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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

LAMPIÃO MANDA CAPAR JOVEM.

 Por Nas Pegadas da História.

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NOVA ATIVIDADE.

 Por Guilherme Velame Wenzinger

Manoel Arruda de Assis e Febrônio Olinto de Souza. Foto datada de 1923, tirada no município de Conceição do Piancó-PB.

Fonte: Livro “Nas Veredas da Terra do Sol”, de José Romero Araújo Cardoso.

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LUIZ PEDRO O CABRA MAIS FIEL DE LAMPIÃO

 Por Cangaço Eterno.

https://www.youtube.com/watch?v=RGbr_1cuHSE&list=RDCMUComO7XvqNE-sKIBUgGMx4GQ&start_radio=1&rv=RGbr_1cuHSE&t=45&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Este vídeo trás uma biografia a respeito do cangaceiro Luiz Pedro, sua entra no cangaço, suas ações e sja morte.

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A CANGACEIRA CATARINA

Por Sálvio Siqueira

Nos tempos que se foram a vida não era nada promissora para os jovens sertanejos nos vários Estados que compõem o Nordeste do País. A coisa não era fácil para os homens, imaginem para as mulheres, naquela época?

A mulher sertaneja sempre era criada para trabalhar, servir ao marido em tudo. Nunca que podia ter seu próprio querer e viver sua vida. Até para estudar, como relatos nos mostra eram ‘proibido’ pelos pais para que não “ficassem sabidas”.

Toda proibição faz com que acometa, em um lado oculto da mente, no ser humano, de liberdade e sonhos... Assim ocorreu com várias mocinhas sertanejas.

Viram elas, a liberdade, o direito de fazerem o que queriam tão cobiçadas na maneira dos cangaceiros viverem. Nômades, não prestando satisfações para quem quer que fosse. Esse sonho foi o motivo de várias delas seguirem na trilha sangrenta do cangaço.

Havia uma jovem chamada Catarina Maria da Conceição, filha do Sr. Arsênio José da Silva e dona Maria da Conceição, que foge do aconchego do lar de seus pais, para seguir uma paixão alucinante pelo jovem João Francisco da Silva, de alcunha, nas hastes cangaceiras, “Nevoeiro”.

Nevoeiro, quando ainda João Francisco da Silva, juntos com seus irmãos nasceram e viviam na fazenda Baixa Funda, hoje região do município de Paulo Afonso, BA. Quando, mais tarde, ele e os irmãos, Silvino e Martins, entram para o cangaço e passam a serem chamados pelas alcunhas de “Jurema” e “Pó-Corante”, respectivamente.

Talvez por que ‘lá’ já estavam suas primas Inacinha e Rosa, Catarina tenha tido coragem de seguir por esta ‘vereda’ do crime, do banditismo... do cangaço. Mas, para ela do amor, da paixão e da liberdade.

Catarina se faz companheira do cangaceiro Nevoeiro e vivem, segundo relato de historiadores, um amor intenso.

“(...)Catarina e Nevoeiro viveram intensamente o amor que juraram um ao outro, foram bastante apaixonados (...)." (LIMA, 2013)

Acreditamos que a cada parada, os casais cangaceiros se entregavam ardentes, pois tinham apenas instantes para isso, entre uma carreira e outra por dentro da caatinga.

Em uma dessas paradas, deu-se um tiroteio contra uma volante e o cangaceiro Nevoeiro é abatido. Deixando sua amada sozinha, sem seu amor, porém, um fruto estava a gerar-se em seu útero. Fruto de tão alucinada paixão.

Havia uma determinação nos grupos cangaceiros de que mulher não podia viver sem companheiro. Aquela que teimasse em seguir sozinha, após perder seu companheiro, era condenada a morte. Essa determinação era para que, se fossem pegas elas não revelassem aos perseguidores as localidades onde faziam seus acampamentos, coiteiros e fornecedores.

A barriga de Catarina começa a crescer, dificultando sua locomoção dentro do mato, nas inúmeras fugas que tinham que fazer. Pensando na criança em seu ventre, e na sentença de morte que poderia a qualquer momento ocorrer, ela dá uma escapada e entrega-se as autoridades.

“(...) A entrega aconteceu na fazenda Patamuté, em Macuraré, ao tenente Zé Soares (...)”.(Ob. Ct.)

Com toda certeza ela sabia que tiraria cadeia, após se entregar. Mas, estava pensando naquele ser que já mexia-se bastante dentro dela. Porém, ao ver o avançado estado de gravidez, o oficial não permite que a mesma seja encarcerada. Aluga uma casa e a coloca para morar.

No meado de 1937 ela dá a luz a uma menina, a qual recebe o nome de Alzira Maria da Conceição.

Ao passarem sete dias de ‘resguardo’, Catarina é transferida para a cidade de Água Branca, nas Alagoas. Naquele Estado, na cidade de Água Branca, o tenente Zé Soares não tem poder. Ela, perdendo essa proteção é presa e perde a guarda da sua pequena filha. Alzira ficou aos cuidados da avó Libânia e de algumas irmãs de Catarina que tinham ido acompanhando-a até aquele novo Estado. Uma das irmãs, levava a pequenina Alzira para que sua mãe a alimentasse com o leite de seus seios.

“(...) Sabina era a irmã de Catarina, responsável de levar a criança todos os dias para ser alimentada através das grades da cadeia, um grande martírio para aquela mãe que pagava o preço de ter pertencido ao grupo que seguia o famigerado Lampião (...).” (Ob. Ct.)

Passa o restante do ano de 1937. Já em meados do ano de 1938, Lampião é abatido na grota do riacho Angico, em terras sergipanas. Segundo pesquisadores, mesmo estando ainda presa, a notícia entristece, mais ainda, a cangaceira Catarina, que outrora fora companheira do cangaceiro Nevoeiro.

Depois de alguns meses, após a morte do “Rei dos Cangaceiros”, Catarina é colocada em liberdade. Tendo sua filha, sua mãe e suas irmãs ao seu lado, a ex-cangaceira retorna à sua terra natal.

As perseguições aos cangaceiros continuam com muito afinco. Catarina tem notícias de que, mesmo aqueles que cumpriram pena por terem pertencido ao cangaço, estavam sendo mortos. Então toma os devidos cuidados, e um deles é alterar a data de seu nascimento.

“(...) Catarina fugiu para Paulo Afonso(BA), ocultando o seu passado e tentando ser esquecida. Para recomeçar uma nova vida, ela alterou em dez anos sua data de nascimento, passando de 10 de agosto de 1915 para 05 de julho de 1925 (...).” ( Ob. Ct.)

Depois de longos e árduos anos, Catarina recomeçou sua vida com outro companheiro. Casa-se com o Sr. Manoel Medrado da Silva, em 1º de julho de 1972. Casamento oficializado pelo Juiz de Direito Dr° Kleber Vaz Sampaio.

A ex-cangaceira foi a óbito às 13:30 horas do dia 24 de fevereiro de 1993, em sua residência, na avenida Joana Angélica, na cidade de Paulo Afonso, BA.

Fonte/foto LAMPIÂO EM PAULO AFONSO” – LIMA, João De Sousa.

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A ARMADILHA INFALÍVEL DE LAMPIÃO EM CANINDÉ SE

 Por Na Rota do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=1gdJj2_2V60&ab_channel=NaRotaDoCanga%C3%A7o

Lampião usa a sua estratégia de guerra, para atacar a pequena São Francisco do Canindé no Sergipe. Zé Baiano, um de seu maiores comandados, ferra varias mulheres no rosto com um ferro de marcar gado, com as iniciais JB. Nesse evento, não teve tiroteios, mas, muito terror e medo assolou aquela pequena população no inicio de 1932.

Dublagens e narração Sizinho Júnior e Madson Ney Não se esqueça de deixar o seu link e se inscrever no canal.

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O CANGACEIRO ANTÔNIO FERREIRA, IRMÃO DE LAMPIÃO.

Por Antônio Neto

Antônio, irmão de Lampião, conhecido como Antônio Ferreira, ocupou um lugar de destaque no cangaço, ao lado de seu irmão Virgolino. Era um homem valente e às vezes impulsivo. Sua alcunha era Esperança. A sua morte foi uma perda irreparável para Virgolino e seu grupo. Sem ele, o grupo reduziu significativamente o poder de fogo e ficou mais fraco. A prova disso foi o revés que o grupo do Rei do cangaço sofreu em Mossoró, onde saiu no prejuízo.

Estudando os processos de Antônio Ferreira no âmbito do cangaço, observei que, de início, era ele quem comandava as ações criminosas do grupo, enquanto Virgolino figurava na condição de coadjuvante. O que digo pode ser visto nos autos, em que estava envolvido, entre estes, o do saque no sítio Bom Sucesso no município de Triunfo, em 1923 e muitos outros, onde pouco se falava de Virgolino e, sim de Antônio Ferreira. Não obstante, Antonio por não ter perfil de liderança passou o comando da tropa para Virgolino.

Antônio foi registrado civilmente sem sobrenome, como se pode ver em sua certidão de nascimento anexada a este artigo. Por ser filho de José Ferreira, tornou-se conhecido como Antônio Ferreira ou Antônio Ferreira da Silva. Pelo fato de não existir registro oficial com seu sobrenome, não se pode dizer, com certeza, qual o nome completo ou correto do primogênito de José Ferreira dos Santos. Por essa razão poderia ser chamado de Antônio, vulgo Antônio Ferreira ou Esperança, suas verdadeiras alcunhas no cangaço.

Ouve-se muito dizer, bem como consta em alguns livros, que Antônio Ferreira era filho de Venâncio Nogueira e não de José Ferreira dos Santos. Os que sustentam essa proposição, afirmam que José Ferreira quando se casou com dona Maria Vieira do Nascimento (casamento eclesiástico) ou Maria Sulena da Purificação (casamento civil), ela já se encontrava grávida de Antônio. Esta afirmação não se sustenta, uma vez que o casamento de José Ferreira com dona Maria vieira, no eclesiástico, ocorreu no do dia 13 de outubro de 1894, conforme, em anexo, o assento de casamento de José Ferreira registrado na Paróquia do Bom Jesus dos Aflitos, na freguesia de Floresta, no estado de Pernambuco. Enquanto isso se pode afirmar que Antônio nasceu em 15 de julho de 1895, de acordo a certidão de registro civil do mesmo, anexada a este texto. Portanto, quando Antônio nasceu, já se havia passados nove meses e dois dias do matrimônio de José Ferreira, o que deixa bem claro que dona Maria, mulher de José Ferreira, não se encontrava grávida quando se casou. Porquanto, essa história de Antônio Ferreira, não ser filho de José Ferreira, não há fundamento, ou seja, são frutos da imaginação. Em conformidades os registros oficiais juntados a este trabalho, o primeiro filho de Dona Maria Vieira é, de fato e de direito, filho legítimo de José Ferreira dos Santos.

Anexos:

Assento de Casamento de José Ferreira dos Santos.

Certidão civil de Antônio, filho de José Ferreira.

Assentos de casamento registro nº 80.

Assento de casamento de José Ferreira dos Santos com Maria Vieira do Nascimento, também chamada de Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira da Solidade e Maria Lopes.

Local: Paróquia do Bom Jesus dos Aflitos Frequesia de Floresta-PE.

Livro Nº: 7

Registro Nº 80.

Data: 13/10/1894. Padre celebrante: Cônego e Vigário Joaquim Antônio de Siqueira Torres.

Transcrição do assento de casamento de José Ferreira dos Santos, pai de Virgolino, o Lampião.

Aos treze de outubro de mil oitocentos e noventa e quatro, nesta Matriz, perante Joaquim Vieira de Mattos e Manoel Ferreira dos Santos, assisti juntos s.c[…] o recebimento matrimonial de José Ferreira dos Santos com vinte e dois anos de idade, filho legítimo de Antônio Ferreira dos Santos Barros e Maria Francisca da Chaga, com Maria Vieira do Nascimento com vinte anos de idade, filha legítima de Manoel Pedro Lopes e Jacoza Vieira do Nascimento. Os nubentes são naturais e moradores nesta freguesia de Floresta. De que mandei passar este termo que assino.

Cônego e Vigário Joaquim Antônio de Siqueira Torres.

Certidão do Registro Civil de Antônio, irmão de Lampião, conhecido como Antonio Ferreira.

Antônio Neto é escritor, pesquisador, biógrafo, dicionarista e poeta. Membro da Academia Serra-Talhadense de Letras, Academia Recifense de Letras e da União Brasileira de Escritores.

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POR ONDE ANDA O PESQUISADOR SÁLVIO SIQUEIRA QUE NUNCA MAIS APARECEU COM SEUS TRABALHOS CANGACEIROS?

 Por José Mendes Pereira


Por onde anda o pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira, que nunca mais o vi nas redes sociais, com os seus excelentes textos? Enquanto ele não aparece nas redes sociais, vamos ver este belo texto escrito por ele, em abril de 2017.

Por Sálvio Siqueira

Muitos dos nomes das pessoas nesse sertão de meu Deus são apelidados por sua descendência. Por aqui, ainda hoje, se conhece alguém, quando citado após o nome, de quem a pessoa é filho (a)., como por exemplo Rona ou Rosa de Marote, Beto de Pajé, Júnior de Beto... E assim sucessivamente. Naquele tempo, no tempo do cangaço, também era assim.

Havia uma família, tendo seu Patriarca de nome Pedro Alexandrino de Siqueira que morava no sítio Retiro, no município de Triunfo, PE. “Siqueira”, sobrenome de uma família numerosa, que se estendeu por inúmeras regiões e municípios do Estado de Pernambuco, e não só pela região do sertão, como citam alguns autores, tendo, no decorrer dos anos, pessoas nas várias classes sociais da sociedade. De desconhecidos catingueiros aqueles que galgaram as mais altas patentes na hierarquia militar, integrantes da mais alta sociedade pernambucana, exercendo cargos políticos de vereadores a governador do Estado.

Luiz Rodrigues de Siqueira, o cangaceiro “Luiz Pedro” - pelas teclas coloridas do 'mago dos pincéis' Rubens Antonio.

Pois bem, Pedro Vermelho, apelido de Pedro Alexandrino de Siqueira, casa-se duas vezes. No primeiro matrimônio nasceram, José Alexandrino de Siqueira e Júlia Rodrigues de Siqueira. No segundo casamento, tendo como esposa a senhora Rufina Maria de Jesus (ou Conceição), foram pais de dezoito filhos, dentre eles, para ser mais exato, o décimo filho, chamava-se Luiz Rodrigues de Siqueira, futuro cangaceiro “Luiz Pedro”. Alguns autores citam sendo o nome de Luiz Pedro como ‘Luiz Pedro Cordeiro’, o que não é verdade.


“(...) Dona Isaura, sobrinha do cangaceiro Luiz Pedro, me falou que mesmo sua família sendo conhecida como a família Pedro não se assinavam com esse sobrenome (...). Elvira Francisca da Conceição (irmã de Luiz Pedro), era casada com Joaquim Cordeiro da Costa (...)”. (“A MAIOR BATALHA DE LAMPIÃO” – LIMA, Lourinaldo Teles Pereira. Paulo Afonso, 2017).


Luiz Pedro, como todo jovem, gostava de fazer suas brincadeiras da época, ir para as festanças, forrozear, namorar e sonhar em viver com sua amada em um cantinho. O destino fez com que ele se apaixonasse por uma moça bonita, meiga, mas, de uma classe social acima da sua. Ela, jovem e bela, filha de um cidadão rico na cidade de Triunfo, PE, também se apaixona pelo jovem bonito, loiro, alto, de olhos azuis e de muita coragem. O pai da donzela não permite que Luiz namore sua filha por ele ser pobre. Mesmo assim, Luiz Pedro insiste em procura-la e ela o aceita e, de quando em vez, foi não foi, o pai da moça a pega namorando ele.

“(...) O pai não queria o namoro porque dizia que Luiz era pobre. Por mais de uma vez disse o pai a Luiz que não queria que ele namorasse sua filha, mas noutro dia estava Luiz sentado na calçada do homem namorando, como se nada tivesse ouvido (...).” (“A MAIOR BATALHA DE LAMPIÃO” – LIMA, Lourinaldo Teles Pereira. Paulo Afonso, 2017). 


Vendo que não tinha jeito, não havia como separa-los, o pai da moça bola um plano para resolver aquela questão. Inventa uma mentira desgraçada, dizendo que fora roubado e quem era o ladrão era Luiz Pedro. Chega a dar parte do rapaz. O delegado da cidade de Triunfo vai a procura do jovem do sítio Retiro e lhe dar a maior prensa, porém, nada é comprovado, ou provado. Mesmo assim, as pessoas põem em dúvida a honestidade do rapaz e ele fica com muita raiva daquele senhor, a ponto de querer mata-lo, no entanto, é aconselhado por seus familiares para não o fazer.

Desesperado, louco da vida, envergonhado, com raiva saindo por tudo que é canto, o jovem toma uma decisão desastrosa, a de entrar para o cangaço. Entra e começa a fazer parte do bando de Lampião, passando a ter como companheiros os irmãos Ferreira, Sabino Gomes e tantos outros tarimbados cangaceiros.

 
Cabeças dos cangaceiros mortos na Grota do Riacho 'Angico', na Fazenda Forquilha, em Poço Redondo, SE.

Luiz Pedro começa a destacar-se entre os companheiros do bando e ganhar a confiança de todos. A cabroeira gostando dele, insiste em lhes diga o porquê de tanta tristeza. Ele conta sua história. Eles então resolvem ajudar o rapaz a vingar-se daquela mentira que o pai de sua amada inventara.

Sabino Gomes, com parte do bando, entra na cidade de Triunfo, cerca e invade o comércio do senhor Antônio de Campos. Isso chama a atenção da Força Policial que guarnecia a cidade e todos vão dar combate aos cangaceiros, no intuito de proteger o comerciante. Luiz Pedro, estando sem ter quem o impeça, cerca a casa do pai de sua amada, invade a casa e o pega ainda deitado. Meio atarentado, o homem, no começo, não sabe do que se trate direito, porém, de repente, reconhece Luiz Pedro, e então percebe que está nas mãos daquele que ele inventou uma mentira, acusando-o de ser ladrão.

“(...) Enquanto Sabino Gomes chamava a atenção da polícia invadindo a bodega do senhor Antônio de Campos, Luiz Pedro cercava a casa da ex-namorada ; pegou o ex-sogro ainda deitado e quando o velho percebeu estava nas mãos do homem que ele tinha acusado como ladrão (...).” (Ob. Ct.)

Choromingando muito, o velho ver seu destino selado na lâmina de um punhal ou no cano de uma das armas de fogo que aquele rapaz tinha em posse.

Luiz Pedro, pegando-o, diz:

“- Hoje você vai morrer pra nunca mais chamar homem de ladrão!" (Ob. Ct.)

O amor faz coisas que ninguém imagina. A paixão dos dois jovens termina por fazer que ocorra na entrada de um deles nas trilhas do cangaço. No entanto, veja o quanto o amor verdadeiro é forte. E entre aqueles dois sertanejos, o amor existiu simplesmente.

No momento em que Luiz Pedro prepara-se para matar o homem, sua amada aparece. Corre e abraça-se com ele. Sem olhar em seus olhos, pede pela vida do pai. Afastando-se um pouco, encara seu amado e diz amá-lo e que caíra na vida cangaceira junto com ele, basta ele querer.

“ – Luiz, eu lhe amo, vou mais você para onde você quiser, mas vou lhe fazer um pedido: Não mate meu pai não o que vai ser de minha mãe e de mim? Como vou me sentir vendo o homem que eu amo matando meu pai? Poupe a vida dele e vamos embora, vou viver com você!” (Ob. Ct.)

É nessas horas que não tenha valente que não esmoreça. Quando se ama alguém, não se quer que nada de ruim aconteça com aquela pessoa amada, ou que algo a faça sofrer. E naquele momento, mesmo sua honra tendo que ser lavado com sangue, o jovem cangaceiro pára, sentindo o calor do corpo da amada, seu perfume entrando pelas narinas e seu hálito quente a soprar seu rosto, lhe diz:

“ – Não posso levar uma moça como você para uma vida tão difícil, gosto demais de você para desgraçar a sua vida, de desgraçada já basta a minha!” (Ob. Ct.)

Toma uma decisão correta. E mais uma vez, resolve diferente daquilo que tinha planejado. Encara o pai da moça de frente, com dureza em sua voz, lhe diz:

“ – Agradeça todo dia a sua filha, hoje você ia morrer e ia ser sofrendo, mas por ela vou lhe dispensar!” (Ob. Ct.)

Vira-se para a jovem que treme feito vara verde, abraça-a, dar-lhe um beijo e se despede dela:

“- Vá viver sua vida, por que eu sou cangaceiro e não posso mais mudar isso!” (ob. Ct.)

O destino aproximou os jovens, mas, a ganância, o preconceito e o despreparo dos homens, impediram a realização de uma bela união. Como essa outras adesões foram feitas ao cangaço por jovens inexperientes, sofridos e vítimas de acusações falsas, além daquelas que a única saída como sobrevivência, infelizmente, era a trilha sangrenta do cangaço. Antes de julgarmos os cangaceiros, devemos analisar as causas que o fizerem em tal bandido, analisando-as primeiramente, julgando-as em primeiro plano, pois ninguém nasce bandido, torna-se, ou fazem com que se torne.

O futuro de Luiz Rodrigues de Siqueira, o cangaceiro “Luiz Pedro”, todos sabemos. A jovem jamais namorou outro, morrendo solteira, submersa em suas lembranças, com seu sofrimento e ilusões... Na solidão das noites frias da serra de onde fica a bela cidade de Triunfo.

Fonte “A MAIOR BATALHA DE LAMPIÃO” – LIMA, Lourinaldo Teles Pereira (Louro Teles). Paulo Afonso, 2017

Foto Ob. Ct.
Benjamin Abrahão

PS// FOTOGRAFIA DO CANGACEIRO LUIZ PEDRO COLORIZADA, DIGITALMENTE, PELO AMIGO Rubens Antonio

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