Seguidores

sexta-feira, 14 de junho de 2024

"ERA BOM"

Por Raimundo Lucas

Como era bom sorrir
Todo dia a tardinha
A rapaziada vinha
Para ali se reunir
E juntos se divertir
Não dava nem pra lembrar
Que não tinha o que jantar
Por ser grande a alegria
Pois na gente não pudia
Faltar riso no olhar.
"O Galego do Jucuri"
O poeta sonhador

https://www.facebook.com/photo/?fbid=2588416144664075&set=a.122437351261979

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

GRANDES POETAS!

Por José Di Rosa Maria

 UMA MÃO QUE TOCA NO OMBRO

DE QUEM RECITA.
AMIGOS DE CANETA DESDE 2001.
--------------------------------
10 de junho de 2024. Mossoró-RN,
Cidade Junina. José Di Rosa Maria &
Antônio Francisco.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=2354382438091682&set=a.125013001028648

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO, REI DO CANGAÇO·

Por Edmílson Martins - Maio/2020

Eu tinha onze dias de idade, quando Lampião foi morto, junto com parte do seu bando, em 28 de julho de 1938, em Sergipe, pela polícia. Dizem que alguém ligado a ele o traiu, levando a polícia à grota onde os cangaceiros dormiam.

Durante minha infância e adolescência, ouvi muitas histórias sobre as aventuras de Lampião e seu bando no sertão nordestino. Era apontado como um personagem polêmico. Havia histórias contra e a favor acerca do chamado Rei do Cangaço, uma espécie de guerrilheiro do sertão.

Uns contavam que Lampião, por ter sofrido injustiças, junto com sua família, tornara-se rebelde e justiceiro. O pai teria sido assassinado por poderoso dono de terras. E diziam ser ele generoso para com os pobres e cruel para com os ricos, por uma espécie de vingança.

E havia alguns testemunhos. O meu avô contava que um dia ia pela estrada a cavalo, quando encontrou o bando de Lampião. Alguns cabras tentaram tomar o cavalo dele. Ele então se dirigiu ao Rei do Cangaço e pediu para não levarem o cavalo, porque era o único meio de transporte que tinha e que era pobre e precisava daquele animal. Então Lampião mandou que os cabras lhe devolvessem o cavalo.

O meu pai também contava que um dia o bando chegou à nossa casa. Lampião, dirigindo-se a ele, disse que só queria comida para sua gente, descansar e um guia que indicasse os caminhos com destino a Pernambuco. Contou o meu pai que, depois do almoço, ele agradeceu e partiu com seus cabras, guiados por um homem, conhecedor das estradas do sertão.

Mas havia outros que contavam ser Lampião um bandido violento e perigoso, que praticava crueldades por onde passava. Havia até pessoas que diziam ter participado da Força policial que perseguia o bando.

Eu, como a criançada do meu tempo, ficava com a imagem do Lampião herói, injustiçado e justiceiro. E ficava entusiasmado com as histórias contadas sobre ele, principalmente aquelas histórias que narravam as suas ações exigentes em relação aos poderosos proprietários de terra. Falavam do dinheiro que exigia dos fazendeiros e que eles tinham que dar.

Eu tinha simpatia por ele, talvez, por viver num ambiente de injustiças sociais, problemas parecidos com os que tinha sofrido Lampião, conforme narravam. Eu vivia no campo, com minha família, como ele viveu, e passava fome em meio a grandes plantações, como na música do Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei de flores”.

Diziam que os pais dele tinham sido perseguidos e mortos por poderoso latifundiário, por causa de terras que possuíam. Que ele e o irmão, não vendo saída, entraram para o cangaço, que já existia naquela época.

O meu pai enfrentara o mesmo problema. Tinha uma pequena propriedade no meio de um grande latifúndio. “Era a parte que lhe cabia naquele latifúndio”, como diz o poema de João Cabral de Melo Neto “Morte e vida Severina”.

Ele comprara essa gleba de terra a duras penas, mas o latifundiário estava sempre querendo tomá-la, como fazia com outros pequenos proprietários, que não reagiam.

Mas meu pai reagia. Para defender sua propriedade, ele reclamava, gritava contra a invasão. Mas o latifundiário não parava de invadir. Até que um dia, o meu pai tomou uma decisão: mandou dizer ao invasor que iria derrubar as cercas colocadas. O portador foi meu irmão Joaquim, que disse ao fazendeiro: - Não tente impedir, porque o meu pai está disposto a tudo. E o meu pai foi derrubar as cercas, armado de foice, machado e um fuzil. Só não houve confronto porque o fazendeiro lá não apareceu. Mas as cercas foram derrubadas.

Por pouco não aconteceu uma situação parecida com a da família de Lampião. Esses confrontos, por causa da ganância dos poderosos donos de terra, sempre aconteciam no sertão nordestino. E geralmente havia mortes.

As histórias narradas sobre a vida de Lampião e suas aventuras pelo sertão, por causa das injustiças que teria sofrido, juntamente com sua família, me fascinavam. Ele representava a rebeldia, o protesto contra as injustiças e desigualdades sociais reinantes no Nordeste.

Lampião entrou para a História como uma figura polêmica: amado por uns e odiado por outros. E hoje, existem, sobre ele, publicações para todos os gostos. Há várias interpretações e avaliações sobre as aventuras do rei do cangaço.

Apesar de algumas narrações negativas sobre Lampião, o que predominou na minha geração foi à imagem do herói, do homem corajoso, em busca de justiça, que enfrentava os poderosos e era generoso para com os pobres.

#crônica #literatura #história #sertão

Obs.: esta crônica está publicada no meu livro CONVERSAS DE PAPEL. publicado pela Aquarius Produções Culturais

https://www.facebook.com/friends/requests/?profile_id=100092212864038&notif_id=1718315797834759&notif_t=friend&ref=notif

http://blogdomenedes.blogspot.com