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sábado, 28 de fevereiro de 2015

A INVASÃO DA VILA DE TEIXEIRA E O INÍCIO DA GUERRA DE PRINCESA

Por José Romero Araújo Cardoso

O envio de tropas da Polícia Militar do Estado da Paraíba intuindo garantir o bom encaminhamento das eleições marcadas para o dia 28 de fevereiro de 1930 assinalou o início da guerra de Princesa.

Contingente comandado pelo Tenente Ascendino Feitosa tinha destino certo, a Vila de Teixeira, situada em área montanhosa, assim como Princesa e circunvizinhança.  O comandante do pelotão militar tinha queixas particulares contra a família que detinha a hegemonia naquela povoação perdida nos confins do sertão.

Em uma briga, Silveira Dantas havia levado vantagem sobre Ascendino Feitosa. Irado e desmoralizado, o militar havia jurado vingança, a qual estava para se concretizar com a decisão do Presidente João Pessoa em fazer valer sua autoridade como chefe do executivo paraibano.

A família Dantas fora pega de surpresa. Logo estavam encarceradas pessoas de destaque na região.  A cadeia de Teixeira nunca havia recebido gente tão importante e bem situadas na hierarquia da sociedade sertaneja agropastoril.

Ameaças veladas eram feitas constantemente, mas que não tinham ressonância na medida exata como Ascendino Feitosa pretendia, pois àquela gente estava acostumada com o clima tenso que marcou indelevelmente o sertão daquelas eras turbulentas.

O comandante militar se dirigia aos presos ameaçando-os initerruptamente de sangrá-los. “Hoje bebo o sangue dos Dantas!”, bradava Ascendino Feitosa, futuramente o responsável pelas execuções de João Dantas e Augusto Caldas na Penitenciária do Recife, em razão do assassinato do Presidente João Pessoa.

Dona Cota respondia em tom de deboche: “Bebe, desgraçado, só assim terás sangue bom nessas suas veias sujas!”.

Não tardou para que o “Coronel” José Pereira Lima soubesse dos acontecimentos com os importantes aliados na Vila do Teixeira. A decisão de libertar os Dantas logo foi posta em prática.

Encourados, vestindo gibões, com chapéus de couro quebrados na testa, perfazendo a mais pura essência da estética sertaneja, quinhentos homens foram despachados por Zé Pereira para a Vila do Teixeira.

Comandava-os dois importantes cabos-de-guerra do “Coronel” Zé Pereira. Luiz do Triângulo ou Luiz da Cacimba Nova, e Lindu estavam na vanguarda do pelotão do exército do futuro Território Livre de Princesa.

Aboiando e empunhando rifles winchester calibre 44, mandaram o recado para Ascendino Feitosa e sua tropa. Se não soltassem os Dantas imediatamente iriam morrer no cipó-de-boi, sem escapar um só.

Aflita e completamente desnorteada, a tropa e seu comandante fugiram em direção ao Estado de Pernambuco.

A família Dantas foi solta e colocada em local seguro. Como prova de reconhecimento ao gesto heroico, Ariano Suassuna imortalizou Luiz do Triângulo no Romance da Pedra do Reino, concedendo-lhe título de nobreza.

Dessa forma se consumava o primeiro episódio da guerra de Princesa, cuja declaração efetivava-se em 28 de fevereiro de 1930, quando, a partir daí, intensificavam-se os combates cruentos entre as tropas militares do governo do Estado da Paraíba e o verdadeiro exército arregimentado pelo “Coronel” José Pereira Lima.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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ENTREGA DE CANGACEIROS EM 1938


Uma entrega de cangaceiros (1938) - Jeremoabo-BA. Identifiquem os personagens que estão nessa histórica fotografia.

Fonte: facebook

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NOVO ÁLBUM DE FOTOS DO HERDEIRO DA ABA FILMES, RICARDO ALBUQUERQUE









R$ 15.000,00 reais, este é o preço do novo álbum de fotos do herdeiro da ABA filmes, Ricardo Albuquerque.... Sugiro que se apresse, porque é uma coleção limitada, de apenas 40 exemplares... Portanto corram.

Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

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ENTREVISTA DE LAMPIÃO PUBLICADA NO JORNAL O POVO, EM 1928.


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=31241

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RAIMUNDO NONATO E A HISTÓRIA SOCIAL DA ABOLIÇÃO EM MOSSORÓ

Por José Romero Araújo Cardoso

Raimundo Nonato, martinense que migrou para Mossoró fugindo da grande seca de 1919, legou-nos trabalhos memoráveis sobre temas diversos, incluindo entre esses a questão da abolição da escravatura em Mossoró.


Deve-se a Raimundo Nonato o esforço em preservar o que foi noticiado sobre o audacioso ataque do bando de Lampião a Mossoró em 13 de Junho de 1927, pois não fosse a ideia dele de resgatar em livro o que os jornais divulgaram e que pessoas envolvidas no episódio disseram naquela época turbulenta, a exemplo da inserção do Diário do “Coronel” Antônio Gurgel em Lampião em Mossoró, seria difícil para a os historiadores levantar dados sobre um dos mais emblemáticos fatos da História do lugar.

Presença marcante quando dos festejos de 30 de setembro, Nonato se preocupou sobremaneira em enfatizar a interpretação da luta de abnegados mossoroenses, bem como filhos adotivos, em prol da redenção da raça negra na capital do oeste potiguar.

A exemplo da campanha cívica mobilizada no Ceará, estando Acarape na vanguarda no que tange à libertação escrava, Mossoró, através do empenho de membros da Loja Maçônica 24 de Junho, fez história ensejando a reedição das lutas travadas na Terra de Iracema.

Lançado em 1983, pela Coleção Mossoroense da Fundação Guimarães Duque, quando do centenário da abolição dos escravos em Mossoró, Raimundo Nonato marcou presença com importante trabalho sobre a História Social referente ao fato que marcou profundamente o município potiguar.

Sinopse de acontecimentos importantes registrados em Mossoró é destaque na obra de Raimundo Nonato. Perfil interessante acerca do processo de construção coletiva e evolução da urbe são fomentados, culminando com a campanha que desencadeou a luta em prol da redenção negra.

Para alguns a abolição da escravatura em Mossoró foi, na verdade, manipulação de um episódio por parte da classe dominante a fim de assinalar ênfase na superestrutura social, pois o escravo negro já não tinha mais o valor de outrora, sendo dispensado em atividades econômicas de grande relevância.

Observando a galeria dos abolicionistas conclui-se que as pessoas envolvidas na campanha eram influentes e bem situadas na hierarquia social daquela época. Homens de projeção social, econômica e política endossaram as propostas originadas a partir da Loja Maçônica 24 de Junho.

A abolição da escravatura cinco anos antes da Lei Áurea conferiu a Mossoró status libertário, pois marca indelével na cultura local, o célebre 30 de setembro de 1883 foi transformado em símbolo do estoicismo e abnegação humanitária lembrado até hoje em festas cívicas que assinala Mossoró enquanto terra da Liberdade.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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BARONESA DE ÁGUA BRANCA

Baronesa Joana Vieira

Água Branca cidade que tinha uma baronesa muito rica e afamada pois toda sua família eram ricos e influentes, alguns faziam parte da política, e ninguém acreditava que Lampião com o seu bando invadiriam uma cidade com uma ilustre moradora e governanta pois ela era muito influente e comandava toda a região do seu palacete. 

Casarão da baronesa Joana Torres

Seria muito atrevimento, pois isso aconteceu ás 4h horas da madruga do dia 26 de Junho de 1922. Levaram até um cordão de ouro puro de três metros de comprimento e muito dinheiro. Segundo o Jornal Pedra de Alagoas a baronesa e todos os que estavam no palacete sairão sem um arranhão.

Fonte: facebook
Página: Adriano Ignácio

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HOMENS DE COURO




http://quadro-a-quadro.blog.br/cangaceiros-homens-de-couro-2-o-guerreiro-fantasma/

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O EX-CANGACEIRO VOLTA SECA


Segundo o escritor e pesquisador do cangaço Robério Santos este é o ex-cangaceiro Volta Seca.

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GUERRA DE PRINCESA

Por José Romero Araújo Cardoso

Há exatamente 85 anos tinha início a guerra de Princesa. Com o pretexto de garantir o pleito eleitoral de 28 de fevereiro de 1930, o Presidente João Pessoa enviava tropas para o sertão. A primeira investida foi sobre a Vila do Teixeira. O Tenente Ascendino Feitosa, inimigo visceral da família Dantas, aprisionou vários membros desse importante clã sertanejo. Tinha suas queixas particulares. 


Certa vez, havia levado surra acochada de Silveira Dantas. Encarcerados e à mercê da própria sorte, figuras proeminentes dessa oligarquia sertaneja eram constantemente ameaçadas de serem sangradas. De vez em quando Ascendino Feitosa chegava na cela e dizia em tom de ameaça: "Hoje vou beber sangue dos Dantas!". Quem respondia era Dona Cota: "Bebe desgraçado, só assim terás sangue bom em suas veias sujas!". Sabendo do acontecido na Vila do Teixeira, Zé Pereira despachou 500 homens, encourados, com chapéus de couro quebrados na testa, na mais extraordinária estética sertaneja, para salvar os Dantas da morte certa. Tomaram o rumo do Teixeira aboiando e empunhando suas winchesters calibre 44. Luis do Triângulo e Lindu comandavam o pelotão princesense. Pelo gesto nobre, Ariano Suassuna concedeu título de nobreza ao primeiro comandante no Romance da Pedra do Reino. Quaderna o apresenta como o nobre fidalgo de Princesa. Vendo a coisa apertar, Ascendino Feitosa retirou-se às pressas com sua tropa da Vila do Teixeira. Era o início da maior expressão de insurgência do mandonismo local na República Velha.

Fonte: facebook
Página: José Romero De Araújo Cardoso

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

VIVA ZÉ DANTAS!!!


José de Souza Dantas Filho, conhecido como Zé Dantas, médico, o Doutor do Baião, nasceu no município de Carnaíba de Flores, 


Sertão do Alto Pajeú de Pernambuco, no dia 27 de fevereiro de 1921.


Entre as suas inúmeras composições podem ser destacadas: Vem morena e Forró do Mané Vito (1949); 


A dança da moda, Cintura fina, A volta da asa branca, Derramaro o gai, Sabiá (1951), Imbalança, Acauã, 


São João na Roça, Tudo é baião (1952), O xote das meninas, 13 de dezembro, 



Vozes da seca, O casamento de Rosa, A letra I, Algodão, Vozes da seca, ABC do sertão (1953), Olha a pisada, 


Noites brasileiras, Lascando o cano, O baião do Verimundo, Pronde tu vai Luí?, Farinhada, Riacho do Navio (1955); Na beira do mar.


Enciclopédia Nordeste: Biografia de Zé Dantas - http://goo.gl/BMBk0b
Curta a Fanpage do portal www.onordeste.com



Página: Sálvio Siqueira 

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ALGO QUE NÃO GOSTO DE FAZER: GABAR OS MEUS PRÓPRIOS MÉRITOS

Por Archimedes Marques

Caros amigos desse seleto grupo de estudos: Peço vênia para expor algo que não gosto de fazer: GABAR OS MEUS PRÓPRIOS MÉRITOS (sempre deixava isso para os outros, mas na maioria das vezes os fatos não eram divulgados e ficavam no anonimato). 


Daí, como já estou ficando velho, por consequência, ESQUECIDO POR NATUREZA, resolvi abrir exceção e falar um pouco dessa Comenda que recebi na noite de ontem, até porque a recebi por conta do meu livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, que por consequência está ligado ao tema cangaço, objeto desse grupo.


O PRÊMIO QUALIDADE TRIBUNA, busca homenagear as personalidades que se destacaram em diversas áreas da sociedade sergipana. Vale ressaltar que é a terceira vez que recebo tal honraria:


A primeira foi como destaque na área de segurança pública do Estado, mais de perto, em decorrência do sucesso absoluto que tive ao presidir o mais importante Inquérito Policial da história de Sergipe, ou seja, a investigação do assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, que restou com todos os envolvidos, identificados, processados, presos e condenados. Sem citar nomes para não muito alongar estiveram envolvidos na trama da morte do citado deputado: O suplente e seu filho; o primeiro contratado para arregimentar os pistoleiros; três policiais militares (dois de Sergipe e um de Alagoas); um civil, que foi o próprio pistoleiro que apertou o gatilho e, dando suporte a tudo, um colega delegado de polícia de Sergipe que ao ser descoberto, preferiu praticar o suicídio a ser preso.


A segunda vez foi quando fiz uma exposição de pinturas usando uma técnica inovada e própria com as figuras centrais em alto relevo. Uma exposição de grande sucesso que no dia da abertura foi vendido todos os quadros.

E a terceira vez foi agora em que fui agraciado como destaque na literatura, pois o meu livro (com edição já esgotada), dentre os sergipanos, foi dos mais vendidos em 2014.

Abraço a todos!...

Fonte: facebook

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LIVROS SOBRE "CANGAÇO" É COM O PROFESSOR PEREIRA EM CAJAZEIRAS-PB

Por José Romero Araújo Cardoso

Li todos! Recomendo-os! Observação: Quem se interessar em livros sobre o cangaço entre em contato como Prof. Francisco Pereira Lima. Ele possui o maior acervo bibliográfico sobre o tema, talvez o maior do planeta. (franpelima@bol.com.br)

Fonte: facebook
Página: José Romero De Araújo Cardoso

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Não deixe de adquirir esta maravilhosa obra. É a bíblia do cangaço. A 2ª edição não é colada, e sim costurada, garantindo maior durabilidade em seu acervo.  A informação é do pesquisador Antonio José de Oliveira - Serrinha no Estado da Bahia.

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O CANGACEIRO VOLTA SECA

Por Robério Santos‎

Estou escrevendo a história de Volta Seca. Queria muito poder publicar em algum jornal impresso semanalmente as histórias dele, desde seu nascimento até sua morte, em tom de novela com um capítulo diferente toda semana. Em Itabaiana não tem jornal, na capital Aracaju tem alguns mas não tenho muito espaço aqui. Não quero grana, quero apenas divulgar nossa cultura. Quem poderia me ajudar? Seria apenas uma forma de me motivar. Não necessariamente tem que ser em Sergipe, ok?

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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AS CABEÇAS DE ANGICO

Por Geraldo Júnior

Na fotografia abaixo o Soldado levanta a cabeça decepada e abre o olho direito de Lampião, para mostrar aos curiosos presentes o glaucoma que acompanhou o cangaceiro durante grande parte de sua vida e que se tornou uma de suas marcas registradas.

Uma cena macabra e assustadora...

Fonte: facebook

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MÊS DE MARÇO: HOMENAGENS ÀS MULHERES CANGACEIRAS


EM MARÇO ACONTECERÁ DOIS GRANDES EVENTOS DO CANGAÇO E QUE FARÃO HOMENAGENS A MULHER NORDESTINA.


DIAS 19,20 E 21 O EVENTO SERÁ EM PRINCESA E DIAS 25 E 26 EM JOÃO PESSOA-PB.


PARTICIPEM, DIVULGUEM, PRESTIGIEM...

FAREI PALESTRAS NAS DUAS CIDADES E LANÇAREI OS LIVROS LAMPIÃO EM PAULO AFONSO E A TRAJETÓRIA GUERREIRA DE MARIA BONITA, A RAINHA DO CANGAÇO.

http://www.joaodesousalima.com/2015/02/mes-de-marco-homenagens-as-mulheres.html

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Lugares Esquecidos !!! Caminhos da Reportagem ...

 Por Bianca Vasconcellos

Bianca Vasconcellos é jornalista há 30 anos. Trabalhou como repórter de TV, cobrindo os principais casos de polícia, corrupção e crimes financeiros no Brasil. Desde 2011 dirige documentários jornalísticos para o programa Caminhos da Reportagem na TV Brasil, a emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Pós-graduada em textos de ficção literária pelo Instituto de Educação Superior (ISE) escreveu o livro “Peças Íntimas”, a ser publicado.

Com “A Mão de Obra Escrava Urbana” e “Carandiru, as marcas da intolerância” ganhou Menção Honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos – 2012 e 2013 respectivamente. “A Mão de Obra Escrava Urbana” foi finalista do Prêmio Esso de Jornalismo.

O programa “O Vale do Paraíba” venceu o Prêmio IEV de Mídia Cultural de 2012. Em 2013 o documentário “Medicina do Futuro, realidade ou ficção?” venceu o Prêmio SINDHRio e “A Vida por um Fio” foi um dos três finalistas no Prêmio Roche  de Jornalismo em Saúde 2013/Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Iberoamericano.

Imperdível !
Tv Brasil apresenta: Lugares Esquecidos em,
Caminhos da Reportagem

Em Breve...

Fonte: Youtube

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/lugares-esquecidos-caminhos-da.html

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OS TABARÉUS do Sítio Saracura

Por José Bezerra Lima Irmão

Acabo de ler o delicioso livro “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, de Antônio Francisco de Jesus. Esse livro, apesar de romancear a infância do autor nas malhadas de mandioca de sua família nas terras de Itabaiana, termina retratando a infância de todo garoto que nasceu e se criou no sertão antes das estradas asfaltadas, antes da energia elétrica, antes do rádio e da televisão. Naquele tempo, não havia trator nem máquinas agrícolas. Nem mesmo o rudimentar arado era conhecido naquelas paragens. Os casais tinham muitos filhos, de preferência “filhos homens”, porque precisavam de braços para a lavoura. As crianças, desde cedo, aos seis ou sete anos, tinham de ajudar os pais na roça.

Tal como o celebrado José Lins do Rego encantou o mundo das letras com o seu “Menino de Engenho”, a mesma pujança é revelada por Antônio Francisco com “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, que bem poderia ter por título “Menino de Casa de Farinha” – mas é claro que um título como esse não empolga ninguém, porque casa de farinha é coisa de pobre, nem de longe se compara a um engenho de banguê. Só mesmo na minha cabeça, querer comparar a vida num sítio de mandioca, cebola e inhame de um tabaréu desimportante com a vida nos canaviais dominados pela figura patriarcal de um senhor de engenho!

Mas ninguém se iluda. Antônio Francisco de Jesus, como um ourives da palavra, transforma em jóias preciosas coisas corriqueiras do dia a dia. Conforme ele próprio pondera, “Os Tabaréus do Sítio Saracura” é um livro que vem provar que gente comum também merece ter sua história contada. Desde a primeira página, o leitor é seduzido a compartilhar as aventurosas experiências de Tonho, um garoto cujo universo se resume praticamente no sítio onde nasceu e se criou. Seu avô materno era um tabaréu ilustrado – até sabia ler! Tinha uma porção de livros de cordel, com histórias de João Grilo, Pedro Malazarte, Lampião... Aos domingos, filhos, netos e vizinhos sentavam-se ao seu redor, no chão do telheiro, para ouvir o velho Totonho Bernardino lendo um de seus romances. Totonho criava um clima para cada história antes de começar a ler. Por exemplo, se o folheto escolhido era o do pavão misterioso, ficava-se sabendo que a história se passara na Grécia, um lugar que ficava muito longe, bem depois de Itabaiana, nas imediações de São Paulo...

O pai de Tonho, Zé de Pepedo, não perdia tempo com essas bobagens. Para ele, esse povo que lê muito acaba ficando com o miolo mole. Receava que Tonho não tinha futuro, era mais um demente na família: até a irmã mais nova já era melhor que ele no manejo da enxada. – Acorda, Tonho! Mas que menino preguiçoso é este, meu Deus?!

A diversão de Zé de Pepedo era o trabalho, tocando roça, fazendo farinha, tangendo burro, negociando na feira ou no mercado – trabalhava até quando estava doente. Era um homem calado. Não gostava de brincar. Só cantava nas farinhadas.


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CRIANÇAS FILHOS DE CANGACEIROS QUE FORAM ENTREGUES PARA SEREM CRIADOS LONGE DO CANGAÇO.




Fonte principal: Noite Ilustrada de agosto de 1938
Fonte: facebook

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O fim de Virgulino Lampião " O que disseram os Jornais Sergipanos

Por Archimedes Marques

A obra em comentário, de autoria do pesquisador e escritor Antônio Correa Sobrinho, ilustre e nobre sergipano de Aracaju, Auditor-Fiscal do Trabalho, Bacharel em Direito formado pela UFS no ano 1985, busca mostrar em texto simples, mas de boa qualidade e de rápido entendimento, o exaustivo trabalho da sua pesquisa junto ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e a Biblioteca Pública Epifânio Dória na nossa capital, Aracaju, para trazer a público tudo que fora dito nos Jornais escritos de Sergipe sobre a carnificina de Angicos ocorrida em 28 de julho de 1938, prosseguindo em matérias e artigos, pós-morte de Lampião junto com a sua amada Maria Bonita e nove dos seus seguidores cangaceiros, até o real fim do ciclo do cangaço, com a atroz vingança a inocentes e posterior morte do temível Corisco, culminando com a entrega espontânea às autoridades constituídas contemporânea, dos tantos remanescentes egressos dos diversos grupos de Lampião.


O autor do livro mostrou toda a sua perspicácia e perseverança ao romper meses de trabalho de pesquisa debruçado nos velhos arquivos público da capital sergipana e além fronteira, em trabalho exaustivo que reúne num só instrumento as notícias publicada no calor dos fatos, no clamor e na efervescente alegria de muitos, na loucura popular por onde passava os tristes e deprimentes troféus, as 11 cabeças dos vencidos, o torpor das autoridades em se ver livre daquele que por certo foi o maior dos bandoleiros que o Brasil já viu, odiado e temido por muitos, amado e adorado por tantos outros.

Importa dizer que o conjunto da presente obra, no seu âmago prova que o autor é também um amante desse tão intrigante e fascinante tema que nunca se esgota, jamais morre, ao contrário, nasce e renasce e afeta boa parte da sociedade brasileira sempre com novas descobertas, apesar dos 71 anos em que se comemoram o final da era dos bandoleiros dos sertões, os famosos cangaceiros, atrozes bandidos sanguinários para muitos e aplaudidos justiceiros para tantos outros.

Antônio Correa Sobrinho

É de fácil entendimento ao leitor, até mesmo ao mais leigo dos leigos, notar pelas primeiras notícias veiculadas nos Jornais sergipanos, que pela lógica, também foram estas equivalentes às matérias diversas pelo Brasil afora, que a polícia volante detentora do massacre ao bando de Lampião, comandada pelo tenente João Bezerra, logo tratou de enaltecer ainda mais os seus próprios méritos, ao alardear em ampla divulgação que o bando de cangaceiros que resistiu ao ataque era composto por um número superior a 55 componentes e que houve naquele momento um bom tempo em troca de tiros, quando na verdade, o grupo era bem menor e praticamente não houve troca de tiros, apenas alguns tiros de revide à surpresa absoluta arquitetada pela polícia, e além de tudo, o chefe maior do cangaço logo fora atingido mortalmente, fazendo assim, com que os seus comandados arrefecessem os animus e desesperados fugissem para salvarem as suas próprias vidas.

Afora os exageros de estilo policial, as sensacionais informações germinadas na efervescência dos fatos, noticiadas nos já extintos Jornais sergipanos: Correio de Aracaju, O Nordeste, A Folha da Manhã, Sergipe Jornal e O Clarim (os primeiros editados em Aracaju e o último na cidade ribeirinha de Propriá), fizeram sucesso, entretanto, não há como deixar de se destacar os excelentes textos literários, desprovidos de emoções populares, dos jornalistas ou escritores Costa Rego, Mario Cabral, Namyro, L. Campos Sobrinho, Graciliano Ramos, Freire Ribeiro, Ângelo Sibela, E. Maia e Alvarus de Oliveira, destarte para o emocionante e brilhante artigo sobre a gangaceira Maria Bonita, escrito pelo Ângelo Sibela, publicado no Correio de Aracaju, em 27/10/38.



O livro é fechado com chave de ouro, ao ser publicada a sensacional e importante reportagem intitulada LAMPIÃO EM CAPELA, assinada pelo jornalista e escritor, Zózimo Lima, então correspondente do Correio de Aracaju, presente naquela memorável data do dia 25 de novembro de 1929, em que Lampião chegou até a assistir um filme no cinema daquela cidade.

Para mim, não resta dúvidas, que a presente obra literária informativa e histórica, disso tudo compilado, por certo servirá de parâmetro e ajuda para surgimento de novos livros, escritos por novos ou velhos autores, sobre a continuidade desse tema que canta e encanta e que é sem sombras de dúvidas, de inesgotáveis fontes, jamais saturado, sempre em busca da verdade absoluta dos fatos que marcaram para sempre a história dos sofridos, mas fortes e valentes, nordestinos.

Em assim sendo, não só recomendo a leitura do livro, como entendo ser necessário colecionar a referida obra em toda boa biblioteca, como sendo de excelente fonte de pesquisa e aprendizado, para tanto, sugiro a sua aquisição através contato via endereço de e-mail com o autor Antonio Corrêa Sobrinho: tonisobrinho@uol.com.br

Archimedes Marques (Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe)
Pesquisador, Escritor - Conselheiro Cariri Cangaço
archimedes-marques@bol.com.br

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/o-fim-de-virgulino-lampiao-o-que.html

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