Por Archimedes Marques
A obra em
comentário, de autoria do pesquisador e escritor Antônio Correa Sobrinho,
ilustre e nobre sergipano de Aracaju, Auditor-Fiscal do Trabalho, Bacharel em
Direito formado pela UFS no ano 1985, busca mostrar em texto simples, mas de
boa qualidade e de rápido entendimento, o exaustivo trabalho da sua pesquisa
junto ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e a Biblioteca Pública
Epifânio Dória na nossa capital, Aracaju, para trazer a público tudo que fora
dito nos Jornais escritos de Sergipe sobre a carnificina de Angicos ocorrida em
28 de julho de 1938, prosseguindo em matérias e artigos, pós-morte de Lampião
junto com a sua amada Maria Bonita e nove dos seus seguidores cangaceiros, até
o real fim do ciclo do cangaço, com a atroz vingança a inocentes e posterior
morte do temível Corisco, culminando com a entrega espontânea às autoridades
constituídas contemporânea, dos tantos remanescentes egressos dos diversos
grupos de Lampião.
O autor do
livro mostrou toda a sua perspicácia e perseverança ao romper meses de trabalho
de pesquisa debruçado nos velhos arquivos público da capital sergipana e além
fronteira, em trabalho exaustivo que reúne num só instrumento as notícias publicada
no calor dos fatos, no clamor e na efervescente alegria de muitos, na loucura
popular por onde passava os tristes e deprimentes troféus, as 11 cabeças dos
vencidos, o torpor das autoridades em se ver livre daquele que por certo foi o
maior dos bandoleiros que o Brasil já viu, odiado e temido por muitos, amado e
adorado por tantos outros.
Importa dizer
que o conjunto da presente obra, no seu âmago prova que o autor é também um
amante desse tão intrigante e fascinante tema que nunca se esgota, jamais morre,
ao contrário, nasce e renasce e afeta boa parte da sociedade brasileira sempre
com novas descobertas, apesar dos 71 anos em que se comemoram o final da era
dos bandoleiros dos sertões, os famosos cangaceiros, atrozes bandidos
sanguinários para muitos e aplaudidos justiceiros para tantos outros.
Antônio Correa
Sobrinho
É de fácil
entendimento ao leitor, até mesmo ao mais leigo dos leigos, notar pelas
primeiras notícias veiculadas nos Jornais sergipanos, que pela lógica, também
foram estas equivalentes às matérias diversas pelo Brasil afora, que a polícia
volante detentora do massacre ao bando de Lampião, comandada pelo tenente João
Bezerra, logo tratou de enaltecer ainda mais os seus próprios méritos, ao
alardear em ampla divulgação que o bando de cangaceiros que resistiu ao ataque
era composto por um número superior a 55 componentes e que houve naquele
momento um bom tempo em troca de tiros, quando na verdade, o grupo era bem
menor e praticamente não houve troca de tiros, apenas alguns tiros de revide à
surpresa absoluta arquitetada pela polícia, e além de tudo, o chefe maior do
cangaço logo fora atingido mortalmente, fazendo assim, com que os seus
comandados arrefecessem os animus e desesperados fugissem para salvarem as suas
próprias vidas.
Afora os
exageros de estilo policial, as sensacionais informações germinadas na
efervescência dos fatos, noticiadas nos já extintos Jornais sergipanos: Correio
de Aracaju, O Nordeste, A Folha da Manhã, Sergipe Jornal e O Clarim (os
primeiros editados em Aracaju e o último na cidade ribeirinha de Propriá),
fizeram sucesso, entretanto, não há como deixar de se destacar os excelentes
textos literários, desprovidos de emoções populares, dos jornalistas ou
escritores Costa Rego, Mario Cabral, Namyro, L. Campos Sobrinho, Graciliano
Ramos, Freire Ribeiro, Ângelo Sibela, E. Maia e Alvarus de Oliveira, destarte
para o emocionante e brilhante artigo sobre a gangaceira Maria Bonita, escrito
pelo Ângelo Sibela, publicado no Correio de Aracaju, em 27/10/38.
O livro é
fechado com chave de ouro, ao ser publicada a sensacional e importante
reportagem intitulada LAMPIÃO EM CAPELA, assinada pelo jornalista e escritor,
Zózimo Lima, então correspondente do Correio de Aracaju, presente naquela
memorável data do dia 25 de novembro de 1929, em que Lampião chegou até a
assistir um filme no cinema daquela cidade.
Para mim, não
resta dúvidas, que a presente obra literária informativa e histórica, disso
tudo compilado, por certo servirá de parâmetro e ajuda para surgimento de novos
livros, escritos por novos ou velhos autores, sobre a continuidade desse tema
que canta e encanta e que é sem sombras de dúvidas, de inesgotáveis fontes,
jamais saturado, sempre em busca da verdade absoluta dos fatos que marcaram
para sempre a história dos sofridos, mas fortes e valentes, nordestinos.
Em assim
sendo, não só recomendo a leitura do livro, como entendo ser necessário
colecionar a referida obra em toda boa biblioteca, como sendo de excelente
fonte de pesquisa e aprendizado, para tanto, sugiro a sua aquisição através contato
via endereço de e-mail com o autor Antonio Corrêa Sobrinho:
tonisobrinho@uol.com.br
Archimedes
Marques (Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão
Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe)
Pesquisador,
Escritor - Conselheiro Cariri Cangaço
archimedes-marques@bol.com.br
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/o-fim-de-virgulino-lampiao-o-que.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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