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domingo, 23 de junho de 2013

WILSON SERAINE E SEU MUSEU PARTICULAR EM HOMENAGEM A GONZAGÃO

Por: João de Sousa Lima
Rubinho, Wilson Seraine, Dr. Leandro Cardoso, João de Sousa Lima e Jadilson Ferraz

O professor Wilson Seraine construiu em sua residência um Museu em homenagem ao Rei do Baião. Seu acervo de discos, revistas, livros, partituras e fotografias sobre Luiz Gonzaga é hoje um dos mais completos do Brasil, além das peças referentes a Luiz Gonzaga Wilson Seraine também coleciona antiguidades e várias peças antigas compõem seu acervo.

Seraine é de uma gentileza marcante, durante o 11º SALIPI fomos convidados (Eu e o amigo Jadilson Ferraz) para passar alguns dias em sua casa e fomos recebidos e acolhidos pelo grande mestre.

Seraine também aproveitou nossas presenças para nos proporcionar uma viagem ao parque "Sete Cidades", e o Monumento da batalha de Jenipapo, passeio que nos deixou boa impressão e aprimorou nossos conhecimentos sobre a história do Brasil.

Uma das lembranças mais marcantes é o sabor da cajuína oferecida por Seraine.  Faz lembrar a letra da música de Caetano Veloso.... "A cajuína, cristalina e Teresina"...

Uma das partes do Museu.

Várias peças antigas compõem o acervo de Seraine.


Luiz Gonzaga bem representado em raríssimas peças, cartazes, discos e livros.

Seraine apresenta sua linda filha...

João e Jadilson observando as peças do museu

João e Jadilson observando as peças do museu

Dentro da residência é uma extensão do Museu

Luiz Gonzaga em toda parte...

Uma homenagem através da arte...

Gonzagão perpetuado...

A arte  na madeira representa o grande artista

Seraine e seu filho saboreando o bom café no mercado público.


João de Sousa Lima é escritor e pesquisador do cangaço:

http://www.joaodesousalima.com
http://blogdomendesemendes,blogspot.com

Entrevista com Jararaca - 23 de Junho de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento

O povo mossoroense, pacato por natureza, não se amedronta quando precisa lutar por seus direitos. Em diversos momentos de sua história provou seu valor. Tanto assim que Edgar Barbosa deixou gravado no bronze, uma frase que é um verdadeiro cântico ao povo de Mossoró: “Eis porque Mossoró resistiu sempre sustentada em Deus e no estoicismo da sua gente. Gente digna de levar-se a uma cruzada, a uma expedição, a toda empresa que necessite de fé.” 

Em 13 de junho de 1927 Mossoró foi atacada por um grupo de facínoras chefiados pelo famosa cangaceiro 

Grupo de facínoras que atacou Mossoró em 13 de Junho de 1927

Virgulino Ferreira da Silva, apelidado Lampião, que pretendia dominar a cidade que era, já naquela época, polo de influência comercial de todo oeste potiguar, além de parte da Paraíba e do Ceará. Exigia, para não cometer tal atrocidade, uma indenização no valor de 400 contos de réis, quantia considerada muito elevada para a época. Sem poder contar com reforços policiais, a população pegou em armas e foi as ruas defender a cidade, tendo como comandante 

Prefeito Rodolfo Fernandes

o Sr. Rodolfo Fernandes, então Prefeito de Mossoró. O resultado da luta foi que o bando de cangaceiro, depois de mais de uma hora de batalha, fugiu deixando um cangaceiro morto, o bandido conhecido como Colchete, e outro gravemente ferido que seria preso um dia depois, e justiçado pela polícia que foi o cangaceiro José Leite de Santana, conhecido no bando como Jararaca.

José Leite de Santana - o cangaceiro Jararaca

Entre a prisão e a morte, Jararaca permaneceu cinco dias preso na Cadeia Pública de Mossoró, no prédio onde hoje funciona o Museu Municipal. E antes mesmo de qualquer depoimento em inquérito policial, Jararaca começou a responder as perguntas feitas pelo jornalista mossoroense 

Jornalista Lauro da Escóssia

Lauro da Escóssia, numa entrevista que se tornaria um dos mais sensacionais furos de reportagem, publicada na edição de “O Mossoroense” do dia 19 de junho de 1927, com uma tiragem de 5.400 exemplares. Em 1973 o jornal “Estado de São Paulo” em sua edição de 30 de julho, recordando o ataque de Lampião à nossa cidade, assim narrou com certo destaque:

“O JORNALISTA ADENTRA A CADEIA E NUM FURO DE REPORTAGEM ENTREVISTA O HUNO DA NOVA ESPÉCIE – Num sensacional furo de reportagem, o jornalista Lauro da Escóssia, filho do dono do jornal O MOSSOROENSE, que no ano passado completou 100 anos, conseguiu entrar na Cadeia Pública para entrevistar, com absoluta exclusividade o cangaceiro Jararaca, ferido em batalha de Mossoró, a Cidade Invicta. Jararaca, sentado numa preguiçosa, com um buraco de bala no peito e outro na perna, recebeu bem o repórter, estava divertido, sorridente. O resultado dessa sensacional entrevista ocupou parte da primeira página de O MOSSOROENSE, Nº 844, ano XXVI, edição de 19 de junho de 1927.
               
Manchete: HUNOS DA NOVA ESPÉCIE: Sub-manchete: O famigerado Lampião e seu grupo de asseclas atacam Mossoró. Chamadas que deveriam ser lidas ao som de marchas militares: A Heroica Defesa da Cidade: É morto o bandido Colchete e gravemente ferido o lombrosiano Jararaca!”

Na entrevista Jararaca começou dizendo que se chamava José Leite, que tinha 27 anos e nasceu no dia 5 de maio em Buíque, Pernambuco. Segundo declaração de Lauro da Escóssia “ele era moreno, muito moreno mas não era negro.” Era solteiro e andava com Lampião há um ano e alguns meses. Tinha um fuzil mauser e cartucheiras de duas camadas, mas 560 mil réis no bolso e uma caixinha com obras de ouro no valor de 1 conto de réis. Disse ainda que o ataque a Mossoró foi idealizado por 

O cangaceiro Massilon Leite

Massilon Leite e que Lampião relutou um pouco, por causa da história das duas Igrejas. Que quando Lampião chegou a Mossoró não gostou nada, nada daquela “Igreja da bunda redonda” (Igreja de São Vicente) de onde estavam partindo os tiros contra o bando. Lauro perguntou:

Igreja de São Vicente de Paulo - Mossoró-Rn.
               
- “Mas, enfim, Jararaca, para que Lampião queria tanto dinheiro?
              
 - Era para comprar os volantes de Pernambuco.”
               
Lauro da Escóssia Nogueira nasceu em 14 de março de 1905 em Mossoró/RN e faleceu em 19 de julho de 1988, aos 83 anos de idade.

Autor: 
Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte:
http://www.blogdogemaia.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Jararaca é entrevistado pelo "O Mossoroense"

O cangaceiro Jararaca

Gravemente ferido durante o ataque do seu bando à cidade, Jararaca ficou recolhido na Cadeia Pública de Mossoró, local onde concedeu entrevista ao professor Eliseu Viana, declarações essas publicadas no “O Mossoroense”, A edição de nº. 884, datada de 19 de Junho de 1927, que consta este acontecimento foi extraviado dos arquivos do periódico, mas o texto pode ser consultado no livro “Lampião em Mossoró” escrito pelo historiador Raimundo Nonato.

Na conversa com Eliseu Viana, o cangaceiro José Leite de Santana, “o Jararaca”, revelou que fazia parte do bando de Virgulino Ferreira há um ano e seis meses, e que o ataque a Mossoró teria sido aconselhado por 

O cangaceiro Massilon

Massilon, não sendo este o desejo de Lampião. Na entrevista o bandido se autodenominou como um cangaceiro temível em toda zoa pernambucana, contou que sempre encontrou proteção no território cearense, tendo o Padre Cícero do Juazeiro fornecido munição a Lampião.

Jararaca ainda detalhou a forma como foi alvejado durante o combate, afirmando que o primeiro balaço que o atingiu partiu de cima da Capela de São Vicente, enquanto procurava tirar a munição de Colchete e conduzir a arma do mesmo. O cangaceiro confessou também que a vida de bandido era muito ruim, mas que sempre procurou evitou maus tratos de seus companheiros, pois  teve educação e era muito respeitado no bando.

Após ser divulgada no “O Mossoroense”, a entrevista ganhou proporções nacionais, sendo republicada no jornal “O Estado de São Paulo”, onde obteve uma  vantagem recorde de cinco mil e quatrocentos exemplares.

Na edição de 26 de Junho, é informado que Jararaca havia morrido nas proximidades da cidade de Assu-Rn, em consequência dos seus graves ferimentos, enquanto estava sendo transferido  para a Cadeia de Natal. 


O cangaceiro foi enterrado em Mossoró, e até hoje o seu túmulo continua sendo um dos mais visitado no Cemitério São Sebastião.

Fonte: O Mossoroense - 140 Anos

Material do acervo do pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

http://blogdomendesemendes.blogspot.com