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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Manoel Duarte

Por: Honório de Medeiros

Então um preciso tiro de fuzil ecoou no final de tarde nublado do dia 13 de junho de 1927, e, aproximadamente cem metros além, atingiu o meio-da-testa de um caboclo puxado para o negro aparamentado com a indumentária típica do cangaceiro, prostando-o na terra nua, de barriga para cima, a contemplar com olhos fixos e vazios o céu acima, ali onde a Avenida Rio Branco cruza a Rua Alfredo Fernandes, bem onde, na quina, fica a famosa Igreja de São Vicente cuja efígie, do seu nicho decenal, tudo contemplava.Era o começo do fim. No alto da casa do Prefeito Municipal - o líder que começara a epopeia, no telhado, o atirador viu quando um outro cangaceiro, de um trigueiro carregado, aproximou-se rastejando e disparando da vítima e começou a rapiná-la, retirando freneticamente, de seus bolsos, munição, dinheiro e joias.Calmamente, mirou e aguardou. Pressentindo o perigo iminente o feroz bandoleiro ergueu o tronco elevando os olhos até o telhado fatídico da casa cuja frente fora tomada por fardos de algodão prensados. Foi apenas um momento, mas foi fatal. Outro tiro de fuzil ecoou e, no mesmo local onde seu companheiro jazia sem vida mais um cangaceiro foi atingido. O violento impacto da bala derrubara-o momentaneamente e desenhara, em seu tórax, uma rosa de sangue. Começou a debandada. Enquanto os resistentes começavam a perceber que a ameaça fora sustada e o recuo dos cangaceiros era generalizado, o atirador recolhia o fuzil e fitava a cidade no prumo que tinha a Igreja de Nossa Senhora da Conceição como limite.
Olhava e pensava. Ele tinha morto um cangaceiro e ferido mortalmente outro. Não havia dúvida quanto à importância desse fato para a vitória. Mas cangaceiros são vingativos, cangaceiros são ferozes, cangaceiros são cruéis. Cangaceiros são dissimulados e não esquecem nunca, matutava ele com seus botões. Se ele aceitasse passivamente as homenagens que lhe seriam tributadas a partir daquele momento tudo poderia, no futuro, desandar no gosto amargo causado pela retaliação de algum anônimo, talvez até mesmo em algum parente, como era prática comum na vida cangaceira.Não que fosse medroso. Ao contrário. Todos quantos lhe conheciam podiam atestar sua coragem e perícia com as armas, que já ficavam lendárias. Mas era melhor precaver-se. Era melhor silenciar. Não seria o caso de negar veementemente, por que não era homem para esse tipo de extroversão. Mas ia silenciar. Não ia comentar nada. O que estava feito estava feito e era de acordo com seu temperamento reservado. Se lhe perguntassem, mudaria de assunto. Se comentassem de alguma roda da qual estivesse fazendo parte, sairia de mansinho. Guardaria a verdade consigo e a contaria apenas para alguns escolhidos, por muito e muito tempo. Até que...Até que naquele dia banal, sozinho com seu neto de dez anos de idade, sentiu vontade de contar aquilo que nunca contara a ninguém. Era uma necessidade da alma, um anseio de perpetuar um feito honroso, um gesto de heroísmo que o mostrava tão diferente daqueles que tinham fugido em direção ao mar quando os cangaceiros ciscavam nas portas de Mossoró, um gesto que lhe orgulhava por que defendera sua família e sua cidade a um custo alto, que era o de tirar a vida de alguém. Olhou para o neto e compreendeu que ali estava o interlocutor perfeito. Não questionaria, não interromperia, não esqueceria. Guardaria a lembrança do dia e do relato. Assim sendo começou a contar-lhe todo o episódio, detalhe por detalhe.O neto apenas olhava intensamente e sentia que estava sendo transmitido, para ele, algo muito importante e que somente no futuro seria plenamente entendido. Acalmou sua inquietude de menino. Não desgrudou o olho do seu avô, aquele homem reservado e pouco propenso a confidências. No final, quando toda a história havia sido contada, compreendeu que devia guardá-la consigo, até mesmo esquecida, por muito tempo. Guardada até que...Até que em um final de tarde tipicamente mossoroense, de muito calor, em um café, o neto aproximou-se de uma roda de estudiosos do cangaço e percebeu que discutiam a participação do seu avô na invasão da cidade pelo bando de Lampião. Uns diziam que havia sido ele o autor dos disparos. Outros negavam e apontavam nomes. Quase oitenta anos haviam passado do episódio.O neto, agora, era cinquentão. Sentiu que ali estava o momento certo para contar a história, a sua história, a história do seu avô. Aquela plateia saberia ouvi-lo e entenderia plenamente as razões do silêncio da família. Contou tudo. Fechou-se o ciclo. Dezenas de anos depois já não há mais dúvidas. O atirador postado no alto da casa de Rodolfo Fernandes, o homem que praticamente abortara a invasão lampiônica, o herói entre heróis fora MANOEL DUARTE.
Essa é a verdade, como o sabe sua família e a contou seu neto, Carlos Duarte, jornalista, muitos anos depois, a mim,
a Kidelmir Dantas
e Paulo de Medeiros Gastão,
estes últimos dirigentes da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC.
É verdade, dou fé.

Extraido do Blog: "Lampião Aceso"

Homenagem a Antonio Vieira

 Por: Aderbal Nogueira

Há poucos dias o amigo

João de Souza comunicou a morte do ex - volante

Antônio Vieira.

Mais um participante da história que se vai, pois é, o tempo é cruel. Venho aqui prestar uma homenagem póstuma ao ex-combatente e também ao incansável garimpeiro da história, meu amigo João, pois através dele tive a oportunidade de conhecer e entrevistar o Sr. Antônio. Como disse há pouco no blog do Cariri Cangaço, em quase todos os depoimentos gravados por mim, sempre tive ao lado vários amigos me dando suporte, entre os quais o ímpar

Paulo Gastão

e vários outros, como

 

Lemuel Rodrigues,

Ângelo Osmiro, Waldir Júnior, Jairo Oliveira,

 

Kydelmir Dantas, entre outros.

Eu simplesmente apertei o botão da câmera. Agradeço a João de Souza pela oportunidade de ter conhecido mais um personagem importante do combate da Grota de Angico.

Coloco agora uma pequena parte de como a volante de seu Antônio chegou ao local onde tombou o Rei do Cangaço.

João, continue na sua luta incansável em prol da verdadeira saga Lampiônica. Você tem uma mina ao seu alcance. Destrinche todo o sertão Baiano, Alagoano e Sergipano; nós, seus amigos, só temos que agradecer.

Aderbal Nogueira

 

"Trasladado do blog de João de Sousa Lima"

Artigo publicado no dia 22 de dezembro de 2010.

 

Desculpem-me:

Alguns ficaram omissos, pois não os encontrei na página de fotografias, coisa que gostaria muito de ter completado o artigo com todas as fotos dos personagens que participaram deste texto.

O Que Meus Olhos Viram de Belo..

Por: João de Sousa Lima
O que meus olhos viram de belo... meus olhos contemplaram a beleza, vi a essência do que nos aproxima de fato dos nossos sentimentos humanos: vi uma filha emocionar-se com as lembranças de um bom pai, vi um caminho iluminado por candeeiros, luzes quase apagadas de nossas memórias, o caminho iluminado nos levou até um verde e extenso jardim, vi no jardim flores, flores chamadas ANICETOS, flores musicais, rítmos angelicais, sonoras composições que abrandam a alma, acalmam o espírito, fazem dançar os anjos; vi a imensidão do Vale do Cariri
e o verde da Chapada do Araripe, percorri mundos, vivi momentos, compreendi os momentos e conheci os motivos de inspiração do grande Patativa do Assaré

e do maior cantor: Luiz Gonzaga,
saudades eternas; Vi o horto da fé, a fé que abala, o momento que cala na oração aos pés do Padre Cicero Romão,
o outro Batista; Vi todos os grandes do estudo do cangaço, apertei mãos, abracei, compreendi sorrisos e olhares, vi tantos lugares, lugares de morte, da morte de Lourenço, Beato da Vida;
Ficheiro:José Lourenço.jpg
vi exaltados, emocionados, felizes, tristes; eu vi um mundo, um mundo de artistas, nos cordeis, artesanatos, na transformação do couro em arte, a arte que não está presa as normas e leis, a arte natural, do homem, da vida; vi o futuro, o futuro do Brasil, jovens, estudantes, aprendizes na arte do escrever, do ver, do compreender, eu vi tudo isso e queira meu Deus dar-me força para ver muito mais, quando novamente cruzar meu caminho o próximo Cariri Cangaço, quero estar lá, quero ver tudo novamente, quero ver vidas, pessoas, amigos, arte, sabedoria e beleza; quero que meus olhos vejam novamente o que poucas vezes avistei e que eu possa novamente saborear os sabores do Cariri, vislumbrar a paisagem do Araripe, ser maleável e ser SEVERO,
Severo amigo, meu castigo é não fazer parte da tua confraria, pois sei que aí meus olhos deixariam de ver beleza, quando for o próximo CARIRI CANGAÇO.
João de Sousa Lima

Extraído do blog do João de Sousa Lima, publicado
no dia 31 de dezembro de 2009.

SEGURA NA MÃO DE DEUS

Carmem Silva


Amigo Leitor:

"O ser humano deve segurar na mão de Deus, não só quando cair, mas antes, para que ele não o deixe cair".

José Mendes Pereira




Segura Na Mão de Deus!


Se as águas do mar da vida
quiserem te afogar
Segura na mão de Deus e vai
Se as tristezas desta vida
quiserem te sufocar
Segura na mão de Deus e vai

Segura na mão de Deus,
segura na mão de Deus,
pois ela, ela te sustentará
Não temas segue adiante
e não olhes para trás
Segura na mão de Deus e vai

Se a jornada é pesada
e te cansas da caminhada
Segura na mão de Deus e vai
Orando, jejuando,
confiando e confessando
Segura na mão de Deus e vai

O Espírito do Senhor
sempre te revestirá
Segura na mão de Deus e vai
Jesus Cristo prometeu
que jamais te deixará
Segura na mão de Deus e vai

Segura na mão de Deus,
segura na mão de Deus,
pois ela, ela te sustentará
Não temas segue adiante
e não olhes para trás
Segura na mão de Deus e vai

Segura na mão de Deus,
segura na mão de Deus,
pois ela, ela te sustentará
Não temas segue adiante
e não olhes para trás
Segura na mão de Deus e vai

Boa Desculpa

Por: Cornélio Pires

Nhô Lau eram bom homem, possuindo um sítio em que plantava de tudo, à margem do rio Tietê. Ultimamente notara que as suas roças de milho estavam sendo "bloqueadas". Ao ver tanto milho quebrado, atribuiu o estrago às capivaras, pois não podia acreditar que os seus vizinhos, todos compadres, fossem capazes de furto.
A fim de defender a roça mandou fazer profundo fojo (foge na expressão dos caipiras) nos carreiros, cobrindo-os com ligeira camada de sapé e terra. À tardinha viu arrematarem o serviço e partiu satisfeito para casa.
- Amanhã cedo voltaremos e almoçaremos lombo de capivara...
- Nois vai tê paçoca da boa, somana intêra... comentou o Zé Boliero.
No outro dia, pela manhã, de longe bradou Nhô Lau:
- Eu não dizia! Lá está o foge destapado! Pegamos já uma!


Ao chegar à borda do profundo buraco, notou, com espanto,


uma capivara deitada de cansaço e o seu compadre Julião, todo esfolado, meio escondido por trás de um grande saco cheio de milho...


- Ó c'os diabos! Desculpe compadre! gritou Lau lá para baixo.
Jogou uma corda e continuou:
- Me esqueci de mandar avisar o compadre que tinha feito os foges... E aqui  é o atalho por onde o compadre costuma passar.
- Foi o diabo! comentou lá em baixo Julião, agarrando-se à corda para ser guindado.
Nhô Lau, sempre bonachão, bradou-lhe:
- Amarre o saco de milho pra subir junto, compadre.
- O saco de mio num é meu...
- E de quem é, compadre?
- Eu acho compadre Nhô Lau, que é  da capivara.



Este texto eu o adquiri em:
Português Dinâmico
6ª. série - Siqueira & Bertolin
IBEP - Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas


GRUPO DO CANGACEIRO CORISCO EM 1936


Exposição do grupo do cangaceiro Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido por: Corisco, Diabo Loiro, Alemão.
Ele nasceu no dia 10 de agosto de 1907, no Estado de Alagoas.  Corisco está à esquerda, o primeiro, em seguida, sua companheira, Sérgia Ribeiro da Silva, Dadá. 
Corisco foi abatido no dia 25 de maio de 1940, pelo tenente José Rufino.
 
 
 
Nasceu em Belém do São Francisco, no Estado de Pernambuco, no ano de 1915, e faleceu em Salvador, no Estado da Bahia, no ano de 1994. A frente ver-seu cachorro de estimação, Guarani. A foto foi tirada pelo fotógrafo de Lampião,
 
 
A frente ver-se seu cachorro de estimação, Guarani. A foto foi tirada pelo fotógrafo do bando de  Lampião, Benjamim Abraão Botto, no ano de 1936.
 

Memoria Digital... Memorial 2010

Múcio Procópio e Paulo Gastão
Mossoró possui dois grandes trunfos diante de toda historiografia do cangaço. Explico: Não só por ter protagonizado um dos mais marcantes episódios do cilco Lampiônico, quando em março de 1927, tendo à frente Rodolpho Fernandes e Tenente Laurentino, imprimiu uma das mais terríveis derrotas ao Líder cangaceiro, mas e acima de tudo por ser o berço de nossa querida SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, a partir do confrade Paulo Gastão, Kydelmir, Lemuel....


Múcio, Paulo e Vilela


 Danielle, Paulo e Aninha

Paulo e Aninha
 Múcio, Paulo e Vilela
Ângelo Osmiro, ...
Kydelmir Dantas e Emanuel Braz
Quem vai a Mossoró além de reverenciar essa maravilhosa iniciativa, precisa também conhecer o fenomenal Memorial da Ressistência que conta a história do inesquecível 13 de junho de 1927. Hoje trazemos a memória de uma de nossas visitas a querida Mossoró, em  2010.
Ângelo Osmiro e Danielle Esmeraldo
Manoel Severo, Múcio Procópio e Paulo Gastão

Bastidores da visita ao Memorial da Ressistência, Mossoró Rio Grande do Norte, junho de 2010

Novo livro na praça



Isabel Lustosa, Companhia das Letras, 120 páginas, R$ 23.

Neste lançamento da série De Olho Em…, voltada a publicações históricas, a pesquisadora Isabel Lustosa oferece informações pouco divulgadas de Virgulino Ferreira da Silva, eternizado como Lampião, o rei do Cangaço.


Além da documentação bibliográfica, a autora divide com o leitor sua pesquisa iconográfica e traz imagens raras do homem que desafiou o poder público para viver sob suas próprias regras no início do século passado.

A publicação propõe traçar um perfil do ser humano por trás do mito histórico.

Pescado em
VejaONLINE


Filha de peixe...peixinho é !!!! Por: Bárbara Medeiros


Tendo um pai profundamente envolvido com o estudo do cangaço, era de se esperar que eu soubesse bastante sobre o assunto. Mas não, na verdade. E aqui, aproveito para ressaltar a importância de ensinar corretamente as matérias para crianças.
Quando eu tinha uns sete anos, meu pai já demonstrava sinais de seu amor pelo cangaço. Quando eu soube que iria estudar exatamente isso, podem imaginar a minha alegria: Finalmente iria entender as conversas extremamente sem sentido (para mim) mas interessantes (para meu pai e seus amigos) sobre o assunto. Eu deixaria de ser uma “outsider” na conversa.
Pois bem. Qual não foi a minha decepção quando eu descobri que dessa matéria tão importante para a história não só da nossa região, mas também do nosso país, só havia um parágrafo no fim de uma página constituído de quatro linhas. E nenhuma das quatro continha uma informação verdadeira. Eu aprendi, ainda cedo, na escola, que o cangaço era um movimento liderado pelos cangaceiros contra seus coronéis, que matavam seus pais e se recusavam a pagar dinheiro pelos serviços feitos pelos cangaceiros. Então, revoltados, eles invadiam as casas dos tais coronéis, tocavam fogo, estupravam suas mulheres, roubavam seu dinheiro e pegavam seus filhos para eles se tornarem cangaceiros também.

 
Eu precisei que o meu pai explicasse o cangaço umas seis vezes para que eu finalmente entendesse. Talvez eu nunca chegue a entender completamente. A imagem daquele parágrafo no fim da página falando dos cangaceiros tão erradicamente ainda invade os meus pesadelos, pois o meu maior medo é que outras crianças venham depois de mim e acreditem piamente no que o livro disse. Talvez elas não tenham seus pais para explicar a verdade. Talvez elas cresçam com a informação errada. Talvez morram sem nunca descobrir a verdade, sem nunca entender a importância desse movimento para a história do seu país. Quem sabe?
Bárbara de Medeiros

NOTA CARIRI CANGAÇO: Bem; para quem não conhece, permita apresentar essa pequena sobrinha que é puro encanto, em todos os sentidos. Pela inteligência, pela sensibilidade, pela dedicação em tudo o que faz e principalmente pelos muitos talentos que possui. Bárbara tem 13 aninhos de vida, mas que poderia  ser 13 mil... diante de tanta Luz e Força que imprime à sua vida; é filha de Michaela e de Honório de Medeiros, e é uma das convidadas especiais do Cariri Cangaço 2011.

Extraído do Cariri Cangaço

Instituto de Educação de Mossoró-RN, 1959.

Instituto de Educação de Mossoró-RN, 1959.

Esta imagem mostra o antigo "Instituto de Educação de Mossoró-RN", atualmente "Escola Estadual Jerônimo Rosado", localizado na Rua Ferreira Itajubá, Praça Dom João Costa, Bairro Santo Antônio. Foi fundado em 1959, que teve por objeto reunir vários níveis de ensino, do primeiro ao segundo grau. Sua arquitetura era voltada para um novo projeto educativo, reunindo todas atividades escolares num único local.


Foi algo moderno e contemporâneo, característico das políticas governamentais de JK-Juscelino Kubitschek, (12/09/1902-22/08/1976).

O projeto arquitetônico do Instituto de Educação foi de autoria do arquiteto Moacir Gomes da Costa, (07-06-1927), natural de Caicó-RN.

Observando, por meio da fotografia em tela, a leveza geométrica das retas, deduz-se que o arquiteto seguiu a escola de Niemeyer que ousou fazer arte com o concreto, usando retas e curvas tendo como plano de fundo, somente a imensidão do céu.

A fotografia, sua provável autoria deva ser do fotógrafo Manuelito Pereira - 1910-1980 Esta escola formou muitas gerações locais, e no decorrer das décadas posteriores a data de sua fundação, a denominação deste estabelecimento foi alterada várias vezes, dentre estas, Colégio Estadual de Mossóro e atualmente Escola Estadual Jerônimo Rosado. Porque este patrono foi escolhido, não há uma explicação fundamentada, considerando que não constam registros de que este patrono haja sido algum educador.

ADENDO

Eu fui um dos alunos deste estabelecimento, de 1972 a 1975, mas já com o nome de "Escola Estadual Jerônimo Rosado". É o maior Colégio público, com 25 salas de aulas, com uma estrutura muito bonita. Duas enormes rampas, as quais levam os alunos para o primeiro andar às suas salas de aula.  Finalmente, depois de muitos anos sem ganhar reforma, ele foi premiado, e está sendo reformado.

José Mendes Pereira


Fontes: Origem do arquivo fotográfico - site Azougue.com, acessado em 29/12/2010.

Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos. Télescope.
Extraído do blog:

O Graf Zeppelin em Mossoró-RN, 1937.

Graf Zeppelin em Mossoró

O gigantesco dirigível alemão, o Graf Zeppelin, com 235 metros de comprimento, que chegava a alcançar a velocidade de 110 km/hora, cuja viagem entre Frankfurt(Alemanha) e Rio de Janeiro(BR) tinha duração de 2 dias, e aqui, nesta foto, o vemos sobrevoando os céus da terra de Santa Luzia, e pela posição dele, dirige-se no sentido noroeste.

Embora esta foto esteja publicada em alguns sites com a data de 1940 e 1945, adotou-se a data de 1937 para a mesma, justamente porque a partir de 1937 os vôos entre Alemanha e Brasil foram suspensos, primeiro, em decorrência do acidente aéreo do Hidenburg, ocorrido em 07/05/1937, em Lakehurst, nos EUA, e segundo, pelas questões políticas decorrentes das relações entre Brasil e Alemanha, durante a II Guerra Mundial.

Ao centro da foto, está a Pça. Vigário Antonio Joaquim, com jardins construídos, as ruas pavimentadas, ao fundo, a Catedral de Santa Luzia, atrás da Catedral, vê-se parte da estrutura do Mercado Público e à direita da Catedral, o inicio da Rua Bezerra Mendes, e o Ginásio Diocesano Santa Luzia, ladeando a praça pelo lado norte. Atualmente, não mais existe este Ginásio, em seu lugar, existe uma agência do Banco do Brasil. Conforme Câmara Cascudo relata que, no local do Ginásio, havia o Hotel da Generosa o qual hospedou várias comissões durante os festejos do 30 de setembro de 1883, ocorridos na cidade.

A Catedral, ao longo dos anos, também, foi totalmente descaracterizada, perdeu a beleza de suas linhas e detalhes arquitetônicos. Como bem frisou o jornalista Ricardo Allan, em 01/11/09, no CB, "os brasileiros não prezam suas construções antigas. Preferem demolir tudo e pôr no lugar um monstrengo qualquer". É assim que eles pensam que estão sendo modernos...

Sobre o patrono desta praça, nesta outra postagem, já foram apresentados os seus dados biográficos.

ADENDO

Não tenho segurança em afirmar que o tamanho do Zepelin, segundo o texto, 235 metros esteja errado. Mas tenho as minhas dúvidas. 235 metros para a época, é muito grande nos ares.

José Mendes Pereira


Fontes:  BRITO, Raimundo Soares de. Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), Vols I e II, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, setembro de 2003;  CASCUDO, Luís da Câmara. Notas e Documentos para a História de Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 4a. Edição, maio de 2001; COSTA, Andréa Virgínia Freire. Lugares do passado ou espaços do presente? Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, Mossoró-RN, abril de 2009; ROSADO, Vingt-un. "Mossoró", 2a. ed. 2006,Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado;   Fonte do arquivo fotográfico P&B; Graf Zeppelin. Fotografia de Manuelito Pereira (1910-1980).