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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O CANGAÇO ‘RECANTO DA HISTÓRIA’


"Aí menina... chega estrondou tudo."( Maria Nascimento, sobrevivente)
(*) “A 600 km de Salvador, num lugar ermo, fronteira com o Piauí, região de Casa Nova, árido, pobre, miserável, mas reduto de famílias abastadas, um beato chamado Senhorinho, seguidor de Padre Cícero, se instala, com seus seguidores, em 1937.


O governo, como sempre, numa aliança entre Estado, Igreja e latifundiários, mandou pra lá seus soldados. Em 3 dias, mataram mais de 500 “fanáticos”. Dona Maria tinha 8, 10 anos e lembra de detalhes.

Eles atiravam à queima-roupa em pessoas desarmadas ou armadas com pedaços de pau. Viu a mãe morta com tiros nas pernas, um dos irmãos, menino como ela, com um tiro na cabeça. A avó, cega, tomou um tiro no peito. Duas irmãs pequenas, uma de colo, que se abrigavam numa casa, foram queimadas vivas, junto com outras crianças, feridos e velhos que se refugiavam ali. Isso quando a “guerra” já tinha acabado(...)As autoridades estavam decididas a acabar com o reduto rebelde com medo que acontecesse um novo Canudos. Quinzeiro começava a falar em salvação através da morte. Foi quando as tropas militares começaram a atacar, e tiveram o troco dos "caceteiros", porque os camponeses portavam cacetes (bastão ou pedaço de madeira). O ataque deixou 400 mortos só no primeiro dia. Reza a lenda que Quinzeiro conseguiu escapar vestido de mulher”.


(**)“O Movimento de Pau de Colher foi um fenômeno messiânico e milenarista ocorrido na Bahia na primeira metade do século XX, e que culminou com o massacre de seus participantes (chamados pela imprensa e populares de "fanáticos" ou "caceteiros") por forças policiais militares de Pernambuco.

Iniciado em 1934 e com término em 1938, teve por principal figura o beato José Senhorinho, seguidor das ideias religiosas do beato paraibano Severino Tavares, por sua vez ligado ao movimento religioso do beato José Lourenço, líder do movimento cearense do Caldeirão e que, junto a outros muitos sertanejos, se instalaram no lugar de nome Pau de Colher no município deCasa Nova, nas divisas baianas com o Piauí e Pernambuco(...)O Brasil mergulhava na ditadura Vargas quando o país assistiu a uma urbanização crescente, incremento da produção industrial, êxodo rural e instalação da nova ordem política com o fim do coronelismo e seu poder político(...)A fazenda Pau de Colher deve este nome à árvore pau-de-colher,ali abundante, e que foi utilizada para a confecção do "cacete" usado pelos sertanejos, donde também serem chamados pelos locais de "caceteiros(...)Severino Tavares, um paraibano, nascido por volta de 1885, profetizava uma "chuva de sangue" que inundaria o sertão e somente os escolhidos poderiam se salvar. Mais tarde se fixou em Juazeiro do Norte, onde conheceu José Lourenço Gomes da Silva, cujo grupo religioso praticava a autoflagelação e possuía grande aproximação ao Padre Cícero.

No ano de 1938 ocorreu um dos episódios mais sangrentos da história nacional. Trata-se da Guerra do Pau de Colher ou Guerra dos Caceteiros(...).

No dia 10 de janeiro de 1938 o pequeno grupamento policial de Casa Nova, composto pelo sargento Geraldo Bispo dos Santos, um cabo e quatro policiais procede a um ataque a Pau de Colher. Reagindo, os religiosos cercam os soldados e os matam a pancadas(...)Já o governo federal programara uma reação, através do Destacamento do Vale do São Francisco, e se passou a estudar um ataque ao reduto que, informara-se, era de seguidores do Comunismo. Tropas também são mobilizadas em Salvador e, no deslocamento, apreendem pessoas que informam tratar-se de um fenômeno de psicose coletiva, que acometia aos que ouviam Senhorinho.(...) Quando chegam ao lugar, contudo, este já fora atacado pelo destacamento da polícia militar de Pernambuco, sob o comando do capitão Optato Gueiros. Este cercara Pau de Colher com seus homens, procedendo ao morticínio dos que lá estavam. Em telegrama, dado o elevado número de mortos, Gueiros informava seu "êxito": "Impossibilitado sepultamento determinei incineração. (...) Fiz vasculhamento circunvizinhança encontrando apenas crianças e mulheres indefesas”.”.

Transcrição Sálvio Siqueira
Fonte (*) https://blogdobrown.wordpress.com(posted by Gutemberg @ 5:29 AM, 10 DE FEVEREIRO DE 2011
(**)pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_Pau_de_Colher
Fotos: a) https://blogdobrown.wordpress.com
b) pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_Pau_de_Colher(Britto in: jornal Estado da Bahia (Diários Associados), edição de 24/2/1938 - Gilmário Moreira Brito. Pau de Colher: na letra e na voz. [S.l.]: PUC/SP, 1999. p. 48-51. ISBN 8528301729).

Fonte: facebook

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LAMPIÃO E O CORONEL - DIÁRIO DE UM RAPTADO - PARTE II

Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas






CONTINUA...

http://meneleu.blogspot.com.br/2015/01/lampiao-e-o-coronel-diario-de-um-raptado.html

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A Praia de Grossos - 11 de Janeiro de 2015

Por Geraldo Maia do Nascimento

Continuando a nossa viagem pela história das praias de veraneio do Oeste Potiguar, vamos abordar hoje o município de Grossos.


Na margem esquerda do Rio Mossoró havia uma ilha, onde era abundante um determinado tipo de capim, espesso e áspero, e por esse motivo ficou sendo chamada de Ilha de Grossos. Essa é a explicação dada pelo historiador Luís da Câmara Cascudo em seu livro “Nomes da Terra – História, Geografia e Toponímia do Rio Grande do Norte”. 
             
Cascudo informa ainda que a partir de meados do Séc. XVIII teve início o povoamento daquela região, esparso mas contínuo, com plantação de coqueiros e abertura de cacimbas. O litoral marítimo já era conhecido desde época anterior. O Coronel Gonçalo da Costa Faleiro recebeu, em junho de 1708, três léguas de terra, a partir do morro de Tibau, em direção ao sul, e uma para o sertão. O Coronel Domingos Gonçalves Meireles já possuía três léguas da Ponta do Mel para a barra do Rio Panema, e recebeu outras três, em maio de 1738, em direção a barra do Rio Mossoró. Essas sesmarias, nome dado as poções de terra recebidas da coroa, motivaram a penetração demográfica, que procurou fixar-se em terras de roçaria ou de fácil colheita de sal, subindo o Mossoró e seus afluentes. Grossos foi povoado por essa gente e a que descia, constantemente, do Apodi, deixando sítios e fazendas, procurando a pancada do mar. 
               
Por volta de 1770, o Sargento-Mor Antônio de Souza Machado estabeleceu-se nos Grossos com criação de gado e salinas, fabricando carne salgada (charque) em ponto mais próximo a foz, ilha que pela utilização chamou-se “Das Oficinas”, que depois seria Porto Franco. 
               
O território de Grossos foi intensamente disputado, em demorado conflito judicial, pelos Estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. Sua área era reivindicada pelo Ceará que chegou a transformá-la em vila. Começava então uma longa batalha com o Rio Grande do Norte lutando pela localidade. Mas por que isso aconteceu? 
               
Até o final do século XIX o Ceará e o Rio Grande do Norte ainda não tinham seus limites bem definidos. Mossoró e Açu, quando fundaram as suas primeiras charqueadas , se tornaram rivais das \"oficinas\" cearenses. Medidas foram tomadas para acabar com as charqueadas do Rio Grande do Norte, inclusive fechamento dos portos de Açu e de Mossoró. As carnes secas só poderiam ser fabricadas no Ceará, segundo a determinação imperial. Para fabricá-las, porém, era necessário o uso do sal produzido no Rio Grande do Norte. A solução encontrada pelo Estado do Ceará foi a de estender sua fronteira, de modo a incorporar aquela região produtora de sal que pertencia ao Rio Grande do Norte. E dessa maneira, a 13 de julho de 1901, a Assembléia Estadual do Ceará elevou Grossos à condição de Vila. Em seguira o presidente do Ceará, Pedro Augusto Borges, sancionou aquela resolução. Começava então uma longa batalha com o Rio Grande do Norte lutando pela posse do lugar. O desenrolar da questão levava a um conflito armado entre as duas Províncias. Para evitar o agravamento da crise, a questão foi levada para uma decisão, através do arbitramento, sendo o resultado favorável, na primeira fase, ao Ceará. 
               
O presidente da Província do Rio Grande do Norte, Pedro Velho, recorreu da decisão e convidou Rui Barbosa, grande jurista e, na época, senador da República, para defender o RN. Com a brilhante defesa de Rui Barbosa, o Rio Grande do Norte venceu a questão em 17 de julho de 1920, assumindo definitivamente os direitos sobre o território de Grossos. Esse território foi anexado ao município de Areia Branca. 
               
No dia 11 de dezembro de 1953, através da Lei nº 1.025, Grossos desmembrou-se de Areia Branca tornando-se município do Rio Grande do Norte. 

Todos os direitos reservados

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

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DEIXA-ME VENDER O MEU PEIXE

José Bezerra Lima Irmão

Companheiros do grupo de Xaxado Cabras de Lampião: aproveito a deixar para vender o meu peixe, lembrando aos amigos de Serra Talhada, seus visitantes e turistas que o meu livro "Lampião - a Raposa das Caatingas" se encontra na loja de artesanato do MUSEU DO CANGAÇO. Turista que lê, viaja duas vezes.

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Notas para a História do Nordeste


Local de publicação: João Pessoa/PB
Editora: Ideia
Ano de publicação: 2015
ISBN 978-85-7539-961-3
José Romero Araújo Cardoso – Autor
Marinalva Freire da Silva – Organizadora
Francisco Alves Cardoso – Apresentação
Francisco Pereira Lima – Prefácio
Archimedes Marques – Posfácio

SUMÁRIO

1. A civilização do couro
2. O heroísmo das parteiras tradicionais
3. Os antigos almocreves
4. Aboio dos vaqueiros: Patrimônio imaterial do Nordeste
5. A grande seca de 1877-1879
6. Rio Preto: Humilhação, ódio e crimes hediondos
7. Canudos: Guerra desumana e cruel
8. Pajeú: O grande estrategista da guerra de canudos
9. Tropeiros da Borborema: Aventura almocreve pelas veredas da terra do sol
10. Breves considerações sobre as secas no semiárido brasileiro
11. Delmiro Gouveia e o sonho de industrializar o semiárido
12. O semiárido brasileiro e a indústria das secas
13. Ousado ataque cangaceiro a Sousa, em 27 de Julho de 1924
14. Meia-Noite e o fogo do sítio Tataíra
15. A vingança de Lampião contra o “Coronel” Zé Pereira
16. Lampeão, sua história: Objetivos da primeira biografia erudita do “rei do cangaço”
17. Coronel Manuel Benício: Comandante paraibano de forças volantes
18. A Coluna Prestes em Piancó e a morte do Padre Aristides
19. O trucidamento do cangaceiro Jararaca em Mossoró
20. Assassinato do Presidente João Pessoa
21. Princesa-PB: Maior manifestação de insurgência do mandonismo local
22. A grande seca de 1932
23. Métodos de sangramentos utilizados por volantes e cangaceiros
24. A estrela oculta do sertão
25. A importância do cordel em sala de aula
26. Benjamin Abraão e a involuntária contribuição para a extinção do cangaço
27. Gilberto Freire e a essência do impossível
28. Drama da fome: Feridas abertas que os poderosos insistem em não curar
29. A batalha de Vingt-un Rosado em defesa do petróleo na bacia potiguar
30. Josué de Castro e a ousadia de denunciar um tema ainda proibido
31. A morte de Josué de Castro no exílio
32. Luiz “Lua” Gonzaga
33. Notas sobre o museu do sertão da Fazenda Rancho Verde (Estrada da Alagoinha – Mossoró – RN).

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Comentários emocionados sobre A História do Rádio em Pombal, organizado por Clemildo Brunet de Sá

Por José Romero Araújo Cardoso

O Brasil desponta no item controvérsia quando o assunto é a patente de inventos modernos, como o rádio e o avião. Considerado o inventor da difusão radiofônica, o italiano Guglielmo Marconi é louvado até o presente como o cientista que viabilizou o início do advento da comunicação em massa, não obstante haver registro que o Padre gaúcho Roberto Landell de Moura tinha conseguido dois anos do cientista europeu, mais precisamente em 3 de junho de 1900, enviar sinais telegráficos e irradiar a voz humana sem auxílio de fios a 8 km de distância.

Como reconhecimento à sua invenção, Marconi recebeu o Nobel de Física de 1909, enquanto o sacerdote brasileiro foi relegado ao quase ostracismo, ao quase esquecimento absoluto, embora haja documentos comprobatórios referente ao pioneirismo do injustiçado brasileiro.

O rádio passou a integrar o cotidiano das pessoas com o passar dos anos, tornando-se indissociável do modus vivendi dos vários grupos humanos que habitam o planeta, trazendo informações, entretenimento, ênfase à arte dos cantores e cantoras de ontem e de hoje e inúmeras outras utilidades.

Durante a segunda guerra mundial o rádio foi profusamente utilizado tanto pelos aliados como pelos componentes do Eixo. A invasão da Normandia foi precedida de certos códigos através de determinadas músicas previamente estabelecidas como sinais para que as tropas tomassem determinadas atitudes.

Afirmo categoricamente que um dos melhores amigos que Deus me deu se chama Clemildo Brunet de Sá. Em Mossoró, quando de minha fixação efetiva após março de 1998, em vista de aprovação em concurso pública para docente do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, trabalhando com o mestre Vingt-un Rosado na Coleção Mossoroense, descobri a importância de Charles-Theobald Brunet para o enriquecimento da genealogia sertaneja, estando Clemildo incluso nesta. O Capitão do Exército francês Charles-Theobald Brunet era filho do grande naturalista Louis Jacques Brunet. Na Paraíba, em Sousa, pai e filho se casaram com duas irmãs, da prestigiada família Sá.

Falar em radiofonia no município paraibano de Pombal é o mesmo que estar fomentando a importância de Clemildo Brunet para o sucesso desse meio de comunicação de massa que tanto vem contribuindo para a formação de gerações de ouvintes, as quais, através dos programas capitaneados pelo notável radialista pombalense, vem assumindo formas magistrais na própria essência que permeia a lógica positiva que sempre tem acompanhado Clemildo em todos os momentos de sua trajetória radiofônica.

Eis que o brilhante radialista nos brinda com extraordinária publicação intitulada Histórias do Rádio em Pombal, a qual já está entre os mais imprescindíveis resgates históricos já efetivados na velha Terra de Maringá.

Invocando memória privilegiada e cedendo espaço para que historiadores e pesquisadores, como Verneck Abrantes de Sousa, Ignácio Tavares, João Costa, Maciel Gonzaga Luna, entre outros importantes estudiosos pombalenses, bem como ouvintes e admiradores, Clemildo Brunet exponencializa formidavelmente registros sobre a história do rádio em Pombal.

Programas como A Voz da Cidade e Saudade não tem idade são trazidos de forma nostálgica através de depoimentos retumbantes que dignificam a luta heroica desse magistral ser humano que pensa, acima de tudo, em viabilizar melhores condições de vida aos seus semelhantes, embasado em direcionamento natural, desde a infância, para a radiofonia, verdadeira paixão no nobre autor/organizador de uma das mais marcantes obras já escrita sobre a influência que o rádio pode ter nas vidas das pessoas que habitam o semiárido marcado pelas inclemência e certo abandono dos poderes constituídos.

Li História do Rádio em Pombal de um fôlego só,  impressionando-me com informações preciosas que desconhecia, pois nascido em 28 de setembro de 1969, somente na adolescência comecei a constatar a importância da radiofonia, pois nostálgico inveterado, amante da boa música, fã incondicional da sublime arte de Nélson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Núbia Lafayette, Altemar Dutra, entre outros que deixaram marca indelével em nossa história musical, tornei-me admirador de programas que Clemildo comandava, como Saudade não tem idade.

Parabéns meu amigo Clemildo Brunet de Sá. Parabéns pela grande iniciativa de legar às gerações presentes e futuras o mais belo registro sobre a radiofonia em nossa querido torrão natal!

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor Adjunto IV do Departamento de Geografia do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: romero.cardoso@gmaiil.com

Enviado pelo autor José Romero Araújo Cardoso

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