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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Viva Luiz: os primeiros dez anos de carreira


1941 - 5 de março. Data da primeira participação de Luiz Gonzaga numa gravação da Victor, atuando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário França, na “cena cômica” A viagem de Genésio. Seu talento chama a atenção de Ernesto Augusto Matos, chefe do setor de vendas da Victor. E no dia 14 de março Luiz Gonzaga grava, assinando pela primeira vez como artista principal, e exclusivo da Victor, quatro músicas que são lançadas em dois 78 rotações.

É publicada a primeira reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine, com o título Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom.  Ainda em 41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações.


O sucesso havia chegado, e Gonzaga já era chamado como “o maior sanfoneiro do nordeste, e até do Brasil”.

Nos anos seguintes grava cerca de 30 discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a Victor insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde foi levado por Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva no programa Alma do Sertão. A firma era na época a Victor.

Também neste ano conheceu César de Alencar na Rádio Clube do Brasil, quando o mesmo era o locutor do programa Alma do sertão sob o comando de Renato Mource. Foi quando apareceu Dino, violonista de sete cordas que tinha a mania de apelidar todo mundo. Ao ver a cara redonda de Luiz Gonzaga, Dino imediatamente o chamou de Lua.

Nasce em Garanhuns José Domingos de Morais que viria a ser o sanfoneiro Dominguinhos, de quem Luiz Gonzaga se tornou um segundo pai e que o tratava como "pai impostor". Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio a se interessar, de fato, pelo novo cartaz.

1943 - Trazido pelas mãos do radialista Almirante - que também foi responsável pela descoberta de Gonzaga - o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo estréia na Rádio Nacional com suas roupas de gaúcho. Inspirado nele, Gonzagão passa a se apresentar vestido de nordestino. Nessa época, irritado com a interpretação dada por Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e Setecentos", parceria com Miguel Lima, o sanfoneiro passa a cantá-la. Chovem cartas pedindo que ele continue cantando.

1944 - É despedido da Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela Rádio Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido "Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado.

1945 - Consegue  então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca Dança Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação  com o dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano.

Querendo dar um rumo mais nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.
No dia 22 de setembro, nasce de uma relação com a cantora Odaléia Guedes dos Santos o seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior.

1946 - No mês de outubro o conjunto Quatro Ases e um Coringa, da Odeon, acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga, grava a segunda parceria de Gonzaga e Humberto Teixeira, a música Baião, sucesso em todo país.

Com Humberto Teixeira

Depois de receber a visita de Santana, Gonzaga volta à sua terra, Exu, após 16 anos ausente. No retorno para o Rio, passa pela primeira vez no Recife, participando de vários programas de rádio e muitas festas. Nesse momento conhece Sivuca, Nelson Ferreira, Capiba e Zé Dantas, estudante de medicina, músico por vocação, apaixonado pela cultura nordestina.

1947 - Luiz Gonzaga grava em março o 78 rpm que se tornaria um clássico da música brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira parceria com Humberto Teixeira, inspirado no repertório de tradição oral nordestina.

A partir desse ano, Luiz Gonzaga adota o chapéu de couro semelhante ao usado por Lampião, a quem tinha verdadeira admiração, à sua apresentação artística, - embora a Rádio Nacional ainda não o permitisse apresentar-se ‘como cangaceiro’ nos seus programas - assumindo, ao mesmo tempo em que também plasmava, a identidade nordestina no cenário nacional.

Num domingo de julho, Gonzaga conhece na Rádio Nacional, a contadora Helena das Neves Cavalcanti, e a contrata para ser sua secretária. Rapidamente o namoro acontece, e Gonzaga pensa em casar.

Neste ano aconteceu o primeiro encontro de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, no Recife.

Luiz Gonzaga com Zé Dantas

1948 - No dia 16 de junho Luiz Gonzaga e Helena casam-se no Rio de Janeiro, e passam a morar, juntamente com a mãe de Helena, dona Marieta, no bairro de Cachambi.

1949 - Aproveitando uma folga entre as gravações, Luiz Gonzaga leva a esposa e sogra para conhecerem o Araripe, e sua terra Exu. Porém, interrompem a viagem quando estavam no Crato, por causa das desavenças e mortes entre os Sampaio e os Alencar. A grande violência que marcava a disputa entre os clãs rivais ameaçava sua família, ligada aos Alencar. Preocupado, Gonzaga aluga uma casa no Crato, para onde leva seus pais e irmãos, enquanto preparava a mudança de sua família para o Rio de Janeiro, o que ocorreu ainda em 49.

Zé Dantas e Humberto Teixeira

1950 - Em janeiro, o médico formando Zé Dantas chega ao Rio, a fim de prestar residência no Hospital dos Servidores, para alegria de Gonzaga, que vai esperá-lo na plataforma da estação de trem. 

Luiz Gonzaga, Catamilho e Zequinha - no começo da década de 1950

Nesse ano, Luiz Gonzaga lançou, gravando ou cedendo para outros intérpretes, mais de vinte músicas inéditas, a maioria parcerias com Humberto Teixeira e Zé Dantas que se tornariam clássicos da MPB. Em junho lança a música A dança da moda, parceria com Zé Dantas que retratava a febre nacional pelo baião.
Extraído do blog: Luz de Fifó
Postado por: Ailton Fernandes
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TONNI LIMA

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Posso pecar por excesso, nunca por omissão. 


Embora a lei ande quase sempre na contramão dos fatos, prefiro os riscos das verdades.

Tonni Lima

Extraído do blog: fraseS subntendidaS

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Rarissima Fotografia do Meteorito Bendegó: Pesando 5,360 Kg.

Por: Guilherme Machado
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O transporte foi feito em um carretão com rodas de ferro, puxado por homens, burros, e bois de carro. Viajou 106 Km. de Monte Santo a Queimadas. Viajou mais 250 Km. de trem para Salvador -  Bahia: Muitos anos depois foi para Rio de Janeiro, de navio.


”O meteorito de Bendegó, o maior meteorito brasileiro, pesando 5.360 kg, constituído de ferro e níquel, está exposto no Museu Nacional desde 1888 e tem uma réplica, em madeira, no Palais de la Decouverte ( Palácio da Descoberta), um museu de ciência, no coração de Paris. A identificação da peça, foi feita recentemente [1995], por Marcomede Rangel Nunes, do Observatório Nacional, junto com Gerard Oudenot, chefe do Departamento de Astronomia desse museu.

O Bendegó foi encontrado em 1784, próximo à cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia, pelo menino Bernardino da Motta Botelho, quando tomava conta de algumas cabeças de gado. Até hoje não se sabe a data que ele caiu. Somente em 1887 uma expedição chefiada por Jose Carlos de Carvalho, tenente da Marinha, na época, foi até o local e trouxe para o Rio de Janeiro, a pedido de D. Pedro II e de alguns membros da Academia de Ciências de Paris.

Ele está no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, desde 1888. O trabalho de remoção foi muito difícil, e está descrito no relatório da expedição. Já em 1886, Orvilhe Derby, do Museu Nacional, alertava para o problema de se recolher o meteorito de Bendegó, pois as enxurradas poderia encobri-lo.


Em 1885 tinha sido feito uma primeira tentativa frustrada, a pedido do governador geral da Bahia, pensando que ele era composto de ouro e prata. A pedra, com mais de cinco toneladas, acabou despencando da carreta, que a levava, puxada por 12 juntas de boi, caindo às margens do riacho Bendegó, ha 180 metros do lugar original. Ao descer uma colina, o carretão, sem freios, acabou ganhando muita velocidade. Dai, ficou mais de 102 anos esperando nova remoção.

Com o prolongamento da Estrada de Ferro de São Francisco, a 100 km de onde estava o Bendegó, é que foi possível sua remoção. Novo carretão foi feito, com rodas de ferro e de madeira. O meteorito acabou caindo seis vezes do carretão, que teve seu eixo partido quatro vezes. Foram 108 km, vencidos com muito sacrifício. Daí ele seguiu de trem até o porto e depois de navio para o Rio de janeiro.

Quando o meteorito de Bendegó chegou ao Rio de Janeiro, foi feito um corte para poder se estudar o seu interior, e essa parte, de 60 kg, foi repartida e enviada para 14 museus no mundo. Assim, podemos encontrar em Paris, Londres, Nova York, Amsterdan entre outros, pedaços do Bendego. Na mesma época foi feita uma cópia em madeira do meteorito, no Arsenal de Marinha no Rio, sendo enviada para Paris, quando se comemoraram os cem anos da Queda da Bastilha, a Revolução Francesa, e foi inaugurada a Torre Eiffel.

A razão para essa réplica se apresentar ali, foi que, na época, o meteorito de Bendegó, era o maior meteorito exposto em um museu, no mundo. Só dez anos depois disso, é que chegaria ao Museu de Historia Natural de Nova York, o meteorito Cape York, de 36 toneladas encontradas na Groenlândia, em 1888. O maior meteorito do mundo está na Namíbia, na África, pesando 60 toneladas. Não pode ser removido para um museu.

Hoje o Bendegó está em décimo quinto em tamanho. Fizemos um trabalho de identificação da réplica do meteorito de Bendegó, porque um livro de 1923, de Lucien Rudeaux, mostrava no Museu Nacional de História Natural. Já há quatro anos, deparei-me com ela no Palais. Mas, sabemos agora, que desde 1937, ele está exposto no Palácio da Descoberta, em Paris, quando esse museu foi fundado. Agora sabemos que a peça está lá e é mesma feita em 1888, e que esteve na exposição Universal de 1889. Um dos objetivos desse trabalho histórico cientifico, é resgatar a memória do meteorito de Bendegó, o maior do Brasil.

Quem visitar o Museu Nacional poderá ver o corte que foi feito nele para seu estudo. O estudo vem sendo feito em conjunto com prof. Augusto Orrico, do Observatório Antares, da Universidade estadual de Feira de Santana, e o prof. Benedito Rodrigues, do Museu Nacional e Marcomede Rangel, do Observatório Nacional. Serão feitos duas exposições, nesses centros, sobre o seu descobrimento, transporte e estudo cientifico, além de uma outra réplica, para ficar no Observatório Antares.”


Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - BA.

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Rarissimas Fotos do Canhão Krupp Calibre 60 mm.

Por: Guilherme Machado
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De origem alemã usado pelo exército brasileiro contra a pequena e desprovida população sertaneja do Arraiá de Canudos no sertão da Bahia... História da Guerra de Canudos


Que tinha Antonio Conselheiro como seu líder maior. O bombardeio ocorreu de 16-06 a 05-10 de 1897, sobre o comando de dois generais do Ministério da Guerra do Exército brasileiro.  Nomes: General Artur Oscar, General João Barbosa e Amaral Savaget.
Os dois se organizaram da seguinte forma: Dividindo-se em duas colunas, o primeiro com 1933 homens participaram de Queimadas. O segundo com 2350 homens partiram por Uauá.


Um genocídio aos pobres moradores de Canudos conhecidos como fanáticos conselheristas, que apelidaram o canhão de A matadeira, onde homens, mulheres e crianças rudimentares, tentaram destruir o canhão com golpe de pauladas, foices e facões, como se fosse um bicho. A arma matadeira foi fabricada na Alemanha em 1850, por Friedrich Krupp, este reinou no mundo dos armamentos de 1787 a 1860. Fotos feitas em 14 de Fevereiro de 2011, por Guilherme Machado, na Praça Monsenhor Berenguer em Monte Santo, na Bahia.

Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - BA.

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92 anos do Banco do Brasil em Mossoró - 05 de Dezembro de 2010

Por: Geraldo Maia do Nascimento

“Mossoró, 02 de dezembro de 1918. 
Ilmºs. Srs. 
Temos a grata satisfação de vos comunicar que instalamos nesta cidade uma filial do Banco do Brasil, do Rio de Janeiro. 


Pondo à vossa disposição os serviços da mesma filial, aguardamos vossas ordens para o bom desempenho das quais empregaremos os nossos melhores esforços. 
Rogando-vos a fineza de tomar nota das assinaturas abaixo, vos apresentamos as nossas 
Saudações, 
Dessa maneira o Banco do Brasil dava conhecimento ao povo de Mossoró de sua instalação, cuja sede estava situada na Praça 6 de janeiro e Av. Tavares de Lira, num prédio que pertencia a Francisco Borges de Andrade. A agência instalada em Mossoró era a 36ª filial do Banco no Pais, e esse acontecimento se dava a apenas 1 ano e 6 meses após a de Natal. 
A sua instalação ocorreu em 02 de dezembro de 1918, sendo o seu primeiro Diretor-Gerente o Sr. Álvaro Feijó Ribeiro e tendo o Sr. Virgílio Catanhedo Sobrinho como Contador-Guarda-Livros. O primeiro livro “Diário” foi registrado na Junta Comercial do Estado em 29 de novembro de 1918. O capital atribuído para início das operações da agência foi de 300 contos de réis e o primeiro suprimento efetuado pela firma M.F. do Monte & Cia.. O primeiro depósito em conta corrente foi efetuado por Lourival F. Brasil, no valor de R$ 2.900$000 e a primeira ordem de pagamento tomada por F. Borges de Andrade & Cia., de R$ 7.100$000 a favor de Manoel Joaquim da Costa, de Natal. 
Poder contar com uma agência do Banco do Brasil era um velho sonho dos que atuavam no comércio de Mossoró. Em 24 de outubro de 1917, era publicado nos jornais locais: “AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL – Consta-nos, com visos de verdade, que o comércio desta praça trabalha junto aos poderes competentes para a instalação de uma agência do Banco do Brasil nesta cidade. Folgamos em dar esta reportagem porque, se em breve realizar-se este cometimento, será um passo largo em demanda de um futuro mais opulento do adiantado comércio desta praça, uma das primeiras do Norte. Com esse fruto veremos os pequenos comerciantes desenvolverem os seus negócios coma mais largueza, com mais segurança. Aqueles que, sobre corajosos, inteligentes, darão, certo, maior incremento aos seus negócios, abrirão caminho a novos tentames, efetuarão transações de conta própria, alçarão vôos maiores. Além de tudo, aproveita a agência às grandes casas para os grandes negócios, aos pequenos capitais pela facilidade de recursos a novos empreendimentos. Aos demais, aproveitará a agência a classe média comercial em prol da pequena indústria, e tanto maior à grande indústria dos arrojados industriais. Nesse mister há muito que explorar.” 
Em 1934 deu-se a mudança da agência do prédio onde originalmente havia sido instalada em 1918, na Rua 6 de Janeiro, para a Rua do Comércio. 
Em 20 de setembro de 1960 a agência muda-se mais uma vez para um novo edifício que ficava na Praça Getúlio Vargas, nº 45. 
Em 11 de fevereiro de 1978 é inaugurado o prédio definitivo na Praça Vigário Antônio Joaquim, em solenidade a que estiveram presentes autoridades do Estado, além de Diretores da referida organização de crédito nacional, sendo o ato assistido por grande número de pessoas. O novo prédio fora construído no local onde havia sido fundado o agora centenário Colégio Diocesano Santa Luzia, e onde o mesmo funcionou por quase cinqüenta anos. A compra do prédio do velho educandário foi efetuada no dia 03 de janeiro de 1974, tendo o Prefeito Dix-huit Rosado assinado a escritura de compra como testemunha. 
Nos 92 anos de funcionamento em solo mossoroense, o Banco do Brasil tem cumprido a tarefa ensejada pelos que lutaram por sua instalação que é a de alavancar o desenvolvimento da região, sob às bênçãos de Santa Luzia, a Padroeira do povo de Mossoró.

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:
http://www.blogdogemaia.com

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Cangaceiros do Nordeste Por: Abimael Silva


O paraibano Pedro Baptista escreveu e publicou Cangaceiros do Nordeste, a primeira publicação sobre o cangaço brasileiro, em 1929, na Parahyba do Norte, quando o mundo caía com a crise econômica e João Pessoa não existia como cidade. Cangaceiros do Nordeste é a história do cangaço, de 1724 ao começo do século XX, na Paraíba, Pernambuco, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, quando os cangaceiros famosos eram Padre Veras, José Antônio, Cabeleira, José Félix Mari, Jesuíno Brilhante, Liberato e toda a grande Família Terrível. Grande parte dos combates acontecem na Serra do Teixeira, Borborema e Pajeú.

O Rio Grande do Norte é citado em diversas páginas do livro de Pedro Baptista, assim como Martins, Portalegre, Pau dos Ferros, Caicó, São João do Sabugi, Jardim do Seridó, Serra Negra e Patu. Em certo momento, quando a justiça pernambucana procurava Liberato, um coronel sugere que ele vá residir e conviver com Jesuíno Brilhante, em Patu, em 1870.

Professor Pereira; Conselheiro Cariri Cangaço; e sua esposa, senhora Fátima Cruz

O livro de Pedro Baptista, a maior raridade da bibliografia do cangaço, termina com o significado da palavra cangaceiro: “o vocábulo cangaceiro, de cangaço, homem de cangaço, recebeu do autor d’Os Sertões, página 223, e de Gustavo Barroso, em nota 16 à página 31 de Heróis e Bandidos, o seguinte batismo: Armamento; de canga, porque o bandoleiro antigo sobrecarregava-se de armas, trazendo o bacamarte passado sobre os hombros como uma canga. Andava debaixo do cangaço”. Pedro Baptista nasceu em 1876 e faleceu em 1937, sem perceber a importância de sua obra. Setenta e dois anos depois, o Sebo Vermelho reedita Cangaceiros do Nordeste, em edição fac-similar, com um agradecimento todo especial ao pesquisador Francisco Pereira, de Cajazeiras, que foi o autor da descoberta desta raridade. Obrigado, Francisco Pereira!
 
Abimael Silva

postado por: cangaço nordestino do amigo NETO

Sebista e editor FONTE : SEBO VERMELHO

Extraído do blog: "Cariri Cangaço" 




Para paulistas, Lampião foi herói

Por: Neto Silva
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Pesquisando na internet à respeito do tema cangaço, encontrei um texto no Jornal A Nova Democracia, datado no ano de 2003. Veja abaixo a reportagem na íntegra.

Ano II nº 12, agosto de 2003

ASSIS ÂNGELO

Cartaz distribuído pelo governo baiano nos estados da Bahia Alagoas e Sergipe, em 1930

Para mais de 1.200 pessoas que passaram nas duas últimas semanas de julho pela estação Brás da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e se manifestaram através de cédulas de votação, o rei do cangaço Virgolino Ferreira, o Lampião, era um herói e o seu comportamento pessoal muito se aproximava da forma de agir do personagem de ficção literária inglesa Hobin Hood, aquele que dividia entre os pobres o que havia expropriado aos ricos. Essa foi a primeira vez que São Paulo "julgou" o companheiro de Maria Bonita. 
Antes do anúncio do resultado, vários artistas, como Socorro Lira, Costa Senna, Cacá Lopes, Sebastião Marinho e Andorinha, se apresentaram no palco da estação. Na mesma ocasião foi inaugurada uma exposição fotográfica do acervo Dana sobre a vida do famoso cangaceiro pernambucano, cuja morte completou 65 anos no dia 28 de julho.
Dois atores, o paraibano Alexandre Azevedo e a paulistana Júlia Moura, caracterizados de Lampião e Maria Bonita, interpretaram o personagem enquanto distribuíam pedaços de rapadura e carne seca aos usuários da estação. Esses alimentos eram típicos do cotidiano dos cangaceiros. Também foi lançado na ocasião o projeto O Autor na Estação, que visa estimular a leitura. 

FONTE: http://www.anovademocracia.com.br

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Últimas Lembranças do Rei do Cangaço Virgulino Ferreira da Silva ( Lampião ) (***) 1898 (+++)1938

Por: Guilherme Machado
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Abaixo a foto da sandália "Xô Boi" que Lampião 
usava no dia de sua morte.


Segundo relatos do livro: "Os homens que mataram o facínora", de Moacir Assunção, e o livro "A Última Semana de Lampião", do jornalista sergipano Juarez Conrado,  afirma que o coiteiro


Manoel Félix  foi o último homem a falar com Lampião, um dia antes da sua Morte. Dois dias depois Manoel Félix volta para apanhar poucos pertences do rei do cangaço, onde recolheu os pares de sandálias. 


A casa acima morou outro grande compadre de Lampião, Pedro de Cândido. O local do combate foi visitado dias depois por repórteres e curiosos. Casa da mãe de Pedro Cândido, coiteiro que indicou que o grupo de Lampião estava próximo à margem do Rio São Francisco (SE), em 1938. 


O coiteiro Pedro de Cândido é o que está em traje civil (roupa escura). O ataque, feito por 49 homens, durou apenas 15 minutos. Os cangaceiros foram surpreendidos. Além disso, os soldados possuíam armas melhores. Na época, o bando de Lampião era composto por 70 pessoas. No dia em que foram encontrados, 36 estavam em Angico. Onze morreram. Acredita-se que o corpo à direita seja de Maria Bonita...
Juntamente com as 11 cabeças dos cangaceiros mortos, alguns pertences recolhidos no local. A pedido das famílias dos cangaceiros, em 1969, as cabeças de Lampião, Maria Bonita e Corisco, que estavam no Museu Nina Rodrigues, Salvador (BA), foram enterradas.


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24 de agosto de 1928, no “A Tarde”

Por: Rubens Antonio

Lampeão atravessou a fronteira bahiana 

Tomou a cavalhada de um chefe politico e proseguiu.
Demos hontem hum telegramma em que se dizia que Lampeão fôra assignalado nas proximidades da fronteira da Bahia. O terrivel facinora – podemos hoje accrescentar – atravessou a linha divisória, no dia 21, á frente de um pequeno grupo. Viaja sob o falso nome de Manoel Netto, dizendo-se sargento da policia pernambucana.
Em Varzea da Ema, no municipio de Santo Antonio da Gloria, encontrou o coronel Petronillo Reis, chefe politico local, cuja cavalhada arrebanhou, trocando o seu grupo de montadas e continuando para Feira do Pau.
Embora seja a primeira vez que atravessa a nossa fronteira, Lampeão conhece a região nordestina bahiana palmo a palmo, pois, como tropeiro do coronel Delmiro Golveia andou por tudo isso conduzindo pelles e coiros.
Attribue-se que elle tenha vindo ao nordeste para recrutar gente da sua laia, assassinos profissionaes, visando sobretudo os do bando de Antonio da Engracia, que vem sendo perseguido pela policia baiana.
O tenente Waldemar Lopes., com a sua força volante, seguiu no rastro de Lampeão. Outros destacamentos bahianos e pernambucanos, como pedras de um taboleiro de xadrez, estão sendo movidos para um possivel cerco do valente cangaceiro.


Fonte: http://cangaconabahia.blogspot.com/

Lembrando ao leitor que o português usado neste artigo era o da década de 20 do séc. XX.

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O Relatório do Tenente Geminiano


Por: Rubens Antonio
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Relatório do Capitão José Galdino de Souza, de Senhor do Bonfim sobre Relatório do tenente Geminiano José dos Santos, relativo ao Massacre de Queimadas, com transcrição daquele, encaminhando-o à Secretaria de Policia e Segurança Pública da Bahia.ççl
Peça importante para o entendimento deste evento referencial no Cangaço, relata, a partir do ponto-de-vista do tenente Geminiano, o massacre de Queimadas.
Documento relevante, especialmente por o tenente Geminiano ter sido morto, mais tarde, em confronto com o bando do cangaceiro Lampeão.
Conseguido por mim, em levantamento em arquivo de documentos da Polícia Militar da Bahia.
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Ao Exm° Sr. dr. Bernardino Madureira de Pinho
M.D. Secretario de Estado, Policia e Seguraça Publica da BAHIA
Divulgado o horrendo morticinio de 7 (sete) praças do destacamento da Villa de Queimadas, praticado pelo bando “Lampeão” em a tarde de 22 do expirante, ás 3,35 minutos da manhã de 23, em trem especial, fiz seguir áquella Villa, o 2° Tenente Geminiano José dos Santos para garantia e em uma incumbencia, tambem, de prestar informes sobre a chacina, cujo relatorio feito com o auxilio perspicas e intelligente do Sr. CPm. Médico Dr. Arthur Xavier da Costa, moço este, durante a minha acção nesta cidade muito vem concorrendo para a bôa ordem publica e incitamento de coragem aos camaradas cntra o banditismo que infelizmente vem demorar a sua extinção.
Na integra transcrevo a Vossa Excellencia o Relatorio que acima referi:
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“RELATORIO APRESENTADO AO CAPITÃO JOSÉ GALDINO DE SOUZA, A RREPTO DA ENTRADA DE LAMPEÃO EM QUEIMADAS, PELO TENENTE GEMINIANO JOSÉ DOS SANTOS
Illmo Sr. Capitão José Galdino de Souza, em conformidade com as vossas ordens afim de apurar as occorrencias da incursão de Lampeão em Queimadas no dia 22 de dezembro corrente tenho a dizer–vos que me transportei áquella Villa, trem especial ás 3,35 da manhã de 23, e lá chegando, procurei logo o Sr. Dr. Arlindo Simões que me historiou do facto e com o mesmo vos dei conhecimento pelo telegrapho do occorrido. Procurando em seguida o Dr. Manoel Hilario Nascimento, Juiz Preparador do Termo que me forneceu as informações seguintes: Em cerca de 3 horas e 40 minutos da tarde de domingo 22 treis individuos em trages de cangaceiro se dizendo mesmo caibras de Lampeão e que depois elle soube serem Marianno, Antonio de Engracia e Gavião invadiram a sua residencia exigindo pagamento em dinheiro; que á sua recusa elles responderam que nesse caso se considerasse preso e elle, reacção nenhuma podendo fazer, ficou á discrecção dos mesmos. Tempos depois entrou o proprio Lampeão com parte do seu grupo trazendo o sargento Commandante do Destacamento, que não foi logo por elle reconhecido pelo facto de se achar a paisana, o que elle fazia questão de accentuar pois era a primeira vez que via o sargento em trajes não militares. A elle foi confiado, occasião, a guarda de todo o armamento do destacamento que ficou depositado em sua casa até a hora da saida, pela madrugada. Em seguinda o proprio Lampeão exigiu do Juiz preparador, mesmo de pyjama como se achava, a sahida á Rua afim de apresental–o as pessoas que podessem lhe fornecer dinheiro; que o Juiz reccusando sahir de pyjama por ser um autoridade e não lhe ficar isso bem o proprio Lampeão concordou em que fossem chamadas as pessoas em sua casa para ahi, determinar as quantias com que casa um devesse contribuir para o saque; que pelo proprio official de Justiça elle mandou chamar alguns negociantes cujos nomes eram tomados pelo proprio Lampeão sendo elle mesmo Lampeão quem prefixava a quantia. A proporção que cada negociante se apresentava, dava o nome e por sua vez o mesmo negociante ia indicando outros que podiam tambem entrar com dinheiro.
Obtidas essas informações do Juiz Preparador ouvi pessoas outras na localidade que me informaram, mais ou menos, o seguinte: Em as 15 horas de domingo 22 de dezembro foi visto um grupo atravessando o rio em canôa, grupo esse que pareceu a muita gente ser força Pernambucana; que dois ou treis delles se dirigiram logo a estação da estrada de ferro que foi fechada sendo preso o telegraphista; que Lampeão e mais cinco do seu grupo se dirigiram para o quartel onde surprehenderam o sargento e mais 5 praças sendo as duas restantes presas na rua e conduzidas ao quartel; que o sargento Evaristo Carlos da Costa, commandante do destacamento lhe informou que só deu pela presença do grupo de Lampeão quando já habia galgado a escada que dá acesso para o Quartel estando os fuzis e a munição de reserva, em outro compartimento, não lhes foi possivel uma reacção dado o imprevisto da chegada. Informou mais, o sargento, com testemunho de outras pessoas da localidade que, Lampeão, recolhidos os soldados no mesmo xadrez, em que estavam os criminosos, os foram postos em liberdade, exigiu do sargento a entrega de armamento e da munição; que elle, mesmo sem poder fazer redução respondeu que não podia dar armamento e munição pois que estava sob guarda e delles era responsavel; que Lampeão respondeu que a responsabilidade delle tinha cessado, pois que naquelle dia, alli em Queimadas, elle Lampeão, era tudo – Chefe de Policia, Governadôr, tudo enfim; que em seguida perguntou–lhe se sabia onde era a casa do Juiz obrigando–o a ir com elle até lá, onde depoisitou o armamento já tendo sido a munição repartida entre os caibras, munição essa que era calculada em cerca de SEISCENTOS CARTUCHOS; que em casa do Juiz permaneceu longo tempo sempre guardado indo depois ao bar do Cirsio onde os caibras quizeram que elle bebesse; que á sua recusa lhe foi offerecida gazoza, que elle tomou por lhe ser impossivel reccusar; que nessa ocasião foi avisado de que a noite haveria um baile e que elle estava convidado para dansar; que, com a bebida, tambem recusou dizendo que nunca havia dansado ao que não insistiu; que em seguida levaram–no para a casa do sr. Amphiloquio Teixeira onde permaneceu longo tempo; que teve varias oportunidades dentre ellas se lembra da occasião em que estava na casa do Juiz, de fugir, mas não o fez por ser um ato de covardia embora estivesse certo de ir morrer sendo que uma das vezes pediu a um popular, seu conhecido, uma arma para suicidar–se idéa logo affastada pelo facto da difficil aquisição da arma; que viu varias pessoas confabulando em casa do dr. Amphilophio Teixeira com o bandido Marianno, seu principal guarda, sendo que uma daz vezes aquelle respondeu: – não, não sei. vou falar com o capitão mas acho difficil; que só depois veio a saber que esta confabulação tinha por fim a obtenção de sua liberdade, nem um pedido porem, tendo feito elle até então; que chegou Lampeão, cerca de 5 horas da tarde depois de conversar com pessoas da casa do dr. Amphilophio e com o proprio Marianno perguntou–lhe se elle sargento Evaristo não sabia que tudo que elle Lampeão prometia cumpria; que respondeu que já tinha ouvido fallar nisso; disse–lhe isto que tinha perdido um homem em Aboboras, a quem era tão grato que se matasse toda a Força Publica não lhe pagava o companheiro perdido e a quem lhe devia a vida. Em seguida Lampeão communicou–lhe que aberta para elle uma excepção coisa rara aliás, resolvendo não mais matal–o e que elle podia ficar á vontade que nada mais lhe aconteceria; que tendo Lampeão lhe communicado que ia fazer uma besteira no quartel e comprehendendo elle que isso significava a morte dos seus companheiros que estavam presos elle então disse a Lampeão: – vou lhe fazer o primeiro pedido, depois que eu estou preso; não desejo assistir a morte dos meus companheiros; ao que Lampeão lhe respondeu ser indifferente, que podia deixar de ir sendo–lhe exigida ainda a entrega de dois fardamentos kakis, que elle mesmo foi buscar em sua casa sendo esta mais uma das vezes em que não quiz fugir; que tão atordoado estava com os factos desta tarde que nem ouviu os estampidos dos varios tiros com que foram trucidados seus companheiros, só mais tarde, por occasião da saida do grupo foi que veio a saber da chacina havida. Pude apurar por informações da população e principalmente do Juiz Preparador que o sargento já havia dado provas de energia principalmente na occasiao da passagem de Curisco nas visinhanças de Queimadas quando queimou a Estação do Rio do Peixe e que com os proprios soldados era sempre energico mas não passava desapercebido á população o abandomno principalmente por parte das praças e que todos se admiram da facilidade do sargento nesse dia em que foi surprehendido por Lampeão. Outras informações foram por mim colhidas e que embora não tenham grande ligação com a minha funcção não é de mais que as traga ao vosso conhecimento, antes porem digo devo informar–vos que os nossos companheiros ás cinco e treis quartos, mais ou menos, foram barbaramente trucidados por Lampeão e seu grupo tendo Lampeão da casa do Juiz, se feito acompanhar pelo carcereiro até ao Quartel; que lá chegou Lampeão e mais dois outros entraram acompanhados pelo carcereiro que recebeu ordens de abrir o xadrez; que o quartel, no tempo do occorrido entre a prisão e a chacina ficou sob a guarda de seis criminosos que foram soltos por Lampeão sendo dois delles praças comdemnadas, digo a espera do julgamento; que as praças no dia seguinte voltaram ao quartel mandando o Juiz já que ellas não quizeram fugir ficassem em liberdade e que os quatro criminosos evadiram–se; verdade dessas informações áquellas passadas no proprio officio do quarte, algumas dellas eu obtive dos proprios que foram testemunha de vista da chacina; que aberta a porta do xadrez pelo carcereiro Lampeão ordenou ao primeiro soldado que desceu a escada ... dois tiros na cabeça dados pelo bandido Antonio conhecido por VOLTA SECCA em seguida sangrando o soldado quasi cadaver; que ao ouvir dois estampidos o carcereiro confessou não mais ter animo para abrir a porta do xadrez, sendo o proprio Lampeão quem, com um ferro levantou a lingueta da porta do xadrez deixando passar o segundo soldado que teve o mesmo castigo e assim todos os outros; que o proprio carcereiro foi empurrado por Marianno para ter a sorte que Lampeão não fez dizendo; que elle não era macaco e que tinha familia grande, que dahi se dirigiram á Pensão todos os dezoito do grupo, só o Ezequiel Ferreira, PONTO FINO, irmão de Lampeão não comeu se queixando de que tinha apanhado um resfriado havendo quem pense que elle esteja tuberculoso, pois confessou que estava muito doente e que precisava descançar; após o jantar que não pagaram e onde foram servidos por representantes de casas commerciaes da Bahia dirigiram–se para o Cinema onde forçaram o proprietario a dar uma secção cinematographica seguindo–se depois as dessas para o que convidaram varias familias da ocallidade; assim dançaram em a casa do Sr. Antonio Felix Baptista, na casa do Sr. Antonio Ferreira de Araujo, representante do Banco do Brasil e proprietario do Cinema e na Sociedade Recreio queimadense onde permaneceram até a hora de se movem cerca de duas e meia hora da manhã; que tanto durante a scção cinematographica e como durante as dansas, apenas tomaram parte 10 inclusive Lampeão, ficando os outros oito fiscalizando as immediações e até mesmo a Estação. em um quadro feito a lapis da Sociedade Recreio Queimadense, o proprio Lampeão traçou as seguintes palavras que transcrevo: “22 dezembro de 29, Peço desculpe a o Governador Em eu Capm. Lampeão dar Este Paceio aqui em Queimada e asesti Em Um Senema lhe didio devera não Endoide Seu Governador Vitá Suór apois com Sua perseguição Estou engordando até penço que vou é mi cazar. Seu superior, Cap. Virgulino Ferreira Lampeão.” – Convem accentuar, como homenagem á sua memoria para que sirva de estimulo que seus companheiros que o soldado Aristides Gabriel de Souza ao ser convidado por um dos bandidos para levantar o rosto porque ira morrer, Respondeu: – Vocês matem um homem, covardes, porque pegaram de surpreza seus descarados – deste ato de coragem que lhe valeu maior trucidamento do que seus companheiros, peço e indo communicar–vos que, por investigação pessoal do dr. Xavier Costa, que alli se achava no serviço de exhumação dos referidos cadaveres por ordem do Exm° Sr. dr. Secretario da Policia, fui informado que a p. da Pensão, Lampeão, em um momento do intima expansão disse ter assassinado Curisco porque estava se tornando muito altivo e ousado, o que parece ser uma verdade porque os seus companheiros de ataque á estação do Rio do Peixe estão todos com Lampeão não se fallando mais em Curisco.
Assim, cumprindo as vossas ordens declaro, ainda, como um preito de justiça, que para perfeito desempenho da minha missão contei com o auxilio valioso, em todas as investigações, como boa vontade do Sr. Capm. dr. Arthur Xavier da Costa, segundo vosso pedido a elle feito. Saudações
CIDADE DO BONFIM, 24 DE DEZEMBRO DE 1929

(A) Tenente Geminiano José dos Santos.”
Respeitosas Saudações
Cidade do Bomfim, 25 de Dezembro de 1929
Capm. José Galdino de Souza



Urgente! - REEDIÇÃO DE LIVROS DO CANGAÇO

Por: Professor Pereira*

A bibliografia do cangaço e temas afins é extensa e diversificada. São centenas de livros à disposição dos estudiosos, pesquisadores, colecionadores e admiradores da história e cultura nordestina. Mas, infelizmente, dezenas destas obras não são mais encontradas nas livrarias e sebos especializados.

São consideradas esgotadas e, em alguns casos, raras. Quando são colocadas à venda, estão com preços exorbitantes, totalmente fora da realidade financeira da maioria das pessoas que desejam adquiri-las.

Faço, por meio deste artigo, uma indagação pertinente e natural: por que esses livros não são reeditados? Não é o meu propósito procurar identificar e analisar os fatores que dificultam ou impedem essas reedições, mas contribuir, positivamente, com este processo, para que o resultado seja promissor.


Aproveito a oportunidade para conclamar, solicitar aos autores, herdeiros de autores já falecidos ou quem esteja na posse do direito destes trabalhos, que procurem reeditá-los, pois são obras extraordinárias, que demandaram milhares de horas de leituras, pesquisas, viagens e entrevistas, com muito sacrifício, principalmente, em épocas mais remotas, quando os autores não dispunham de meios de transporte, comunicação, e a internet, que podemos utilizar atualmente.


Então, não se justifica a ausência destas relíquias, na bibliografia disponível do cangaço. Faço este apelo, em nome de milhares de pessoas que necessitam dessas obras para a efetivação das suas pesquisas, descobertas e fundamentações teóricas de monografias, dissertações e teses, no Brasil e mundo afora.


Os sites, blogs e comunidades virtuais ligados ao fenômeno do Cangaço, como: SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, O Cariri Cangaço, O Lampião Aceso, Cangaço em Foco, Tok de história, Comunidade Lampião, Grande Rei do Cangaço entre outros, que estão sempre focados e à disposição da expansão do estudo da história e cultura nordestina, divulgando os lançamentos de edições e reedições de livros, revista e artigos referentes ao assunto, o que facilita o acesso deste material pelos pesquisadores, colecionadores e interessados no tema. Como consequência natural da utilização destas ferramentas, observo um crescimento considerável de pessoas interessadas no estudo do Cangaço. Além do uso da Internet na distribuição eficiente desses livros, o que contribui e incentiva os autores a editarem e reeditarem suas obras.

 

Tomo a liberdade e a iniciativa de citar algumas obras, por ordem cronológica, que gostaria de vê-las reeditadas e espero que os leitores acrescentem, por meio de seus comentários, outros trabalhos esgotados e raros aqui não relacionados:  

* Solos de Avena 1905, Alício Barreto;  
Os Cangaceiros, Romances de Costumes Sertanejos 1914, Carlos Dias Fernandes;  
Heróes e Bandidos 1917, Gustavo Barroso;  
Beatos e Cangaceiros 1920, Xavier de Oliveira;  
Ao Som da Viola 1921, Gustavo Barroso;  
A Sedição de Joazeiro 1922, Rodolpho Theophilo;  
Lampião, sua História 1926, Érico de Almeida;  
* Prestes e Lampião 1926, Ten. Adaucto Castelo Branco;  
Lampeão no Ceará, A Verdade em Torno dos Fatos 1927, Moysés Figueiredo;  
Padre Cícero e a População do Nordeste 1927, Simões da Silva;  
Os Dramas Dolorosos do Nordeste 1930, Pedro Vergne de Abreu;  
Almas de Lama e de Aço 1930, Gustavo Barroso;  
O Flagello de Lampião 1931, Pedro Vergne de Abreu;  
O Exército e o Sertão 1932, Xavier de Oliveira;  
Sertanejos e Cangaceiros 1934, Abelardo Parreira;  
Como Dei Cabo de Lampeão 1940, Ten. João Bezerra;  
Lampeão, Memórias de um Oficial Ex-comandante de Forças Volantes 1952, Optato Gueiros;
Caminhos do Pajeú 1953, Luís Cristóvão dos Santos;  
Cangaceiros 1959, Gustavo Augusto Lima;  
Rosário, Rifle e Punhal 1960, Nertan Macedo;  
Serrote Preto 1961, Rodrigues de Carvalho;  
** O Mundo Estranho dos Cangaceiros 1965, Estácio de Lima;  
Lampião e Suas Façanhas 1966, Bezerra e Silva;  
Lampião, O Último Cangaceiro 1966, Joaquim Góis;  
Sertão Perverso 1967, José Gregório;  
Lampião, Cangaço e Nordeste 1970, Aglae Lima de Oliveira;  
Cinco Histórias Sangrentas de Lampião, Mais Cinco Histórias Sangrentas de Lampião (dois livros) 1970, Nertan Macedo;  
Vila Bela, Os Pereira e Outras Histórias 1973, Luís Wilson;  
Terra de Homens 1974, Ademar Vidal;  
*Bicho do Cão, Canga, Cangaço, Cangaceiro 1975, José Cavalcanti;  
Cangaço: Manifestação de Uma Sociedade em Crise 1975, Célia M. L. Costa;  
Figuras Legendárias 1976, José Romão de Castro;  
A Derrocada do Cangaço 1976, Felipe de Castro;  
* Lampião e a Sociologia do Cangaço 1977, Rodrigues de Carvalho;  
Antônio Silvino, O Rifle de Ouro 1977, Severino Barbosa;  
Capitão Januário, a Beata e os Cabras de Lampião 1979, José André Rodrigues (Zecandré);  
Gota de Sangue Num Mar de Lama, Visão Histórica e Sociológica do Cangaço 1982, Gutemberg Costa;  
Volta Seca, O Menino cangaceiro 1982, Nertan Macedo;  
Sangue, Terra e Pó 1983, José de Abrantes Gadelha;  
Lampião, as Mulheres e o Cangaço 1984, Antônio Amaury C. de Araújo;  
Lampião e Padre Cícero 1985, Fátima Menezes;  
Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil 1985, Frederico Pernambucano de Mello (Será lançado a 5º edição desse livro, agora em janeiro/2012); 
A Vida do Coronel Arruda, Cangaceirismo e Coluna Prestes 1989, Severino Coelho Viana;  
Lampião, Memórias de Um Soldado de Volante 1990, Ten. João Gomes de Lira;  
Nas Entrelinhas do Cangaço 1994, Fátima Menezes;  
Lampião e o Estado Maior do Cangaço 1995, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena;  
Cangaço: Um Certo Modo de Ver 1997, Vera Figueiredo Rocha;  
Amantes e Guerreiras: A Presença da Mulher no Cangaço 2001, Geraldo Maia;  
Histórias do Cangaço 2001, Hilário Lucetti;  
Lampião e o Rio Grande do Norte, a História da Grande Jornada 2005, Sérgio Augusto de Souza Dantas.
*    Datas pesquisadas e inseridas por Lampião Aceso.
* * Obs. Algumas dessas obras já foram reeditadas, mas, mesmo assim, estão esgotadas. Está lançado o debate. Vamos à discussão construtiva, formando um elo de entendimento, consultoria, convergência na direção do resultado positivo, e espero que possamos colher os frutos num futuro próximo, com novos livros no mercado.

Votos de Saúde e paz a todos!
Francisco Pereira Lima
Cajazeiras - PB 

*Cumpadi Pereira é Advogado, Professor, Membro da UNEHS, SBEC e Conselheiro do Cariri Cangaço. Contato: franpelima@bol.com.br


Lampião Aceso
http://lampiaoaceso.blogspot.com

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A CANGACEIRA LÍDIA


Traição punida com morte

Lídia, considerada a mais bela de todas as cangaceiras, teve morte brutal porque não respeitou o código de honra do bando. Mas não foi a única. As habitantes da velha casa que ameaça desabar são as abelhas. Do lado de fora, ainda pode-se ver um rosário pendurado na parede da sala. Do lugar onde nasceu Lídia, considerada a mulher mais bonita que aderiu ao cangaço, restam as lembranças de um homem de 90 anos de idade que mora na propriedade ao lado. 


José Luís Pereira, o Sinhozinho, nascido em 1918, é econômico quando fala de sua irmã, que acabou sendo assassinada pelo homem que lhe tirou da vida pacata do Sítio Salgadinho, situado a dez quilômetros de Paulo Afonso. "A gente soube como ela morreu, mas não podia dar parte à polícia", ressalta. "E eu era muito novo. 

Fonte: http://www.orkut.com

Lembro que Ezequiel, o irmão de Lampião, me botava no colo e dizia que, quando eu crescesse, iria entrar para o bando dele", conta. Lídia entrou no cangaço por volta de 1930, com aproximadamente 18 anos de idade. Acompanhava José Aleixo, cujo nome no banditismo, José Baiano, 


Zé Baiano

deixou as iniciais gravadas em ferro em brasa no rosto de quatro mulheres por causa de uma suposta carta enviada a Lampião em que elas desafiavam o "governador do sertão" sobre o fato de ele não gostar de cabelos curtos. O fato ocorreu em janeiro de 1932, em Canindé do São Francisco, Sergipe.


Antonio Amaury

Antonio Amaury Corrêa de Araújo, em Lampião: as mulheres e o cangaço, confirma que cangaceira trair o companheiro era condenada à pena de morte, dentro das leis morais rígidas do bando. Lídia não foi a única a ser punida desta forma. Cristina, que era mulher do cangaceiro Português, foi acusada de ter um caso com Gitirana, repentista habilidoso que fazia parte do grupo de Corisco. Cristina conseguiu adiar a sua sentença de morte por apenas três ou quatro dias. Mulher no bando, Corisco só admitia Dadá. Montada a cavalo, Cristina foi enviada de volta à família, mas no meio do caminho foi morta a golpes de faca por 

Nenén do Ouro, Luiz Pedro e Maria Bonita

Luiz Pedro e outros homens, que "vingariam" Português e queriam evitar que ela delatasse os pontos de apoio dos cangaceiros. O crime ocorreu em 21 de julho de 1938, uma semana antes do ataque em Angicos que vitimou Lampião, Maria Bonita e outros nove bandidos. Quando um cangaceiro morria, era hábito um outro integrante do bando casar-se com a recém-viúva. 

O cangaceiro Mariano -
Fonte: http://lampiãoaceso.blogspot.com

No caso de Rosinha, que perdeu o companheiro Mariano em 1937, grávida de oito meses, depois que teve o filho (enviado a um padre para criar) não despertou o interesse de nenhum "solteiro". Acabou enganada e assassinada por Pó Corante, que, a mando de Luiz Pedro, supostamente iria lhe levar, sã e salva, de volta à família.

FUNDAJ NOS JORNAIS
Clipagem ASCOM
Recife, 21 de julho de 2008
 DIARIO DE PERNAMBUCO
DOCUMENTO


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um vídeo produzido pela Laser Vídeo

 do cineasta  Aderbal Nogueira

História do cangaço: 

Tenente Pompeu e a morte de Virgínio e o ataque  de Lampião à Serrinha do Catimbau


Entrevista com a filha e com a neta de Lampião


Lampião em 1936


Emboscada a Lampião e Maria Bonita


Da Laser Vídeo

http://blogdomendesemendes.blogspot,com