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quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr Fernandes,


foto tirada em Ipanema, Rio de Janeiro, 1958
Desenho de Millôr Fernandes para ilustrar o seu Hai-Kai:
A vida é um saque
Que se faz no espaço
Entre o tic e o tac


Capa da Revista de Domingo do Jornal do Brasil, ano 15, nº 764, 23/12/90, p.14
Uma das marcas de Millôr Fernandes nas suas intervenções na imprensa escrita: a mistura de frases proverbiais sintéticas e objetivas com cartuns ou caricaturas, em Veja de 02/04/80

Fonte pesquisada:

23 de dezembro de 1926, no “A Tarde”

Por: Rubens Antonio
[Rubens+2.jpg]

23 de dezembro de 1926, no “A Tarde”

ACABANDO O BANDITISMO

O sr. Washington Luis louva a acção do governo bahiano

O sr. Góes Calmon, governador do Estado, recebeu o seguinte telegramma do sr. Washington Luis, presidente da Republica, de referencia á repressão do banditismo no nordeste:
“Palacio do Cattete, Rio, 21 – Accusando o recebimento do telegramma de v.ex., muito agradeço a communicação das providencias tomadas com o sr. governador de Pernambuco e é com a maior satisfação que louvo essa energica acção conjuncta, tendente a normalisar a zona sertaneja.
Attenciosas saudações.
Washington Luis”.
Emviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
 Rubens Antonio

Enquanto não vem cangaço - TUMOR NA LARINGE DE LULA DESAPARECEU

Foto: Instituto Lula
Lula recebeu a visita de Haddad no último dia 23 de março, no hospital
Exame que confirmou fim do tumor seria feito na semana passada. Um pedaço de carne ingerido por Lula adiou a realização dos exames
Exames realizados na manhã desta quarta-feira (28), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, indicam que o tumor na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desapareceu.
O próprio Lula comunicará, através de um vídeo feito pela assessoria, o desaparecimento do tumor em sua laringe, nesta quarta-feira (28).
Ainda que não existam mais resquícios do tumor, do ponto de vista clínico, só se poderá falar em cura definitiva em cinco anos.

Leia mais na Terra Magazine

Blog do mendes e mendes. O que é isso !

Por: Edicarlos Rocha

Cangaço não é bicho de sete cabeças. Cangaço é Cultura. Estudar o cangaço é fantástico. Venha! Junte-se a nos, amigo!
Este blog é do velho e cansado e quase arrá, amigo José Mendes Pereira. Palavras do próprio bloqueiro!

Enviado pelo petroleiro Edicarlos Rocha, do blog:
petroleorn
Fonte: petroleorn.blogspot.com

Virgulino, o Rei do semiárido


Millôr Fernandes (1924-2012)
Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em  16 de agosto de 1923, e faleceu na mesma cidade, no dia 27 de março de 2012.  Foi um desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor brasileiro.
Com presença marcante pelos veículos impressos mais importantes do Brasil, como O Cruzeiro, O Pasquim, Veja e Jornal do Brasil, entre vários outros, Millôr é considerado uma das principais figuras da imprensa brasileira no século XX.
 Multifacetado, obteve sucesso de crítica e de público em todas os gêneros em que se aventurou, como em seus trabalhos de ilustração, tradução e dramaturgia, sendo várias vezes premiado. Além das realizações nas áreas literária e artística, ficou conhecido também por ter sido um dos idealizadores do frescobol.
Com a saúde fragilizada após um acidente vascular cerebral no começo de 2011, faleceu ontem, 27 de Março de 2012.
Filho do engenheiro espanhol Francisco Fernandes e de Maria Viola Fernandes. De Milton se tornou Millôr graças à caligrafia duvidosa na certidão de nascimento, cujo traço não completou o "t" e deixou o "n" incompleto. Aos dois anos perde o pai, e sua mãe passa a trabalhar como costureira para sustentar os quatro filhos.
Dados pesquisados em:

Morre Millôr, o patrono dos cartunistas

Imagem: Divulgação

Com saúde frágil, escritor havia passado mais de quatro meses internado no ano passado

O escritor, desenhista, dramaturgo e humorista Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), no Rio de Janeiro, aos 87 anos. Ele estava em casa e foi vítima de falência de órgãos múltiplos.
O corpo será velado a partir das 10h de quinta-feira (29) no cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado no Crematório da Santa Casa.
Millôr havia passado mais de quatro meses internado no ano passado na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. À época, a família não autorizou a divulgação de boletins médicos.
Um patrono dos cartunistas brasieiros, há polêmica sobre a data de nascimento de Millôr. A família não sabe ao certo se foi em 16 de agosto de 1923 ou em 27 de maio, mas a carteira de identidade do desenhista aponta como certo o dia 27 de maio de 1924. Nascido no Meier, bairro do Rio de Janeiro, Millôr deveria ter se chamado Milton Viola Fernandes. Porém, por causa de uma caligrafia duvidosa, foi registrado como Millôr – fato só descoberto por ele aos 17 anos.

Encontros com autores



Cara Dulce

O cartaz da sua apresentaçao no ENCONTRO COM AUTORES estar em anexo. Veja as informaçoes e pode repassar a sua lista de amigos, amigas, conhecidos etc.
Cósmico abraço
AILTON SIQUEIRA

Enviado por Airton Siqueira

As cruzes dos caminhos, nordeste à dentro

Por João de Sousa Lima

As cruzes dos caminhos, nordeste à dentro
(as várias cruzes da Grota do Angico)
Imensas formações de brancas cruzes povoam o nordeste brasileiro. Como lembrança dos mortos ou espectros imaginários que ainda amedrontam os caminhantes das paragens mais desérticas do nordeste brasileiro.
As cruzes marcam lugares, identificam lembranças, atraem fieis, despertam fé, atraem romarias, assinalam tragédias.
Nas beiras das estradas elas representam os dramas das fatalidades automobilísticas; Sertão à dentro elas identificam histórias, em suas particularidades muitas sangrentas.
Como um ponto de lembrança eterna elas guardam a perpetuação da vida que muitos sertanejos trazem em suas lembranças dos entes queridos.
Carcomidas madeiras cruzadas, tombadas, amarradas, escoradas, em suas maiorias pinceladas com a cor branca povoam as entranhas das matas catingueiras, os roçados, os plantios, as serras, as veredas, os caminhos, os cascalhos, os quintais dos casebres.
Há muitas cruzes bem cuidadas, com flores silvestres adornando suas formas ou plantadas em suas pedras circundantes, compostas de materiais mais resistentes, ferros soldados e bem aparados, mármores nobres, capelas que sombreiam jazigos.
Tantas formas representam velhos costumes, fundamentados na crença, fé inabalável colhida na pregação dos catequizadores, dos padres, beatos, no cristianismo que domesticou os homens livres das terras sem males.
 Em um ponto específico cruzes abalizam onze mortos quando na realidade foram doze. Na Grota do Angico, em Poço Redondo, Sergipe, no fogo que ficou conhecido como “A Chacina de Angicos”, duas cruzes e uma placa rememoram as onze vítimas do cangaço e esquece o soldado que combaliu em nome da ordem, injustiçado pela história.
Na década de 1950 o irmão de Lampião chamado João Ferreira, o único irmão que não entrou no cangaço, esteve no lugar com o jornalista da Revista “O Cruzeiro” e colocou como lembrança ao irmão morto uma cruz de madeira colhida na região.
Uma cruz colocada por João Bezerra, o tenente que comandou o ataque à Grota  do Angico, tinha em sua estrutura uma cruz grande com dez cruzes pequenas representando os cangaceiros. A cruz foi roubada alguns anos depois.
Agora, em março de 2012, uma cruz será colocada na Grota do Angico em tributo ao soldado Adrião. Pesquisadores, escritores e historiadores do cangaço se reunirão com familiares do combatente para erigir o monumento cristão.
Na terra do sol quente, abrasador, imensa formação de brancas cruzes assinalam lugares, eternizam lembranças, marcam tragédias, guardam histórias, retratam memórias, velhas recordações.
Imensas formações de brancas cruzes povoam o nordeste brasileiro...
João de Sousa Lima
CRUZ NO ALTO DA SERRA DO UMBUZEIRO, PAULO AFONSO, BAHIA
CRUZ ONDE FOI MORTO O COITEIRO ANTONIO CURVINA RAPTADO POR UM DOS SOLDADOS QUE CONSEGUIU FUGIR DO CERCO E DO COMBATE NA LAGOA DO MEL
CRUZ ONDE FOI MORTO ZÉ PRETINHO, POVOADO RIACHO, PAULO AFONSO,  BAHIA.
CRUZ NA CAPELA DA ANTIGA SANTO ANTONIO DA GLORIA DOS CURRAL DOS BOIS
JOÃO E SEVERO NA CRUZ DA CAPELA DE GENEROSA GOMES DE SÁ, COITEIRA DE LAMPIÃO. POVOADO RIACHO, PAULO AFONSO, BAHIA.
 CAPELA DE GENEROSA GOMES DE SÁ
GROTA DO ANGICO, POÇO REDONDO, SERGIPE.
ANTIGA CRUZ NA GROTA DO ANGICO
GROTA DO ANGICO
JOÃO FERREIRA, IRMÃO DE LAMPIÃO, COLOCA UMA CRUZ IMPROVISADA COM FLORES NO LUGAR ONDE O IRMÃO FOI ABATIDO NO DIA 28 DE JULHO DE 1938.
DETALHE DA CRUZ FEITA PELO CAPITÃO JOÃO BEZERRA EM LEMBRANÇA AOS CANGACEIROS QUE ELE MATOU
CRUZ FEITA PELO CAPITÃO JOÃO BEZERRA. ESSA CRUZ FOI ROUBADA DA GROTA DO ANGICO.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima.

ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO NO CÉU


Chico Anysio morreu no início da tarde desta sexta-feira (23). Foto: Divulgação

Foi uma manhã de outono como outra qualquer. No aspecto climático, pelo menos. No entanto algo estava estranho. O lugar era diferente do quarto que até então eu ocupara naquele hospital.  
Estava num jardim arborizado onde pessoas caminhavam despreocupadamente e aparentavam felicidade. Confuso, eu tentava entender onde estava e o que fazia ali. O dia estava claro e uma brisa suave soprava de quando em vez causando-me sensação de frescor no rosto enquanto eu caminhava tentando reconhecer aquele lugar.
As pessoas continuavam a passar por mim e eu as olhava no rosto procurando reconhecê-las sem êxito. Quem eram aquelas pessoas? O que eu estava fazendo ali?
Após caminhar por algum tempo, finalmente deparei com alguém que me era familiar. Ao aproximar-me, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, fui saudado de maneira gentil e entusiástica por aquele homem.
- Amado Mestre! Seja bem vindo! Estávamos todos aguardando sua chegada.
- Seu Rolando Lero! Que bom vê-lo aqui. Você parece bem disposto.
- Sou bem tratado aqui, Mestre, aliás, todos nós somos bem tratados aqui. O senhor também será.
- Todos nós? A quem você se refere, homem?
- Nós! Todos nós que deixamos a escolinha e vivemos aqui. Estávamos todos esperando sua chegada para finalmente começarmos nossas aulas.
- Deixe de conversa fiada! Quer dizer que todos os alunos da escolinha do Professor Raimundo que faleceram estão reunidos aqui? Esperando por mim? Isso é sério?
- Sim, amado Mestre. Estávamos todos à sua espera. Vamos. Venha comigo.
- (Vai comendo, Raimundo...)
Seguindo por uma alameda ladeada por amendoeiras, logo chegamos ao prédio onde, segundo Rolando Lero, os demais alunos esperavam ansiosos pela minha chegada.
Ao adentrar na sala, dei de cara com Dona Bela e com alegria exclamei: “Dona Bela, é um enorme prazer encontrá-la novamente (abrindo os braços para mensurar o tamanho do prazer). Imediatamente Dona Bela deu um grito, atirou-se no chão esperneando e dizendo. “Safado! Ainda continua pensando... Naquilo!”
O próximo que avistei foi “seu” Joselino Barbacena e, bastando que eu apenas olhasse na sua direção, imediatamente falou: “ Ai, meu Jesus Cristinho, até aqui ele já me descobriu... Larga d’eu, homem.”
- Sandoval Quaresma. Quanto tempo! Como o senhor veio parar aqui?
- Sandoval retrucou: Agora é que eu me estrepo. Não sei professor.
- Seu Eustáquiooo!!! Que satisfação revê-lo, homem.
- Aqüi. Qüe qüeres? Respondeu perguntando seu Eustáquio.
Eu estava ali extasiado revendo meus antigos alunos. Todos reunidos. Que maravilha!
- Seu Bertoldo Brecha. Tem um tempão que não o vejo.
- Veeeenhaaaaa.... Professor... Veeeenhaaaaa....
- Seu João Bacurinho, corinthiano doente.
- Tamos aí, professor. Orra, meu!
- Seu Baltazar da Rocha... grande Baltazar...
- Que é que há-lho?
- Seu Samuel Blaunstein. O senhor faz pouco tempo que nos vimos não?
- Fazemos qualquer negócio, Raimundo.
- Seu Galeão Cumbica. Quanta saudade!
- No aaaaaaarrr!!!! Atenção senhores passageiros....
- Dona Catifunda... Ainda fumando esse charuto...
- Saravá, professor... Saravá...
- Ah! Esse é um amigo do peito. Faço questão de abraçá-lo. Como vai, seu Mazarito?
- Nooooffaaa, Professor... quanto tempo!
- Seu Pedro Pedreira... Até o senhor está aqui. Que honra para mim.
- Há controvérsias. Me convença. Eu quero provas.
- Queridos alunos, quero manifestar a minha felicidade por reencontrá-los. Se por um lado deixei entes queridos e amigos chorando pela minha partida, por outro sinto-me imensamente feliz por estar aqui com todos vocês. E vamos começar a aula.
- O assunto de hoje não poderia ser outro senão o tempo que tempos de vida na Terra que é, oh...

Valdir Barreto Ramos  
Cônsul POETAS DELMUNDO – Niterói – RJ

Enviado pela poetisa Dulce Cavalcante

Christiano Câmara, imperdivel no encontro GECC-Cariri Cangaço


Na próxima terça-feira, dia 03 de Abril temos um encontro marcado com o grande musicólogo Christiano Câmara, numa conferência sensacional sobre a história da música.
Você é nosso convidado!

Terça-feira, 03 de Abril de 2012
Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi
Fortaleza - Ceará
19 horas

GECC-Cariri Cangaço

Informação sobre a saúde de Alcino Alves Costa


Informação de ontem


Segundo informação de Rangel Alves da Costa,  o seu  pai, Alcino Alves Costa  está em franca recuperação. Não está mais sedado nem entubado, não tem tido febre,
em progressiva melhoria.

UM PÔR DO SOL (Crônica)

   Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

UM PÔR DO SOL

Na mesma hora do entardecer, o pôr do sol é quase sempre o mesmo na paisagem ao fundo. Contudo, será sempre um pôr do sol diferente para cada um que está do lado de cá, em cima das pedreiras, presenciando a magia dessa despedida.
O pôr do sol sempre é mais belo e brilhante do que o seu nascer. O vermelho e o alaranjado tomam conta de tudo, cores com muitos significados, dependendo do olhar e dos sentimentos de quem mira o horizonte nesse período que é o mais reflexivo do dia.
Diz-se ocaso, diz-se poente, diz-se da cor da atmosfera durante o crepúsculo vespertino. O pôr do sol é sempre o momento em que o sol desaparece no horizonte ou se põe e que antecede a noite. Mas creio que não seja somente isso...
Indubitavelmente que há uma mudança no espírito daquele que vai exclusivamente apreciar aquela dança de luz que vai mudando de tonalidade e sumindo aos poucos. Antes mesmo de sentir de perto a mutação colorida, logicamente que basta mentalizar aquele quadro para que o espírito procure se adequar ao que sentirá mais tarde.
Pôr do sol é visão e paisagem que lembram viagem, partida, adeus, uma saudade infinda. É quadro emoldurado por doces ou tristes recordações, momento de relembrar e reviver tantos momentos idos. Como aquele vermelho abrasador desperta a paixão, o desejo, o querer, o corpo e o lábio da mulher amada. E como aquele amarelo alaranjado faz lembrar repouso nos braços de quem tanto ama.
Mas também é fogo, é brasa, é ardência por dentro, volúpia tomando conta do ser, vontade de tocar com a mão aquele matiz candente e sentir muito mais do que o calor. E se esse momento de cor vier acompanhado de uma leve brisa, de uma revoada de passarinho, de uma cantiga das folhagens da natureza, então dificilmente o indivíduo ficará imune à lágrima, ao arrepio, ao aperto no coração.
Agraciados divinamente aqueles que podem ver o sol se pondo lá por trás das águas do mar ou do oceano. De cima da montanha às margens, o olhar irrompe a areia molhada da praia, remove as conchas que se avolumam em pensamento, corre por cima das águas, vence as ondas e persegue de braços abertos o inatingível.
Ora, desde a beira da praia começa o rastro avermelhado, alaranjado, mistura, dançando sinuosamente por cima das águas e nesse passo vai seguindo até onde o olho avista. E se o olhar pudesse tomar da natureza molhada o seu barco e nele singrasse em busca da casa do sol poente, ainda assim quanto mais seguisse mais seria tomado pelas cores, até elas sumirem sem tocar num seu raio.
O mesmo encanto encontra aqueles que de uma montanha se põem em vigilância para acompanhar o crepúsculo por trás do monte mais além. Por trás das serras o pôr do sol vai surgindo segundo o desenho da natureza. Estando por trás, o olho avista no cume o dedo de Deus, uma mão erguida para os céus, uma face contrita em oração. Ora, o monte está ali imutável, mas tendo o sol ao fundo e um olhar à sua frente, tudo de repente pode se transformar naquilo que o pensamento desejar.
Mas muitas vezes o pensamento se contenta apenas em enxergar a paisagem, encontrar o real significado daquele momento, e depois se entregar à prece, à oração, ao diálogo consigo mesmo, à fruição espiritual. Em pé ou ajoelhado, de braços sempre abertos naquela direção, o olhar se fecha para a mente enxergar seus anjos, seu Deus, sua sacralidade, um rosto adorado, uma face amada.
E ainda de olhos fechados o pôr do sol vai mudando de cor segundo os sentimentos despertados. É uma viagem, um encontro, um retorno. E quando o olhar se abre e olha além já não mais encontra nenhuma ponta de luz. O sol já sumiu, já desapareceu. A luz agora está retida na mente e no espírito, como um renascimento a cada dia.
A noite começa a chamar seu pintor. E ele coloca um amarelo bonito, dourado, imenso, lá no alto da tela escurecida...

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Água da noite (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa
Água da noite


 
Depois do entardecer
depois que o sol
trilha o seu esconder
e uma brisa em aragem
sopra no dia marrom
e a noite pede passagem
é nessa magia solene
que o sertão faz oração
o cancão pia em sirene
como sino de proteção

e mais tarde da noite
com a natureza em frescor
na ventania em açoite
a mão começa o labor
encher a moringa de água
pedir a janela o favor
de deixá-la ali em frágua
adormecendo sem temor
na certeza que deságua
do líquido maior sabor

água de moringa
dormida na janela
é água da noite
benzida na lua
abençoada em silêncio
por um Deus sertanejo
que dá mais força
ao povo que se sustenta
dessa água que é benta.



Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com