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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O TENENTE ABDON NUNES

Por José Mendes Pereira
Historiador Raimundo Soares de Brito

Diz o historiador Raimundo Soares de Brito em seu livro "Ruas e patronos de Mossoró" Fundação Vingt-un Rosado Coleção Mossoroense que, 

Tenente Abdon Nunes - http://jotamaria-pmpatrono.blogspot.com.br/

o tenente Abdon Nunes era oficial da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, e exerceu as funções de delegado de polícia em vários municípios do Estado, entre eles: Areia Branca e Mossoró. 

Uma das marcantes passagens do bando de Lampião no estado do Ceará, foi sem dúvidas sua chegada à cidade de Limoeiro do Norte, na região do Jaguaribe - cariricangaco.blogspot.com.

Afirma ainda o historiador que, por ocasião do ataque de Lampião à Mossoró, chamado às pressas, veio em socorro da cidade ameaçada. Tempos depois, quando abriram inquérito para apurar a morte do facínora Jararaca, ele teve a coragem de assumir a responsabilidade.  

O cangaceiro Jararaca preso e doente na Cadeia pública de Mossoró-RN  em 1927

O tenente Abdon Nunes era um homem de temperamento decidido, franco e corajoso. Faleceu em Natal no posto de Capitão da Polícia Militar. 

Infelizmente não consegui o dia, mês e ano do seu falecimento.

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Lançamento do livro CHARGES COM LAMPEÃO

Autor Luiz Ruben Bonfim

Amigo José Mendes,

Estou divulgando o meu mais recente livro: CHARGES COM LAMPEÃO, que acabo de receber da gráfica. Segue no anexo a capa e a introdução. Brevemente chegará às suas mãos um exemplar.
Saudações cangaceiras,

Introdução

Lendo e pesquisando tantos jornais e revistas da época em que Lampião atuava, isto é, anos 20 e 30 do século passado, não passou despercebido, de vez em quando aparecia caricaturas e charges de Lampião, mas, o que me chamou a atenção foi a utilização do personagem com a política e os políticos do poder naquele período.

Contextualizar cada charge ou caricatura seria por demais maçante, pois creio que elas não perderam o caráter atemporal.

As codificações visuais que os chargistas queriam passar ao retratar Lampião eram afetadas de acordo com a região do artista, o que determinava, até pela falta de conhecimento que tinham do caricaturado, a representação de formas tão dispares na fisionomia desenhada. 

As charges com Lampião, nessa pesquisa, abrangem o período de 1926 a 1939, porém acrescentei duas de 1969, sendo a última apresentada, uma propaganda com alusão ao desenvolvimento industrial através de incentivos fiscais, citando Sudam-Sudene onde Lampeão é usado como referência de uma região. Ao todo o livro mostra 83 charges e caricaturas.

A charge tem como finalidade satirizar, descrever ou relatar fatos do momento por meio de caricaturas, com um ou mais personagens de destaque, nas áreas da política com maior frequência.

As apresentadas nesse livro abrangem personagens de prestígio nacional como o Padre Cícero, Antônio Carlos, governador de Minas, Capitão Chevalier, com a famosa tentativa de uma expedição contra Lampião no início dos anos 30, Getúlio Vargas como presidente do governo provisório após a revolução de 1930.

Após sua morte, cartazes foram utilizados como propaganda de filme da Warner, com James Cagney “substituindo o famoso cangaceiro nordestino”.

A propaganda comercial também utilizou com frequência o nome de Lampião. Como curiosidade inseri no trabalho as da Casa Mathias e O Mandarim, que apresentavam nos seus comerciais um conteúdo humorístico.

Até o conhecido compositor Noel Rosa, como Lampeão foi caricaturado. Como se fossem dois personagens ao mesmo tempo é mostrado características de identificação de Lampião com o rosto de Noel Rosa. Mesmo nas capas de famosas revistas, Careta em 1926 e 1931, O Cruzeiro em 1932, Lampeão é caricaturado.

Na contracapa desse livro, consta a foto original muito popular de Lampeão e seu irmão Antônio Ferreira, já nesta época, famigerado cangaceiro, perseguido em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas. Foi tirada em Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, onde Lampeão foi convocado pelo Padre Cícero a pedido do deputado federal Floro Bartolomeu, para combater os inimigos do governo de Artur Bernardes, a Coluna Prestes, em 1926. Na capa, usando a foto da contra capa, foram introduzidas as faces de Getúlio Vargas como Lampeão e Osvaldo Aranha como Antônio Ferreira. Foi publicada pelo Estado de São Paulo em 24 de setembro de 1933, sendo Getúlio já vitorioso da revolta de 1932 em São Paulo. 

O desenho era utilizado, isto é, a charge, como uma crítica político social onde as situações cotidianas são exploradas com humor e sátira. Lampião foi personagem principal dos chargistas, mas o objetivo era atacar os poderosos da época, geralmente vítima dos jornais da oposição.

Coloquei tudo numa ordem cronológica para facilitar a sequência histórica, pois, no futuro com a leitura das diversas obras publicadas sobre Lampião e o cangaço em geral, teremos uma visão não contextualizada das sátiras contra os personagens vítimas dos chargistas.

Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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Casa velha que Lampião se arranchava na cidade de Queimadas( sertão da Bahia)

https://www.youtube.com/watch?v=ABee-qVTmcM

Romildo Bispo dos Santos - Publicado em 21 de Janeiro de 2011

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LAMPIÃO E FAMÍLIA NOGUEIRA( ZÉ NOGUEIRA E SEUS FILHOS LUIZ E RAIMUNDO

https://www.youtube.com/watch?v=BAltUQzZNAI

Publicado em 22 de setembro de 2014.

LAMPIÃO. 

JOÃO NOGUEIRA NETO CONTA SOBRE A MORTE DE ZÉ NOGUEIRA E A PRIMEIRA BRIGADA DA CASA GRANDE, FAZENDA SERRA VERMELHA.

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Cangaceiro Antônio Silvino Na fazenda Maxinaré Pedra Lavrada PB

https://www.youtube.com/watch?v=D42Cl1p4Mmg

Publicado em 28 de jul de 2014

Hellyo Viturino

Nesse vídeo você ver Manuel Belo e Graciliano,Neto e Bisneto de Zé Gato Amigo do cangaceiro Antônio Silvino, falam pela primeira vez e mostram o local do combate em 1913, gravado no dia 26 de Julho de 2014, na Fazenda Maxinaré em Pedra Lavrada, no Estado da Paraíba.


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APRESENTO AOS AMIGOS O MEU MAIS NOVO TRABALHO


O livro "NAS TRILHAS DE MEU AVÔ" pode ser adquirido: Em Mossoró na Livraria Independência. Em Natal na Livraria Nobel, da Avenida Salgado Filho. 
O valor do livro é 30,00 reais. 

Um grande abraço,
José Edílson de Albuquerque Guimarães Segundo

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JESUÍNO BRILHANTE: O CANGACEIRO



Final do século XIX. Por conta de um primo, assassinado por coronéis da região, Jesuíno adota os ideais abolicionistas e republicanos e jura vingança. Arma um grupo e dizima soldados do contingente do Governo. Os coronéis decidem prender o pai de Jesuíno a fim de atrair o rebelde para uma cilada. Jesuíno invade a cidade, mas, traído por um capanga, cai baleado depois de chacinado seu bando.

"Embora de família importante, Jesuíno Brilhante é rude a afeiçoado à vida do campo. Por influência de um primo, Botelho, começa a seguir ideais abolicionistas e republicanos. A crescente popularidade de Botelho, entretanto, passa a incomodar os 'coronéis' da região, que acabam por mandar assassiná-lo. Jesuino jura vingança e sua fama de homem valente se espalha. Quando seus inimigos - a família Limões - pedem ao Governo o envio de um contingente policial para dar combate aos Brilhante, Jesuíno instala seu grupo numa gruta de difícil acesso e dizima a soldadesca. Em 1877, abatendo-se sobre o sertão uma grande seca, Jesuíno distribui com os retirantes famintos os suprimentos mandados pelo Governo e que iriam parar nas mãos da família Limões. Inconformados, os Limões resolvem prender o pai de Jesuíno a fim de atrair o filho a uma cilada. Jesuíno invade a cidade de Pombal, consegue libertar o pai, mas é derrotado: um de seus capangas, Cobra Verde, é capturado e denuncia a localização do bando. Os soldados atacam, o bando é chacinado, e Jesuíno, ao tentar romper o cerco, é baleado." (ALSN/DFB-LM)



http://cinemateca.gov.br/


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Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - FINAL


P.S.1

O julgamento de Zé do Telhado iniciou-se em 25 de Abril de 1859, com acusação pública em 9 de Dezembro do mesmo ano. Foi condenado na pena de trabalhos públicos por toda a vida, na costa ocidental de África e no pagamento das custas. Esta pena foi mantida pelo Tribunal da Relação do Porto, cujo acórdão de sentença substituíu a expressão "costa ocidental de África", por "Ultramar". 

https://www.youtube.com/watch?v=YOixhCAg-mY#t=16

Por acórdão da mesma instância, foi comutada a pena aplicada na de 15 anos de degredo para a África Ocidental, que contou desde a data de publicação do Decreto de 28 de Setembro de 1863.

A condenação deu como provados os seguintes crimes: tentativa de roubo, na forma tentada, em casa de António Patrício Lopes Monteiro, em Santa Marinha do Zêzere, comarca de Baião, homicídio na pessoa de João de Carvalho, criado de Ana Victória de Abreu e Vasconcelos, de Penha Longa, Baião, roubo na casa de referida senhora (Casa de Carrapatelo) de objectos de ouro e prata no valor de oitocentos mil e um conto de reis e algumas sacas com dinheiro, cujo valor a queixosa calculou em doze contos de reis, ainda que revelasse desconhecer os montantes visto que o dinheiro se encontrava na casa mortuária onde jazera, poucos dias antes, seu pai, e, após isso, ela ainda nem sequer lá voltara a entrar, roubo em casa do Padre Padre Albino José Teixeira, de Unhão, comarca de Felgueira, no valor de um conto e quatrocentos mil reis em dinheiro e ainda objectos de prata e outro, outro homicídio na pessoa de um correligionário, ferido num confronto com as autoridades.

Para além de outros crimes de roubo e de resistência à autoridade, foi também condenado como autor e chefe de associação de malfeitores e de tentativa de evasão do reino sem passaporte, com violação dos regulamentos policiais.

FINAL
Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


http://ruilyra.blogspot.com.br/2014/09/ze-do-telhado-filme-e-historia.html

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LIVROS DO GERALDO MAIA DO NASCIMENTO


ATENÇÃO: Novo livro do cangaço publicado: 

AMANTES GUERREIRAS: A Presença da Mulher no Cangaço, de Geraldo Maia do Nascimento, Natal-RN: Editora do Sebo Vermelho, 2015, 132 páginas. O pesquisador do cangaço, Geraldo Maia do Nascimento, também conhecido por GMaia, nascido em Natal e radicado em Mossoró, relança o Livro: AMANTES GUERREIRAS:..., agora em 2ª Edição, com o conteúdo ampliado, ou seja, com 132 páginas. O Autor faz uma compilação de quase 100 nomes de cangaceiras. O livro pode ser adquirido com o Professor Francisco Pereira Lima, em Cajazeiras-PB ou no Sebo Vermelho, em Natal-RN. - Carlos Alberto

 Preço: R$ 35,00 com frete incluso. 

Pedido: franpelima@bol.com.br



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MOSSORÓ NA TRILHA DA HISTÓRIA

ANOTAÇÕES


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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE III

Por Mariana Gadelha
Sebastião Fernandes Gurgel  - 1946 - www.azougue.org

VIDA PÚBLICA

O comerciante e banqueiro participou ativamente da vida social mossoroense desde que começou a morar no município. Nos primeiros dias após a mudança, associou-se ao Instituto Literário 2 de Julho, e em agosto de 1910 tornou-se membro do Tiro de Guerra de Mossoró,

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que tinha como objetivo proporcionar instrução militar à classe de comerciantes. No mesmo mês do anos seguinte, participou da Fundação da Sociedade da União Caixeiral. que assistia social e educativamente os comerciários locais. A entidade também foi a primeira instituição de ensino profissionalizante de Mossoró, com a 

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Escola Técnica de Comércio União Caixeiral fundada e m 1935, destinada à formação exclusiva de técnicos em Contabilidade. Hoje, em dia, o antigo prédio da União Caixeiral, na Praça da Redenção, abriga a Biblioteca Municipal de Ney Pontes Duarte.

O empresário ainda foi presidente da Associação Comercial e Tesoureiro do Hospital de Caridade de Mossoró, cargos que somados aos restantes o levaram a uma posição de destaque na sociedade da época. A popularidade e boa imagem junto aos mossoroenses levaram o também militante político à Câmara Municipal, onde cumpriu pelo menos três mandatos de vereador. Em 1948, candidatou-se a prefeito de Mossoró, mas perdeu as eleições para Dix-Sept Rosado.

Em 25 de março de 1911 nascia em Mossoró Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia. - Foi prefeito de Mossoró e Governador do Rio Grande do Norte

Já a esposa, Elisa Rocha Gurgel, foi pioneira do processo de conquista dos direitos da mulher pelo foto feminino, ao lado de Beatriz Leite de Morais, Maria Silva de Vasconcelos e Celina Guimarães Viana - primeira eleitora do Brasil e primeiro foto feminino da América Latina. 

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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O FAMOSO NAZARENO "Cel. MANOEL NETO" ( Série grandes artigos) SINOPSE DA VIDA DESSE BRAVO POLICIAL NAZARENO - PARTE IV


DE FRENTE COM CORISCO:
A 13 de julho de 1931, o tenente Manuel Neto levou a Vila Bela, para inclusão ou alistamento, os seus amigos e parentes nazarenos, muitos deles quase crianças. E foi claro: “se fosse rejeitado um daqueles meninos, seriam todos”. Estava ali formada a volante dos nazarenos que, pouco depois, seguiria para a Bahia, onde o governo se via sem forças para combater Lampião, que voltara a cometer suas costumeiras selvajarias, e pedira a presença dos pernambucanos.
Para atender ao pedido do governo baiano, foi designado o tenente Manuel Neto, que escolheu sua própria força:
auxiliares imediatos, sargentos David Gomes Jurubeba e Tibúrcio Soares da Rocha; cabo José Soares de Lima Filho; soldados Pedro Gomes de Lira, Antônio Capistrano de Souza, Vicente Ferreira de Lima (Vicente Grande), Cícero Freire da Silva, Antônio Valério de Olinda, José Leite de Sá, Alexandre Domingos de Souza (Dudu), Enoque de Sá Menezes, Arconso de Souza Ferraz, Vicentino Ferreira, José Vila Bela; recrutas Augusto Leite de Sá, Antônio Cipriano de Souza, Armando Cipriano de Souza, Afonso Virgulino de Sá, Francisco Marcionilo de Sá, Otacílio Gomes de Sá, Miguel de Sá Nogueira, Herculano de Souza Nogueira, Henrique Gregório de Souza, Manoel Capistrano de Souza, José Domingos Neto, Ancilon José da Silva, Manoel Cosme dos Santos, Olímpio Valões, Arlindo Pereira de Souza, Aflaudísio Nunes de Carvalho, José Antônio dos Santos, Pedro Antônio dos Santos, José Pedro de Souza, Augustinho Ferreira (Augustinho Preto), Augustinho Ferreira (Augustinho Doido), Elias Martins dos Santos, Pedro Barros (Vereda), Francisco Jerônimo (Gavião), Luís Rodrigues (Dudu), José Dartinha, Antônio Benedito da Silva...

Nestor Domingos de Souza (paraibano), Manoel Florentino de Souza e João Gomes de Lira. Esses homens seguiram de Vila Bela no dia 28 de julho de 1931, entrando na Bahia no dia 3 de agosto. Iriam enfrentar em campo estranho o famigerado Lampião que, havia três anos, infernizava aquela região.

O serviço de informações do bandido funcionava com perfeição. Mal a força atravessou o rio, já Lampião tinha conhecimento e armava a primeira emboscada numa ponta da serra do Padre. Ali esperou de um dia para o outro a força que, passando por outro local, escapou.

Um mês depois, aos 6 de setembro, os policiais travaram na fazenda Aroeiras, município de Santo Antônio da Glória, um tiroteio com o grupo de cangaceiros. O ataque partira dos bandidos, havendo reação da tropa. Manuel Neto deu as ordens e, com um pelotão de 15 homens, avançou correndo ao encontro dos celerados que fugiram.
João Gomes de Lira, que viu de perto as ações de Manuel Neto, dizia que ele, “quando avançava, não olhava para os lados, misturava-se logo, fosse com quem fosse”. Assim ocorreu naquele dia.
Num dado momento, Manuel Neto seguia acompanhado pelo soldado Vicente Grande. De repente, este gritou:
- “Olha os bandidos, tenente.”
- “Cadê?, Vicente”.
Vicente não respondeu e atirou. Os bandidos já estavam muito perto.
Logo Manuel Neto topou-se com Corisco, que vinha por dentro de um riacho. “As primeiras palavras do cangaceiro Corisco foi perguntar de onde era aquela força. Neto respondeu:”
- É de Pernambuco.
- Quem é o comandante?
- É o tenente Manuel Neto -, disse o nazareno.
- “Te prepara para correr, tenente fio da puta!”
O tenente que, mesmo sem provocação, não enjeitava parada, reagiu rápido. Saltou dentro do riacho e ficou frente-a-frente com o Diabo Louro. Atirou e pulou, avançando sobre Corisco. O cangaceiro recuou.
- Veja, bandido, quem é o tenente Manuel Neto! Não corra. Espere para brigar. Aqui é a força de Pernambuco. É Manuel Neto com sua força de meninos.
O COMBATE DE MARANDUBA:
A perseguição continuou, enfrentando a força de Manuel Neto as mais difíceis privações, passando muita fome e sede. Ao final do ano, na segunda quinzena de dezembro de 1931, a volante voltou a Jatobá (Petrolândia) para ali passar as festas de final de ano. “Para entrar na localidade, foi preciso” esperar o “anoitecer, isto porque a força vinha quase despida.”
Passadas as festas e refeitos, logo no início de janeiro Manuel Neto partiu à procura dos cangaceiros. Tomara conhecimento de que o grupo se encontrava na vila de Canindé (SE), “ferrando moças”. Requisitou o trem e seguiu para Piranhas. Atravessou o rio e entrou no território de Sergipe, indo dormir na sexta-feira, dia 8 de janeiro (1932), já perto dos cangaceiros.
No dia seguinte continuaram rastejando, aproximando-se cada vez mais dos bandidos. Na vanguarda, o destacamento de Manuel Neto e, mais atrás, os homens sob o comando do tenente do Exército Liberato de Carvalho, na ocasião com o comando geral das forças.
Seguiam na frente os sargentos João Cavalcanti e Hercílio de Souza Nogueira. O primeiro, por volta das 16 horas, avistou os cangaceiros. Pediu a Hercílio que não atirasse; esperasse a força encostar. Assim o ataque surtiria maior efeito. O bando estava bem posicionado, num local estratégico, nas proximidades da fazenda Maranduba.
Impetuoso, Hercílio respondeu que não esperaria por ninguém. Cada qual fizesse o que pudesse. Convidou o companheiro a ver quem avançava mais. Abriu fogo e partiu para cima dos bandidos que, de imediato, reagiram, disparando e avançando contra os dois sargentos e os companheiros que os seguiam.
Já próximo do acampamento dos bandidos, Hercílio foi atingido e caiu.
- “Vala-me, Nossa Senhora. Logo na cabeça...” -, teriam sido suas últimas palavras.
Ao seu lado tombou João Cavalcanti, ou João de Anísia (v. JSF, Tn 8), como era conhecido (Cavalcanti era, por sinal, primo do célebre Horácio Cavalcanti de Albuquerque).
Tomando conhecimento da morte de Hercílio, Adalgiso, de apenas 15 anos de idade, abandonou o comando do tenente Liberato e correu ao encontro do irmão. Foi atingido, tombando morto sobre o corpo de Hercílio.
Seguiu-se o mais terrível combate travado no eixo Bahia-Sergipe, envolvendo as forças conjuntas e o bando de Lampião. Esclarece Billy Chandler (obra citada, p. 183) que, “embora o número de soldados ultrapassasse o dos cangaceiros na proporção de três para um (aproximadamente 100 soldados para 32 cangaceiros), foram eles quem mais sofreram”. O bando tinha bastante munição e a polícia não conseguiu boa posição para o ataque. “Liberato, em vez de flanquear os cangaceiros, imprudentemente tentou atirar por cima das cabeças de seus colegas pernambucanos.
Em duas horas de combate, as perdas da polícia, tanto infligidas pelos cangaceiros como por seus próprios colegas, foram inúmeras. Pelo menos cinco soldados morreram na cena do combate; entre os doze ou mais feridos, diversos morreram mais tarde, a maior parte por falta de cuidados médicos.”
De Nazaré, caiu morto também Antônio Benedito da Silva. E os cangaceiros, aparentemente, perderam quatro homens, dois dos quais no local da luta. “Contam que havia um outro tão ferido que Lampião, diante do seu sofrimento, matou-o a tiros.”
João Lira (obra citada, p. 512) diz que Manuel Neto, mais tarde, lhe confidenciaria que “nunca tinha visto tanta bala como viu ali”, num “fogo cerrado de ambas as partes, misturados, sem haver recuo”, lutando-se por duas ou três horas com bandidos alcoolizados.

CONTINUAREMOS AMANHÃ...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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