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quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

CANGAÇO - OS SUBGRUPOS.

 Por Abdias Filho

Tudo no cangaço atendia a uma necessidade ou estratégia. É o caso da divisão do grande bando em diversos subgrupos, sempre liderados por homens da mais alta confiança de Lampião ou Corisco. Vendo-se implacavelmente perseguido pelas forças volantes e tendo o bando crescido rapidamente, Lampião decidiu dividir o bando com os seguintes objetivos:

1 - Confundir a polícia com notícias de ataques de cangaceiros em vários lugares ao mesmo tempo.

2 - Aumentar a área de domínio e atuação, visando angariar alimentos, armamento, munição, dinheiro e jóias.

3 - Difundir a marca, Lampião pelo Sertão utilizando várias forças.

4 - Minimizar conflitos e disputas internas.

5 - Dividir a responsabilidade da logística incluindo alimentação e munições.

6 - Evitar que todos os líderes fossem mortos num único confronto com a polícia.

Meu livro LAMPIÃO - Os Principais Chefes de Subgrupos traça a biografia dos 10 principais chefes e os episódios nos quais se destacaram.

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FELIZ ANO NOVO!

 

JOSÉ MENDES PEREIRA E O BLOG DO MENDES E MENDES, DESEJAM UM FELIZ ANO NOVO (2026), PARA TODOS OS NOSSOS LEITORES, FAMILIARES E AMIGOS!

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JOÃO BEZERRA: O CORONEL QUE QUEBROU O REINADO DE LAMPIÃO NO SERTÃO

 Por Tesouros Reais

Tenente João Bezerra

Coronel João Bezerra da Silva foi o oficial da Polícia Militar de Alagoas que entrou para a história ao comandar a ação que resultou no fim de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, de Maria Bonita e de mais nove cangaceiros, em 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, em território sergipano. A emboscada marcou o episódio mais decisivo do combate ao cangaço no Nordeste e simbolizou o colapso definitivo do bando mais temido do sertão.

João Bezerra

À frente de uma volante experiente, João Bezerra vinha há meses empenhado na perseguição a Lampião, reunindo informações, estudando rotas e contando com o apoio de coiteiros arrependidos e informantes locais. A operação em Angico foi resultado direto desse trabalho de inteligência, conduzido com extremo sigilo, já que qualquer vazamento poderia permitir mais uma fuga do cangaceiro, como tantas vezes ocorrera no passado.

Na madrugada do ataque, a volante surpreendeu o bando ainda em descanso. O confronto foi rápido, violento e decisivo. Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros foram mortos no local, encerrando quase duas décadas de ataques, saques e enfrentamentos armados que espalharam medo e deixaram marcas profundas no sertão nordestino. As cabeças dos mortos foram levadas como prova do êxito da operação, prática aceita na época, embora hoje vista como um dos símbolos mais brutais daquele período.

Após Angico, João Bezerra passou a ser reconhecido por muitos como o homem que pôs fim ao reinado de Lampião. Ao mesmo tempo, sua figura permanece cercada de debates e controvérsias, refletindo as ambiguidades do próprio cangaço, um fenômeno marcado pela violência tanto dos bandos armados quanto do aparelho repressivo do Estado. Ainda assim, o nome de João Bezerra ficou definitivamente ligado ao episódio que encerrou a era clássica do cangaço no Nordeste brasileiro.

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JOÃO DE SOUSA LIMA TOMA POSSE COMO NOVO PRESIDENTE DA ALPA

Por Manoel Severo

 

Igreja do Rosário dos Pretos em Areia

É inegável a força da região do brejo paraibano, encravada no alto da serra da Borborema, pontuada pelas cidades que guardam beleza, tradição e cultura num ambiente de patrimônio tombado e um clima ameno de suíça brasileira, onde despontam dentre outras, as cidades de Bananeiras, Areia, Solânea, Guarabira e Alagoa Grande.

Depois de uma saga de 9 dias pelas estradas nordestinas, saindo de Fortaleza, passando por João Pessoa, Recife, Gravatá e Campina Grande, chegamos a Areia; eram cerca de 15 horas, ainda havia tempo para aproveitar a maravilhosa magia e as muitas belezas desta que sem dúvidas é uma das mais belas cidades paraibanas. Museu Casa de Pedro Américo, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Igreja do Rosário dos Pretos, Museu Regional de Areia, enfim, Areia guarda em si, memorias e lembranças para toda uma vida. 


Tailene Barros e Manoel Severo na praça central de Areia
Tailene Barros e Manoel Severo na Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Tailene Barros e Manoel Severo na praça central de Areia

Recorremos ao site "Brejo Paraibano" para trazer um pouco da história de Areia:"Em 1625, Areia era conhecida como Sertão dos Bruxaxás, numa alusão à tribo Bruxaxá. Posteriormente esse povoado foi elevado à condição de vila, com o nome de Villa Real do Brejo de Areia. Areia foi a primeira cidade do Brasil a libertar os escravos dez dias antes da oficialização da lei áurea, em 3 de maio de 1888. O município está a uma altitude superior a 600 metros e apresenta um clima agradável o ano inteiro, sendo um dos mais frios da Paraíba. No inverno, a temperatura chega a 12 ºC. A cidade possui um conjunto arquitetônico peculiar, tanto urbano como rural, formado por igrejas, museus, prédios públicos, fazendas e engenhos que fabricam rapadura, açúcar mascavo e as famosas cachaças." 

Manoel Severo e Tailene Barros no Museu Regional de Areia



Vamos com o Paraíba Criativa : "Construído em 1972, o Museu Regional de Areia também conhecido por seu nome artístico, “Mura”, tem como missão institucional resgatar, preservar e difundir a memória da região da cidade de Areia, promovendo atividades científicas e culturais com vistas ao desenvolvimento social. Foi criado em 1972, pelo cônego Ruy Barreira Vieira, juntamente com alguns representantes da sociedade areiense, preocupados em registrar a história da cidade e dos seus ancestrais. O museu foi reconhecido como de utilidade pública pela Lei nº 147 de 04 de outubro de 1973, da Câmara Municipal de Areia, e pela Lei nº 3.870 de 28 de dezembro de 1976, da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba. Dentre os principais objetivos destacam-se: zelar pelo acervo histórico e cultural da região; despertar, principalmente na juventude, o respeito ao passado através do conhecimento dos hábitos, costumes, cultura e arte das gerações anteriores; apoiar o turismo cultural e a difusão do patrimônio cultural da cidade de Areia e entorno; e colaborar com o desenvolvimento de planos, projetos e programas que fomentem o progresso científico, artístico e cultural da região do brejo paraibano."




"O acervo do Museu Regional de Areia (Mura) é composto por peças de diversas categorias, como Arte Sacra, Artes Decorativas, Artes Visuais, Etnologia, Documentos Textuais e Iconográficos, além de uma pequena coleção de Mineralogia, Zoologia e Paleontologia. Está organizado de acordo com as seguintes temáticas: “Areia e a história”, registro da evolução da cidade, da rota de tropeiros, dos movimentos políticos, dos cuidados com a educação, os ciclos econômicos até o tombamento pelo Iphan como patrimônio nacional; e “Areia e a Arte”, registro das manifestações culturais com destaque para a vida e obra dos pintores Pedro Américo e Aurélio de Figueiredo e do escritor José Américo, dentre outros."





"Areia tem a cultura forte que partem de filhos que deixaram um legado memorável à história da cidade e do país. A cidade é lembrada como a terra do pintor Pedro Américo, do escritor José Américo de Almeida e do Padre Azevedo, inventor da máquina de escrever e de tantos outros filhos ilustres. Conhecida como “Terra da Cultura”, sedia o primeiro teatro construído no estado da Paraíba, o Teatro Minerva, edificado em meados do Séc. XIX e outros prédios históricos que tornam emblemática a cultura regional." Fonte: brejoparaibano.com.br





A Praça Pedro Américo em Areia, Paraíba, é um ponto central e histórico de Areia. É um lugar que simboliza a beleza dos casarões antigos da cidade, que tem um conjunto arquitetônico tombado pelo IPHAN. Ali vamos encontrar a bela Igreja do Rosário dos Pretos.

Manoel Severo




Igreja do Rosário dos Pretos 

"Com construção datada no  Início do século XVII , embora não se tenha dados concretos, sabe-se que a Igreja do Rosário é uma das mais antigas da Paraíba e acha-se situada no centro da cidade de Areia, em frente a Praça Ministro José Américo de Almeida. Sua construção foi iniciada em meados do século XVIII (18), vindo a ser concluída somente no século XIX (19), no ano de 1886, com a chegada de uma verba de quatro contos de réis concedida pelo Governo da Província da Paraíba. Ainda em 1886 foi celebrada a primeira festa religiosa na Igreja do Rosário. Segundo histórias relatadas e comprovadas por pessoas da cidade, a igreja foi construída com mão-de-obra dos escravos. De acordo com elas, os negros não podiam rezar na igreja matriz. A Igreja do Rosário passou algumas reformas, mas mesmo assim manteve a fachada, o altar e o interior, ambos construídos no estilo barroco."

Visita do Cariri Cangaço ao Museu Casa de José Américo, em Agosto de 2025 na cidade de Areia no Brejo Paraibano.

https://cariricangaco.blogspot.com/2025/11/joao-de-sousa-lima-toma-posse-como-novo.html

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MUSEU CASA PEDRO AMÉRICO EM AREIA NO BREJO PARAIBANO.

Por Manoel Severo

 

Pedro Américo

Já era fim de tarde do dia 22 de agosto de 2025 , uma sexta-feira, quando chegamos ao brejo paraibano; uma região belíssima dentro do território da querida Paraíba, nosso destino a cidade de Areia, a bela encravada no alto da serra da Borborema e berço do grande, imenso, pintor Pedro Américo. 

Um conjunto arquitetônico tombado pelo IPHAN no ano de 2005, nos recebe com suas casinhas coloridas, uma ao lado da outra; grandes, pequenas, outras imensas; não importa, todas com muita história para contar. O paralelepípedo de pedra tosca ajuda a manter a legitima atmosfera que nos transporta no tempo, voltando a um passado cheio de memória, história, beleza e tradição. Na praça principal a imponente matriz Nossa Senhora da Conceição com seu histórico rico e sua arquitetura eclética abençoa todo o vale, e bem ali ao lado vamos encontrar o Museu Regional de Areia e um pouco mais abaixo uma não menos famosa casinha se destaca: O Museu Casa de Pedro Américo, uma casa simples, conjugada, com uma porta e duas janelas na frente, com  sala de visitas, sala de jantar, dois quartos, cozinha, banheiro e um pequeno quintal.


Manoel Severo e Tailene Barros na Casa Museu Pedro Américo, em Areia

Construída ainda no ano de 1843, a casa foi berço de menino Pedro Américo de Figueiredo e Melo, filho do casal, comerciante Daniel Eduardo de Figueiredo e dona Feliciana Cirne; uma família com profunda afinidade com as artes. Com o pai violinista, apesar dos poucos recursos, desde cedo o menino Pedro encontrou em casa o estímulo necessário ao desenvolvimento de um talento precoce: Pedrinho era um exímio desenhista, o que logo lhe trouxe destaque mesmo na pequena cidade.

Em 1852, Pedro não havia completado nem 10 anos e um acontecimento seria crucial para mudar a sua vida. Uma expedição científica chegava a Areia, sob o comando do naturalista francês Louis Jacques Brunet e tomando conhecimento do talento do menino, foi ate sua casa e conheceu alguns de seus "trabalhos" que incluíam uma série de cópias de obras clássicas, tomado por justificada surpresa decidiu coloca-lo a prova: testaria seu talento , sua capacidade e habilidade. Plenamente aprovado, o pequeno Pedro de nove anos foi contratado e tornou-se o desenhista da expedição, assim o pequeno artista partiria para uma verdadeira saga que duraria vinte meses ao lado de Brunet por todo o Nordeste. 


Tailene Barros


Tailene Barros e Manoel Severo

Em 1854, a partir de muitas Cartas de Recomendações e com seu trabalho já reconhecido, Pedro com apenas onze anos foi admitido na  AIBA - Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, entretanto antes ainda passaria uma temporada no Colégio Pedro II, onde estudou o latim, francês, português, aritmética, aprimorando o estudo do desenho e da música e novamente tornando-se destaque entre todos. Em 1856 outro acontecimento decisivo: havia de ingressar no curso de  Desenho Industrial da Academia, tendo novamente um progresso e um sucesso impressionantes recebendo 15 medalhas e ali receberia o apelido de "papa-medalhas".  Mesmo antes de terminar o curso obteve uma pensão do imperador Dom Pedro II, partindo dali para uma fase de aperfeiçoamento na Europa. 

Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro; instituição que foi fundada por D. João VI em 1816 como Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, com o objetivo de estabelecer o ensino das artes no Brasil
A origem do primeiro prédio do Colégio Pedro II remonta ao ano de 1739, quando por inspiração de Dom Antônio de Guadalupe, 4º Bispo do Rio de Janeiro, foi fundado ali o Colégio dos Órfãos de São Pedro.

O ano era 1859 e Paris era seu destino quando matriculou-se na Escola Nacional Superior de Belas Artes, sendo discípulo de grandes mestres como Ingres, Leon Cogniet, Hippolyte Flandrin e Sebastien-Melchior ; continuaria ganhando prêmios e aperfeiçoando no mundo das artes e do conhecimento, bacharelou-se em  Ciências Sociais na Sorbonne como também aprofundou-se em arquitetura, filosofia, teologia e literatura. Em 1862 aos 19 anos partia para a Bélgica e matriculava-se na Universidade Livre de Bruxelas. 





Em 1864, com 21 anos retornou ao Brasil e foi convocado pelo imperador Pedro II a participar de um concurso para professor de Desenho Figurado no curso de Desenho Industrial da Academia Imperial, foi o vencedor, mas não assumiria o cargo. Depois de pouco tempo na corte no Rio de Janeiro, votaria em 1865 a Europa. Quatro anos depois voltaria ao Brasil, era o ano de 1869  quando casaria com Carlota, filha de Manuel de Araújo Porto-Alegre, cônsul brasileiro em Lisboa, com quem teria três filhos. No Rio no início de 1870 e passou a dedicar-se à pintura de telas mitológicas, históricas e retratos. Na Academia Imperial lecionava e escrevia. Nessa época ainda era um pintor desconhecido mas logo logo acabaria se tornando um dos maiores pintores do Brasil, passando a figurar constantemente na imprensa ganhando prestigio e apoio, reconhecido em todo o país. 







Veio a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, fato que traria outra mudança na vida de Pedro Américo que de volta ao Brasil, conseguiu manter parte do seu prestígio junto ao governo, produzindo obras importantes como "Tiradentes esquartejado", "Libertação dos escravos" e "Honra e Pátria e Paz e Concórdia". Em 1890 foi eleito deputado por Pernambuco junto ao Congresso Constituinte e durante seu mandato defendeu a criação de museus, galerias e universidades pelo país. Em 1894, empobrecido, com a saúde piorando e com a visão prejudicada, mudou-se definitivamente para Florença. Apesar dos seus problemas, ainda pintava muito e escrevia. Publicou os romances O Foragido em 1899, e Na Cidade Eterna em 1901, viria a falecer ali mesmo em Florença no dia 7 de outubro de 1905, vítima de "cólica de chumbo", suposta intoxicação pelas tintas que usava.

Por ordem do presidente do Brasil, Rodrigues Alves e aos cuidados do Barão do Rio Branco, seu corpo foi embalsamado e transladado para o Rio de Janeiro, onde ficou exposto durante alguns dias no Arsenal da Guerra, para depois ser traslado para capital paraibana João Pessoa, onde recebeu exéquias solenes entre luto oficial, comércio fechado e uma multidão de admiradores, e em 29 de abril de 1906 foi provisoriamente depositado no Cemitério São João Batista para em 9 de maio foi novamente traslado e sepultado definitivamente na sua terra natal, Areia. 

“Batalha de Avaí” (1874 - 1877)

“Fala do Trono”

"Independência ou Morte!" (1888)

“Tiradentes esquartejado” (1893 )

"Pedro Américo deixou obras que permanecem vivas até hoje no imaginário coletivo da nação, como “Batalha de Avaí” (1874 - 1877), “Fala do Trono”, "Independência ou Morte!" (1888) “Tiradentes esquartejado” (1893 ),  "Batalha de Campo Grande" (1871), e outras obras como "Dom Pedro II na Abertura da Assembleia Geral" (1872). o Museu Casa de Pedro Américo possui mais de vinte reproduções de telas famosas do artista, alguns esboços autênticos e o original “Cristo Morto”, de inestimável valor, um dos seus últimos trabalhos, pintado em 1901. Há também um retrato de Pedro Américo, pintado por seu irmão Aurélio de Figueiredo. Expostos numa vitrine, objetos de uso pessoal: alguns pincéis, um velho esquadro. Também uma palmatória que pertenceu à sua mãe, um álbum de caricaturas, fotos da família e os livros escritos por ele na Europa – “Holocausto”, em 1882, “O Foragido”, em 1899, “Na Cidade Eterna”, em 1901; além de um crucifixo e um vidro contendo uma página de jornal, retirados de seu caixão mortuário. Na outra sala funciona a galeria de areienses ilustres. Ao total, o acervo conta com 150 peças."

Visita do Cariri Cangaço ao Museu Casa de José Américo, em Agosto de 2025 na cidade de Areia no Brejo Paraibano

https://cariricangaco.blogspot.com/2025/11/museu-casa-pedro-americo-em-areia-no.html

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