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domingo, 25 de março de 2012

Jornal "A Tarde", de Salvador

Por: Guilherme Machado
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Jornal "A Tarde de Salvador",  publica foto do cangaceiro Juriti, como se fosse de Lampião, que morreu em 1938. E o cangaceiro Juriti, só veio a morrer em 1941, em Canindé do São Francisco - Sergipe.

Foto feita em jeremoabo, em 1938 , na Bahia.
Matéria do jornal A tarde de 1939. Salvador - Bahia
O  Jornal  A tarde  de Salvador - Bahia, publica  foto do cangaceiro Juriti, como sendo de Lampião. A matéria é de 1939, e Lampião morreu em 1938,  antes do retrato acima citado. O cangaceiro que aparece como sendo Lampião sentado à direita.
Quem aparece  é  o cangaceiro juriti,  que foi assassinado  queimado  em  Canindé do São Francisco - Sergipe,  em 1941. A fotografia que aparece acima é um trunfo, da policia da Bahia, com a derrocada do cangaço.

Extraído do blog:
Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia, do historiador Guilherme Machado.

Notas de Aurora CE região do Cariri - ESPECIAL DA SEMANA...


A Guanabara sem o nome Aurora
AFORA A ESTRADA - Um detalhe chamou minha atenção por diversas vezes que passo pelo luxuoso stand de atendimento e venda de passagens da empresa, localizado no centro da rodoviária engenheiro João Tomé em Fortaleza. Quer seja, a ausência do nome de AURORA no rol dos municípios atendidos pela Guanabara. E que figuram no frontispício eletrônico em ambos os lados da “agência” na capital alencarina. Confesso que fiquei triste diante de tal constatação.
Ora bolas, com todo respeito as demais cidades, contudo até agora não consegui compreender por que cargas d’água a nossa não está figurando ao lado das demais tais como: Lavras, Ipaumirim, Barro, Porteiras, Campos Sales, Massapé, Croatá, Milagres, Coreaú, Cedro, Penaforte, Araripe, Carnaubal, Assaré etc. Alguém por acaso saberá dizer o porquê desta ausência? Penso que seria interessante um pedido de informação e/ou reivindicação por parte das nossas autoridades junto a empresa. Vou dá este pitaco a quem de direito...

Água. Eu quero água de beber...
Neste dia mundial da água. Estive mais uma vez visitando o antigo Olho d’água de ‘seu Vinô Leite’. A nascente ou o que restou dela, fica situada no alto Araçá, por trás da antiga residência do patriarca Leite. Bem acima do pequeno açude ao lado esquerdo do casarão da fazenda.
Em 2008 através da Revista Aurora publicamos uma matéria/reportagem especial sobre as ameaças que pesavam sobre aquele Olho d’água, talvez o último que ainda temos notícias nos arredores da cidade. De lá pra cá nada mudou. Ou melhor – piorou um pouquinho. Dado que agora o terreno todo foi loteado pelos herdeiros para a construção de residências. O que certamente acelerará o fim da nascente. Será de fato, o chamado 'tiro de misericórdia'.
No passado, o chamado 'Olho d’água de seu Vinô Leite', deu de beber a quase todos os moradores do bairro Araçá. Assim como, as antigas cacimbas ( pequeno buracos) cavados pelas população nas margens do açude Recreio. Época em que a cidade não tinha ainda sistema de abastecimento da Cagece e depois, quando o tinha, a água era imprópria para o consumo, posto que vinha do rio Salgado.
Hoje, contudo, é bom que se diga, que nem mesmo na zona rural, se escuta mais falar da existência dos chamados olhos d’águas. Acossados pelo fantasma de todo tipo de degradação, notadamente o sistemático processo de erosão e assoreamento oriundo do desmatamento e das queimadas, quase todosjá desapareceram da nossa paisagem rural, secaram para sempre...
E agora mais ainda, diante do rápido crescimento urbano – tanto a nascente quanto o açude Recreio estão em vias de risco.
O olho d’água principalmente, visto que já se encontra praticamente extinto. Esquecido e maltratado pela ganância e a ignorância dos contemporâneos. O que por outro lado, constitui um crime ambiental. Além de uma enorme agressão ao bioma da nossa caatinga aurorense. Pior que isso não é um fato isolado. No percurso do rio Salgado, a coisa ainda é mais chocante.
Era uma vez um poço fundo. Uma bueira onde a gente se banhava...
Quem ainda se lembra da não menos famosa “Bueira” da linha férrea, situada no terreno do Sr. Zé de Sousa. Bem abaixo do aterro da linha do trem da Reffsa? No passado constituía um aprazível e profundo poço d’água. Protegido que era(naturalmente) pelas sombras dos arvoredos da abundante mata ciliar que existia em todo o seu entorno.
Além de grandes pés de oiti, oiticica e joaseiros. Fartas moitas de velame, unha de gato, mufumbo, mororó e marmeleiro. Banhos inesquecíveis aqueles... Um verdadeiro atrativo para a população, especialmente do Araçá.
A antiga bueira de Zé de Sousa(como era popularmente chamada), era quase perene, visto que recebia as águas da sangria do açude Recreio e de outros pequenos riachos secundários que vinham de longe, do alto e das bandas do sitio olho d'água, derivando para o Salgado. Atualmente de tão assoreado, o velho poço praticamente desapareceu do mapa urbano de Aurora. Literalmente não existe mais. A cidade está o engolindo aos poucos... O local encontra-se praticamente descampado, sem a antiga mata e os arvoredos. Um enorme banco de areia tomou conta daquele espaço. Posto que o mesmo hoje se transformou quase no quintal das residências do recém construído conjunto habitacional(Habitat) da Cnec. Até peixes o antigo poço oferecia aos aurorenses daqueles anos.
Uma pena vê-lo como se encontra: Morto e sepultado. Um pedaço importante do ecossistema aurorense. Um símbolo do antigo lazer ecológico de um passado não muito distante, quando sabíamos melhor 'viver e conviver' em harmonia com a natureza. A mais pura expressão de Deus na Terra. Uma época em que a ganância das pessoas tinha, por assim dizer, um certo limite. O velho poço da Bueira agora é toda uma saudade...
Quem quiser, venha ver!!!
Imagens atuais da histórica "bueira" da Reffsa ou de Zé de Sousa em Aurora-CE.
José Cícero
Secretário de Cultura
Aurora - CE.
LEIA MAIS EM:
WWW.jcaurora.blogspot.com
FOTOS: José Cícero(Blog de Aurora)

Enviado pelo autor deste artigo, José Cícero, pesquisador do cangaço e Secretário de Cultura da cidade de Aurora, no Estado do Ceará.

Professor dá aula de história dentro de cemitério no Paraná


Apesar do medo inicial, a proposta de estudar a história dentro dos túmulos agradou aos alunos. Achei muito interessante a ideia do professor Dilson Chaves de ensinar História no cemitério. Contribui e muito para trazer benefícios para a memória da comunidade. Além de ser uma ideia nova e criativa, que só assusta as pessoas mais conservadoras. É um tipo de aula muito utilizada por professores em países como França e Alemanha.

O Brasil Através das Três Américas


No dia 16 de abril de 1928, partiu do Rio de Janeiro a “Expedição Brasileira da Estrada Panamericana”. Comandava-a o então Tenente do Exército Leônidas Borges de Oliveira e o acompanhavam nessa empreitada Francisco Lopes da Cruz, um observador, e Mário Fava, um mecânico. Utilizando apenas dois automóveis Ford “Modelo T”, esses brasileiros tinham por missão descobrir, abrir e projetar a rota onde, futuramente, seria construída, em condições ideais, uma rodovia que interligasse as Três Américas. A iniciativa extremamente inovadora alcançou êxito, constituindo-se em façanha poucas vezes registrada na história do automobilismo mundial. Durante dez anos, a expedição percorreu 28.000 quilômetros de estradas, picadas, caminhos, matagais e florestas de quinze países. É fácil imaginar as dificuldades de todas as espécies, enfrentadas e dominadas pelos expedicionários, afinal, durante toda a viagem foram cruzadas selvas centenárias, rios agitados e a temível Cordilheira dos Andes, tudo isso através de caminhos abertos com pás, picaretas e dinamite. Mas, apesar de todos os obstáculos e depois de dez anos de esforços, o trabalho completo da exploração da futura rodovia foi concluído e, chegando a Detroit, os expedicionários foram recebidos pelo pioneiro da indústria automobilística, Henry Ford, entre outros tantos nomes importantes. O grande acervo documental e fotográfico acumulado e as inúmeras emoções experimentadas durante os 12 anos de trabalho de estudos sobre a Expedição resultaram neste livro: "O Brasil Através das Três Américas". 
Um excelente trabalho de autoria de Jose Roberto Faraco Braga que  traz em seu DNA, o espírito aventureiro e desbravador, herdado de seus antepassados, que chegaram ao Brasil durante o começo da colonização.

Conheça essa aventura, comprando o livro aqui:
Aproveite e visite também o blog da Família Braga.
Extraído do blog: "Saiba História". do professor e pesquisador
 Adinalzir Pereira

http://saibahistoria.blogspot.com.br/2012/03/o-brasil-atraves-das-tres-americas.html

Dona Amália, irmã de Maria Bonita


Estas fotos pertencem ao acervo do historiógrafo Rostand Medeiros, do blog: "Tok de História"




Dona Amália em outra posição fotográfica.

Fotos feitas pelo Diário de Notícias, Salvador, ed. 4 de novembro de 1970

CASAL DE EX-CANGACEIROS DE LAMPIÃO CONTA COMO ERA A VIDA NO CANGAÇO


AUTOR – Nonato Freitas – Jornalista, bacharel em Letras pela Universidade de Fortaleza (UniFor), poeta, pesquisador e servidor aposentado pelo Senado Federal
FONTE – Revista SENATUS – Maio 2008, Senado Federal, Brasília – DF
Depois de 66 anos no mais absoluto anonimato, sem contar nada a ninguém sobre a vida deles no cangaço, Moreno e Durvalina, a Durvinha, único casal de cangaceiros do bando de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Maria Bonita ainda vivo, resolveram relatar os longos e dramáticos momentos que juntos passaram na caatinga sob a perseguição implacável da polícia. No dia da morte do Rei do Cangaço, na Gruta de Angico, na beira do rio São Francisco, em Sergipe, pela volante (força policial) do tenente João Bezerra, Moreno e Durvalina estavam em Mata Grande, distante 70 quilômetros do local. Homem de confiança de Virgulino, ele cumpria uma missão no comando de um subgrupo de cangaceiros.
Moreno lembra que, além de Lampião e Maria Bonita, mais nove cangaceiros foram mortos e degolados naquele dia (28 de
julho de 1938). Ao todo, entre homens e mulheres, eram cerca de 47 pessoas. Os que escaparam do cerco se entregaram em seguida à polícia. Corisco, o Diabo Louro, sanguinário e igualmente homem de total confiança de Lampião, no momento do massacre encontrava-se do outro lado do rio, a três quilômetros de Angico.
Tinha sob seu comando um subgrupo. Moreno recorda que Corisco chegou a ouvir os tiros, mas nada pôde fazer em defesa dos companheiros por estar à margem oposta do rio, sem condição de atravessá-lo.
Hoje, aos 98 anos, Moreno vive com Durvalina, de 93, em Belo Horizonte. Ambos estão aí vivinhos, lúcidos e cheios de
histórias para contar. Histórias repletas de dramas vividos num tempo em que, no Nordeste, a lei era ditada pela boca do
mosquetão e pelas afiadas lâminas de punhais que chegavam a medir 87 centímetros.
Com a morte de Lampião, o medo se espalhou como um fantasma entre os cangaceiros que não haviam sido capturados.
Eles temiam ser degolados a qualquer momento. Assim mesmo continuavam a desafiar as incansáveis volantes que eram comandadas por homens experientes e destemidos.
Dois anos após a morte de Lampião, o tenente Zé Rufino, da polícia alagoana, temível caçador de cangaceiros, decepou a cabeça de Corisco, que preferiu morrer lutando a se entregar às forças do governo. Naquele tempo, a ordem era uma só: ou o cangaceiro se entregava, ou então era morto e degolado em seguida. Diante dessa crua realidade, Moreno tomou uma decisão. Homem corajoso que sempre foi, chamou a companheira de um lado e confessou que não se entregaria aos macacos, termo usado por Lampião e seus cabras para desqualificar os soldados das volantes.
SOZINHOS NA CAATINGA
Depois daquela manhã em que Lampião tombou morto ao lado de sua amada Maria e de mais nove companheiros, o cangaço, na verdade, ficaria riscado, definitivamente, do mapa do Nordeste.
Corisco ainda resistiu durante dois anos ao lado de Dadá, sua brava e fiel companheira. Mas sem Lampião, sem Maria Bonita, e tantos outros, como Corisco, Luiz Pedro, Virgínio, Zé Baiano, Juriti, Ezequiel (Ponto Fino, irmão de Lampião), Sabonete, Menino de Ouro e Jararaca, todos eles homens rudes e de extrema valentia, sem essas legendas do cangaço, que ficaram para trás, mortos em combate com as volantes, o mundo do crime nada mais representava para Moreno e sua Durvalina.
O que fazer então com a vida? Abrir mão da liberdade e se entregar à polícia? Ou seria melhor pôr o pé na estrada e fugir?
Fugir para onde, se apenas conheciam as veredas áridas e abrasadoras das caatingas? E se na próxima curva dos caminhos
desérticos fossem surpreendidos por uma volante? Ah, isso tudo ia moendo, pouco a pouco, o juízo de Moreno.
Era o ano de 1940. Lá fora Hitler mostrava suas garras para o mundo. A Segunda Grande Guerra, com as famigeradas câmaras
de gás, começava a ceifar milhares de vidas inocentes. No cinema, a grande sensação era E o vento levou, rodado um ano atrás em Hollywood. No Brasil, para variar, surgia um movimento simpático ao III Reich, ou seja, algumas figuras importantes da nossa política trabalhavam, às escondidas, em prol das idéias nazistas lideradas por Hitler. Felizmente o raciocínio não vingou e, dois anos depois,no dia 23 de agosto de 1942, Getúlio Vargas decide declarar guerra ao eixo formado por Alemanha, Itália e Japão. Mas para Moreno, perdido naquele mundinho de nada, sem tomar conhecimento de qualquer fato exterior, nada disso tinha a menor importância.
Em pleno sertão nordestino, acuado agora pela solidão de haver perdido tantos amigos, Moreno optou então pela fuga. Mas,
como um homem rude, sem nenhuma instrução escolar, que mal conhecia os limites da região onde nasceu e da qual nunca se
ausentou, conseguiu romper a vigilância dos homens da lei e fugir, ao lado de sua amada, para um lugar tão distante como Minas Gerais? Pois Moreno e Durvalina, caro leitor, conseguiram romper esse cerco.
Antes de contar esta fascinante história de fuga, vamos conhecer um pouco a trajetória desses dois intrépidos cangaceiros.
Natural de Tacaratu, PE, Moreno, cujo nome completo é Antonio Ignácio da Silva, nasceu no dia lº de novembro de 1909. São seus pais: Manuel Ignácio da Silva e Maria Joaquina de Jesus. Ele entrou para o cangaço ali pelo ano de 1930, quando era apenas um jovem de 21 anos. Antes de abraçar a vida do cangaço, Moreno era um pacato trabalhador que ganhava seu honesto dinheirinho prestando serviços nas fazendas da região. Numa destas fazendas, de propriedade de um senhor chamado André, Moreno, ou melhor, Antonio (como era chamado antes de ingressar no cangaço), praticou o primeiro homicídio, das 21 mortes que cometeu durante sua longa vida de cangaceiro. O fato é narrado em todos os seus detalhes por João de Sousa Lima, diretor de publicação e arquivo público do Instituto Histórico e Geográfico de Paulo Afonso, na Bahia, no livro intitulado Moreno e Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço, lançado em 2006.
Uma sobrinha do dono da fazenda enamora-se de Antonio. Para azedar a amizade entre ambos, uma agregada da propriedade, conhecida por Antoninha, conta para Antonio que a moça não é mais virgem. Acrescenta que ela havia “se perdido” em troca de uma novilha de gado. Esta mesma conversa é levada ao conhecimento de André pela própria Antoninha, mas de forma envenenada. Diz que o boato fora espalhado por Antonio, que é abordado pelo patrão. Injuriado, ele nega tudo, argumentando que soube do fato pela boca de Antoninha. Ao entardecer, André reúne no pátio da fazenda, além de sua sobrinha, todas as pessoas que convivem ali com ele. Lá estão também Antonio, um irmão de André, de nome Ananias, Antoninha e seu marido. Ao notar a aproximação de Antonio, Antoninha se antecipa, dizendo:
- Oh, seu Zé, que história é essa que o senhor foi contar
para o André?
- Aquela que você me contou.
- Mentira sua, disse ela nervosa.
Antonio respondeu que não era homem de mentira e aplicou um violento murro na orelha de Antoninha, que caiu zonza no
chão. Diante da cena, o marido dela partiu furioso sobre Antonio, que sacou de uma faca peixeira e, ato contínuo, cravou a arma no peito do homem, que caiu se esvaindo em sangue sobre a mulher e, em seguida, morreu.
Antes de fugir, Antonio, a faca assassina em punho, ainda mirou as pessoas ali presentes com o olhar transtornado de quem
estava pronto para o que desse e viesse. “Quem se considerar meu amigo não se aproxime!”. Como ninguém fez um único gesto para detê-lo, pegou o caminho do mato e sumiu no meio do mundo. Esta foi a porta aberta para Antonio entrar no desafiante e incrível mundo do cangaço. Depois de trabalhar numa usina de açúcar e em algumas fazendas da região, Antonio se depara, numa dessas propriedades, com um bando de cangaceiros. Eram eles: Virgínio, Luiz Pedro, Maçarico, Fortaleza e Salviano, vulgo Medalha.
Deixaram com ele um recado para o Sr. Antonim, dono da fazenda, avisando que em determinado prazo voltariam para pegar uma encomenda. Eram duzentos mil réis. Quando voltaram, trouxeram com eles um coiteiro, devidamente amarrado, que os havia denunciado à polícia. Traição no cangaço era sinônimo de morte. Os cangaceiros se arrancharam na fazenda durante uns três dias e fizeram amizade com Antonio, que se mostrou interessado em segui-los. Antes de partirem, submeteram-no a um teste de fogo. Entregaram-lhe uma “Mauser” (carabina automática, de fabricação alemã) e pediram que fizesse o serviço.
Frio como uma pedra de gelo, Antonio segurou a arma com firmeza e mirou calmamente o peito do miserável. Em seguida,
acionou o gatilho. O pobre homem caiu morto no meio do acampamento. Naquele instante, Luiz Pedro, famoso pela valentia e
por ser um dos homens de confiança de Lampião, deu dois passos em direção a Antonio e afirmou, convicto: “Você vai com a gente. E de agora em diante seu novo nome será Moreno”. Estava, assim, selado o batismo do ingresso de Antonio Ignácio da Silva no cangaço. Por ser um homem extremamente arisco e muito valente e, acima de tudo, pelo faro que tinha das coisas, cedo se destacou entre os companheiros como uma pessoa altamente preparada para o cangaço. Mais tarde vamos vê-lo substituindo Virgínio, cangaceiro morto em combate, no comando de um subgrupo de Lampião.
Durvalina Gomes de Sá nasceu em Paulo Afonso, BA, no dia 25 de dezembro de 1915. Seu umbigo está enterrado na Fazenda
Arrasta-pé, de propriedade de seus pais, Pedro Gomes de Sá e Santina Gomes de Sá. A fazenda, um oasisinho aconchegante,
ficava a dois passos do Raso da Catarina, região inóspita, talvez a mais inóspita do País. Era lá, no Raso, onde Lampião e seus cabras se refugiavam quando a perseguição das volantes se tornava mais intensa. Amigo da família de Durvalina, Lampião escolheu a fazenda Arrasta-pé como um dos seus coutos preferidos. O local, palco de comemorações familiares, com direito às devidas festinhas, vivia sempre rodeado de cangaceiros.
Numa dessas visitas, o cangaceiro Virgínio, vulgo Moderno, viúvo de Angélica Ferreira da Silva, irmã mais velha de Lampião,
se enfeitiçou por Durvalina, que tinha apenas 15 anos. Ela era muito bonita e vivia triturando o coração dos rapazes que frequentavam a fazenda de seus pais. Virgínio, 27 anos, natural do Rio Grande do Norte (nasceu em 1903), com fama de galanteador, não perdeu tempo. Pegou Durvalina e, para desespero dos pais dela, fugiu com a moça para o cangaço.
Amigo próximo e ex-cunhado de Lampião, Virgínio era chefe de um sub-bando. Perverso, costumava castrar suas vítimas.
Há registro de diversos casos em que ele mesmo castrava ou mandava alguém do bando executar o serviço.
Durvalina nutria por ele um grande amor. Tiveram dois filhos, Lourdes e Pedro, que, criados longe dos pais, vieram a falecer nos primeiros anos de vida. Durvalina ficou ao lado de Virgínio até o dia em que, atingido no joelho por uma bala desferida em combate por um soldado, ele morreu depois de perder muito sangue.
Profundamente abatida, Durvinha é amparada por Moreno, que faz parte do grupo, sendo a segunda pessoa de Virgínio. Ele
pergunta se ela quer voltar para a casa dos pais ou se quer ficar com ele. Ela aceita ficar com Moreno. Então, a partir daquele
momento, Durvalina e Moreno iniciam um romance que se perpetua até os dias de hoje. São 72 anos de união.
Agora, Moreno é o novo chefe do bando. Amigo inseparável de Virgínio, ele chora copiosamente no momento em que vai
enterrar o velho companheiro de incontáveis lutas. Em seu livro, João de Sousa Lima conta que, no dia seguinte à morte de Virgínio, ocorrida em outubro de 1936, nas proximidades da fazenda Rejeitado, sul de Sertânia, Pernambuco, os soldados desenterraram o corpo dele e arrancaram os dentes de ouro que estavam incrustados na boca do morto. E ainda, num ato de extrema selvageria, cortaram a orelha do cangaceiro e a levaram salgada para ser exibida no povoado Morro Redondo.
Com a morte de Virgínio, Moreno assume a chefia do grupo, que começa a se esvaziar. Mas a debandada é passageira. Logo o
bando se fortalece de novo e Moreno segue sua vida no cangaço ao lado de Durvalina. Vez por outra ele retoma o contato com Lampião para juntos discutirem estratégias e novas investidas dos grupos. Nesses encontros, que se dão em coutos ou em plena caatinga, as presenças de Corisco, Luiz Pedro e Zé Sereno, também chefes de subgrupos, são imprescindíveis. Vale lembrar que os subgrupos funcionavam sob a supervisão de Virgulino.
No intenso calor das caatingas, saqueando ou fugindo das volantes, a vida de Moreno e Durvalina era um verdadeiro inferno.
Nos poucos momentos em que não estavam sob a mira dos fuzis inimigos, os dois aproveitam as sombras da noite para fazer
amor. Algumas vezes nem podiam terminar o ato porque eram surpreendidos pelas volantes e tinham que fugir às pressas.
Numa dessas paradas, com o céu incendiado de estrelas, conforme lembra Durvalina, a polícia não apareceu. E ali, no meio da
mais profunda solidão da caatinga, os dois se amaram intensamente. E vieram outras noites calmas e abençoadas por Cupido.
Outras manhãs, outras tardes, outras madrugadas. E haja amor entre os dois cangaceiros. Corria o ano de 1937. Durvalina passou a mão sobre a barriga e descobriu que estava grávida. No dia 03 de janeiro de 1938, ela deu à luz um menino, nos carrascais da fazenda Riachão, em Tacaratu. Quem serviu de parteiro foi o próprio Moreno.
Com muitas dificuldades para criar o menino na vida de nômades que levavam, Moreno e Durvalina decidiram doar a criança
para o cônego Frederico Oliveira Araújo, de Tacaratu. A criança foi batizada com o nome de Inácio e ficou com o padre até o dia em que este morreu, 14 de janeiro de 1944. Depois, Inácio foi levado à cidade de Paulo Afonso para conhecer a verdadeira família. Hoje, Inacinho, como é mais conhecido, vive no Rio de Janeiro, onde é oficial da Polícia Militar daquele estado.
A FUGA
Agora que o cangaço não tinha mais horizontes, pois todos os seus grandes líderes, como Lampião e Corisco, estavam mortos,
só haviam duas saídas para Moreno: se entregar à polícia ou fugir. O próprio padre Frederico Oliveira fazia apelos insistentes para que o casal fugisse, pois do contrário a presença deles em suas terras, caso fossem descobertos, poderia trazer grandes problemas para o sacerdote. Moreno decidiu atender os pedidos do padre, mas disse para Pedro Tiririca, porta-voz do vigário, que precisava de ajuda para ir embora. O padre lhe mandou roupas, calçados, um burro com mantimentos e 200 mil réis.
No dia 02 de fevereiro de 1940, dia da Festa de Nossa Senhora da Saúde, Padroeira de Tacaratu, os cangaceiros aproveitaram o silêncio da noite e partiram. Tiveram, antes, o cuidado de trocar as tradicionais roupas do cangaço por vestes comuns. Em seguida, Moreno escondeu todas as balas num oco de pau. Depois, emocionado, pegou o velho mosquetão que o acompanhou por tanto tempo e o colocou, cuidadosamente, na fenda de uma rocha. Ali também deixou o chapéu, mas não se esqueceu de arrancar da peça uma moeda de ouro e uma libra esterlina que serviam de adorno. Com o coração partido, Durvalina chorou copiosamente por se ver forçada a afastasse do filho. Moreno, acostumado às brutais estocadas do cangaço, também não resistiu e seus olhos encheram-se de lágrimas. E ainda improvisou os seguintes versos: “Dentro do meu coração/Nasceu um pé de flor/Mas toda folhinha murchou/por causa de meu filho Inacinho/Que em Tacaratu ficou”. Matos têm olhos e paredes têm ouvidos. Era preciso, portanto, muito cuidado nessa nova empreitada. O peito protegido por uma medalha de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus, Durvalina, um longo xale a cobrir-lhe a cabeça e os ombros, era a imagem perfeita de uma pacata senhora em sua monótona mas decidida marcha rumo ao desconhecido. De nomes mudados, os cangaceiros pegaram as margens do rio São Francisco, cuja rota seguia em direção a Minas Gerais. Quando perguntavam para onde iam, a resposta era a sempre a mesma: “Somos romeiros e vamos pagar uma promessa em Bom Jesus da Lapa”.
Rostand Medeiros  e o filho de Moreno e Durvinha, Inácio.
Depois de quatro longos e extenuantes meses, alimentando-se de peixes, arroz de leite, arroz solto, feijão, farinha, rapadura,
tudo isso servido por pescadores e ribeirinhos, sem falar nos mantimentos dados pelo padre, chegam finalmente a Bom Jesus
da Lapa, interior da Bahia.
Logo nos arrabaldes da cidade, foram acolhidos na casa de uma senhora chamada Gertrudes. “Durvalina chegou aos extremos
de suas capacidades, dentro do seu limite, enfadada, sentindo dores e o corpo com um pouco de inchaço”, observa João Lima
em seu livro. A cangaceira estava há vários dias com a menstruação atrasada. Mesmo recebendo o carinho e a atenção da dona da casa, que abrigou o casal por uns dias, o estado de saúde de Durvalina se agravava cada vez mais. Chegou um momento em que, enlouquecida, saiu correndo totalmente nua ao encontro de Moreno, que estava descansando, sentado debaixo de uma árvore na frente da casa. Ao perceber a cena, assustado, ele segurou a companheira e a conduziu para dentro da residência. Dias depois, já restabelecida, Durvalina parte em companhia de Moreno na carroceria do primeiro caminhão que encontraram parado na feirinha da cidade. No bolso, os duzentos mil réis que acabara de receber com a venda do burro. Seguiram rumo a Montes Claros, Minas Gerais, mas desceram em Araçuaí, no entroncamento, pois o motorista havia avisado que só ia até aquele local. De lá foram furando de novo a estrada a pé. Doçura de caminhada. O pior já tinham deixado lá para trás. Chegaram em Montes Claros ao alvorecer do outro dia. Compraram umas coisinhas na estação, com o dinheiro apurado na venda do burrinho e, em seguida, tomaram a direção de Bocaiúva. Ali passaram um ano na fazenda Taboa, onde Moreno trabalhava cortando lenha para a velha Maria Fumaça, maquinazinha a vapor que até hoje encanta as pessoas.
Moreno queria abrir novas veredas. Então, arrumou de novo as tralhas e partiu com Durvalina para Augusto de Lima, onde
trabalharam na fazenda Curumataí, no povoado de Santa Bárbara, de propriedade do Sr. Torval Sampaio, durante dez anos. Dez anos de trabalhos abençoados. Moreno começou a crescer. Além de cultivar muita mandioca, ele extraía lenha e vendia o produto para a Estrada de Ferro Central do Brasil. Chegou a ser o maior fornecedor de farinha da região do Norte de Minas. Seus negócios prosperam bastante. Depois, abriu uma casa noturna, que permaneceria em seu poder até o ano de 2000, quando resolveu “se aposentar”, aos 91 anos.
Hoje, ele vive em Belo Horizonte ao lado da mulher e dos cinco filhos (além dos netos e bisnetos), todos nascidos em Minas.
São eles: Murilo, João, Nely, Dadá e Dinho. Inacinho, o primeiro filho deixado para o padre Frederico criar, virou oficial de
polícia e vive no Rio de Janeiro. Aliás, o casal soube orientar bem os filhos. João, além de poliglota (escreve e fala fluentemente vários idiomas sem nunca ter ido a uma escola especializada), é maître de um grande hotel em Belo Horizonte. Nely é funcionária pública, Murilo foi motorista e aposentou-se como instrutor da empresa de ônibus Gontijo, e Dinho é comerciante. O casal passou 66 anos, desde o dia em que deixou o cangaço, no mais absoluto segredo, sem contar um dedo de sua emocionante história a ninguém. A ninguém mesmo. Nem os filhos sabiam de nada. Em 2005, adoentado, Moreno pensou que ia morrer e resolveu contar tudo para os filhos. Antes, conversou com Durvalina sobre o assunto, mas ela não concordou com o marido. Depois de muita insistência ela cedeu. A primeira pessoa a saber dos fatos foi Murilo, filho mais velho do casal. Depois, os ex-cangaceiros reuniram o restante da família e contaram, olho no olho de cada filho, a longa e dramática vida que levaram no cangaço.
A emoção tomou conta de toda a família e, como não podia ser diferente, as lágrimas inundaram os olhos de todos. Nely começa a travar uma alucinada busca na esperança de localizar o irmão Inacinho. Faz desesperadas tentativas. Liga pra quase todo mundo em Tacaratu, cidade onde ele foi deixado pelos pais com o padre Frederico Araújo. Depois de angustiantes telefonemas conseguiu falar com a Casa de Cultura e, por intermédio de dona Joana, fica sabendo que Inacinho vivia no Rio de Janeiro e só aparecia em Tacaratu durante os festejos da Padroeira. Quando Nely falou com o irmão pelo telefone e contou a história dos pais, Inacinho pensou tratar-se de mais um dos muitos trotes que recebera na ânsia de localizá-los. Então, para convencer o irmão, Nely pôs Durvalina do outro lado da linha.
Finalmente convencido de que Durvalina era sua mãe, ele desabou a chorar.
O encontro de Inacinho com os pais e o restante dos irmãos e demais parentes, inclusive os tios, irmãos de Durvalina, se deu no dia 05 de novembro de 2005 na casa de Moreno, em Belo Horizonte. Parecia cena de filme. Aliás, o cineasta cearense Wolney Oliveira vai aproveitar algumas imagens que fez desse encontro para o filme que está rodando sobre o cangaço, intitulado Lampião, Governador do Sertão.
Durvinha faleceu em 2008 e Moreno em 2010

Extraído do blog: "Tok de História", do historiógrafo Rostand Medeiros

25 de Março - Dia da Anunciação do Senhor

Anunciação do Senhor

Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.

Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade."

Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’" (cf. Lc 1,26-38).

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: "Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:

"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

Lampião, o General do Sertão

Por: Vera Ferreira
http://www.dnocs.gov.br/~apoena/var/files/noticias/1368/main.jpg
Lampião foi considerado, até por seus inimigos, o “General do Sertão”. Era grande estrategista, sempre inovando e surpreendendo seus inimigos. Um dos exemplos foi o combate de Serra Grande, no ano de 1926, quando enfrentou enorme força militar equipada com armamento modernos tais como duas metralhadoras e, ainda assim, obteve memorável vitória.
Já no ano seguinte, em ato de enorme ousadia, atacou a cidade de Mossoró. Apesar de ter quinhentos soldados sob o comando do major Moisés Fiqueiredo em seu encalço, conseguiu romper o cerco e salvar seus companheiros. Os cangaceiros, sempre que possível, evitavam combater. Mas quando o confronto era inevitável, tinham como objetivo fazer com que a luta fosse breve. Normalmente Lampião ia ordenando que os companheiros fossem se retirando, deixando alguns para fazer a cobertura. Combinava antecipadamente o local de encontro, e ao chegar ao ponto de reunião dava uma descarga com seu revolver, avisando aos que ainda estavam dispersos. Ou estão se utilizava de um apito que viçava amarrado a uma fina tira de couro e preso na cintura que sustentava o cantil. O trilar desse apito tanto significava o chamado para se agruparem como o aviso de debandada.
São famosas as determinações para as retaguardas, utilizadas em muitos casos. Por exemplo, um grupo de cangaceiros deixava o local da luta e contornava os inimigos, atacando-os pelas costas. Essas táticas jamais falhou. Foi o que fizeram no episódio da morte do “Bigode de Ouro”. O melhor comandante de retaguarda que Lampião teve foi Antônio Ferreira, seu irmão. Algumas vezes, cansados de serem perseguidos e atacados, os cangaceiros invertiam os papéis. Rasteavam e atacavam as volantes que os perseguiam. Como exemplo temos a emboscada preparada por Lampião na fazenda Mandacaru,município de tucano, em 1930, vitimando a volante comandada pelo tenente Geminiano José dos Santos, da Bahia, e pelo sargento José de Miranda Matos, ocasião em que morreram estes dois oficiais e mais sete soldados.
Eram astutos, como quando Lampião no Tanque do Touro, utilizou chocalhos para que os soldados comandados pelo tenente Arsênio pensassem tratar-se de animais que se aproximavam do bebedouro. Ou, para evitar perseguições, cuidavam de esconder os rastros, fazendo-o com tanta mestria que nem o mais atilado dos rastejadores conseguia encontrar qualquer vestígio. Para isso tomavam diversos cuidados. Andavam em fila indiana, com todos pisando na mesma pegada, o que dava a impressão de que havia uma só pessoa. Ou andavam em fila e o último cangaceiro ia apagando os rastros, utilizando galhos folhudos. Sempre que possível andavam sobre as pedras ou dentro de riachos, saindo todos num mesmo local.
Ou, então quando caminhavam em trilhas, pulavam um a um dos lados do caminho, voltando para um ponto pré- determinado, escondendo-se e atacando quem os perseguia. Um assunto bastante polêmico é o tão comentado uso de alpercatas com o calcanhar para a frente. A verdade é que Lampião mandou confeccionar algumas alpercatas assim, com o acalcanhar colocado na parte de frente do calçado, para utilização eventual. Não eram calçados de uso diário. Isso fazia com que os soldados pensassem que estavam indo em direção contrária ao rumo tomado. Não abandonavam mortos ou feridos, deixando-os para trás em raríssimos casos, mesmo assim só se fosse de extrema necessidade. Faziam o possível e o impossível para que tal nunca acontecesse.
Só atiravam quando tinham certeza de que poderiam atingir o inimigo, já que era muito difícil conseguir munição. Dizem que a certeza era tanta que em muitos casos, ao atirar, alguns cangaceiros diziam: “Deus te chama”. Lutavam cantando, pulando e insultando os inimigos, procurando abalar psicologicamente seus adversários. Também tinham o hábito de imitar animais e pássaros. Eram seres humanos aguerridos e valente, mas também astutos e ardilosos e sempre hábeis em aprender novos truques.

Aracaju Magazine: 1ª Quinzena de Setembro de 2003 /
 Por: Vera Ferreira

Fontes: Net

Ao Talento de um brasileiro chamado Chico

Por: Marcos Costa

Sem mais o post da semana é homenagem ao Chico Anysio, polêmico, humorista, ator, pai, marido, nordestino e humano.  Vai em paz, Chico.
Segue abaixo a minha homenagem e de tantos outros:

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Enviado por Marcos Costa