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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Benjamin Abraão Botto e a involuntária extinção do cangaço comandado por Lampião


José Romero - 25/04/2010
Benjamim Abraão

                   Natural da região compreendida pela Palestina bíblica, o sírio-libanês Benjamin Abraão Botto chegou ao Brasil no ano de 1914, fugindo da convocação compulsória para lutar na Primeira Guerra Mundial, determinada pelo império inglês que dominava a região na época.
                   Botto rumou para o Ceará, na companhia de outros conterrâneos que alimentavam o mesmo objetivo. Na terra de Iracema, manteve contatos no Juazeiro do Norte com o célebre padre Cícero Romão Batista, tornando-se secretário particular do polêmico sacerdote católico.

Padre Cícero

                Interessado em cinema e fotografia, Botto foi o responsável pelas únicas imagens cinematográficas existentes de um dos protagonistas do "milagre da hóstia". Em Juazeiro do Norte, no mês de março de 1926, assistiu à chegada do grupo de cangaceiros chefiado por Lampião, o qual atendia convocação do caudilho Floro Bartolomeu da Costa, cujo objetivo era implementar a participação dos bandoleiros das caatingas no combate à Coluna Prestes, compondo os ´Batalhões Patrióticos´ formados no governo Arthur Bernardes.

Floro Bartolomeu

                    Com a morte do padre Cícero Romão Batista, no ano de 1934, Benjamin Abraão Botto começou a elaborar ousado projeto que objetivava captar imagens fotográficas e cinematográficas do bando comandado por Lampião, cuja atuação havia se concentrado, desde 1928, entre os estados da Bahia, de Sergipe e de Alagoas.
                  A conseqüência imediata e inevitável da ousada tentativa cangaceira de atacar a cidade de Mossoró, a qual desfrutava na época o status de já ser a segunda cidade do Rio Grande do Norte, foi o recrudescimento impressionante da perseguição de forças volantes ao bando depois da primeira derrota de Lampião, graças à ação dos mossoroenses. 
                 Exemplo disso observou-se quando da entrada triunfante de Lampião e seus cangaceiros, no ano de 1926, na cidade pernambucana de Cabrobó, após receberem falsas patentes de oficiais do Exército Brasileiro, ´documentadas´ em Juazeiro do Norte pelo engenheiro agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa, a mando do padre Cícero Romão Batista, tendo em vista que Floro Bartolomeu havia sido transferido, às pressas, para Fortaleza por causa de agudas crises de angina, falecendo pouco depois, na então Capital Federal, para onde fora enviado com urgência. Lampião chegou àquela cidade de Pernambuco na companhia de cerca de 120 homens. Em 1928, após o frustrado ataque a Mossoró, Lampião empreendeu fuga desesperada para o sertão meridional, na companhia de apenas quatro asseclas. O resto do bando ou estava morto ou nas cadeias espalhadas pelos estados nordestinos que aderiram à perseguição implementada pelo governo de Juvenal Lamartine.

Zé Rufino

                  No eixo compreendido pelos estados baiano, sergipano e alagoano, a ´Fera do Pajeú´ recompôs o bando e inaugurou nova fase da atuação de sua vida bandoleira, encontrando pouca experiência militar que rivalizasse com suas táticas de guerra de guerrilha, razão pela qual a Bahia se apressou em contratar homens experientes para combatê-lo, como os famosos Nazarenos, eternos perseguidores do ´Rei do Cangaço´, não esquecendo ainda de citar José Osório de Farias, o famoso Zé Rufino, o matador de Corisco, o ´Diabo Louro´.

Corisco e Vinte e Cinco

                  No ano de 1936, amadurecido o projeto de ir ao encontro de Lampião e seu bando nas caatingas baianas, com o apoio da AbaFilm, empresa localizada na capital cearense, Benjamin Abraão Botto inicia sua peregrinação, intuindo realizar o que até então era inimaginável, quer seja, fotografar e, principalmente, filmar o ´modus vivendi´ dos cangaceiros do bando de Lampião.

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Lampião

                 Orgulhoso e pouco enfático quanto à reflexão referente à relação entre causas e efeitos fomentados por gestos e ações que suscitam profundas e concentradas análises, como no caso do ataque tresloucado a Mossoró, Lampião não demorou a demostrar interesse em contribuir com o projeto de Benjamin Abraão. O cangaceiro conhecia o cinema, pois tinha assistido vários filmes na companhia do bando, encantando-se com as imagens em movimento da Sétima Arte.
                Durante mais de um semestre Benjamin Abraão conviveu com os cangaceiros, fotografando-lhes e filmando com entusiasmo a movimentação e o dia-a-dia do grupo bandoleiro.
               Homens rudes, com pouca instrução, faltando-lhes clarividência, demonstraram indisfarçável alegria por protagonizarem um projeto cinematográfico inédito e ousado. Nem as relações polêmicas entre os cangaceiros e protetores foram poupadas, pois tudo foi captado pela câmera do entusiasmado sírio-libanês.
                O filme foi apreendido pelo DIP. O ditador assistiu a película com os representantes do setor de segurança nacional, os quais ficaram horrorizados com as imagens mostrando coiteiros recebendo dinheiro dos bandidos, cangaceiros vistosamente adornados com ouro, prata e jóias, enfim, a dimensão exata dos quase vinte e dois anos de rapina sob o comando de Lampião.
                 A ordem para eliminar Lampião e seus sequazes foi dada, restando pouco tempo de vida ao bandido desde que Vargas constatou a dimensão do que estava acontecendo no nordeste brasileiro.
                Coiteiros, homens de importância social no sertão, políticos de projeção, foram presos. Botto teve pouco tempo de vida, sendo assassinado no lugar Pau Ferro, atual Itaiba, pertencente à comarca de Águas Belas(PE), no ano de 1937, antes de Lampião e dez companheiros de cangaço perecerem na grota de angicos, município de Poço redondo (SE).

 José Romero Cardoso

                 (*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da UERN, Campus Central, Mossoró/RN.
 
                OBS.: Corrigido por sugestão do digníssimo Promotor de Justiça Potiguar Dr. Ivanildo Silveira, sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, de quem o autor se orgulha de ser amigo particular. Abaixo segue íntegra de e-mail recebido:

Ivanildo Silveira

                     VALEU AMIGO JOSÉ ROMERO,

                    ESSA SUA COLUNA NO "SERTÃO INFORMADO", É MUITO BOA.
PARABÉNS AMIGÃO.

                  SÓ A TÍTULO DE COLABORAÇÃO, NAQUELA MATÉRIA QUE VOCÊ FEZ SOBRE O BENJAMIN ABRAHÃO, ELE FOI ASSASSINADO NO LUGAREJO CHAMADO "PAU FERRO, ATUAL ITAIBA/PE", PERTENCENTE À COMARCA DE ÁGUAS BELAS/PE, E NÃO SERRA TALHADA, COMO O AMIGO INFORMOU. OK. MAS, DE UM MODO GERAL, A MATÉRIA ESTÁ MUITO BOA.

                  UM ABRAÇO E UMA BOA SEMANA.

                  IVANILDO SILVEIRA


                 Observação: Não houve nenhuma modificação em relação ao texto do escritor Romero Cardoso, apenas foi ilustrado com fotografias.



Morre Monsenhor Penha em Natal

               Morre uma das lideranças do movimento de escotismo do Rio Grande do Norte, o monsenhor João Penha Filho, 84 anos. O religioso morreu por volta das 9h desta segunda-feira (17) em sua casa localizada na Praça Pedro Segundo, no Alecrim. Ele sofreu uma carada cardíaca e não resistiu. 
             O monsenhor sofria de problemas renais, mas estava lúcido. Ele foi presidente da Regional dos Escoteiros no RN durante mais de 30 anos, fundou vários grupo de escoteiros no estado, trabalho que exercia em paralelo a sua vida religiosa. Ele foi capelão do colégio das Neves, capelão da UFRN e superitendente da LBA nos estado nos anos 80. O velório começa às 13h na Igreja São pedro, no Alecrim, e o enterro será às 9h desta terça-feira no cemitério do Alecrim.

             Fonte: Diário de Natal -
valeriabulcao@gmail.com

  Terei a alegria de beatificar João Paulo Segundo, diz Papa.    

                  Bento XVI falou hoje, no Ângelus, sobre beatificação do JPII, Dia dos Migrantes e Refugiados e vítimas de desastres naturais.
                  O Papa Bento XVI pediu, neste domingo, 16, durante a oração do Ângelus, força para todas aquelas pessoas que deixaram seus países em busca de melhores condições de vida, recordou o recente anúncio da beatificação do Papa João Paulo II, no dia 1º de maio, e lembrou as pessoas atingidas por graves inundações em várias partes do mundo, assegurando as suas orações.
                 Sobre a beatificação de seu antecessor, Bento XVI declarou:
                 “Queridos irmãos e irmãs, como todos sabem, no dia 1º de maio, terei a alegria de proclamar bem-aventurado o Venerável João Paulo II, meu amado predecessor. A data escolhida é significativa: será, de fato, o II Domingo de Páscoa, que ele mesmo dedicou à Divina Misericórdia e na véspera do qual encerrou a sua vida terrena. Aqueles que o conheceram, aqueles que o estimaram e amaram, não podem deixar de se alegrar com a Igreja por este evento”.
                 E enviou também sua mensagem de conforto aos que sofrem com as catátrosfes naturais:
                “Quero assegurar minha especial recordação na oração pelas populações da Austrália, Brasil, Filipinas e Sri Lanka, recentemente atingidas por enchentes devastadoras. Que o Senhor acolha as almas dos defuntos, dê força aos desabrigados e apóie o trabalho daqueles que estão ajudando a aliviar o sofrimento e o desconforto”.
                 Momentos antes, o Santo Padre recordou que, neste domingo, a Igreja celebra o 97º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, “que a cada ano nos convida a refletir sobre a experiência de tantos homens e mulheres, e de tantas famílias que deixam seus países em busca de melhores condições de vida”. Esta migração é, por vezes voluntária, - destacou Bento XVI - mas às vezes, infelizmente, é forçada pela guerra ou perseguições e ocorre, frequentemente, - como sabemos - em condições dramáticas. Por isso, foi criado, há 60 anos, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
                Em seguida, o Pontífice sublinhou que, na Festa da Sagrada Família, logo após o Natal, recorda-se que os pais de Jesus fugiram de sua terra natal e foram para o Egito, a fim de salvar a vida de seu menino, o Messias, o Filho de Deus, que também foi um "refugiado".
“A Igreja desde sempre vive dentro de si a experiência da migração. Às vezes, infelizmente, os cristãos se sentem obrigados a deixar, com sofrimento, as suas terras, empobrecendo assim os países onde seus antepassados viveram. Por outro lado, os movimentos voluntários dos cristãos, por diversos motivos, de uma cidade para outra, de um país para outro, de um continente para outro, são uma oportunidade para aumentar o dinamismo missionário da Palavra de Deus e faz com que o testemunho da fé circule ainda mais no Corpo Místico de Cristo, atravessando os povos e as culturas, e alcançando novas fronteiras, novos ambientes”.
Bento XVI dirigiu, depois, o seu discurso para o tema da mensagem que escreveu para o dia de hoje: “Uma só família humana":
               “Um tema que indica a finalidade, o objetivo da grande viagem da humanidade através dos séculos: formar uma única família, naturalmente com todas as diferenças que a enriquecem, mas sem barreiras, reconhecendo todos os irmãos. Assim diz o Concílio Vaticano II: ‘Todos os povos constituem uma só comunidade. Eles têm a mesma origem, pois Deus fez habitar todo o gênero humano sobre toda a face da terra’ (Decl. Nostra aetate, 1)”. A Igreja - diz ainda o Concílio, continuou o Papa - “é em Cristo como sacramento, isto é, sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Const. Dog. Lumen gentium,1). Por isso, é essencial que os cristãos, mesmo espalhados por todo o mundo e, portanto, diversos nas suas culturas e tradições, sejam uma só coisa, como deseja o Senhor.
               É esta a finalidade da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se realizará entre os dias 18 e 25 de janeiro. Neste ano, a Semana se inspira numa passagem dos Atos dos Apóstolos: “Unidos no ensinamento dos Apóstolos, na comunhão, no partir o pão e na oração” (Atos 2, 42).
               Bento XVI lembrou, em seguida, que antes desta Semana de Oração, nesta segunda-feira, vai acontecer o Dia do diálogo judaico-cristão, quando será analisada a importância das raízes comuns que unem judeus e cristãos.
Na conclusão, o Papa confiou à Nossa Senhora todos os migrantes e aqueles que se dedicam ao trabalho pastoral entre eles. "Maria, Mãe da Igreja, também nos ajude a realizar progressos no caminho rumo à plena comunhão de todos os discípulos de Cristo".
             
               Fonte: Canção Nova
              
 
 
                O papa Bento XVI enviou, nesta sexta-feira, 14, mensagem de solidariedade às vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Em telegrama assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, o papa se diz “consternado com as trágicas consequências das fortes chuvas que atingiram a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, particularmente Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo”.
               Bento XVI manifesta sua “solidariedade espiritual ao querido povo fluminense, nessa hora difícil” e "recomenda as vítimas a Deus misericordioso e implora a assistência e consolação divina para os desalojados e quantos sofrem física e moralmente, enviando-lhes uma propiciadora bênção apostólica”. O telegrama foi enviado ao bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro. 
              Os números da maior tragédia climática do país não param de crescer. Os mortos já passam de 580 e são milhares de desabrigados e desalojados na região serrana do Rio. A presidente Dilma Rousseff decretou ontem luto oficial de três dias pelas vítimas dos temporais que assolaram vários municípios do País. Neste sábado, o governador do Rio, Sérgio Cabral, decretou luto oficial de sete dias no Estado.
              A solidariedade vem de toda parte do país. O bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, e o de Nova Friburgo, dom Edney Gouvêa Mattoso, percorreram as áreas atingidas de suas respectivas dioceses cujos padres, seminaristas e religiosos estão trabalhando no atendimento às famílias desabrigadas ou desalojadas. As paróquias e casas religiosas estão recebendo as famílias que perderam tudo e não têm onde dormir e como se alimentar. Também se transformaram em postos de arrecadação de donativos.
                Os seminaristas da diocese de Petrópolis passaram o dia 13 doando sangue para o atendimento emergencial dos feridos mais graves. Foi aberta também uma conta chamada “SOS Serra”, no Bradesco – agência 4014, conta 114134-1 – da mitra diocesana.
"A situação na Diocese de Petrópolis é dramática, sobretudo nos dois focos da própria cidade de Petrópolis, em particular Itaipava, no Vale de Cuiabá, e em Teresópolis, onde o desastre é ainda maior. Os padres estão todos mobilizados, as igrejas estão à disposição, recolhendo desabrigados em primeiro lugar, dando primeiros socorros, as refeições diárias e recolhendo mantimentos", ressaltou Dom Filippo Santoro.
              A CNBB e a Caritas Brasileira também lançaram a campanha SOS SUDESTE. As doações podem ser feitas pelas contas Caixa Econômica Federal - Agência 1041 – OP. 003 - Conta Corrente 1490-8 ou  Banco do Brasil - Agência 3475-4 - Conta Corrente 32.000-5.
              Fonte: CNBB