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segunda-feira, 9 de junho de 2014

O LOUCO, O DOIDO E O INSANO

Por Rangel Alves da Costa*

Nos acasos e inusitados da vida, eis que o destino parece ter feito valer sua fama. Colocou frente a frente, ou lado a lado, três pessoas completamente desajuizadas: um louco, um doido e um insano. E para a dura e difícil tarefa de dialogar compreensivamente acerca da realidade da vida. Encontro impossível de ser descrito na sua inteireza de conversação e de pontos de vista. Mas enfim.

Encontro mais que casual e inesperado. Todos os dias, assim que chegava o entardecer, os três se encaminhavam para realizar tarefas cotidianas e sempre no mesmo lugar, numa praça com árvores centenárias, estátuas imponentes por todo lugar, bancos de madeiras para o repouso e meditação. Cruzavam-se por ali, se entreolhavam, mas nunca se cumprimentavam ou paravam para uma palavra mais alongada. A verdade é que cada um se mostrava desconfiado perante a presença do outro, achando estar diante de um maluco de careta e pedra. Os motivos da andança de cada um, ainda que inexplicáveis racionalmente, eram plenamente justificados nas suas mentes psicologicamente afetadas.

Um levava flores de plástico para pregar nas plantas dos canteiros desnudos e ressequidos. Outro procurava uma estátua na praça que desejasse conversar com ele, vez que já estava entediado com tanta falta de educação daquelas pessoas empertigadas demais. Ora, dava boa tarde e nenhuma respondia. E o outro ficava por ali esperando a cavalaria revolucionária chegar para tirar à força o ditador de seu palácio. Por isso mesmo, no intuito de ajudar os rebeldes, levava escondido um pedaço de ripa como espada e pedras no bolso, que eram suas balas de canhão. E também um grito de vitória pronto para ser ecoado.

Assim, o louco procurava um jardim para fazê-lo florescer artificialmente; o doido procurava uma estátua que fosse boa de prosa; e o insano esperava ansiosamente a chegada dos rebeldes para derrubar o tirano e salvar a pátria. Mas o encontro dos três ocorreu quando o doido falou para a estátua, de espada erguida na mão, que baixasse aquela arma e viesse dialogar. O insano revolucionário ouviu tais palavras e prontamente correu ao local, gritando em direção à estátua que jamais se rendesse às mentiras daquele agente da ditadura. E que empunhasse ainda mais a sua espada contra toda a tirania do mundo.


Diante do impasse e do imediato estranhamento, o doido e o insano já estavam para se atracar, para dar início a uma briga feroz, quando o louco correu e se colocou perigosamente entre eles. Arriscava sua integridade física e até sua vida se metendo no meio da briga dos outros, mas fazia assim porque tinha bom coração e tentava evitar uma verdadeira tragédia. Não só se posicionou entre eles como puxou duas flores de plástico de um saco e estendeu-as aos desafetos.

Ao recebê-la, o doido fez menção de oferecê-la à estátua, atitude prontamente desaprovada pelo insano. Este gritou que a revolução não precisava de flores, mas de armas e do sangue da tirania e seus bajuladores. E disse mais: Assim que a cavalaria chegar por um lado e de outro despontar os canhões, não restará pedra sobre pedra. O oprimido vai tomar o poder e pessoas como vocês, que acreditam em estátuas de heróis e pensam que flores curam feridas, terão que se contentar em comer o pão molhado em suor.

Então o louco pediu para que se afastassem um do outro e mantivessem a calma, pois precisava falar, dizer algumas palavras que pudessem acabar com aquela intriga ameaçadora e desnecessária. Em seguida, empunhando a mais bela flor artificial que pôde encontrar nos seus apetrechos, subiu num banco, beijou a flor, levantou-a em direção aos céus, e começou a falar:

“Será que vocês perderam o juízo de vez e querem ser iguais às pessoas que andam por aí se dizendo normais? Vocês querem ser iguais a eles, espertos e inteligentes demais, mas não pensam duas vezes para fazer as piores maldades para conseguir o que desejam? Vocês querem perder a razão, a consciência de tudo que fazem para se tornar como eles, uns loucos, psicopatas, verdadeiros desequilibrados da mente? Ora, pessoas normais não agem como eles, que vivem disfarçados, escondendo suas verdadeiras feições. Eles sorriem tão falsamente, conversam tão mentirosamente e agem tão covardemente, que até se iludem com suas capacidades de iludir. Agora deixem de briga e venham me ajudar a transformar essa praça num jardim florido”.

Mas os outros dois rejeitaram a proposta. Disseram que não iam se arriscar a ser chamados de doidos se alguém os visse colocando flores de plástico em planta morta. Não iam sair de onde estavam de jeito nenhum. Não sem antes a estátua resolver conversar sobre a copa do mundo e a cavalaria e os canhões aparecerem para tirar do poder a tirania que gasta com estádio de futebol e não com as reais necessidades da população.

E continuaram por ali, mas agora tentando encontrar um jeito de mandar para um hospício todos aqueles doidos que passavam e os olhavam como se fossem malucos.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com  

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Antonio José de Oliveira homenageando os amigos

         
Caro pesquisador Mendes:
          
Em 29 de Maio do ano em curso, escrevi uma modesta mensagem homenageando o administrador doblogdomendesemendes.blogspot.com pela passagem do seu aniversário, a qual foi publicada no referido blog. No conteúdo da mensagem, além do companheiro MENDES, citei os nomes de quatro notáveis personagens que, embora, com diferentes formações acadêmicas, são exímios pesquisadores, nem só da saga do cangaço, mas de tudo que diz respeito à História.
          

Fiz menção do nome do ilustre Escritor e Advogado Rangel Alves Costa, filho da Terra que produziu um dos melhores sergipanos – Poço Redondo, o saudoso político e escritor Alcino Alves Costa;
         

Mencionei o nome do Historiador e Escritor pernambucano, radicado em Paulo Afonso, João de Sousa Lima;
         

Citei o nome do Jornalista e Agrônomo Doutor Lima, filho do Rio Grande do Norte e radicado nas Terras do Ceará;

   

Fiz alusão ao nome do nobre Delegado e Escritor das Terras Sergipanas, Doutor Archimedes Marques;
        
E, é claro, ao Professor e Administrador de três ou quatro blogs, o amigo José Mendes Pereira.
        
Não obstante, por questão de lapso da memória dos meus setenta anos, fui omisso, e até diria, negligente em não mencionar os seguintes nomes, com os quais tive o privilégio de contactá-los pessoalmente ou pela INTERNET, aos quais peço as minhas desculpas.
         

Guilherme Machado, Pesquisador do Cangaço e Administrador do blog Portal do Cangaço de Serrinha, filho das Terras do Recôncavo Baiano e radicado em nossa Cidade, que sempre me recebe de braços abertos;
         

O ilustre Professor Universitário e Escritor Paulo Medeiros Gastão, filho das Terras Pernambucanas de Triunfo e radicado na bela Cidade de Mossoró. Cidadão extremamente atencioso no trato com as pessoas;
         

Francisco Carlos Jorge de Oliveira, Militar, Cronista e Pesquisador do Cangaço, residente nas Terras do Paraná, mas ama o nosso Nordeste;
          

Escritor e Historiador Rostand Medeiros, filho do Rio Grande do Norte e residente na encantadora Cidade de Natal. Personagem de profundo conhecimento nem só da História do seu Nordeste, como no âmbito de toda a História Geral. Homem de comprovada atenção dispensada aos que lhe procuram.
          

Aos demais incansáveis pesquisadores, principalmente da área do cangaço, que os conheço de nomes e pelos seus escritos, deixo os meus sinceros agradecimentos por abraçarem com dedicação e firmeza uma missão, muitas vezes árdua e espinhosa, mas enormemente gratificante.
                                               
Antonio José de Oliveira reside em Serrinha, no Estado da Bahia. É pesquisador do cangaço.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Descendentes de volantes e cangaceiros

Por Paulo George

Abimael Lira, bisneto do velho Gomes Jurubeba da fazenda Jenipapo, Nazaré, distrito de Floresta no Estado de Pernambuco. Sua avó, Filomena Gomes de Lira. Filha do velho " Gomes".


Ulisses Flor, filho do capitão Euclides Flor, Nazaré, distrito de Floresta no Estado de Pernambuco.


Claudionor Santos, neto da cangaceira Adília.

Fonte: Facebook
Página: Paulo George

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http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

CANAL DE TV PERNAMBUCANA GRAVA PROGRAMA EM PAULO AFONSO


Canal de televisão de Recife grava programa Pé na Rua em Paulo Afonso.


A equipe passou por Piranhas, Paulo Afonso e seguiu pra Petrolândia. O programa irá ao ar em Setembro.


Em Paulo Afonso foi gravado sobre o Rio São Francisco as Usinas e o cangaço. Roteiros turísticos que representam bem a cidade de Paulo Afonso e região.

João de Sousa Lima e João Bosco representaram  a cidade.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com
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Desvendado Parte II

Por: Luiz Ruben
Nely Conceição e Luiz Ruben

Aos amigos pesquisadores do cangaço: Quem era o cangaceiro “NÃO CONHECIDO”? Ainda nos documentos citados no artigo anterior, na continuação das minhas pesquisas para meu mais recente livro “O Fim do Cangaço: As Entregas, encontrei mais um documento que talvez esclareça o nome de guerra do cangaceiro Luiz de Thereza desta vez no Jornal Gazeta de Alagoas em 1 de novembro de 1938, numa entrevista com o cangaceiro Cobra Verde.

Segue a transcrição de parte do jornal com a entrevista de Cobra Verde e em anexo o fac-símile do citado jornal, uma foto do cangaceiro Cobra Verde e algumas observações sobre o fato.


TRANSCRIÇÃO DE PARTE DO JORNAL
Gazeta de Alagoas, 1 de novembro de 1938

FALA-NOS COBRA VERDE

Como se sabe três dos sete bandidos capturados em poço Redondo, os denominados, Vila Nova, Santa Cruz e Cobra Verde achavam-se com Lampião no valhacouto de Angico, quando as forças comandadas pelo 1º tenente, hoje capitão João Bezerra o atacou. Cobra Verde saía muito cedo pra comprar leite numa vacaria cita em Cajueiro, distante meia légua de Angico. De volta, ouviu os tiros e desconfiou do que acontecia. Então se aproximou cauteloso, subindo a uma elevação, de onde viu, ao longe, o combate. Não quis mais saber de nada e abalou no mundo.

OS BANDIDOS QUE SE ENCONTRAVAM EM ANGICO.

Foi Cobra Verde que nos forneceu a relação completa dos celerados que se achavam em Angico, no momento da refrega, ao todo 42 homens e 7 mulheres. Lá estavam Lampeão e os seus sequazes habituais, que nunca dele se afastavam, Quinta-Feira, Elétrico, Laranjeira, Candieiro, Alecrim, Vila Nova, Quixabeira, Chá Preto e Menino, sobrinho de Lampeão, de 16 anos.

Estavam também os seguintes grupos: o de Luiz Pedro constituído por Moeda, Vinte e Cinco, Cobra Verde, Amoroso, Cruzeiro e Azulão; o de José Sereno, formado por Cajazeira, Marinheiro, Pernambucano e Ponto Fino; o de Balão por Bom Deveras, Mergulhão, Macela e Besouro; o de Criança por Santa Cruz, Colchete, Cuidado; o de Jurity, por Penedo, Borboleta e Mangueira; o de Diferente por Velvel e Beija-Flor; e mais Zabelê, Lavandeira, Pitombeira e Delicado, que costumavam andar sós. As mulheres eram Maria Bonita, amante de Lampeão, Enedina, de Cajazeira, Maria, de Jurity, Bastiana de Moita Braba, Sila, de José Sereno, Dulce, de Criança e Dina, de Delicado.

Cobra Verde

O único cangaceiro relacionado por Cobra Verde que nos parece novidade é o Velvel, (escrito dessa forma no jornal). Este cangaceiro nunca foi mencionado em outras fontes, por isso, me parece plausível que o Luiz de Thereza divulgado na matéria do Jornal de Alagoas do dia 9 de novembro de 1938 com a manchete: Quem era o bandido que não foi identificado no sucesso de Angico, compartilhado por mim a todos os pesquisadores, possa ser esse cangaceiro aqui relacionado por Cobra Verde.

Alerto que a lista dos grupos feita por Cobra Verde pode gerar algumas divergências aos pesquisadores mais atentos.

Cobra Verde, diferente de outros cangaceiros sobreviventes a Angico e que vieram a declarar décadas depois, com divergências, os cangaceiros participantes do evento, não conseguiram fazer uma listagem numerosa. Cobra verde, entretanto, dá essa declaração onde relaciona um maior número de cangaceiros, apenas três meses depois dos fatos de Angico, que culmina com a morte de Lampeão.

Maurício Ettinger identificou o “Não Conhecido” (assim denominado na lista de identificação das cabeças dos cangaceiros na foto da escadaria de Piranhas), como sendo Luiz de Thereza. Será o Velvel o nome de guerra de Luiz de Thereza? Fica aí uma pista, para ser ou não confirmada! Espero que ao compartilhar essas “descobertas” esteja contribuindo para o fim de mais um mistério na história do cangaço. 

Saudações cangaceiras
Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista, Turismólogo, Pesquisador de Cangaço e Ferrovias.

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Filho do cangaceiro Zé Sereno

Por Tercília Teco de Souza

Ivo nasceu no dia 06 de Maio de 1942 e faleceu no dia  22 de Julho de 1981, acidente no “Cais” de Santos onde trabalhava. Casamos em 1968 e tivemos um filho, hoje com 45 anos.


A última foto que nós tiramos juntos poucos meses antes dele falecer. Fui muito feliz. Ele faleceu 5 meses após o falecimento do meu sogro Zé Sereno. Foi muita perda no mesmo ano, mas a vida continua.

Abraço, Geraldo!

Fonte: facebook
Página: Tercilia Teco de Sousapublicou em‎ Geraldo Júnior

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