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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NESTE DIA 17 DE DEZEMBRO RECORDAMOS OS 70 ANOS DO MAIOR ACIDENTE FERROVIÁRIO DO CEARÁ NO KM 322 EM PIQUET CARNEIRO

 Por José Cícero

Quase tudo relacionado à história do trem do trem do Cariri foi indelével e determinante. De modo que, assim como foram marcantes as coisas boas, ficaram também inesquecíveis os seus acidentes. Alguns de grande repercussão pelos números de vítimas registradas. Portanto, na nossa linha Sul é imperioso dizer que o Km 322 localizado no município de Piquet Carneiro(antigo distrito de Senador Pompeu), ocupou um lugar de destaque nestas narrativas de fatos. Por ter sido, por assim dizer, o palco sinistro de diversos destes acidentes dramáticos ocorridos ao longo da história do trem da chamada linha sul. Sendo o maior deles, o que aconteceu na manhã do dia 17 de dezembro de 1951 deixando um saldo de quase cem mortes como ainda ainda pouco mais de 100 feridos, alguns com sequelas irreversíveis pelo resto da vida. Destaco este lamentável acontecimento pelo fato do Sr. Joaquim Gregório, morador de Aurora ter sido um dos seus sobreviventes. E que, conforme sua bisneta Lúcia França, hoje residente na cidade do RJ ter me relatado como tudo ocorreu. Informes estes baseados nos relatos do mesmo. "Meu avô sempre nos dizia que aquele trem virou de repente. E que foi muito triste tudo aquilo. Quando ele viu já estava desacordado no chão do lastro e sem enxergar nada. Apenas bolas de luzes coloridas tremulando na sua visão embaçada pela violência da batida. E de repente sentiu uma sede enorme. Desesperado diante daquele ambiente de tragédia urinou nas próprias mãos e bebeu. Melhorou um pouco. E quando deu por si. Percebeu o tamanho do acidente. Era triste e desolador o quadro de sangue e dor ao seu redor. Esqueceu dos seus ferimentos para cuidar das outras pessoas que ali sofriam. Muitos corpos ensanguentados espalhados por todo canto. Pessoas gritando de dor e pedindo socorro. Gemidos e choros de mulher, homens e criancas. Ele ajudou muitos dos que se encontravam ali sob os vagões de ferro retorcidos dentro dos barrancos dos matos. Nunca esqueceu daquele acontecimento triste e fatídico que vivenciou e escapou, segundo ele próprio, "por puro milagre de Deus". Uma senhora de nome Maria Dolores da cidade de Brejo Santo também pereceu neste O mesmo é considerado até hoje como o maior acidente ferroviário da história das ferrovias do Ceará e do Nordeste.

Porém esta tragédia não terminaria ali. Visto que no dia 04 de dezembro de 1957 às 16:30h a senhora Vicencia Gregório de Figueiredo( dona Nininha), filha do Sr. Joaquim( o sobrevivente na de 51) embarcava na estação de Aurora com destino à Fortaleza. Ela se fazia acompanhar do seu futuro genro de nome Abner, telegrafista da cidade e das suas filhas: Maria Eunicia(noiva), Nena e Silvany.

Dona Nininha(foto abaixo) era esposa do então conhecido comerciante aurorense e vereador José Lourenço do Amaral. Um casal benquiste por toda a comunidade e de muita reputação na cidade.

O trem pernoitou no Iguatu. E no começo da manhã do dia seguinte, 5 de dezembro, uma segunda-feira, seguiu viagem nos rumos da capital alencarina. Tudo ia bem e os passageiros da primeira classe conversavam de modo alegre e descontraído. Coincidentemente já em Piquet Carneiro, dona Nininha começou a explicar para as pessoas ao seu redor os fatos relacionados ao acidente de 51 em que seu pai sobreviveu por um milagre. E, no instante em que apontava o lugar exato em que tudo aconteceu, eis que de repente, o trem tombou. Como num piscar de olhos tudo ficou escuro e empoeirado. Um silêncio e em seguida, muitos gritos.

Às 20h do dia 05 de dezembro de 1957* a estação de Aurora recebia o comunicado pelo código morse acerca do acidente. Logo passando a triste notícia para à família. Duas vítimas fatais foram constatadas sendo uma delas, dona Nininha, que morria aos 45 anos de idade.

Toda a cidade logo ficou triste e comovida diante da informação, dando conta da morte de tão boa e conhecida cidadã aurorense.

Onze dias depois, isto é, no dia 17 de dezembro de 1957 no mesmo km 322 de Piquet Carneiro um novo acidente ferroviário aconteceu.

Passaram-se os anos como sempre tudo passa na vida. E eis que na manhã do dia 23 de julho de 1967 mais um acidente se daria em Piquet Carneiro. Novamente vitimando uma pessoa de Aurora. Desta feita, o jovem universitário Herlanio Leite Cruz, estudante do curso de engenharia de apenas 21 anos de idade. Filho do conhecido dentista, o saudoso dr. Enisio Cruz.

O jovem aurorense retornava para Fortaleza onde estudava, após passar suas férias escolares em sua terra natal. O mesmo embarcara na vizinha estação de Missão Velha já que seu avô paterno Pedro da Cruz, famoso dono de engenho residia no distrito de Missão Nova onde seus netos costumavam passar o período de férias. Aliás, cumpre registrar que neste mesmo trem de 1951 se encontrava também o ex-prefeito de Missão Velha o saudoso Sr. Geraldo Soares(seu Geraldão) sendo um dos sobreviventes.

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# Prof. José Cícero

fotos: Arquivo: I,II e III

C. Camocim: grupo Memória

das Ferrovias Cearenses.

IV- Arquivo do Face.

 https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/

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SERRA TALHADA LOCAL DE ORIGEM DO CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA - ANTIGO CHEFE DE LAMPIÃO.

Por Cangaçologia
https://www.youtube.com/watch?v=Jzt9ZvfAufc

Foi nesse local onde no dia 20 de janeiro de 1896 nasceu Sebastião Pereira e Silva que ficou celebrizado no Nordeste por ter sido um dos cangaceiros de maior desta que em todo o ciclo do cangaço nordestino e por ter sido o último chefe-cangaceiro a liderar Lampião antes desse ter o seu próprio bando por sinal herdado de Sinhô Pereira. Esse vídeo tem por objetivo mostrar a região e o local aproximado onde havia a antiga casa, hoje destruída, onde nasceu Sinhô Pereira. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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SANTA LUZIA E A BANDA

 Clerisvaldo B. Chagas, 21/22 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.632




 

No mundo sertanejo, vez em quando somos surpreendidos pela tradição. Recebemos vídeo da mana Jeane Chagas, sobre as andanças de nova banda de pífanos pela Rua Antônio Tavares. Como antigamente, uma senhora com uma sombrinha, devido ao Sol forte do Sertão, comanda a bandinha. Leva nos braços a imagem envolvida em panos de Santa Luzia e pede auxílio para a novena da santa, de casa em casa. Seguindo à senhora, dois tocadores de pife, um zabumbeiro, um tocador de caixa e um ás no tarol animam as ruas e o ego dos pedintes. O pessoal da banda vai recebendo o auxílio para a festa, avisando onde será realizado o evento com o convite ao vivo. Esses gestos de homenagear os santos, acontecem mais com Santa Luzia, São José e Santa Quitéria, três grandes preferências sertanejas.

Não temos mais banda de pife ou esquenta-muié, porém, elas existem em municípios como São José da Tapera, Pão de Açúcar e outros mais. É preciso saúde para passar o dia inteiro rua acima, rua abaixo, fé para a persistência e muita devoção para informar, pedir, passar troco, e não se alimentar corretamente. Conforme o grupo, ele também dança com seus bailados próprios. Seguem páginas musicais gravadas por semelhantes criativos que atingiram o ápice, como o do saudoso João do Pife, sucesso no Brasil inteiro. particularmente gostamos muito da página musical “a Onça”. É um tipo de ópera matuta em que os músicos interpretam uma caçada de onça feita com cachorros.  Os cachorros acoam a onça, brigam, cachorro grita, tudo representado pelos pifes e os acompanhamentos, com fidelidade. Um espetáculo! Quanto mais se entende sobre o assunto maior valorização.

Como em Maceió que os movimentos folclóricos aconteciam no Bairro Bebedouro, as nossas novenas com banda de pife, concentravam-se na zona rural e no subúrbio Bebedouro/Maniçoba. Um nome inesquecível mais recente dessas manifestações, senhor José Rosa que não está mais entre nós. Porém outros nomes se destacaram no Bebedouro antigo como o artesão de chapéu de couro de bode, João Lourenço, fundador da igrejinha de São João contra a Influenza, da Primeira Guerra Mundial.

As bandas de pife também se apresentavam sem o santo nas ruas, nos logradouros públicos, diante das igrejas... Patrocinadas pelas respectivas prefeituras.

Ô que Sertão gostoso de se viver!

BANDA DD OUTRA REGIÃO. (FOTO: AMORIAL BRASILEIRO).


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MORRE EM NATAL-RN, O COMERCIANTE MOSSOROENSE TITICO DO MERCADINHO COCADA.

 Por José Mendes Pereira

Titico era filho do carreteiro e comerciante Chaílton Fernandes de Araújo com Marlene, e sobrinho dos comerciantes Charcenai Fernandes de Araújo e Charles, além de Charceni e outras... Titico era irmão de Núbia já falecida, Fátima já falecida e Charlene que me parece residir em Natal-RN. 

Além dele, seus pais foram meus vizinhos na Rua Juvenal Lamartine, no bairro Bom Jardim. Conheci Titico ainda criança na companhia dos seus pais.

Titico era assim, sempre sorridente e amigo de todos que lhe rodeavam.

Vá com Deus e descanse em paz, Titico!

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HISTÓRIAS DAS BATALHAS SERRA GRANDE SE CONSOLIDOU COMO A MAIOR VITÓRIA

 por Fernando Maia - Repórte


 Na casa para onde os feridos na batalha de Calumbi foram levados,
se vê a Serra Grande, local em que Lampião obteve a sua maior vitória no cangaço

Calumbi (PE). O enfrentamento motivou o ex-policial, pesquisador e colecionador Lourinaldo Teles a escrever, após seis anos de pesquisa, o livro “A maior batalha de Lampião- Serra Grande e a invasão de Calumbi”, o que valeu na época para Virgulino Ferreira o título de Imperador do Sertão. Para se ter uma ideia do material conseguido por Lourinaldo, ele coleciona mais de 300 projéteis retirados da serra onde foi travada a luta, além de cartuchos vazios, a maioria encontrados com um detector de metais. Nos cálculos do escritor, pelo menos cinco mil tiros foram deflagrados no evento no qual Lampião demonstrou toda a sua condição de estrategista.

 Lourinaldo Telles
(Foto Blog Cariri Cangaço)

Quando tomou conhecimento que o major Theófiles Torres seria nomeado comandante geral das forças volantes do interior pernambucano, Lampião, já sabendo que o principal objetivo do militar era prendê-lo ou matá-lo, buscou uma maneira de desmoralizá-lo. No dia 24 de novembro, sequestrou Pedro Paulo, o Mineirinho, representante da Shell na região. Seguiu para a Serra Grande, entre os municípios de Flores, de quem Calumbi se emancipou em 1964, e Serra Talhada. No local, além de ser acostumado a acampar, tinha no entorno vários coiteiros.


Lampião enviou uma carta para as autoridades de Serra Talhada exigindo uma quantia em dinheiro para liberar Mineirinho. A Polícia foi até o local do sequestro para levantar pistas. Enquanto isso, o cangaceiro e seu bando praticavam ataques e sequestros na região, numa indisfarçável tentativa de levar as volantes ao local onde cerca de 116 homens estavam entrincheirados.

Segundo o pesquisador, oficialmente a Polícia contava com 296 soldados, mas o número real seria 350, contra 116 cangaceiros. Num confronto que começou às 8 horas da manhã e foi concluído às 17 horas, o saldo foi o seguinte: 10 mortos e 14 feridos entre as forças policiais. Nenhum cangaceiro saiu ferido.

“Esse é o relato oficial. Entretanto, consegui encontrar pelo menos mais um outro policial que faleceu, conforme depoimento de seus familiares. Foi uma batalha extraordinária. Lampião estava armado até os dentes com o arsenal que recebeu em Juazeiro do Norte. Do outro lado, estava toda a elite da Polícia de Serra Talhada. É considerada a maior batalha de Lampião, pelo número de envolvidos, de mortos e feridos e munição deflagrada, pelo menos uns cinco mil tiros, se contarmos em torno de dez balas por homem”.

Na companhia de Lourinaldo, visitamos a casa de Zé Braz, no Sítio Tamboril, onde os feridos ficaram. “Sete dos mortos foram enterrados numa cova coletiva, depois que os três primeiros foram colocados em sepulturas individuais. Os 14 feridos vieram para cá. Esse pilão aqui é o original. Aqui os pintos eram jogados e o pilão era usado para triturar as aves junto com água. O preparo era dado aos feridos. A crendice popular indicava que aqueles que bebessem e não vomitassem escapavam; do contrário, morreriam. O certo é que todos os pintos do sítio foram sacrificados nesse dia”.

De cima da linha férrea da Transnordestina, Lourinaldo aponta para a região onde os homens de Lampião se entrincheiraram. “O local é conhecido até hoje como Serrote de Lampião. Era o ponto perfeito. Do alto da serra, se via tudo o que se passava embaixo. Além disso, existiam olhos d´água e muitos animais para a caça. Outro fator importante: vários amigos de Virgulino, antes de ele entrar para o cangaço se tornariam seus coiteiros. Por ali, quando adolescente, ele levava e trazia mercadorias para negociar em Triunfo e outras cidades com os irmãos, conhecendo cada centímetro daquela terra. Enfim, ele escolheu o território ideal para desafiar as forças oficiais”.

Polêmica

Embora reconheça em Lampião um “homem astuto, extremamente estrategista e inteligente”, Lourinaldo contesta o entendimento de que o Rei do Cangaço, capaz de práticas cruéis contra seus inimigos, jamais abusou de mulheres. “No meu primeiro livro, já citei um caso envolvendo uma mulher casada. A pedido da família, o nome não foi mencionado. Entretanto, brevemente lançarei outra publicação, intitulada “Lampião, o Imperador do Sertão”, no qual narrarei dois outros abusos, também de mulheres casadas. Já recebi a autorização das famílias para citar os nomes e o farei”.

Lourinaldo destacou que o que mais lhe impressionou na história do Rei do Cangaço “foi sua capacidade de liderar mais de cem bandidos da pior espécie”. Sobre o fato de policiais utilizarem os mesmos métodos de tortura praticados pelos cangaceiros, o pesquisador disse não haver a menor dúvida disso e tem uma explicação.

“Muitos personagens estiveram dos dois lados. Quelé do Pajeú, por exemplo, foi inspetor de Polícia em Triunfo (PE). Saiu da Polícia para se tornar cangaceiro de Lampião, com quem se desentendeu. Abandonou o bando e foi ser sargento na Polícia da Paraíba. Corisco era soldado do Exército. Quando saiu, entrou para o cangaço”.


Coleção

O pesquisador possui em sua coleção particular, além de centenas de balas e cartuchos encontrados na Serra Grande e até em Angicos, punhais que pertenceram aos cangaceiros Joaquim Teles de Menezes, Meia-Noite e Félix Caboge. Mas uma arma tem um valor inestimável. É a que Luiz Pedro, considerado braço direito de Lampião, matou acidentalmente Antônio, irmão de Virgulino. O fuzil é o mesmo com o qual Antônio pousa em suas pernas para a famosa foto de Lampião e o restante da família, em Juazeiro do Norte.


O escritor e colecionador conta que todos estavam bebendo e jogando baralho no acampamento, quando Antônio bateu na rede onde Luiz Pedro estava deitado com o fuzil engatilhado. A arma disparou um tiro certeiro em Antônio. Tal era a confiança de Lampião em Luiz Pedro que poupou sua vida, mesmo ele tendo tirado a do próprio irmão.

O fuzil foi deixado por Luiz Pedro na casa de uma irmã, chamada Elvira, que, muitos anos depois da sua morte, entregou a arma a Lourinaldo.

Publicado originalmente no Jornal Diário do Nordeste

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/08/historias-das-batalhas.html

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BEM VINDOS AO CARIRI CANGAÇO

 Por Manoel Severo

https://www.youtube.com/channel/UCWSetStng7pRUXOahy2LziA

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O ÚLTIMO COMBATE E A PRISÃO DO CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO O RIFLE DE OURO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=n5WC6JwGub0

Visitamos recentemente a Fazenda Lagoa da Laje, que atualmente pertence ao município pernambucano de Frei Miguelinho, onde o bando do cangaceiro Antônio Silvino foi cercado e atacado pela Força Policial Volante comandada pelo então Alferes Theophanes Ferraz Torres, auxiliado pelo sargento José Alvino Correia de Queiroz. Tendo nessa ocasião cometido suicídio o cangaceiro Joaquim Moura e saído ferido gravemente Antônio Silvino, que veio a se entregar no dia 27 de novembro de 1914.

Percorremos e gravamos todo o trajeto desde o local do confronto, os caldeirões onde os cangaceiros se abasteciam de água e a antiga casa onde Antônio Silvino se escondeu após o episódio e onde posteriormente veio a se entregar as autoridades.

Um trabalho de campo feito com o único intuito de mostrar e levar até vocês o conhecimento geográfico dos locais históricos, assim como a história em sua mais pura essência. Continuem nos acompanhando. Vem muita coisa boa por aí. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço! Atenciosamente: Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia, Cangaçologia Shorts e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios:

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CANGAÇO E FUTEBOL | ENTREVISTA COM ROBÉRIO SANTOS DO "O CANGAÇO NA LITERATURA"

 Por O Cangaço na Literatura
https://www.youtube.com/watch?v=Viw-9s2R8Uk

Canal Mandacaru Esportivo

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RESTAURANTE PANELA DE BARRO

 Clerisvaldo B, Chagas, 19/20 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.631

 

Ficamos entusiasmados ao vermos a Feira das Panela de Barro, em Palmeira dos índios. Parecidas, com as antigas peças vendidas na feira de Santana. Verdade, porém, que o artesanato tem nuances em cada região, suas marcas registradas. São semelhantes no geral, mas não nos detalhes. O artesanato de barro do interior está muito mais para uso como utensílio do que como peça de adorno. E quando falamos em feira das panelas, vem a panela propriamente dita, a frigideira, o pote, a jarra, a quartinha e assim por diante. É bom saber que muitos lugares do agreste e Sertão ainda conservam seus produtores e feirantes de vasilhames rudes para cozinhar e armazenar água. E o melhor: encontrados nas feiras livres a preços acessíveis.

Certa feita houve uma feijoada beneficente no Tênis Clube de Santana do Ipanema. Mestres famosos foram convidados como o saudoso Filemon e outros mais. Só não lembramos se as panelas de barro foram colocadas em fogo de lenha, mas a feijoada foi servida em pratinhos de barro vendidos na feira. Um sucesso! Feijão preto com charque, linguiça defumada e partes do porco que só os mestres sabem fazer. A comida típica de muito sucesso à época, atraiu centenas de pessoas que ocuparam até a calçada do clube, onde valia, inclusive, uma cachacinha na hora de apreciar o prato. Fazer feijoada foi caindo de moda tendo como causa principal o preço campeão do charque que sem ele, não existe a feijoada verdadeira.

Mas os pratos e panelas ainda são encontrados em inúmeras feiras do interior para uma comida sadia, segundo os entendidos. Como dissemos antes, cada região tem suas características próprias de artesanato. Algumas possuem melhor acabamento e até são pintadas, caprichosamente. Não é possível encontrar cerâmica marajoara em todos os lugares, mas o capricho local assegura uma feijoada de primeira qualidade, desde que haja mestres e mestras nessa arte da gastronomia nordestina.

Se o amigo concorda ou não, fique à vontade, mas agora mesmo passou por aqui uma vontade enorme de procurar o Restaurante Panela de Barro.

Linguiça defumada, charque e feijão vargem rocha...

Hum !!!...

PANELAS DE BARRO (CRÉDITO: ELISANA TENÓRIO).


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FESTA BOA

 Clerisvaldo B. Chagas.  18 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.630


Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha (Praça da Matriz de Senhora Santana) encontra-se completamente ornamentada para este Natal. Outros lugares também chamam atenção de visitantes e nativos como a entrada da cidade, Avenida Dr. Arsênio Moreira e Praça do Monumento (Adelson Isaac de Miranda). A Praça da Matriz fez lembrar os antigos tempos de lapinhas ou presépios uma tradição santanense desde os tempos de vila.  Havia um homem que não saía de casa, mas sempre fabricava a lapinha em todos os Natais.  Assim o Centro de Santana do Ipanema volta a ser a grande atração de final de ano, também com lojas de pinturas renovadas e ornamentos prestigiando a festa do Cristo. O Centro da cidade merece a atenção especial.

O coronel Manoel Rodrigues foi a figura mais importante de Santana do Ipanema no primeiro quartel do Século XX. Sapateiro originário de Águas Belas, enriqueceu no ramo de couros no Baixo São Francisco, casou com uma sergipana e se transferiu para Santana do Ipanema, investindo muito neste município. Coronel da Guarda Nacional, comerciante, industrial, amigo de todos e amado em Santana. Em sua residência recebia governadores e outras altas autoridades, assim com Delmiro Gouveia. Seu sobrado (ainda existente) estava sempre de portas abertas para os blocos carnavalescos e outras manifestações culturais do povo. A Praça da Matriz o homenageia diante do casarão onde fixou residência. Os três sobrados construídos por ele, fazem parte do patrimônio arquitetônico de Santana do Ipanema.

Bem vindos os forasteiros que vêm progredir e fazer progredir. Assum foi o maestro Manoel Queirós também de Águas Belas que fundou a primeira banda musical de Santana, a Filarmônica Santa Cecília e teatro de amadores. Ainda de Águas Belas veio a primeira professora de Santana, Maria Joaquina, casada com o primeiro professor santanense Enéas Araújo. O tempo vai passando e as praças do Centro Comercial vão se adaptando às novas exigências, mas seus heróis permanecem lembrados pelos logradouros públicos, pelos escritores da terra e a memória dos que ainda não desistiram do seu torrão.

FELIZ NATAL A TODOS OS NOSSOS SEGUIDORES E SEGUIDORAS. NATAL SEMPRE NA VIDA DE CADA QUAL.

Parcial da Praça da Matriz com ornamentos natalinos. (Foto: B. Chagas).


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ENTRE REZAS E BACAMARTES

O CEHM comunicou nessa segunda-feira 11 de outubro a publicação do já esperado livro de seu associado Valdir Nogueira, cujo título: ENTRE REZAS E BACAMARTES, possui prefácio do historiador e membro da Academia Pernambucana de Letras Frederico Pernambucano de Mello, e integra a Coleção Tempo Municipal do referido Centro de Estudos de História Municipal – CEHM/Agência Condepe/Fidem.

A obra traz um recorte sobre a atuação do Monsenhor Afonso Pequeno e a tradicional desavença entre as famílias Pereira e Carvalho sob a ótica da alternância de poder na lendária região do Pajeú do sertão pernambucano.  Numa terra em que imperava a lei do punhal e do bacamarte, essas duas famílias espargiram sangue em ódios feudais, numa luta que esbarrou num famigerado banditismo.

O polêmico Monsenhor Afonso Pequeno, pároco das freguesias de Vila Bela e Belmonte em princípios do século passado.

Sobre o livro de Valdir Nogueira comentou o professor Yony Sampaio, professor da Universidade Federal de Pernambuco e Consultor do Banco Mundial:

“Muitos livros tem tratado da lendária briga entre os Pereira e os Carvalho. De modo geral exploram os confrontos armados, as sucessivas emboscadas e ataques, culminando com o período de Sebastião Pereira e Luís Padre. Este fantástico relato de Valdir Nogueira, Entre Rezas e Bacamartes, no entanto, é o primeiro a analisar em detalhe as intrigas politicas, a alternância de poder local, que vem a se constituir no cenário onde a questão se desenvolve.

Geograficamente, amplia o centro da questão para os municípios de Belmonte e Vila Bela, de onde se irradia pelo Pajeú e pelo sul do Ceará, relacionando movimentos do Cariri a incidentes no Pajeú. Indo aos fundamentos da questão, antepõe o Monsenhor Afonso Pequeno ao coronel Antônio Andrelino Pereira da Silva, filho do Barão do Pajeú.

Na vila de Belmonte se estendeu o conflito entre as duas tradicionais famílias do Pajeú.

De um lado, um padre guerreiro, politico, mas defensor da religião, a exemplo de muitos, como o Monsenhor Arruda Câmara, na revolução de trinta. De outro, um coronel tentando manter a estatura e autoridade do pai, porém sem possuir as mesmas qualidades de sobriedade e equilíbrio. Os novos perfis que traça, revelam faces escondidas da questão. Para iluminar tantas questões, Valdir divulga correspondências inéditas, comunicações em jornais da época, e corrige interpretações equivocadas. O livro de Valdir já nasce um clássico, essencial para melhor entendimento da história e da formação social daquele sertão.

A antiga Vila Vila Bela, cenário da luta de Carvalho e Pereira.

O autor nasceu e foi criado em Belmonte e já nos brindou com um belo livro sobre São José do Belmonte. Conhece quase cada palmo de terra, discorre sobre as fazendas, locais de emboscada e convive com descendentes das famílias envolvidas, hoje bastante entrelaçadas, como sempre ocorre na sociedade sertaneja. Assim, possui a autoridade necessária para tal empreitada. Simples, de fala mansa, em outras épocas poderia ter tomado o bacamarte e entrado catinga adentro. Porém tem sido mais afeito aos estudos e ao conhecimento e preservação do passado da região. Excelente pesquisador, minucioso, reverencia nosso passado e tem sido o esteio da hoje famosa cavalhada do Belmonte que homenageia e relembra os incidentes da Pedra Bonita, então Serra Talhada e hoje Belmonte, que incendiou a imaginação de Ariano Suassuna no Romance da Pedra do Reino.

Ao leitor, tenho certeza que embarca em aventura prazerosa e educativa. Do autor, espero que continue a perscrutar nosso passado e revelar aspectos pouco conhecidos da nossa formação histórica e social”.


(Publicação do Centro de Estudos de História Municipal – CEHM/Agência Condepe/Fidem)

Rostand Medeiros

https://tokdehistoria.com.br/2021/10/13/entre-rezas-e-bacamartes/

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