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terça-feira, 5 de junho de 2018

ANTÔNIO SILVINO FOI ALFABETIZADO NA PRISÃO


Por Joel Reis

Antônio Silvino frequentou a escola de detentos e alfabetizou-se na prisão. De acordo com o “Livro de Relatório da Casa de Detenção do Recife, 01/01 a 31/12 de 1918”, a escola funcionava à noite com uma frequência diária de 70 discentes. O professor foi o Sr. Pedro Joaquim de Sant’Anna, com ele, o ex-cangaceiro recebeu as noções de primeiras letras, moral e religião.

Conforme o “mapa demonstrativo de alunos da escola de detentos com respectivo adiantamento durante o ano de 1918”, consta no número 29, o verdadeiro nome de Silvino, Manoel Baptista de Moraes. O mapa indica o seu grau de adiantamento: sabia ler regularmente o 3º livro e três operações matemáticas.


Antônio Silvino se tornou leitor assíduo de alguns jornais e livros. Acredita-se que frequentou biblioteca da Casa de Detenção algumas vezes. O informe de sua alfabetização nunca foi mencionado em suas biografias. Contudo, existe o “mapa demonstrativo de alunos da escola”, documento indicativo de que Antônio Silvino frequentou a Escola da Detenção.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA JÚNIOR, Rômulo José Francisco de. Antonio Silvino: de governador dos sertões a governador da detenção (1875-1944). 2010. 152 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura Regional) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Fonte da magem: mapa demonstrativo de alunos da escola de detentos com respectivo adiantamento durante o ano de 1918. Livro de Relatório da Casa de Detenção 01 de jan a 31 de dez 1918. p. 23. Fundo CDR. APEJE.


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RUMBORA PESSOÁ. ENTONCE ARRUME O AIÓ E O EMBORNÁ. O CARIRI CANGAÇO POÇO REDONDO TÁ EM RIBA!

*Rangel Alves da Costa

Tanto avexame que num sei não, viu! Um trabaio da molesta, um vem pra cá e vai pra lá que deixa o cristão doidim, mai tudo agora na paz de Deus. Adespois da ferroada o mé, cuma já dizia cumpade Virgulino.
Aina farta arguma coisa, é verdade, mai nada que faça cumê o juízo. Tudo foi cosido, costurado, arremendado e alivanhado dum jeito, que agora mai parece um nó que num desatravanca mais. Tudim em riba, graça a Deus, Ou, cuma dizia Zabelê, só farta botá na mesa.
E espaiá. Botá na mesa e espaiá pra riba e pra baixo desse Poço Redondo a festança maior do mundo. Coisa boa, cumpade. Nunca se viu nada iguá nas quadrança. Gente de num acabar mais. Do Ceará a Paraíba, do Rio Grande do Norte a Pernambuco, das Alagoas a Bahia, do Maranhão ao Piauí, tudim de gente que vem praqui.
Quem se alembrar dos preá por todo lugar, saino dos mato e invadino a cidade, saino das loca e pegano caminho, bem assim vai ser o meio mundo de gente tomano Poço Redondo intero. Tem um tar de Mané Severo que dixe chegar trazeno mai que o bando de Lampião, só junto dele, afora os outo que pra cá vai se bandear.
Verdade ou não, meu cumpade Belarmino, mai vi dizer que vai ser mai gente em quatro dia que no resto todim do ano. Gente das leitura, das escrita, das sabedoria e dos ané. Mai tomem gente simple cuma a gente mermo, que vem só pelo gosto de conhecer o que esse sertão tem pra mostrar. E cuma tem cumpade, e cuma tem!
Lá nos asfarto num tem Maranduba não, munto meno tanta histora cuma tem a Estrada do Curralim. Quem do lá longe tem um pessoa que nem Arcino? Eita cabra sabido era Arcino. Um homi quase sem estudo mai que ensinou o sertão ao mundo todim. Histora do cangaço, das botija, das coisa veia, tudim ele tanto contava cuma escrevia. E sem falar no chorado da viola caipira que ele tanto gostava. Arcino, Arcino, quanta farta vosmicê faz a esse sertão Arcino!


Faiz bem o povo todo chegar aqui e pisar no chão que sua havaiana pisou e sentir de perto o que vosmicê tanto amou como um fio. Faiz munto bem esse povão todim beber da cacimba da gente e adespois querer vortá pra matar mais a sede. Faiz munto bem esse povo todim cunhecê cuma nóis é e o que nóis tem pá adespois saber contar direito a nossa histora.
Cuma diz o cumpade Volta Grande, cabra aina hoje metido a cangacero e que diz trazer no sangue um bando intero, nada mió do que avistar, merma sem vê, aina a cangacerama, Lampião de valentia sem iguar e aquele povo cherando a suor e prefume. Muntos deles daqui mermo, daqui do Poço Redondo. Quem num se lembra de Adília, de Sila, de Cajazeira, de Enedina, de Zabelê e tantos outo?
Povo que tomem vem sentir o sol do sertão. Pru todo lugar o clarão dum mundo de tanta luta e tanto e sofrimento, mai tomem de valentia sem iguar pra vencer os tempo ruim. E adespois aina sorrí orguioso de ser sertanejo. Eu tomem sô, e munto. Nada iguar a essa terra que chameja no coração o fogo bom do renascimento.
Entonce é só espera. E é já já. A festança já tá em riba e aqui só quero arrecordá um escrito que um fio de Arcino escreveu, que ouvi dos outo e munto gostei. Mai mudei um tiquim e nos meu veuso ficou ansim:
“Meu sertão está em festa, só diz que é ruim quem num presta, apois vai ter Cariri Cangaço que na histora tem seu laço, que traiz home de valor, estudioso e dotô, pra conhecer o sertão que Arcino tinha no coração. Vai ter palestra da boa, vai ter cantoria e loa, vai ter pife e xaxado, vai ter munto lugar visitado. Abra logo a cancela, a porta e a janela, chame o povo pá entrar cuma se fosse do lugar. E pode gritar e dizer que o que vai acontecer ninguém vai mai esquecer”.


Escritor
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APA: ANTES TARDE DO QUE NUNCA

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.915

        Entre a modernidade devastadora e a cumplicidade ignorante, vai o Sertão com o Brasil perdendo sua vegetação nativa. Aqui, acolá se ouve sobre a ação benéfica do homem, como um pedido de oração que demora. Um socorro que poucas vezes ou nenhuma vem à frente do problema, mas sempre chegando por trás como galo de terreiro. Sem contar com o incentivo governamental que ocorreu nos anos 60 sobre o desmatamento. Mas como tudo em nosso país é devagar e troncho, anuncia-se a criação da APA da serra da Caiçara, cuja parte do lombo mais significativo encontra-se no município de Maravilha. Ainda bem que pelo menos se conserva o antigo nome Caiçara, já chamado de serra da Maravilha.

Serra da Caiçara em Poço das Trincheiras. Foto: (B. Chagas).

Entre a modernidade devastadora e a cumplicidade ignorante, vai o Sertão com o Brasil perdendo sua vegetação nativa. Aqui, acolá se ouve sobre a ação benéfica do homem, como um pedido de oração que demora. Um socorro que poucas vezes ou nenhuma vem à frente do problema, mas sempre chegando por trás como galo de terreiro. Sem contar com o incentivo governamental que ocorreu nos anos 60 sobre o desmatamento. Mas como tudo em nosso país é devagar e troncho, anuncia-se a criação da APA da serra da Caiçara, cuja parte do lombo mais significativo encontra-se no município de Maravilha. Ainda bem que pelo menos se conserva o antigo nome Caiçara, já chamado de serra da Maravilha.
A serra da Caiçara possui 839 metros de altitude e só perde para a serra da Santa Cruz e a serra da Onça, novo ponto culminante de Alagoas, também no Sertão. A criação da Área de Proteção Ambiental – APA visa proteger o que ainda resta da área da serra do citado município e áreas dos municípios vizinhos como Canapi, Ouro Branco, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. Com esta ação do IMA, poderá acontecer a proteção tanto da fauna quanto da flora ainda existente, extensiva aos mananciais e sítios arqueológicos. Quando existe total proteção do estado o empreendimento é bem-vindo, mesmo em muitos casos de desmatamentos que arrasam o bioma caatinga. Antes tarde do que nunca.
Outras serras sertanejas são mais modestas e giram em torno dos 500 aos 700 metros de altitude. Entretanto, são montanhas importantes e arrojadas que exercem no bioma as mesmas funções da serra da Caiçara. Possuem as últimas reservas de caatinga, refugiam os animais, são nascentes de riachos, pulmão verde das cidades próximas e fontes de pesquisas para inúmeras áreas do Saber. Algumas são usadas pelo homem para instalação de  aparelhos de comunicação e possibilidade de usinas eólicas.
Atualmente, as serras do Sertão vão aos poucos sendo descobertas para caminhadas, paisagismo e escaladas que não sendo sob controle, podem afetar ainda mais a situação ambiental.
E sobre a serra da Caiçara, o tempo trará os resultados.


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LIVRO A TRAGÉDIA DE PRINCESA


Por Francisco Pereira Lima

Acabei de receber este livro de autoria da competente amiga Cristina Couto: A Tragédia de Princesa: O Caso Ildefonso Augusto de Lacerda Leite, que foi assassinado em Princesa Isabel-PB em 1902. 

Preço 50,00 com frete incluso. franpelima@bol.com.br e whatsapp 83 9 9911 8286

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2065793573689535&set=a.1929416523993908.1073741833.100007767371031&type=3&theater

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BRIGA DE CACHORRO GRANDE


Por Geziel Moura

É notório na literatura do cangaço, a presença de cachorros entre os cangaceiros, e muito já se falou deles, temos portanto, pelo menos, quatro desses animais, registrados pelas lente de Benjamim Abrahão Botto, a saber: Ligeiro e Guarani de Lampião e "Seu Colega" e Jardineira de Corisco.

Não vou entrar no mérito da questão, das funções destes canídeos, diante dos cangaceiros, se eram adestrados ou não para detectarem a presença das volantes, pois não tenho propriedade suficiente, pela literatura, para afirmar tal entendimento, mesmo com a declaração feita pelo ex - cangaceiro José Alves de Matos, o Vinte e Cinco, na entrevista que ele concedeu à Gazeta de Alagoas: "Os cachorros de nome “Seu Colega” e “Guarani” exerciam papel importante, haja vista que, além de serem adestrados para despertar a atenção do grupo quando algum estranho se aproximasse, muitas vezes comiam antes uma parte das comidas que seriam servidas aos cangaceiros para terem a certeza de que não estavam envenenadas".

Diante disso, quero pensar com os amigos, outra situação, vividas pelos cães dos cangaços, e que me chamaram atenção, isto é, as pelejas (brigas) entre eles. Os escritores Hilário Lucetti e Margébio de Lucena, em seu livro "Lampião e o Estado Maior do Cangaço" nos conta do entrevero entre Luiz Pedro e Lampião, por causa de seus cães, o causo é mais ou menos assim:

O bando de Lampião encontrava-se no Estado da Bahia, na região de Curituba e Brejo do Burgo, próximo ao Raso da Catarina, e com eles estavam dois cachorros, o de D. Maria cujo nome era "Zé Rufino" e o de Neném de Luiz Pedro denominado "Mané Henrique", homenagens, nada elegantes, aos seus inimigos e comandantes das volantes baianas.

O que os autores relatam, é que depois de certa refeição, os dois cachorros passaram a disputar um osso, o que levou a briga renhida, sem no entanto, as duas mulheres conseguirem separar os dois animais. Além disso, o episódio tomou proporções de campeonato, entre os cabras que assistiam a tudo e gritavam como num campo de futebol, cada um animando seu atleta preferido.

Após algum tempo, o cachorro "Zé Rufino" de D. Maria leva a pior e começa a ser liquidado por "Mané Henrique" de Nenêm de Luiz Pedro, o que leva a companheira de Virgolino reclamar a ele, que tudo via e nada fazia, ato continuo, Lampião saca a pistola e quando aponta para o cachorro adversário, não teve tempo de executá-lo, pois Luiz Pedro aponta para ele seu mosquetão e anuncia: "Compadre, se atirar no cachorro morre, só lhe considerei até hoje. Já perdi meu pai, minha mãe, não tenho mulher nem filho, sou como um urubu! Mas é como estou dizendo: Se atirá no cachorro morre."

Assim, Lampião vendo que a promessa, do fiel amigo, era séria responde: 'O que é isto meu compadre, você acha pouco os nossos a policia já ter matado e ainda vamos nos acabar por via de uma besteira dessa, para dar mais gosto a eles? Quem está certo é nosso compadre Anjo Roque quando diz que depois que entrou para o bando cachorro e mulher, nada mais deu certo, só dá nisso mesmo" e Lampião desistiu da intenção de matar o cão de Neném de Luiz Pedro.

Se a narrativa acima, produzido por Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena não passa de mais um causo do cangaço, não sei dizer, entretanto, as brigas de cachorros no bando encontram eco, na fala do último coiteiro de Lampião e Corisco que tive a honra de entrevistar, o Sr. Cadim Machado, juntamente com o escritor Sérgio Dantas, no povoado Caboclo (AL) sertão de Alagoas e que nos contou episódio, vivenciado por ele, com o famoso cachorro "Seu Colega" de Corisco, que passo a compartilhar, a partir de sua própria narrativa, que gravei naquele noite barulhenta de 2014.

P.S: Relevem os ruídos/sons externos, produzidos durante a gravação.
Imagens: Benjamin Abrahão Botto
Texto: Geziel Mo
ura

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CACHORROS NO CANGAÇO..!




Pouco se pesquisou e, se escreveu sobre a participação de "cachorros e seus tipos" utilizados no ciclo do cangaço. 

O manual "O grande livro do Fila Brasileiro", editado em 1981, pg 235, traz várias imagens de Lampião, Maria Bonita e Corisco, ao lado dos seus cachorros (Guarani, Ligeiro, e Seu Colega) classificados, segundo o "manual", como pertencentes à raça FILA BRASILEIRO. Também, na respectiva foto, vê-se o cangaceiro Corisco ao lado de sua cachorra perdigueira (jardineira).

Obs - 1: O citado manuel foi escrito por Procópio do Vale + 38 colaboradores.

Obs - 2 : Para uma melhor visualização, CLIC na imagem, aumentando-a..

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LIVRO DE COMEMORAÇÃO DE UM ANO DA ESTAÇÃO DO CORDEL.

Por Nando Poeta

Livro de comemoração de um ano da Estação do Cordel, quem estiver interesse em adquirir este livro se informe nos contatos abaixo:





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Faça seu pedido, enviaremos uma conta bancária para o depósito e em seguida pelo correio.

Contato:

Zap: 84-998171692(Tim) Nando Poeta

Abraço,


Nando Poeta.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ROTEIRO HISTÓRICO E ANOTAÇÕES DO CARIRI CANGAÇO POÇO REDONDO


Há poucos instantes recebi uma mensagem do amigo Rangel Alves da Costa a informando que os exemplares do livro "Roteiro Histórico e Anotações do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018" já estão prontos. Saíram da gráfica hoje. E, nesta quinta-feira dia 31 de Maio os exemplares já estarão em Poço Redondo.

O que era para ser um folheto como estes de cordel ou uma cartilha, teve que virar livro devido a riqueza do conteúdo. O livro trata dos lugares históricos de Curralinho em Poço Redondo, a Rua Velha na Serra Negra onde acontecerão as palestras e visitas técnicas no Cariri Cangaço Poço Redondo 2018.

A partir de amanhã os exemplares do livro "Roteiro Histórico e Anotações do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018" de autoria de Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino estarão no Memorial Alcino Alves Costa e também durante o Cariri Cangaço Poço Redondo, de 14 à 17 de junho, até lá.

Manoel Belarmino, 30 de Maio de 2018
Pesquisador e Escritor
Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Poço Redondo


http://cariricangaco.blogspot.com/2018/05/roteiro-historico-e-anotacoes-do-cariri.html

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LÚCIO MAURO COMPLETA 91 ANOS; RELEMBRE MOMENTOS MARCANTES DA CARREIRA DO ATOR

Por Felipe Brandão
Lúcio Mauro e o herdeiro, Lúcio Mauro Filho (Imagem: Reprodução / Instagram)

Um dos grandes nomes das artes brasileiras completa nesta quarta-feira (isto é, 14 de março de 2018) mais uma primavera. Estamos falando do ator e comediante Lúcio Mauro, que hoje comemora 91 anos de vida.

A estreia de Lúcio na telinha se deu em 1960, no humorístico “Beco Sem Saída”, da TV Rádio Clube em Pernambuco. A estreia na Globo aconteceria seis anos depois, em outro formato cômico, intitulado “TV0-TV1”.

Foi na “vênus platinada” que o artista realizou seus mais emblemáticos personagens. O primeiro deles foi Fernandinho, o milionário constrangido pelas gafes da esposa, Ofélia (Sônia Mamede) no programa de humor “Balança, Mas Não Cai” (1968). Lúcio reviveria o papel décadas depois no “Zorra Total”, desta vez ao lado de Cláudia Rodrigues.

Ao lado de Chico Anysio, foi-se especializando no humor e estrelando ao lado do amigo atrações como “Chico City”, “Chico Anysio Show” e a primeira versão da “Escolinha do Professor Raimundo”, onde deu vida ao inesquecível Aldemar Vigário.

A última aparição de Lúcio Mauro – hoje retirado da telinha por problemas de saúde – foi uma participação especial na refilmagem da própria “Escolinha”, em 2015. Na ocasião, ele teve a oportunidade de contracenar diretamente com seu herdeiro, o não menos talentoso Lúcio Mauro Filho.

https://rd1.com.br/lucio-mauro-completa-91-anos-relembre-momentos-marcantes-da-carreira-do-ator/

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NOS SETE UMBUZEIROS DO MARANDUBA


Marco do Cariri Cangaço na Maranduba a ser inaugurado em 15 de junho

Neste momento, estou novamente no Maranduba. Eu nasci aqui perto de onde eu estou, na Fazenda Sítio, vizinha ao Maranduba. O Sítio e o Maranduba no tempo de Lampião pertenciam aos Soares, meus antepassados. Os Soares são descendentes do povo do território de Maria do Rosário. Cada vez que venho ao Maranduba descubro um segredo ou algo que ainda não foi dito. Vou guardando um a um. É de ficar arrepiado. Mas não vou revelar agora.
Vejo que ainda há uma pequena mancha de caatinga original ali. E vejo também os sete pés de umbuzeiros um próximo do outro, ali onde se deu o famoso Fogo do Maranduba e ali exatamente onde, até recentemente, foram encontradas balas e cápsulas de balas. E também ali, não muito longe da Cruz do local onde foram enterrados os volantes e cangaceiros, estão as pias, cavidades nas rochas, ainda armazenando quase 500 litros de água captada das chuvas.

 Manoel Belarmino e o marco a ser inaugurado no 
Cariri Cangaço Poço Redondo na Maranduba

Neste momento, a Prefeitura de Poço Redondo está instalando os Marcos do Fogo do Maranduba e do tanque onde foram enterrados os oitos volantes e os dois cangaceiros mortos no combate entre volantes e os cabras de Lampião nas terras de Maria do Rosário.
Tudo já ficando pronto para o Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, de 14 a 17 de junho.
Manoel Belarmino
Pesquisador e Escritor
Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Poço Redondo
05 de Junho de 2018

http://cariricangaco.blogspot.com/2018/06/nos-sete-umbuzeiros-do-maranduba.html

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CARIRI CANGAÇO POÇO REDONDO TÁ EM RIBA !!! POR RANGEL ALVES DA COSTA

Rangel Alves da Costa

Tanto avexame que num sei não, viu! Um trabaio da molesta, um vem pra cá e vai pra lá que deixa o cristão doidim, mai tudo agora na paz de Deus. Adespois da ferroada o mé, cuma já dizia cumpade Virgulino. Aina farta arguma coisa, é verdade, mai nada que faça cumê o juízo. Tudo foi cosido, costurado, arremendado e alivanhado dum jeito, que agora mai parece um nó que num desatravanca mais. Tudim em riba, graça a Deus, Ou, cuma dizia Zabelê, só farta botá na mesa.

E espaiá. Botá na mesa e espaiá pra riba e pra baixo desse Poço Redondo a festança maior do mundo. Coisa boa, cumpade. Nunca se viu nada iguá nas quadrança. Gente de num acabar mais. Do Ceará a Paraíba, do Rio Grande do Norte a Pernambuco, das Alagoas a Bahia, do Maranhão ao Piauí, tudim de gente que vem praqui.

Quem se alembrar dos preá por todo lugar, saino dos mato e invadino a cidade, saino das loca e pegano caminho, bem assim vai ser o meio mundo de gente tomano Poço Redondo intero. Tem um tar de Mané Severo que dixe chegar trazeno mai que o bando de Lampião, só junto dele, afora os outo que pra cá vai se bandear.


Verdade ou não, meu cumpade Belarmino, mai vi dizer que vai ser mai gente em quatro dia que no resto todim do ano. Gente das leitura, das escrita, das sabedoria e dos ané. Mai tomem gente simple cuma a gente mermo, que vem só pelo gosto de conhecer o que esse sertão tem pra mostrar. E cuma tem cumpade, e cuma tem!

Lá nos asfarto num tem Maranduba não, munto meno tanta histora cuma tem a Estrada do Curralim. Quem do lá longe tem um pessoa que nem Arcino? Eita cabra sabido era Arcino. Um homi quase sem estudo mai que ensinou o sertão ao mundo todim. Histora do cangaço, das botija, das coisa veia, tudim ele tanto contava cuma escrevia. E sem falar no chorado da viola caipira que ele tanto gostava. Arcino, Arcino, quanta farta vosmicê faz a esse sertão Arcino!

Faiz bem o povo todo chegar aqui e pisar no chão que sua havaiana pisou e sentir de perto o que vosmicê tanto amou como um fio. Faiz munto bem esse povão todim beber da cacimba da gente e adespois querer vortá pra matar mais a sede. Faiz munto bem esse povo todim cunhecê cuma nóis é e o que nóis tem pá adespois saber contar direito a nossa histora. 


Cuma diz o cumpade Volta Grande, cabra aina hoje metido a cangacero e que diz trazer no sangue um bando intero, nada mió do que avistar, merma sem vê, aina a cangacerama, Lampião de valentia sem iguar e aquele povo cherando a suor e prefume. Muntos deles daqui mermo, daqui do Poço Redondo. Quem num se lembra de Adília, de Sila, de Cajazeira, de Enedina, de Zabelê e tantos outo?

Povo que tomem vem sentir o sol do sertão. Pru todo lugar o clarão dum mundo de tanta luta e tanto e sofrimento, mai tomem de valentia sem iguar pra vencer os tempo ruim. E adespois aina sorrí orguioso de ser sertanejo. Eu tomem sô, e munto. Nada iguar a essa terra que chameja no coração o fogo bom do renascimento. 

Entonce é só espera. E é já já. A festança já tá em riba e aqui só quero arrecordá um escrito que um fio de Arcino escreveu, que ouvi dos outo e munto gostei. Mai mudei um tiquim e nos meu veuso ficou ansim:

“Meu sertão está em festa, só diz que é ruim quem num presta, apois vai ter Cariri Cangaço que na histora tem seu laço, que traiz home de valor, estudioso e dotô, pra conhecer o sertão que Arcino tinha no coração. Vai ter palestra da boa, vai ter cantoria e loa, vai ter pife e xaxado, vai ter munto lugar visitado. Abra logo a cancela, a porta e a janela, chame o povo pá entrar cuma se fosse do lugar. E pode gritar e dizer que o que vai acontecer ninguém vai mai esquecer”.

Rangel Alves da Costa, Escritor e Pesquisador
Conselheiro Cariri Cangaço
Poço Redondo, 05 de junho de 2018


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COLORIZANDO A HISTÓRIA CANGACEIRA. CALAIS DE MACURURÉ.


Por Rubens Antônio

Pedro Silvino do Nascimento o cangaceiro cujo o vulgo era "Calais" pertenceu ao bando de Lampião. 

A fotografia original foi registrada em preto e branco no ano de 1929 na Fazenda Jaramataia localizada no município sergipano de Gararu, pertencente ao coronel Antônio Caixeiro pai de Eronides Ferreira de Carvalho autor da imagem.

  Antonio Caixeiro - Esta foto pertence ao acervo do pesquisador do cangaço Kiko Monteiro http://lampiaoaceso.blogspot.com



A colorização realizada com base em estudos e pesquisas sobre as vestimentas e acessórios usados na época por cangaceiros trás de volta as cores que um dia fizeram parte da indumentária cangaceira do bando de Lampião.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://cangacologia.blogspot.com/2018/06/colorizando-historia-cangaceira.html

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LAMPIÃO O PARTEIRO

Por Verluce Ferraz

Essa vontade de ver sangue pode estar relacionada ao ciclo menstrual das mulheres. Virgulino pode ter observado na mãe e avó os seus períodos menstruais e também presenciado sua avó fazer partos – Jacosa Vieira do Nascimento, uma parteira. Um sangramento normal ou um parto por ele presenciado, podem haver lhe causado horror, mas também prazer, trazendo desejos e aversão; desejos de ser igual à avó, aversão ao sangue. Na vida adulta o cangaceiro irá cometer assassinatos sangrentos como forma de reproduzir aquelas imagens retidas na mente. Os partos são sempre vistos como algo muito doloroso e até mesmo as mulheres temem a sua hora; ainda mais naquela época as mulheres morriam muito de parto. Assim ele se mantém afastado de figura feminina - (passou a maior parte de sua vida sem uma companheira, e aos 32 anos de idade é que permitiu que a Maria de Déia o acompanhasse). 


Os crimes perpetrados por Lampião eram, preferencialmente, sangrentos; e vão lhe causar sentimentos dor/prazer. O cangaceiro Lampião não hesitará em reproduzir o que estava retido na sua mente; nas atitudes e comportamento futuros. Há de imitar a avó na profissão de parteira e dedicar à mesma as suas atividades amorosas, assim compõe sua maior obra romanesca ‘Mulé rendeira’, nos versos pede o ensine “a fazer renda e em troca será seu namorado”. Depois que permitiu que a Maria de Déia o acompanhasse, Lampião foi o parteiro de todas as mulheres dos grupos cangaceiros. 


Não gostava de crianças; há relatos que ele quis matar a própria filha Expedita e, só não o fez porque a sua companheira não permitiu. Irritava-se com choro de criança, dizia que criança berrava feito cabrito. O infanticídio simbólico seria alívio para o cangaceiro; em sua mente criança causava morte; assim preferia que morressem. Tudo isso simbolizado, mostra também que nas suas roupas coloridas e enfeitadas o cangaceiro contém representação do feminino. Houve momentos de indecisão entre 'ser mulher é algo bom; ser mulher não é bom. No tempo dos imperadores romanos Men e Atis se fundiram numa só divindade. Atis usa o píleo, assim como Men, Mitra e os Dadófaros. Como filho e amante de sua mãe, ele traz o problema do incesto (cf. fl. 189 - Símbolos da transformação, de C.G.Jung). 

As fotos abaixo são do cangaceiro, sua avó Jacosa (parteira) e da casa onde nasceu o Lampião.

"A expressão infanticídio, do latim infanticidium sempre teve no decorrer da história, o significado de morte de criança, especialmente no recém-nascido. Antigamente referia-se a matança indiscriminada de crianças nos primeiros anos de vida, mas para o Direito brasileiro moderno, este crime somente se configura se a mulher, quando cometeu o crime, estava sob a influência do estado puerperal, i.e., logo após o parto ou mesmo depois de alguns dias.


No Império Romano e também em algumas tribos bárbaras a prática do infanticídio era aceita para regular a oferta de comida à população. Eliminando-se crianças, diminuía-se a população e gerava um pseudo controle administrativo por parte dos governantes.

Na atualidade, a China é um país onde há elevado índice de infanticídio feminino. Neste país é prática comum cometer aborto quando o bebê é uma menina, o que gerou um desequilíbrio entre os sexos na população do país." 

Da fonte:Wikipédia.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5

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