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domingo, 16 de novembro de 2014

1938 - ANGICO, MAIS MENTIRAS E MISTÉRIOS

POR IVANILDO SILVEIRA

O pesquisador e escritor pernambucano Paulo Medeiros Gastão, fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, lançou extra-oficialmente, mais um livro sobre cangaço. Trata-se da obra  "1938 - Angico" impressa na ind. gráfica e editora Montaigne Ltda., de Mossoró/RN.

O livro tem 144 páginas. É diferente, constam centenas de perguntas e respostas, diretamente relacionadas ao combate em Angico, em que morreram Lampião + 10 cangaceiros, além do soldado Adrião.

Soldado Adrião Pedro da Silva

O autor que tem mais de 20 anos de pesquisa sobre o tema, procura  dar uma resposta, na sua ótica, sobre  as principais dúvidas verificadas neste combate, e de seus personagens ( volantes e cangaceiros ).

A aquisição do livro, pode ser feita diretamente com o autor (não está à venda em livrarias), ao preço de R$ 20,00 (vinte reais + frete ), através do email: 
paulomgastao@hotmail.com

Abraço a todos, e, parabenizo o autor por mais essa contribuição ao estudo do cangaço.

Ivanildo  Alves  Silveira - Natal RN
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC e Cariri-Cangaço

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OS SERTÕES


De todo modo essa estória pertence ao tempo em que se deu. Tempo em que as leis eram escritas com a ponta de uma lambedeira bem afiada ou por um parabelo endemoninhado como o de Virgulino José Ferreira, que mais parecia um lampião. Hoje é na base da Beretta ou do fuzil AR-15.

Quando termina a triste e bela saga de Joana Imaginária e Antônio Conselheiro em Canudos, na Bahia, começa a epopeia do Padim Ciço em Juazeiro do Norte e a era do cangaço. Ao entrar no século 20 pela porta dos fundos ou de serviço o Brasil é obrigado a mirar-se no espelho que reflete suas feições mais arcaicas. Fome, seca, delírios místicos e bangue-bangue de bandido e mocinho com contornos de El Cid, o campeador, ou Robin Hood. Do bando de Antônio Silvino (1875-1944) diz-se que tudo o que arrecadava distribuía entre os pobres.

Silvino teve uma trajetória sui generis entre os líderes históricos do cangaço: preso em 1914, seria anistiado por Getúlio Vargas vinte anos depois e tornou-se funcionário público.

A figura que se tornaria arquetípica do cangaceiro baseia-se, como a dos seus quase contemporâneos caubóis e bandoleiros mexicanos, no conceito arcaico de honra. A do mítico Lampião é mais uma lenda do justiceiro que está acima da lei dos homens e de Deus e que começa, para os anais, em nomes como Cabeleira

Rachel de Queiroz, que com O Quinze, publicado em 1930, inaugurou a corrente literária do romance regionalista e nasceu em Quixadá, no sertão central do Ceará, fez eco da existência no século XVII de uma certa Maria Oliveira que poderá ter sido a primeira mulher cangaceira no Nordeste.

Cangaço é sinônimo de bandoleirismo na atual Região Nordeste do Brasil cuja história e cujos parâmetros são prospectados e perspectivados por Euclides da Cunha em trechos de Os Sertões aqui reproduzidos a partir do texto original da terceira edição de acordo com as revisões feitas pelo próprio Euclides da Cunha num exemplar que está na Academia Brasileira de Letras  
 
http://revoluciomnibus.com/Deus%20e%20o%20Diabo%20E%20Corisco.htm

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Há muito o que fazer pela cultura e o movimento artístico em Mossoró.


De tudo o que já foi feito na cultura local, posso afirmar: Há muito o que fazer pela cultura e o movimento artístico em Mossoró.

A cidade e os artistas precisam de mais. Tem que melhorar, avançar, rever, substituir... Só não pode ficarmos parados como estamos agora.

Por isso, concordo com Nida Lira: "As reivindicações são legítimas e permanecem as mesmas! os novos projetos são bem-vindos (projetos de Lei VETADOS), mas a luta por tudo que está abandonado permanece." Nida Lira 

‪#‎culturaSIMvetoNÃO Movimento Ventania de Mossoró.

Fico tranquilo de falar sobre isso porque fui Secretário da Cidadania em Mosoró de 2005 à março de 2012. Naquele período, deixamos de fazer muitas coisas, erramos em outras, mas a lista de realizações é extensa: 1) sacolão cultural 2) recitando no memorial 3) estação do Brega 4) estação do rock 5) estação do repente 6) memorial jazz 7) reforma da biblioteca 8) reforma do museu 9) indústria do conhecimento 10) prêmio fomento 11) lei de incentivo a cultura Vingt-Un Rosado 13) praça da convivência 14) Escola de Artes 15) pingo da mei 16) Cidadela (do Mossoró Cidade Junina) etc.

É reconhecendo e defendendo conquistas, admitindo carências, equívocos ou mesmo omissões, que melhoramos como pessoas e nos tornamos mais fortes para transformarmos a sociedade.

Estou feliz por continuar participando dessa causa. Agora de um jeito diferente, como parlamentar, apresentando leis e defendendo o movimento cultural.

Reproduzo, então, vídeo de Nonato Santos, artista e entusiasta dessa causa, postado recentemente por Nida Lira.


Um abraço para todos e todas indistintamente.
Prof. Francisco Carlos

Fonte: facebook

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TIA MARIQUINHA

Por Rangel Alves da Costa*

Com pouco mais de um ano da partida de minha avó Emeliana, neste sábado 15 minha Tia Mariquinha também se despediu da vida terrena. Maria Marques da Silva, ou simplesmente Mariquinha, fazia parte da melhor estirpe de Poço Redondo, com raízes familiares que remontam à própria história da povoação. Faleceu aos 87 anos e após um período de melhoras e pioras na saúde.

Uma mulher sempre reconhecida e valorizada por todos, dos mais jovens aos mais velhos, e assim porque construiu sua história com a missão de servir. E serviu a todos, indistintamente. Uma bela senhora com seus cabelos brancos, alegre, sorridente, com uma palavra sempre cativante, amiga do mundo. Mesmo fragilizada pelas desditas da enfermidade, ainda assim uma flor de pétalas perfumadas.


Era uma das nove irmãs de minha avó, cuja família vingou um filho famoso: Manoel Marques da Silva, o cangaceiro Zabelê, sumido no meio do mundo desde a chacina da Gruta do Angico em 38. De todas as irmãs só restavam três: Cordélia, Mãezinha e Mariquinha. As duas primeiras, já muito idosas, sempre residiram em Poço Redondo, mas Tia Mariquinha passou a morar em Aracaju desde que casou com Aloísio Azevedo Silva, o Padrinho Aloísio, também já falecido.

Mesmo residindo em Aracaju, Tia Mariquinha sempre teve Poço Redondo como seu lar principal, principalmente pelas raízes robustas espalhadas por lá, uma infinidade de parentes e amigos e também pela sua Santa Luzia. Uma fazenda com nome de santa, desde muito adquirida e mantida por Padrinho Aloísio nos arredores da cidade. Quem segue em direção a Canindé passa bem ao lado da sede da Santa Luzia com sua vista maravilhosa.


Quando chegava em Poço Redondo Tia Mariquinha se dividia entre a cidade e a propriedade, que noutros tempos seguia até caminhando. De vez em quando passava temporadas inteiras por lá, mas ultimamente quase não visitava mais seu sertão, pois desde algum tempo acometida de enfermidades. Doenças do tempo, da idade, que vão fragilizando tudo e depois sopra o ser ao seu lar: és pó e em pó hás de retornar!

E o seu retorno foi neste sábado, e exatamente quando, após uma melhora, até se imaginava poder logo visitar seu sertão, sua Santa Luzia, sua família imensa, pois todos do lugar. Mas eis que já havia um compromisso marcado, um segredo de Deus para com seu destino, e depois disso o adeus e a aflição dos quatro filhos (Railda, Aloisinho, Rose e Anselmo), netos, bisnetos e demais familiares e amigos. E de Aracaju a Poço Redondo uma tristeza só.

E a tristeza se justifica. Não era apenas por exercício de respeito que Poço Redondo a tratava como tia, mas pelo reconhecimento de sua bondade perante cada um. Mas grande parte também a tinha como uma verdadeira mãe, pois responsável, junto com seu esposo Aloísio, pelo acolhimento, cuidado e formação de muita gente.

Ora, num tempo que não havia estudo suficiente no sertão, muitos não encontraram outro abrigo senão na sua em Aracaju. E não só familiares eram recebidos de braços sempre abertos. Do mesmo modo, quando o sertanejo necessitava de cuidados médicos na capital, a primeira porta que encontrava aberta era a do casal. E convidado a entrar para ser cuidado com todo zelo e carinho. E todo o Poço Redondo por testemunha.

Tive o prazer e a honra de conviver muito tempo na sua casa. E todos de minha família que ali chegaram foram tratados não como sobrinhos, mas como verdadeiros filhos. E antes de mim meu pai já havia sido acolhido, meus tios e outros parentes. Ao seu lado, do esposo e filhos, morei na Rua Divina Pastora e na Marechal Horta Barbosa, esquina com Hermes Fontes (nº 7, recordo até hoje). Como recordo também seu imenso prazer a cada reencontro e a sua palavra doce perguntando: Você está bem, meu filho?

São apenas lágrimas, minha tia. São apenas lágrimas. A dor adormece no coração que reconhece a grandeza do ser que se vai. Mas permanecendo sempre pelo amor vivenciado na terra.

Poeta e cronista
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HOMENAGEM AO REI DO BAIÃO REÚNE ARTISTAS EM CARUARU.

Por João de Sousa Lima
João de Sousa Lima e Kydelmir Dantas

Uma homenagem ao Rei do Baião   que está acontecendo em Caruaru hoje e amanhã reuniu artistas de vários estados.

Durante o dia uma equipe aproveitou para visitar a famosa feira de Caruaru.

O Grande Encontro dos Gonzaguianos em Caruaru, acontece no local o Espaço Cultural Asa Branca do Agreste. Tendo como coordenador deste evento o Diretor do Espaço Poeta Luiz Ferreira. Na ocasião será entregue o troféu Luiz Gonzaga Orgulho de Caruaru a 11 Agraciados.


João de Sousa Lima, Kydelmir Dantas, Vilela e Jéssica
Uma visita ao museu da cidade

O cantor e compositor Israel Filho com o livro de João de Sousa Lima

Luiz Gonzaga e Ludugero
Biografia de Ludugero


João de Sousa Lima é escritor, pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. Telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

http://www.joaodesousalima.com/2014/11/homenagem-ao-rei-do-baiao-reune.html

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JOSÉ ALVES DE MATOS - O EX CANGACEIRO VINTE E CINCO


JOSÉ ALVES DE MATOS - O EX CANGACEIRO VINTE E CINCO

Uma das últimas imagens registradas do ex cangaceiro Vinte e Cinco, que faleceu no dia 15 de Junho de 2014, aos 97 anos de idade, em Maceió, no Estado de Alagoas, em decorrência de problemas respiratórios. Era considerado o último cangaceiro vivo, a fazer parte das hostes de Lampião.

Foto cedida gentilmente pela família Matos.

Fonte: facebook

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A fuga de Vicente Venâncio do bando de Lampião - Parte II

Por Antonio Morais

Venâncio olhou para o sol e exclamou: São seis horas da manha. Mal fechou a boca, ouviu um tropelar a distância. Assustado, falou para os companheiros. Seu Mario. Seu Pedro, aí vem ou força de Pernambuco ou cangaceiros.

Sob uma onda de poeira, à frente a figura aterradora do capitão Virgulino Ferreira, o bando riscou em frente aos indefesos criadores. Incontinente, ouviram a voz de Lampião ao perguntar: 

- Quem é Pedro Vieira? 

- Sou eu, responde estarrecido e trêmulo o velho sertanejo. 

A seguir, travou-se o seguinte diálogo entre Sabino, cangaceiro famoso e perverso, e Pedro Vieira:

O cangaceiro Sabino

- Vocês estão presos pelo grupo de Lampião. Só serão soltos depois que Pedro Vieira der cinco contos de reis. 

- Nós somos pobres, o senhor deixe por dois contos... 

- Não quero conversa. Pode providenciar logo... 

- Somos pobres seu Sabino, insistiu Vieira, deixa por três contos... 

- Já disse que não quero conversa. Caso repita lasco este fuzil na sua cara, velho safado e atrevido.

Um silêncio enorme dominou a todos nós - afirma Venâncio, para acrescentar - Nisso chega o gado para beber. Ao avistar os animais, Lampião começou a atirar indiscrinadamente, matando vacas e até animais de pequeno porte. Foi um estrago miserável.

Diante do cruciante problema dos cinco contos de reis, Mario ofereceu-se para ir a Jardim tentar conseguir o dinheiro da exigência de Sabino, a mando de Lampião. Montando um dos cavalos pertencentes aos companheiros, exatamente o mais gordo e ardego, Mario, depois de ouvir de Sabino a admoestação no sentido de que negasse para polícia a presença do grupo nas Cacimbas, seguiu apavorado para Jardim, temendo pela sorte dos amigos que ali ficavam em situação tão difícil e perigosa.

Conta Vicente, ter ficado certo que Mario de São, logo fossem conseguidos os cinco contos de reis e deveria encontrar-se com o grupo em Caririzinho, hoje distrito do município pernambucano de Sítios do Moreiras. Lampião ia com destino a Ipueiras dos Xavier, onde se deu o cerco do grupo e a sua celebre e precipitada retirada, por encontrar forte reação da família Xavier. Foi aí que Virgulino Ferreira perdeu um de seus mais valorosos cabras. Tempero, morto por Dezinho Xavier.

Tempos depois, em conversa com Venâncio, disse Mario que, ao ouvir o grito de Sabino prevenindo-o para que nada dissesse a polícia, teve vontade de correr, mas temeu um tiro nas costas. O grito de Sabino foi, de início, interpretado como uma ordem para voltar. Venâncio fala da existência, no grupo, de um cangaceiro chamado Criança, que tinha 14 anos de idade, e usava rifle de seis tiros.

Fonte - Andanças e Lembranças.

Continua amanhã...

Fonte: facebook
Página: Antonio Morais

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