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domingo, 10 de agosto de 2014

Amigos peço permissão para publicar estas fotos

Faltou o nome da criança

Meu filho tem apenas 6 anos, e hoje me pediu para usar esta roupa, e justamente hoje, faz 107 anos que nasceu o grande Corisco.


Esta é uma simples homenagem de todas as pessoas que gostam de estudar o tema cangaço.

No futuro esta criança será um grande pesquisador

Quem gosta do cangaço não tem idade, cor, sexo ou grau de instrução.


É algo que nasce com a pessoa. Meu filho é fã do cangaceiro Corisco.

Fonte: facebook
Página: Sulamita De Souza Buriti

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CASTELOS, REIS E REINADOS

Por Rangel Alves da Costa*

Mesmo pisando o áspero chão da realidade e os caminhos tortuosos do tempo presente, tenho o passado como algo inseparável. Sou verdadeiramente apaixonado pela História, por fatos e acontecimentos históricos, pelos antepassados, por tudo aquilo que permita um reencontro com o antigo, ou mesmo de um tempo não muito distante.

Tenho verdadeiro prazer em ler a respeito dos reinados medievais, com seus reis com insígnias de sangue e brasões envoltos em herdades e conquistas, bem como com seus cavaleiros guerreando pelos campos, guerreiros intrépidos com suas lanças e armaduras. À frente a bandeira com a cruz e a espada entrelaçadas, num misto de fé e ferocidade somente explicado pelas razões do seu tempo.

Fico imaginando como teria sido o cotidiano num imenso castelo, de torre e calabouço, com seus imensos salões, suas fortificações e seus labirintos escurecidos. Construções imensas, portentosas, erguidas na pedra bruta e no suor da servidão. Dependendo da força e do poder do reinado e seu soberano, avistar o luxo do rei, a coragem dos fiéis cavaleiros, a tristeza da princesa apaixonada, a vida tão difícil do servo e do aldeão. Tudo isso me chega como um filme fascinante.



Como nas páginas de As Brumas de Avalon, ponho-me a imaginar os segredos e os mistérios daqueles tempos medievais. Um tempo sombrio, de batalhas cruéis, dolorosas, tantas vezes norteadas no seu desfecho pelas forças ocultas. Sim, pois um tempo também de magias, bruxarias, enfeitiçamentos, de oráculos e bacias sendo invocados em nome do futuro do reino e da vitória na guerra. E os cavaleiros seguindo em meio às brumas espessas para cumprir seus destinos. E em meio a tudo, por entre aquelas névoas cinzentas, as surpresas e as coisas do outro mundo tão ameaçadoras.

Vejo a fumaça subindo das chaminés, tomando as aldeias, o pão de água e trigo sendo amassado para ser levado ao forno de lenha, a humilde aldeã recolhendo qualquer alimento pelos campos já ressequidos. E também o bobo da corte querendo a todo custo alegrar um rei entristecido demais pela velhice que vai domando suas forças. O vinho cai sobre o cálice, o cacho de uvas ao redor, o pão e os assados sobre a mesa, o olhar lá do ponto mais alto da torre: tão pujante e tão triste é o reino.

Os reinos medievais agora são apenas história, mas os seus castelos, mesmo corroídos pelo tempo, ainda são encontrados nas terras mais elevadas do continente europeu. Muitas dessas construções, num misto de fortificação e moradia de reis, continuam desafiando as intempéries e ainda estão imponentemente erguidos nas montanhas ou nos rochedos de difícil acesso. Muitos já se transformaram em escombros, em verdadeiras ruínas, mas ainda assim permanecendo como marco histórico de suma importância.

Muitos daqueles países europeus surgiram dos reinos primitivos e seus soberanos intrépidos, conquistadores e unificadores. Inglaterra, Escócia, França, Dinamarca, Espanha, Portugal e tantas outras nações modernas, surgiram a partir de um pequeno reino ao redor de um castelo. Não raramente os próprios reis também saíam para guerrear, para submeter outros povos e aumentar suas terras. Por isso muitos soberanos morreram tão jovens e deixaram herdeiros que abriram guerras entre si, dividindo o reino e plantando a semente de outras nações.


Mas não somente os reis mandavam erguer imensos castelos. As classes poderosas de então, geralmente fazendo parte das administrações reais, também recebiam uma imensidão de terras e logo procuravam erguer suas moradias suntuosas, fortificadas. E assim as terras europeias foram sendo pontuadas por castelos por todos os lugares. E muitas dessas fortalezas continuam imponentes e suntuosas. Muitas delas nem precisaram de muitas reformas, mas outras tiveram de receber intervenções para continuarem com a grandiosidade que ainda hoje se avista.

Creio que não há quem não fique deslumbrado diante de um castelo europeu, ainda que seja dos mais modernos. Imensas construções, dezenas de quartos, salões, dependências e aposentos, e tudo geralmente rodeado por belíssimos e sempre verdejantes jardins. E também fontes de águas cristalinas ao redor de estátuas e caminhos floridos. E como os poucos reis modernos só usam os castelos como locais de veraneio, os outros são destinados a museus ou simplesmente abertos a visitação pública.

Contudo, o que me causa verdadeira inveja é saber que muitos desses castelos são habitados por familiares de antigos proprietários. Quer dizer, pessoas quase comuns (se não fossem os brasões familiares e a riqueza) utilizam os castelos como moradias comuns, onde vivem, adormecem e amanhecem. E eu querendo apenas entrar num daqueles portões, tocar nas pedras antigas, abraçar as colunas imensas e gritar: História, estou aqui!

Poeta e cronista
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E vem aí Izaias Arruda

Por Calixto Junior

Meu caro amigo Manoel Severo, venho te lembrar que ainda estou com o projeto do livro sobre Izaias. Promessa pra mim é dívida eterna! Vários pontos inéditos consegui descobrir, aliás, 
mais que vários. 
Espero que isso seja valioso. 

Abraço fraterno! 
De seu amigo 
Calixto Júnior

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Bom demais !

Por Louro Teles
Louro Teles, João de Sousa Lima, Manoel Severo e Afranio

Estar no Cariri Cangaço é ter a oportunidade de ver homens e mulheres de regiões diferentes dando um exemplo de humildade e companheirismo e mais, a oportunidade de aprender com
os mestres do cangaço.
Obrigado Cariri Cangaço Piranhas,
foi bom demais.
Louro Teles

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Extra - Pai Herói é assim...

Por Marcos Cost@

CHARGE

Parabéns pra quem é Pai e pra quem tem Pai. Deixo minha homenagem aos amigos pais e aos pais de todos vocês.

Existe  Pai Fantástico;
Pai Super; 
  Pai Imperador; 
Pai Poderoso; 
Pai Brabudo;

Pai montado no Tornado... todos com poderes ou não..., mas  lutam pelos seus filhos com total dedicação.

Bom domingo pra todos - Boa semana e até a próxima


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FILHA DA EX-CANGACEIRA ADÍLIA E SEUS FILHOS.


Nossos leitores:

Por enquanto não temos mais do que esta informação. O proprietário da foto não escreveu mais do que isto: "FILHA DA EX-CANGACEIRA ADÍLIA E SEUS FILHOS".

Fonte: facebook
Página: Paulo George

ADÍLIA, A CANGACEIRA QUE CONHECI
Por Rangel Alves da Costa*


Conheci Adília dentro da minha casa, no convívio cotidiano com minha família em Poço Redondo. Lembro como se fosse hoje da morena trigueira, chegando ao escurecido, alta, esguia, esbelta, de rosto alongado, queixo fino e olhos negros sempre brilhantes, cabelos também negros e aquele jeito simples de mãe de família que nem de longe parecia aquela mesma Adília que ainda mocinha, quase menina, entrou para o bando do Capitão Virgulino; a mulher/menina companheira do cangaceiro Canário.

O cangaceiro Canário

Pena que a historiografia, os estudiosos e pesquisadores tratam os seus personagens com a frieza da conveniência, muitas vezes traçando um painel muito diferente daquilo que a pessoa pesquisada realmente foi. Pedindo desculpas aos cangaceiristas (a moda é cangaceirólogo, vixe Maria!) das academias, não tenho dúvidas em afirmar que Adília, mesmo durante as batalhas sangrentas, sempre foi muito mais aquela menina meiga e pacata do Alto de João Paulo, do que uma sedenta e furiosa figura de arma em punho.

Com o pouco que convivi com ela posso afirmar isso, pois é impossível que aquela doçura de mulher tivesse mudado repentinamente seu comportamento após a morte de Lampião (28 de julho de 1938, na Gruta do Angico, em Poço Redondo), sem ter sido sempre, em qualquer lugar e circunstância, a dedicada mãe de família e alegre amiga, sem jamais deixar transparecer resquícios da vida passada, mágoas ou ressentimentos.


Nascida Maria Adília de Jesus, entrou para o cangaço com menos de dezesseis, influenciada pelo grande amor de sua vida, o conterrâneo e também cangaceiro Canário. Como a sua família não aceitava o namoro, a menina prometeu ao namorado que iria com ele até o inferno se fosse preciso. Se não foram para as agonias dos subterrâneos de Hades chegaram bem perto disso, pois a vida no cangaço teve na dor e no sofrimento algumas de suas principais características.

Escritor Alcino Alves Costa

Como afirmado anteriormente, lembro como se fosse hoje. Meu pai, Alcino Alves Costa, prefeito à época, a casa da Rua de Baixo sempre cheia de familiares e amigos, no entra e sai de pessoas uma destas sempre se demorava mais ali, ficava horas e até o dia inteiro ajudando minha mãe D. Peta. Era a ex-cangaceira tomada de amizade à nossa família, numa consideração que de repente eu já estava chamando ela também de mãe.

Falando e sorrindo com suas duas covinhas no rosto, mandava que eu sentasse no seu colo e começava a fazer cafuné e contar histórias, mas coisas muito diferentes do que poderia muito bem falar. Mas o menino nada tinha a ver com sua vida cangaceira, nem ela gostava de revirar baús curtidos pelo resto do embornal. E contava que era uma vez, e dizia que um dia, mas tudo bonito e sem sofrimentos, balas e mortes no meio.

E foi num desses momentos de intenso convívio que um dia descobri em Adília um pequeno detalhe que jamais esquecerei e que me uniu cada vez mais a ela, num amor de filho e mãe. Eis que atirado pelo chão e ela sentada, enxerguei na sua perna, não lembro bem se direita ou esquerda, já próximo ao pé, uma parte mais funda na pele, que chegava adentrar o osso. Era como se a perna tivesse sido fortemente ferida naquele ponto e que, depois da ferida curada, ficou uma visível cova.

Perguntava o que tinha sido aquilo e num sorriso bonito dizia sempre que já tinha nascido com aquela barroquinha na perna, porém talvez recordando a cada momento a saraivada e a bala da volante atingindo o local e os instantes seguintes de dor e desespero. Mesmo que pensar nisso ainda lhe doesse no espírito, respondia com o sorriso e deixava que brincasse com aquela marca na pele e osso das durezas da vida cangaceira.

Nossa amizade ficou tão fortalecida depois dessa descoberta que nem se importava quando eu mandava ela sentar no chão e estirar a perna para que eu colocasse água na barroquinha. E veja o que menino faz: enchia e sugava a água na perna da ex-cangaceira. Assim, muitas vezes brinquei com aquela marca e bebi água dali sem saber que a minha boca experimentava o verdadeiro sertão. Era uma cacimba cangaceira!

Depois fui crescendo e a sede da meninice foi indo embora. Pensei que havia crescido e nunca mais atravessei o riachinho e fui ao Alto de João Paulo ao menos visitar Adília na sua casa simples e aconchegante. Morando na capital, soube de sua morte em março de 2002, aos 82 anos.

Fui ingrato Adília, perdoa-me. Só quando a gente tem sede é que lembra que existe água...

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
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O cangaço - Retrato de família


Uma foto gentilmente cedida por Neli Conceição (Lili cangaceira), filha do casal de ex-cangaceiros Moreno e Durvinha.

Na imagem podemos ver Moreno, Durvinha e alguns de seus filhos. Inácio (Inacinho) à esquerda na imagem, Neli Conceição ao centro, e Murilo na extrema direita. Agachados: da esquerda para a direita Valdeci (preto) e João Batista.

Moreno e Durvinha pertenceram ao bando de cangaceiros de Lampião, e inclusive, aparecem em várias fotos e filmagens que foram registradas no ano de 1936 por Benjamin Abrahão Botto.

Durinha faleceu no dia 28 de junho de 2008 e Moreno faleceu no dia 06 de setembro de 2010, em Belo horizonte – Minas Gerais. Foi o casal de ex cangaceiros com maior longevidade.

Fonte: facebook

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O cangaço e a Lei Penal: A Questão Maria Bonita


Maria Bonita cometeu algum crime? Veja artigo abaixo. O Cangaço e a Lei Penal: A Questão Maria Bonita - por: Dr. Sérgio Augusto de Sousa Dantas (juiz de direito - Natal/Rn).


Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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Livros sobre o cangaço é com o Professor Pereira em Cajazeiras - PB


São livros novos ou usados. Mas se você procura por Coronelismo; Messianismo: Canudos, Caldeirão. Por Padre Cícero; Luiz Gonzaga; Secas; Revolução de 30; História do nordeste… etc. Basta solicitar uma cópia da listagem completa ATRAVÉS DO EMAIL 
 franpelima@bol.com.br
Fonte: http://tokdehistoria.com.br/

Solicite lista de preços através do e-mail acima do professor Pereira. Ele enviará o seu pedido até à sua residência em qualquer parte do Brasil.

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Um olhar francês sobre a vida de Lampião

Fellipe Torres - Diario de Pernambuco

Pesquisador Jack de Witte busca editora para publicar edição em português de sua biografia do cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva

O primeiro grande sucesso internacional do cinema brasileiro ganhou o mundo há 60 anos, em 1953. Trata-se de O cangaceiro, escrito por Lima Barreto (cineasta homônimo do autor de Triste fim de Policarpo Quaresma) em parceria com Rachel de Queiroz. Bastante premiado, inclusive no Festival de Cannes, o filme circulou por 80 países. Na França, onde passou cinco anos em cartaz, o longa-metragem inspirado na história de Lampião encantou muitos espectadores, e particularmente Jack François de Witte, na época adolescente.


O cenário de truculência e banditismo no Sertão nordestino permaneceu no imaginário do francês por toda a vida. Décadas mais tarde, já formado em engenharia eletrônica, morou três anos no Rio de Janeiro, quando teve a oportunidade de conhecer mais sobre a lenda por trás de ficção, o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva. Ao se aposentar, intensificou a pesquisa em jornais das décadas de 1920 e 1930, além de montar biblioteca com 60 livros sobre o assunto. “Me tornei um apaixonado pelo cangaço”, diz.

Pesquisador Jack de Witte

Munido de bastante informação, de Witte percorreu cidades nordestinas na tentativa de refazer os passos de Lampião. Visitou desde o local de nascimento, em Serra Talhada, no Sertão pernambucano, até onde foi morto, na fazenda Angicos, em Sergipe. O resultado da imersão na história do cangaço rendeu o livro Lampião VP - Sans toit , sans roi, sans loi (em tradução livre, sem casa, sem lei, sem rei), lançado há cinco anos em Paris. Agora, o escritor francês circula em busca de editora para publicar a obra em português.


A despeito de ter sido embasada em extenso levantamento, a narrativa é construída na primeira pessoa, do ponto de vista de Lampião. “Quis fazer uma abordagem meio literária, então associei notícias de jornal com essa nova maneira de contar a história”, explica Jack de Witte. No encadeamento de ideias, contudo, também há espaço para a imaginação e a subjetividade. O “VP” do título, vale ressaltar, é uma referência à comparação feita entre Virgulino e o traficante carioca Marcinho VP (protagonista de Abusado, de Caco Barcellos).

Na avaliação do pesquisador do cangaço Frederico Pernambucano de Mello, o livro é um “romance histórico desafiador”, referindo-se à maneira peculiar de narração. “Para o historiador, cometimentos assim chegam a ser arrepiantes... Mas o certo é que ele [o autor] cercou-se de informações densas sobre a vida do cangaceiro”. Pernambucano de Mello foi um dos que colaboraram com a pesquisa do francês. “Creio que cabe a tradução para o português. O assunto está vivendo efervescência máxima”, completa.

Sobre o interesse em editar a obra no Brasil, de Witte diz ter essa intenção desde o início da pesquisa. “Não escrevi o livro para os franceses, e sim para, de algum modo, fazer parte dessa história”. E aproveita para explicar a pouca repercussão desde o lançamento em Paris. “As pessoas na França são muito egocêntricas e etnocêntricas, não estão abertas para aprender a respeito de outros locais”.

>>>>> Lampião segundo estrangeiros

“BANDIDO SOCIAL” (VISÃO BRITÂNICA)

Eric Hobsbawn - Bandidos (Paz e terra, 280 páginas, R$ 45)


O historiador britânico Eric Hobsbawm traça perfis de vários “bandidos sociais” ao redor do mundo, entre eles, Lampião. No livro, ele aponta a lenda de Robin Hood como ideal universal do bom ladrão para analisar como a ausência pode transformar criminosos em heróis. A análise rendeu muitas críticas, sobretudo por sugerir que essas figuras representavam a “reação dos excluídos” contra a opressão de alguns poderes centrados no campo. No caso particular de Lampião, Hobsbawm o considerava um “bandido social” com a ressalva de que havia nele uma ambiguidade. Era “meio nobre, meio monstro”.

“BANDIDO DE ORIGEM SOCIAL” (VISÃO NORTE-AMERICANA)

Lampião: o rei dos cangaceiros (Paz e terra, 335 páginas, R$ 47,50), de Billy Jaynes Chandler


O norte-americano Billy Chandler é um dos críticos de Hobsbawm. Para ele, Lampião só se encaixa no conceito de “bandido social” por ter origem em ambiente injusto, e que seria exagero falar em justiça social por parte do cangaceiro. Na biografia de Virgulino, examina a trajetória desdea infância até o episódio de sua morte. Separa fatos da ficção e coloca o personagem no contexto do sertão, onde tornar-se cangaceiro era um ato natural e atrativo para o filho de um agricultor. Relatos atuais e da época, arquivos e entrevistas sustentam a análise sistemática sobre o cangaceiro.

“GÊNIO DO MARKETING” (VISÃO FRANCESA)

Lampião - Senhor do sertão (Edusp, 392 páginas, R$ 62), de Élise Grunspan-Jasmin


A historiadora francesa Élise Grunspan-Jasmin fez vasto levantamento e comparou várias versões sobre a vida de Lampião. Também explica como a imagem do “mito” foi construída pela imprensa dos anos 1930, que embora criticasse a violência, ajudava a construir a lenda do herói invencível, de corpo fechado. Ela aponta as numerosas fotos publicadas na imprensa, e revela o enorme prazer de Virgulino em posar para fotógrafos e se ver nos jornais. Com grande senso de marketing, manipulava jornalistas para se promover. A “lenda” seria reforçada com a literatura de cordel, bonecos de barro, filmes e músicas.

DEPOIMENTO 

Frederico Pernambucano de Mello


“Conheci pessoalmente Jack de Witte em Paris, em 2004, quando fui fazer palestra sobre o cangaço. Alto, magro, contido, ares de jesuíta que largou a batina. No dia seguinte, à noite, nos avistamos demoradamente para um vinho em casa da também brasilianista do cangaço Élise Grunspan-Jasmin.

Jack estava cavando informações para escrever seu livro sobre Lampião, um romance histórico muito desafiador, vez que corre o risco de dar voz ao grande cangaceiro, fazendo com que este vá alimentando a narrativa com revelações sobre fatos e sobre motivos por trás desses fatos. Para o historiador, cometimentos assim chegam a ser arrepiantes...

Mas o certo é que ele não se lançou ao risco a partir do vazio. Ao contrário,  cercou-se de informações densas sobre a vida do cangaceiro, detendo-se por anos no levantamento destas, o que confere respeitabilidade ao produto final. Li a versão em francês de seu livro, faz alguns anos, e creio que caiba a tradução para o português, com vistas ao nosso público. O assunto está vivendo efervescência máxima.

Jack de Witte está longe de ser um aventureiro. Cercou-se criteriosamente dos elementos necessários a nos dar a visão pessoal do que entende terem sido algumas das razões e propósitos do Capitão Virgulino Ferreira. Trata-se, por outro lado, de um enamorado do Nordeste do Brasil sem meios-termos, sobretudo dos sertões setentrionais. Que não deixa turvar seus estudos por essa paixão.


REFERÊNCIA:

Uma das principais fontes de pesquisa de Jack de Witte foram edições antigas do Diario de Pernambuco. Não à toa, Lampião VP tem mais de cem citações a notícias publicadas no jornal. Confira algumas delas:

- Diario de Pernambuco, julho de 1922 - Ao lado de 50 homens, Lampião entra em confronto com a polícia no Espírito Santo.
- Diario de Pernambuco, agosto de 1922 - Aos 25 anos, Lampião ataca município de Água Branca. Foi definido como possuidor “de uma perversidade insólita”.
- Diario de Pernambuco, agosto de 1924 - Bando de cangaceiros atacam a cidade de Souza, na Paraíba.
- Diario de Pernambuco, julho de 1925 - Confronto entre 19 policiais da Paraíba e 15 cangaceiros deixa vários mortos, entre eles o irmão de Lampião, Levino.
- Diario de Pernambuco, fevereiro de 1926 - É desmentida a suposta morte de Lampião, boato que estava sendo noticiado.
- Diario de Pernambuco, novembro de 1926 - Lampião junto a 120 homens sequestra representantes das empresas Souza Cruz e Standard Oil, e exige resgate.
- Diario de Pernambuco, dezembro de 1926 - governadores dos estados nordestinos se reúnem para combater o banditismo no sertão.
- Diario de Pernambuco, setembro de 1927 - O bando de cangaceiros estaria “desmoralizado” e reduzida a 14 homens.
- Diario de Pernambuco, julho de 1938 - Notícia da morte de Lampião e de mais 11 cangaceiros.
ão.”

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/09/29/internas_viver,464910/um-olhar-frances-sobre-a-vida-de-lampiao.shtml
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reunião do GPEC da Paraíba


Mais algumas flashes da reunião do GPEC no dia 08-08-14. 


Entre várias discussões do tema, teve destaque na pauta as recentes viagens que membros do grupo fez às cidades de Princesa Isabel, Vila de Patos do Irerê na Paraíba, Triunfo-PE, e a segunda semana do cangaço em Piranhas-AL, e Canindé do São Francisco SE, como também, a visita à cidade de Água Branca em Alagoas. 





Houve a exibição do curta metragem um tiro no pé, realizado totalmente em Triunfo-PE, com elenco e direção dos triunfenses.

Fonte: facebook
Página: Jorge Remígio

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