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terça-feira, 21 de outubro de 2014

O Mercado da Cidade - 19 de Outubro de 2014

Por: Geraldo Maia do Nascimento

No início, a cidade não tinha um lugar específico para que os negociantes pudessem exercer as suas atividades. Encontravam-se e negociavam armando suas bancas nas sombras das árvores ou sob uma palhoça que fazia vezes de mercado, e que ficava na praça central da cidade. E permaneceu assim por muitos anos até que em 23 de agosto de 1875 a Câmara Municipal de Mossoró, através da Lei nº 739, autorizou a construção de uma casa destinada ao mercado da cidade a ser feita mediante contrato com quem melhores vantagens oferecessem. 


Foi assim que em 12 de julho de 1877, dois anos após a autorização, durante a administração do Prefeito Francisco Gurgel de Oliveira, os construtores Antônio Secundes Filgueira e José Alexandre Freire de Carvalho fizeram entrega do prédio do Mercado, que iria substituir a palhoça que fazia vezes de tal, sem as mínimas condições de higiene, onde eram expostas carnes e outros gêneros. Esse primitivo mercado foi construído no mesmo local onde ainda hoje se encontra o Mercado Municipal de Mossoró, no centro da Cidade. Possuia seus estavelecimentos de cereais com portas para o exterior. O mercado de carne funcionava em galpão na parte interna. Suas entradas principais davam para as praças fronteiriças.
               
O Mercado Municipal tinha, no passado, um papel muito importante na vida de uma cidade, porque era no Mercado que se encontravam os comerciantes que abasteciam as cidades dos mais diversos produtos que iam desde os cereais, carnes e frutas, até roupas, produtos de couro, cerâmica (utilitárias e decorativas) e uma infinidade de guloseimas, sem esquecer as tradicionais barracas de pinga e comidas sertanejas (buchadas, rabadas, cuscus e outros pratos típicos).
               
Por 30 anos esse prédio serviu de Mercado, sem que fosse feito qualquer melhoramento. E a estrutura foi se desgastando, comprometendo até mesmo a qualidade dos produtos alí expostos, já que havia acúmulo de lixo, cuja fedentina incomodava a todos que por ali passava. Fazia-se necessário providenciar, de imediato, as melhorias nas instalações. Essa era a opinião de todos.
               
Na administração do Coronel Antônio Secundes Filgueira (Totô Filgueira), cuja intendência era formada por Francisco Tavares Cavalcanti, Luís Colombo, Abel Chagas, Rodolfo Fernandes e Enéas Almeira (1905 – 1907), a Prefeitura de Mossoró teve um trabalho muito grande para reconstruir o mercado público, que segundo o historiador Câmara Cascudo, naquela época era um pardieiro oscilante que infectava os arredores.
               
Essa reforma, que custou aos cofres públicos a importância de Rs. 37.517$180, dotou Mossoró de um excelente prédio trabalhado pelo mestre Francisco Paulino da Silva.
               
O novo prédio tinha uma fachada muito bonita, como podemos ver na foto que ilustra este texto, e se ainda existisse, com certeza, continuaria sendo um orgulho arquitetônico da cidade.
               
Mais 30 anos se passaram até que fosse feita outra reforma no Mercado, mas dessa vez não pelo desgaste físico, mas pela necessidade de ampliação de sua área. Com o crescimento da cidade o espaço foi ficando pequeno. Era preciso uma nova reforma, com ampliação do espaço. E isso aconteceu a partir da administração do Padre Luís Mota (1936 – 1945). Para essa nova reforma, o velho mercado foi praticamente demolido, inclusive as suas belas fachadas, para ceder lugar a um outro, mais amplo e mais moderno, mas nem de longe com a beleza do anterior. A inauguração do novo prédio se deu em 1937.
               
O jornalista Lauro da Escócia, em seu livro “Memórias de um Jornalista de Província”, dá uns dados interessantes: Por essa época, 1937, era administrador do mercado o Sr. Abel Duarte. O zelador era Zezinho da velha Aninha Cocorote e o descarregador de carne da carroça era Marcelino.
               
O Mercado Público Municipal de Mossoró que conhecemos hoje já não tem as finalidades para o que foi criado. O seu interior é apenas um centro de venda de roupas populares, havendo apenas algumas lanchonetes que poderiam lembrar os tempos passados. Já não ha mais açogues, nem frutas ou verduras. São outros tempos; outros costumes! 

Geraldo Maia do Nascimento

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O Globo de 30 de dezembro de 1930.

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Tranquilino de Souza era o nome do cangaceiro que fugiu do hospital Santa Isabel em Salvador-BA. O Globo de 30 de dezembro de 1930.

Será que esse era o filho do coronel Marcionílio de Souza que perseguia e matava membros da família Cauaçu e do bando de cangaceiros que acompanha o grupo, comandado por Anésia Cauaçu em Jequié na Bahia? A matéria não traz detalhes.



Fonte: facebook
Págima: Raul Meneleu Mascarenhas

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VISITE O MUSEU DO SERTÃO EM MOSSORÓ-RN


No dia 1º de Novembro de 2014, o  Museu do Sertão em Mossoró, abrirá suas portas para visitas, a partir das 7:00 horas da manhã, estendendo-se até às 12:00 horas do dia. 

 http://petcis-uern.blogspot.com.br/2013/03/visita-dos-petianos-ao-museu-do-sertao_26.html




Você já é um convidado para visitar o Museu do Sertão em Mossoró, no dia 1º de Novembro de 2014. 

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Casarão de Patos e o Cariri Cangaço

Por Manoel Severo
Caravana Cariri Cangaço em Patos de Irerê


Patos de Irerê; distrito de São José de Princesa, terra antigamente pertencente ao município de Princesa  Isabel é o berço de alguns dos troncos familiares  mais tradicionais da Paraíba e do Nordeste: Os Marçal, Diniz, Florentinos, Dantas, Antas; “solo sagrado” do famoso Casarão de Patos, residência do Major Floro Diniz, pai da não menos famosa Xanduzinha e sogro do “Caboclo” Marcolino, eternizados na composição de Humberto Teixeira na voz de Luiz Gonzaga, recebeu a primeira visita do Cariri Cangaço.

Anfitrionados pelo memorialista e amigo Joao Alberto Antas Florentino, ou Joao Antas, pudemos contatar com fragmentos do passado e redescobrir a fantástica historia e saga dos Marcal Diniz, Pereira Lima, o cerco a Patos por Clementino Quelé, o sequestro de Xanduzinha, o espetacular resgate pelos homens de Marcolino e Zé Pereira e a morte de mais de 60 soldados num dos episódios mais marcantes da `Guerra de Princesa` em 1930.
 Casarão de Patos
 Manoel Severo, Narciso Dias e Jorge Remígio no Casarão de Patos
João Antas e Manoel Severo
Estando em Patos de Irerê não poderíamos deixar de citar que dentre todos os arranjos e conchavos vivenciados por Virgulino Ferreira, um dos que mais se destacam foi sem dúvida a relação mantida com a grande oligarquia da família Diniz, do coronel Marçal Diniz; seu irmão Laurindo, seu filho Marcolino Pereira Diniz e seu genro, o chefe político de Princesa, o poderoso Zé Pereira.É Interessante observar a incrível ligação consangüínea que acabou ligando esses personagens chaves desse período cangaceiro de Virgulino na Paraíba, senão vejamos: numa época em que os casamentos consangüíneos eram corriqueiros, o número de filhos bastante elevado e os homônimos existiam em todo lugar, Princesa apresentou alguns casos dignos de um autêntico quebra-cabeça.

Coronel Zé Pereira
 Dona Alexandrina Pereira Lima (Dona Xandu)

O “coronel” Marcolino Pereira casou com Águida de Andrade, a “Sinhá" Águida, a união gerou Zé Pereira e Doninha. Esta enamorou o “coronel” Marçal Florentino Diniz e teve os filhos Xandu e Marcolino Diniz. Esse se uniu a outra Xandu, a famosa Xanduzinha, filha do "major" Floro Diniz. Zé Pereira casou-se com a própria sobrinha, Xandu, essa, a irmã de Marcolino. Então temos: Zé Pereira que é irmão de Doninha, que é mãe de Marcolino Diniz, que é irmão de Dona Xandu, que firmou matrimônio com Zé Pereira. Fácil, fácil de entender, Eita Patos de Irerê cheio de maravilhosas histórias...

 Marcolino Diniz, sentado; filho de Marçal Diniz irmão de uma Xandu e esposo de outra...

Voltemos à nossa visita; ao chegar no famoso Casarão a surpresa com o adiantado estado de deterioração desse que sem duvidas se  configura como um dos mais espetaculares patrimônios do sertão paraibano. A majestosa casa do Major Floro ainda guarda na sua fachada a grandiosidade que se encontrava por detrás de suas atuais paredes caídas; na década de 20 do século passado o local era um verdadeiro e prospero parque fabril. Nas palavras de Joao Antas a decepção e a remota esperança da restauração. `Tenho medo que essa historia acabe comigo, não poderíamos deixar isso acontecer` revela Antas.
 Capelinha de Patos de Irerê: Aqui estão sepultados os restos dos familiares Diniz
 Ingrid Rebouças na pracinha de Patos de Irerê
Jair Tavares, Jorge Remígio, Manoel Severo e Narciso Dias em Patos de Irerê

Novamente no povoado de Patos de Irerê já perto das 18h a visita a capela onde estão sepultados, entre outros, os corpos do Major Floro, de Marcolino e Xanduzinha, a emoção tomou conta da Caravana Cariri Cangaço. Para finalizar a visita de trabalho, visitamos a casa de Marcolino Diniz e Xanduzinha, a mesma onde Lampião costumava tomar conhaque e jogar cartas e a mesma que foi saqueada e bombardeada por Quele em 1930. 

"Nesta mesa Marcolino recebia Lampião; de um lado da cabeceira ficava Marcolino, do outro Lampião, quando havia qualquer alerta, o rei do cangaço saia pela portas dos fundos" fala João Antas, e continua: "A família do Major Floro e Marcolino eram absolutos aqui e em toda região, os homens mandavam em tudo e em todos, até sua morte todos respeitavam e temiam o doutor Marcolino, doutor porque ele fez dois anos na faculdade de direito" conclui.


Capelinha de Patos de Irerê
Casa de Marcolino Diniz logo após o ataque de Clementino Quelé
Atual Fachada da casa de Marcolino Diniz em Patos de Irerê
Cariri Cangaço e a mesa de Marcolino Diniz:"Numa cabeceira ficava Marcolino, na outra Lampião..."

No Cariri Cangaço Princesa 2015, no mês de Marco, teremos a grande oportunidade de revisitar Patos do Irerê e no terreiro do grande e histórico Casarão do Major Floro realizar um grande debate com os principais pesquisadores da temática.

Narciso Dias, Conselheiro Cariri Cangaço e Presidente do GPEC, completa: "É realmente uma grande emoção vir até Patos de Irerê e conhecer de perto o Casarão do Major Floro, a casa de Marcolino, essa terra tão cheia de história e tradição; a chegada de nosso Cariri Cangaço em Março de 2015 a Patos, dentro do Cariri Cangaço Princesa será extraordinária". Participaram também da visita, Jair Tavares, Heldemar Garcia, João Antas, Ingrid Rebouças e Jorge Remigio.

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço
20 de Julho de 2014

VEJA UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DE PATOS DE IRERÊ; TAMBÉM NESTE BLOG:

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/marcolino-diniz-e-xanduzinha-parte-i.html
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/marcolino-diniz-e-xanduzinha-parte-ii.html

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Lampião a Raposa das Caatingas


O livro tem aproximadamente 736 páginas e custa R$ 90,00 

Para adquirir seu exemplar pode ser diretamente com João de Sousa Lima pelos telefones:

 75-8807-4138 ou 9101-2501. 
E pelos emails: 
joaoarquivo44@bol.com.br 
joao.sousalima@bol.com.br

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FRASE - "EU ERA O HOMEM QUE MAIS TINHA MEDO DE CADEIA NO MUNDO"


"EU ERA O HOMEM QUE MAIS TINHA MEDO DE CADEIA NO MUNDO"

Antônio Ignácio da Silva mais conhecido como Moreno que foi ex cangaceiro do bando de Lampião. homem de confiança responsável pelos serviços pesados, segundo Frederico Pernambucano de Melo (Historiador, Escritor e Pesquisador).

Foto: Blog do Crato-CE

Fonte: facebook

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Era um garoto, fez-se homem - EZEQUIEL, codinome Ponto Fino

Por Raul Meneleu Mascarenhas

EZEQUIEL, O Ponto Fino (Irmão de Lampião)

Era um menino,
Que em rapaz se transformou,
Ezequiel era seu nome,
Ponto Fino se tornou,
Era irmão de sangue,
Do valente Lampião.

Menino estou lhe vendo,
Sua família e seu trabaio,
A canalha desalmada,
Lhe levou pro outro lado,
E com raiva e irado,
Largou ali mermo o arado.

O cangaceiro mais amado
O também mais odiado,
Do imenso sertão.
Enfiado na caatinga,
Foi se ajuntar
A seu mano Lampião.

Era menino ligeiro,
No suvaco o mosquetão
Botava o olho e atirava,
A queda era certeira,
Atirava nos macaco,
Que pulavam no sertão.

(Raul Meneleu)

Ezequiel, cognominado "Ponto Fino", nascido no ano de 1908. Com a morte de Livino e Antônio, entrou em 1927 no cangaço com 19 anos no grupo de seu irmão Lampião.  O apelido foi motivado por sua grande pontaria, rápida e segura.

Era bastante inteligente e de uma valentia desassombrada. Seria na certa, com o tempo, o sucessor de Lampião, segundo a opinião de Luis Pedro, que era lugar-tenente de Lampião.

Morreu valentemente em combate na Várzea do Touro, Bahia, em 1932 aos vinte e três anos de idade.

Fonte: Lampião, seu tempo e reinado. Frederico Bezerra Maciel. Pg 111

Perguntas:

1 - Existe sepultura?
2 - Se existe, onde?
3 - Quem o matou? (Volante)
4 - Cortaram-lhe a cabeça?

Não sei as respostas dessas quatro perguntas.

O historiador e pesquisador Voltaseca Volta respondendo minhas indagações sobre EZEQUIEL, disse: São interessantes,  as perguntas, vejamos: 
1 - Existe sepultura? 

1º) Ele morreu no combate da Lagoa do Mel, também chamado de Touro ( para uns), em Paulo Afonso-BA, no dia 24 de abril de 1931, em confronto com a volante baiana do Ten. Arsênio, que deu uma rajada de metralhadora;

2 - Se existe, onde? 

2º) Seu corpo, foi enterrado no meio do mato, visando despistá-lo da polícia, mas, posteriormente, foi descoberto, e sua cabeça / crânio foi levado para Salvador-Ba, onde, inclusive, foi fotografado e exibido em jornal...
  

3 - Quem o matou? (Volante)

3º) Creio que, hoje, não mais existirá a sepultura do mesmo... O incansável pesquisador/escritor JOÃO DE SOUSA LIMA, ainda chegou a fazer foto e entrevista com o senhor, que desenterrou os ossos, obrigado pela polícia;
 

4 - Cortaram-lhe a cabeça? 

4º) Abaixo, foto da antiga LAGOA DO MEL, que como o tempo, foi aterrada, e, hoje, é um lote de terra bem cultivado, só existindo a presença de GRANDES PEDRAS, que são originárias do seu entorno... 

Voltaseca Volta: O crânio de EZEQUIEL (Ponto Fino), um chapéu e dois punhais de CATINGUEIRA, que foram expostos, em Salvador-BA, e, posteriormente, publicados pela A NOITE ILUSTRADA, na edição de 06 - 10 - 53...Confira ABAIXO, Raul Meneleu Mascarenhas e Francimary Oliveira...Abraço Volta Seca

Raul Meneleu Mascarenhas: Como sempre o amigo Voltaseca Volta com bastante dinamismo e conhecimento nos auxilia nesse maravilhoso tema que é o Cangaço. Valeu grande pesquisador!

Fonte: http://meneleu.blogspot.com.br

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"Traição e morte dentro do cangaço"

Por Archimedes Marques

Consta da história que o sanguinário e impiedoso cangaceiro Zé Baiano, chefe de um dos grupos de Lampião, atuava principalmente na região de Frei Paulo e adjacências, no nosso querido Estado de Sergipe, inclusive era um rico bandido que tinha a audácia de também ser um forte agiota, emprestando dinheiro a juros exorbitantes para fazendeiros e comerciantes daquelas cercanias. O famoso bandoleiro ferrador Zé Baiano, apesar da sua feiúra em todos os sentidos, tinha o privilégio de ter como companheira a mais linda e atraente das cangaceiras, Lídia. 


Contaram os remanescentes do cangaço, mais de perto os então cangaceiros sobreviventes e alguns ex-coiteiros e protetores de Lampião, que a linda Lídia era daquelas mulheres de “fechar quarteirão”, de deixar todos os cabras-machos “babando” de desejo, principalmente quando se apresentava saindo dos rios ou lagoas em vestido molhado e colado ao seu estrutural corpo. Diziam ser um verdadeiro deslumbre de se ver a cangaceira Lídia no seu andar provocante, mas infelizmente não há uma fotografia dela sequer para assim comprovar tal beleza. Por isso era admirada e desejada por todos os cangaceiros, mas ninguém se atrevia a dar uma “cantada” na moça, até porque, apesar de todos ali serem bandidos perigosos, havia muito respeito dentro do acampamento. Essa era uma das regras impostas e prova inconteste da liderança e comando de Lampião, ou seja, exigia o chefe, acima de tudo, que todos se respeitassem mutuamente e que só houvesse sexo entre os casais devidamente conquistados e efetivados. Além disso tudo, o próprio Zé Baiano, pela sua crueldade, era dos mais respeitados dentro do bando e mais ainda fora do acampamento, onde quer que chegasse. O seu nome fazia arrepiar e tremer de medo qualquer um, talvez até mais do que o próprio Lampião que era bem mais complacente. Um temível cangaceiro acostumado a ferrar mulheres com ferro em brasa com as iniciais JB nos seus rostos, virilhas ou nádegas somente pelo simples fato delas usarem cabelos curtos, maquiagens ou roupas decotadas. Enfim, um psicopata impiedoso, ignorante em todos os sentidos que matava, estuprava, roubava e torturava as suas vítimas sem dó ou piedade.Ocorre, porém, que o desejo da carne terminou sobrepondo todos os perigos possíveis e assim a linda cangaceira Lídia terminou por ceder ou mesmo procurou os encantos do cangaceiro conhecido por Bem-te-vi e com ele passou a cometer adultério em eloquentes e quentes encontros sexuais dentro do mato quando da ausência de Zé Baiano no acampamento. No entanto, o cangaceiro Besouro que também já estava de olho em Lídia há algum tempo e até desconfiado que ela traia Zé Baiano com o Bem-te-vi, certo dia seguiu os dois quando eles entraram disfarçadamente mato adentro, pegando-os em flagrante na hora do ardente sexo. Daí fez uma proposta para a Lídia que se ela também mantivesse relações sexuais com ele, o segredo ficaria somente entre os três, caso contrário ele contaria tudo a Zé Baiano. Indignada, a corajosa Lídia retrucou agressivamente com palavras de baixo calão o cangaceiro Besouro e sua indecente chantagem. Então, naquela mesma noite, quando todos estavam reunidos em volta a uma fogueira, contando e recontando as diversas histórias de Trancoso, histórias de assombração, histórias de botijas e histórias diversas das guerras do cangaço, o bandido flagranteador Besouro provocou a Lídia que apesar de tudo não arrefeceu mostrando força, coragem e determinação mesmo sabendo que tal gesto poderia valer a sua própria vida. Presentes estavam os maiorais do cangaço que “lavaram as suas mãos” sem interferirem na decisão, a exemplo do supremo chefe Lampião e de outros da sua inteira confiança como Corisco, Luís Pedro, Moreno, Virginio e Labareda, além do próprio traído, cangaceiro Zé Baiano. Corajosa, afoita, determinada, atrevida no atrevimento suicida das mulheres decididas da época e até mesmo inconsequente para o momento, Lídia repeliu o seu companheiro surpreso e enlouquecido de raiva e ódio, Zé Baiano, exclamando em alto e bom som: Estive com ele, sim!... Que tem isso?... O que é meu eu dou a quem quero!... Enlouquecido em místico de vergonha, raiva, ódio e desespero ao mesmo tempo, Zé Baiano arrastou Lídia até uma árvore ali perto e após amarrá-la, matou-a impiedosamente a cacetadas e depois chorou copiosamente a perda do seu grande amor, enterrando o seu tão desfigurado corpo do que antes tinha sido uma linda mulher. Para ele a sua honra fora lavada com o sangue da traidora. A partir de então Zé Baiano que já era malvado ficou ainda pior, principalmente contra as mulheres.Já o cangaceiro delator, Besouro, foi morto ali mesmo por ordem de Lampião no momento em que Lídia disse que ele assim tinha denunciado o fato em contrapartida dela não ter aceitado também transar com ele. Por sua vez, o cangaceiro Bem-te-vi logo no início da conversa, de um pulo, tratou de fugir na escuridão, mato adentro em desabalada carreira para nunca mais se ter notícias dele.

Era um tempo atroz em que não se aceitavam traições femininas em hipótese alguma e quem assim se atrevesse a contrariar as regras pagava com a sua própria vida.

Fonte www.infonet.com.br Matéria do Drº. Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe), pesquisador/historiador sobre o cangaço.

Fonte: facebook


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