualquer momento poderia haver "brigada".

O tiroteio varou a tarde. Ninguém comeu, nem bebeu água, pois não havia tempo pra isso, era só "papoco" por todo canto. Nessa hora, Zé Paixão levou um tiro no ombro, da janela onde combatia, e disse:

- Luiz, tô baleado!

- Não esmoreça e nem demonstre (Luiz).

Nessa hora, Antônio Ferreira encostou na janela que meu pai estava, e disse:

Luiz Nogueira, eu já matei teu pai, e hoje vou fazer você sentir o gosto da "folha" do meu punhal.

Lampião vendo que não podia entrar, nem os homens iam se entregar, mandou os cangaceiros queimarem a casa (pela segunda vez) e assim fizeram, iam ao curral, pegavam as estacas, derrubavam, jogavam em cima das telhas e ateavam fogo, foi um desespero só.

Meu pai me contava que eles estavam num canto, aí o fogo começava. Iam pra outro, as chamas chegavam, não tinha jeito. Foi quando meu pai chamou os outros três e disse:

- Nós vamos morrer lá fora, brigando, aqui dentro, queimados, não.

Raimundo, meu tio, então sugeriu:

- Luiz, vamos nos entregar e pedir garantia de vida a Lampião?

- Nem pensar, eles já mataram nosso pai, e vão nos matar também, (Luiz)

Já eram quatro da tarde, ninguém aguentava mais pegar nas armas, elas estavam em brasa, os canos pareciam que iam derreter. Aí meu pai teve uma ideia: combinou com os outros três que iria jogar, pela janela, umas almofadas grandes que haviam na sala, para confundir os cangaceiros. Assim, o bando pensaria que eram eles tentando fugir por um lado, e eles sairiam pelo outro. Resolveram arriscar: jogaram as almofadas no terreiro, e elas sumiram em questão de segundos, todas crivadas de balas.

O plano deu certo, todos os quatro homens saltaram pelo lado oposto. Porém, Zé Paixão, que já estava baleado, na hora em que pulou por último, os bandidos atiraram e a bala o atingiu na mão, arrancando quatro dos cinco dedos de só uma vez, mas ele não esmoreceu e continuou correndo.

Nisso, meu tio levou um tiro na coxa, mas ainda conseguiu sair. Havia uma cerca perto, se eles conseguissem saltá-la, sabiam que estariam mais próximos de escapar. Pularam: pai, meu tio, e Zé Barros. Porém, Zé Paixão quando ia saltando, levou um tiro de fuzil na nuca, que a bala saiu pela boca. Meu pai voltou pra tentar socorrer, mas, ele já agonizando, disse:

Luiz, corra, senão eles lhe matam, eu vou morrer.

E morreu mesmo, coitado.

Meu pai, meu tio e Zé Barros, saíram correndo até que viram ter escapado. Fugiram daqui, morrendo de fome e sede. Era tanta sede que chegaram ao ponto de beber a própria urina. Mas, graças a Deus, sobreviveram, chegando à vila de Nazaré, às onze horas da noite".

O dois que aparecem na foto de número três, são os irmãos Raimundo e Luiz Nogueira.

Caros leitores, a vocês, o meu carinho e respeito de sempre.
Charles Garrido.
Pesquisador.
Fortaleza-CE.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1035434149892954&set=gm.1826349131010923&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UMA BOA NOTÍCIA DE CARAÚBAS-RN – A RECUPERAÇÃO DA SECULAR CASA DA FAZENDA SABE MUITO

Por Rostand Medeiros

Texto – Rostand Medeiros, através das informações de Gladstone Praxedes, de Caraúbas, Rio Grande do Norte, que gentilmente enviou as fotos aqui apresentadas.

Velha Casa do Sabe Muito, município de Caraúbas, Rio Grande do Norte.

Em 2014 o amigo Francisco Veríssimo de Souza Neto, da cidade de Apodi, informou ao nosso blog TOK DE HISTÓRIA que a secular casa senhorial da propriedade Sabe Muito, na zona rural do município potiguar de Caraúbas, estava ruindo. Na época o amigo comentou que parte do telhado havia caído e que existia a possibilidade de parte da velha residência poderia desabar durante o próximo inverno.

A triste situação de como estava a velha casa em 2014 – Foto – Assis Oliveira

As informações transmitidas por Veríssimo foram oriundas da visita do jornalista Assis Oliveira à velha Casa do Sabe Muito, este inclusive me passou gentilmente algumas fotos que mostravam o estado complicado desta antiga casa.

As atuais reformas – Foto enviada por Gladstone Praxedes.

Na época das fotos o jornalista Oliveira, que é nascido em Caraúbas e há muitos anos mora na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, retornava a sua terra natal depois de dezesseis anos de ausência. Certamente ele não gostou nada do que viu!

Para saber mais sobre esta informação veja a matéria publicada em 2014 acessando este link

https://tokdehistoria.com.br/2014/02/15/a-triste-situacao-da-casa-do-sabe-muito/

Foto enviada por Gladstone Praxedes.

Pois bem, essa semana eu recebi a ótima notícia que a Casa do Sabe Muito está sendo recuperada.

Segundo Gladstone Praxedes, de Caraúbas, no ano de 2015 a propriedade foi adquirida pelo empresário Junior Praxedes, proprietário da Rede de Postos JP, que é natural de Caraúbas. Junior então tomou a iniciativa de restaurar com recursos próprios esse monumento histórico tão representativo dos sertões da região oeste do Rio Grande do Norte.

Foto enviada por Gladstone Praxedes.

Eu não sou engenheiro civil, mas nem preciso de muita sapiência nessa área para compreender que uma casa daquele porte necessita de muitos recursos para uma reforma de qualidade, como a que está sendo executada pelo empresário Junior Praxedes. Para ele certamente ficaria bem mais barato e fácil passar uma patrol por cima da casa e ainda dava para ganhar algum dinheiro com a venda das telhas, madeiras e outras sobras da demolição.

Ainda bem que isso não aconteceu!

Foto enviada por Gladstone Praxedes.

Independente do uso que o empresário destine a esta maravilhosa residência, um grande exemplo arquitetônico das antigas casas grandes das fazendas do sertão potiguar, o seu gesto merece todos os elogios e aplausos.

Queira Deus que este exemplo seja seguido por muitos outros!

Foto enviada por Gladstone Praxedes.

Material trasladado do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

https://tokdehistoria.com.br/2017/09/08/uma-boa-noticia-de-caraubas-rn-a-recuperacao-da-secular-casa-da-fazenda-sabe-muito/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VII SEMANA DE GEOGRAFIA


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DISTRITO DE MODERNA PERTENCE AO MUNICÍPIO DE SERTÂNIA-PE.

Por Jorge Remígio

Distrito de Moderna. Pertence ao Município de Sertânia-PE. Terra do Cangaceiro José Leite de Santana o Jararaca. Indo para Água Branca-AL. 08/09/2017.

José Leite de Santa o cangaceiro Jararaca


O pesquisador Jorge Remígio e seus amigos estudiosos do cangaço.

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

KEIKO IKUTA GRAVOU MÚSICAS DO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA

Por Kydelmir Dantas

Das várias intérpretes do Rei do Baião a japonesa KEIKO IKUTA gravou as músicas PARAÍBA (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira) em 1951


e BAIÃO DE DOIS (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga) em 1956, com versões assinadas pelo compositor K. Furuno. 


Fonte: 

Livro: "Luiz Gonzaga e o Rio Grande do Norte", escrito pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas  em (2012).

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORTE DE BENJAMIM ABRAÃO - O CANGAÇO NA LITERATURA #76

https://www.youtube.com/watch?v=AxktRcFU2I4

BENJAMIN ABRAHÃO BOTTO


Benjamin Abrahão Botto (Zahlé, c. 1890 — Serra Talhada10 de maio de 1938) foi um fotógrafo libanês-brasileiro, responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Virgulino Ferreira da Silva — o Lampião. Abrahão morreu assassinado durante o Estado Novo.

Embora publicado em jornais, o pouco que se sabe da vida de Benjamim Abraão vem de fontes mescladas entre a mídia historiográfica e os meios de subsistência do ambiente nordestino, fatos que não se encaixam com a realidade profissional de um secretário, bem como de expert operador de equipamentos de filmagem, muito avançados para a época.

A fim de fugir à convocação obrigatória pelo Império Otomano de lutar durante a Primeira Guerra Mundial, migrou para o Brasil em 1915.[1]

Foi comerciante (mascate) de tecidos e miudezas, além de produtos típicos nordestinos, primeiro em Recife, depois para Juazeiro do Norte, com dois burros (Assanhado e Buril) e um cavalo (de nome Sultão), atraído pela grande frequência de romeiros[2]

Abrahão foi secretário do Padre Cícero, e conheceu o cangaceiro Lampião em 1926, quando este foi até Juazeiro do Norte a fim de receber a bênção do célebre vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes,[3] uma vez que não se encontrou com Lampião em 1924, quando de outra de sua visita à cidade, apesar de lá se encontrar.[4] A nomeação fora feita, a mando do padre, pelo funcionário federal Pedro de Albuquerque Uchoa, segundo uma autorização dada ao deputado Floro Bartolomeu pelo próprio presidente Artur Bernardes - ordem que em nada adiantou, pois não foi respeitada nos demais estados, resultando que Lampião e seu bando jamais efetuaram perseguição a Prestes.[5] Em 1929 Abrahão fotografou o líder cangaceiro ao lado do padre[6]

Após a morte de Padre Cícero, Abrahão solicitou e obteve do "Rei do Cangaço" a permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Para tanto teve a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando de Lampião, realizando seu mister.[3]

Serra Talhada, onde morreu Abrahão.

Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), um órgão de censura.

Morreu esfaqueado (quarenta e duas facadas[4]), sem que o crime jamais viesse a ser esclarecido, tanto na autoria como na motivação, donde se especula ter sido mais uma das mortes arquitetadas pelo sistema,[3] como outras ocorridas em situação análoga, a exemplo de Horácio de Matos (embora exista a versão de que o fotógrafo sírio-libanês teria sido alvo de roubo, por algum ladrão, apesar de com este nada de valor haver[2]).

Exclusividade[editar | editar código-fonte]

O próprio Lampião assegurou o testemunho, em um bilhete, de que todas as suas imagens eram produto do trabalho de Abrahão.[3]

Nota: foi mantida a grafia utilizada, considerando-se o que Lampião era semi-alfabetizado, tal como se acha transcrita.

Illmo Sr. Bejamim Abrahão
Saudações
Venho lhi afirmar que foi a primeira peçoa que conceguiu filmar eu com todos os meus peçoal cangaceiros, filmando assim todos us muvimento da noça vida nas catingas dus sertões nordestinos.
Outra peçoa não conciguiu nem conciguirá nem mesmo eu consintirei mais.
Sem mais do amigo
Capm Virgulino Ferreira da Silva
Vulgo Capm Lampião

Abrahão, em foto batida pelo cangaceiro Juriti, aparece cumprimentando Lampião.

Para a realização do filme Abrahão contou com verdadeiro trabalho de aproximação junto ao bando, que fugia da perseguição cada vez mais feroz do governo. O encontro veio finalmente a ocorrer em um lugar chamado Bom Nome, onde o cangaceiro, desconfiado, primeiro realizou ele mesmo a filmagem do ex-mascate (em trecho que se perdeu) e só então consentiu fosse filmado. Abrahão retorna a Fortaleza, onde este primeiro sucesso permite-lhe obter mais rolos de filmes, e voltar para registrar o cangaceiro e seu bando, sendo que o resultado dessa segunda incursão também se perdeu. Abrahão passou a ser considerado suspeito, pois além das filmagens, enviava matérias aos jornais, relatando suas aventuras - o seu conhecimento do paradeiro do bando era indício por demais forte de seu envolvimento com este.[2]

Abandono e resgate[editar | editar código-fonte]

Os trabalhos de Abrahão Botto permaneceram esquecidos até serem redescobertos nos anos 50, quando a Fundação Getúlio Vargasincorporou o acervo do DIP.[3]

Em notícia do Correio do Ceará, de 7 de abril de 1937, transcrevia a ordem emanada de Lourival Fontes, diretor do DIP, que por telegrama determinava a apreensão do filme Lampião, que se exibia em Fortaleza, com o seguinte teor:[4]

"Secretário Segurança Publica Estado do Ceará Fortaleza. Tendo chegado ao conhecimento do Departamento Nacional de Propaganda, estar sendo annunciado ou exhibido na capital ou cidades desse Estado, um filme sobre Lampeão, de propriedade de "Aba Filme", com sede á rua Major Facundo, solicito vos digneis providenciar no sentido de ser apprehendido immediatamente o referido filme, com todas suas copias, e respectivo negativo, e remettel-os a esta repartição, devendo ser evitado seja o mesmo negociado com terceiros e enviado para fora do paiz. Attenciosos cumprimentos. Lourival Fontes, director do Departamento Nacional de Propaganda do Ministério da Justiça."[4]

Em 1996 a atribulada vida do fotógrafo foi o tema do filme Baile Perfumado, dirigido por Paulo Caldas e Lírio Ferreira, sobre roteiro de ambos e Hilton Lacerda.[7]

No ano 2000 foi objeto de várias exposições, em ParisSão Paulo e Rio de Janeiro.[6]

Crítica histórica[editar | editar código-fonte]

A historiadora francesa Élise Jasmin (n. 1966), que realizou uma mostra em França das imagens do Cangaço por Abrahão Botto, fruto de seus trabalhos de pesquisa, declarou em entrevista que "Estas imagens dos bandidos no auge de sua glória e poder, ao lado das fotos com o jogo cênico de suas mortes, fazem parte desta espetacularização da violência que encontramos nas sociedades modernas (…)" - e aludindo que havia por trás do trabalho de Abrahão uma intenção por parte do cangaceiro em "…desafiar seus adversários, impor seu poder e mostrar que seu sistema de valores, a vida que levavam, tinha um sentido para eles." - fato refutado por Urariano Mota, para quem "As lentes de Benjamin Abrahão, que os filmou, é que fazem o espetacular".[8]

A constatação original da pesquisadora francesa, entretanto, persiste, sobre o uso da imagem feita por Lampião: "foi o primeiro cangaceiro a cuidar de sua imagem, e aí reside sua grande originalidade. Teatralizou sua vida, utilizou modos de comunicação da modernidade que não faziam parte de sua cultura original, principalmente a imprensa e a fotografia"[9]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Abrah%C3%A3o_Botto

http://blogdomendesemendes.blogspot.com