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terça-feira, 19 de abril de 2016

TRÊS GRANDES OBRAS DO ESCRITOR E PESQUISADOR FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELO.


TRÊS GRANDES OBRAS DO ESCRITOR E PESQUISADOR FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELO.


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Geraldo Antônio de Souza Júnior 

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BASEADO NOS DEPOIMENTOS DE CANDEEIRO II (MANOEL DANTAS DE LOIOLA)

Por Geraldo Júnior

Baseado nos depoimentos de Candeeiro II (Manoel Dantas de Loiola) posso afirmar que ele não trouxe boas recordações do período em que esteve no cangaço. A vida de lutas e fugas pela caatinga era dura e sofrida e poucos (as) tinham condições de enfrentá-la.

Seu NÉ como assim era conhecido Candeeiro II por seus familiares e amigos foi sempre um homem seguro e sensato em seus depoimentos.

Todos os documentários que tive a oportunidade de assistir, sempre percebi veracidade em suas palavras. Não era homem de contar vantagens ou de chamar para si a atenção sobre qualquer episódio da história do Cangaço.

Prestou importantes declarações sobre o episódio de Angico, assim como de tantos outros fatos que presenciou ou que participou durante sua trajetória na lida cangaceira, porém sempre seguro e taxativo em suas palavras.

Candeeiro II (Manoel Dantas Loiola) faleceu no dia 24 de julho de 2013.
Foto: Jornal Diário do Nordeste.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=574562689374298&set=gm.1208383549174761&type=3&theater

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POESIAS DE JEFFESON THIAGO BESSA PARA UM ALÉM-LÉM

Jeffeson Thiago Bessa

O povo
não existe povo
um amontoado de “eu”
um amontoado de interesses.

Como representar o múltiplo com o uno?
Se a decisão pensasse democrática
o dono da bola não acabaria com o jogo
a maioria deseja jogar!

Não se percebe o diferente com olhos da reprodução
por que a maioria não se permite jogar?
Se é o que necessitam e dar prazer?

Porque a noite, antes de dormir, cada eu
sonha intimamente em “ser” o “dono” da bola.
Porque no jogo: ser-é-ter.

E tendossendo cada eu vai poder concretizar seu maior desejo:
ser re-conhecido!
Porque seu maior pavor é não se reconhecer no espelho
que é o outro
que é um outro eu.

Não existe povo
o povo
o eu
--- 
Por excesso de simplismo complica-se

jeffeson thiago Bessa

Quem faz o gol
é mais importante que o gol
o gol já não existia em todos os toque?

Comemorar o gol no clímax:
é mania de imediatismo
ou ignorância retrospectiva?

O que impossibilita o vislumbre do gol no ponta-pé-inicial? 

Será que o pé do adversário não ajudou a construir o gol?

Futebol é competição!
É o que dizem

A vida é competição!
É o que já foi dito.

A vida humana,
o futebol:
é uma competiçãocooperativa.

Quanto custa um pedaço de pão que não existe?
Ou melhor:
Qual o preço do produto que ninguém está disposto a produzir\vender?

Sua cooperação
com a competição deles.

Envaido pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero de Araújo Cardoso

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CONTRIBUIÇÃO AOS CONCEITOS DO CANGAÇO

*Rangel Alves da Costa

Sempre causa-nos orgulho quando um texto de nossa autoria passa a ser utilizado por autores e escritores renomados. E foi com prazer imenso que li, nesta manhã de 18 de abril, o texto “Do conceito de cangaço, cangaceiro e cangaceirismo”, de autoria de Honório de Medeiros. Mais orgulho ainda porque o meu conceito de coiteiro foi abraçado em sua integralidade, em longa fundamentação.

Dentre os autores citados no artigo estão renomados pesquisadores e cientistas sociais, tais como Luis da Câmara Cascudo (Nota sobre cangaço e cangaceiro), Heitor Feitosa Macêdo (Origem da palavra cangaço), Eric Hobsbawn (Bandidos), Gustavo Barroso (À Margem da História do Ceará), Raymundo Faoro (Os Donos do Poder), Frederico Pernambucano de Melo (Guerreiros do Sol) e Maria Isaura Pereira de Queiroz (História do Cangaço).

No debate acerca dos conceitos de cangaço, cangaceiro e cangaceirismo, a dimensão do termo “coiteiro”, tão próprio ao estudo em questão, não precisou ser cotejado entre posicionamentos diferentes, pois minha escrita sobre o tema serviu de balizamento à compreensão. Neste sentido, eis o que diz o escritor Honório de Medeiros:

“Rangel Alves da Costa diz bem o que é ‘coiteiro’[16]:

Coiteiro era o sertanejo que, mesmo não fazendo parte do bando cangaceiro propriamente dito, compartilhava do seu mundo e de sua existência. Exteriorizava os desejos e as ordens cangaceiras. Servia de elo entre a vida na caatinga e os seus arredores, incluindo pessoas e povoações. Sem o coiteiro, o cangaço não compartilhava do mundo exterior e ficava totalmente vulnerável aos ataques.

Coiteiro era o matuto chamado a colaborar com o cangaço. Nunca forçado, mas sempre disposto a cooperar. Era, a um só tempo, mensageiro, transportador de mantimentos, confidente, conhecedor e guardião de segredos de vida e de morte. Boca sempre fechada e ouvido sempre aberto, talvez fosse o seu lema. Mas nem todos, segundo dizem, cuidaram de seguir os ditames.

Coiteiro era aquele que, conhecedor de cada linha e cada canto da região catingueira, auxiliava nas estratégias de proteção cangaceira. Era o olho pelo arredor, era o cão farejando o inimigo. Logo dizia sobre a segurança do local escolhido para repouso ou alertava acerca dos perigos que estavam correndo.

Coiteiro era o bom amigo do bando que levava a carne fresca de bode, a linha e agulha para costura, o remédio e a porção, as armas e a munição, o dinheiro e outros objetos enviados ao bando; aquele que se esforçava ao máximo, e correndo todos os perigos, para que nada faltasse naquela estadia dos cangaceiros. E eram bem recompensados pelas providências tomadas. De vez em quando um anel dourado era colocado no dedo.

Coiteiro era aquele que servia o abrigo cangaceiro, o local de descanso e repouso, a moradia temporária do bando, o coito. Desse modo, tem-se então que coito era o local onde a cangaceirada se amoitava vindo de longe viagem e desejosa de algumas horas ou dias de descaso.

Assim, coito era o lugar escolhido pelo líder do bando para o merecido descanso, até que a necessidade fizesse levantar acampamento e seguir adiante. Tantas vezes numa correria no meio da noite ou a qualquer hora do dia que o vento inimigo soprasse pelos arredores.”

O artigo completo, primoroso e de fundamental importância para os estudiosos do cangaço, pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico: 

http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2016_04_17_archive.html.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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JOANA MARTINS ARAÚJO E JACINTA LEITE DE OLIVEIRA.

Por Geraldo Júnior

Respectivamente filhas de Fenelon Leite e

  Fonte da foto: José Tavares De Araujo Neto - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2015/08/por-tavares-de-araujoneto-este-senhor.html

Anézio Leite irmãos dos cangaceiros “Pinga-Fogo”, e do célebre cangaceiro 

 Anésio Leite, que localizou Pinga Fogo em Imperatriz. - Fonte da foto: José Tavares De Araujo Neto - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2015/08/por-tavares-de-araujoneto-este-senhor.html

Anézio Leite irmãos dos cangaceiros “Pinga-Fogo”, e do célebre cangaceiro Massilon Leite que integrou o bando de Lampião, e foi um dos mentores do ataque cangaceiro à cidade de Mossoró/RN, ocorrido em 13 de junho de 1927.

Massilon Leite

O ataque à cidade potiguar foi um verdadeiro fracasso, e pouco tempo após a empreitada Massilon Leite e seu irmão “Pinga-Fogo” que o acompanhava durante a jornada, abandonaram o cangaço e poucas informações foram obtidas sobre seus paradeiros, a partir de então.

Este senhor à direita chama-se Manuel Leite, cangaceiro Pinga Fogo, irmão de Massilon, foi o responsável para cuidar dos reféns, quando do ataque à Mossoró. - Fonte da foto: José Tavares De Araujo Neto - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2015/08/por-tavares-de-araujoneto-este-senhor.html

Joana Martins Araújo e Jacinta Leite de Oliveira, portanto, são sobrinhas dos cangaceiros Massilon Leite e Pinga-Fogo, antigos cabras de Lampião e personagens de destaque na história do cangaço nordestino.

Quero agradecer às amigas Joana Martins Araújo e Jacinta Leite de Oliveira por me concederem suas imagens para publicação em nossas páginas “O CANGAÇO”.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço

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CANGAÇO PRESERVADO NUM COLÉGIO DE FREIRAS

Matéria de Graça Lima e Silva 
Uma cabaça na qual os cangaceiros conservavam a água fresca para a travessia da caatinga. Um pilão de madeira e um pote de barro trabalhado, entre outros objetos usados na época do cangaço. Na decoração, Lampião e Maria Bonita estilizados. Triunfo, no sertão pernambucano, sede do Museu do Cangaço. - Fotos de Natanael Guedes

Triunfo, Pernambuco — Numa pequena sala do Lar Santa Elisabeth, um convento de freiras, estão expostas as primeiras 100 peças reunidas pelo Museu do Cangaço, uma ideia nascida há sete anos e logo encampada pela irmã franciscana Maria José e alguns habitantes desta cidade sertaneja. O grupo tem enfrentado muitas dificuldades, mas a religiosa não desiste de continuar a arrecadar armas, roupas, livros e tudo mais que de alguma forma se relacione com Lampião e seu bando.

A própria cidade onde o museu começou a ser instalado faz parte da história do cangaço. Triunfo fica a apenas 32 quilômetros de Serra Talhada, onde nasceu Lampião, e foi assaltada diversas vezes pelos cangaceiros. Hoje o município tenta se transformar em centro turístico, usando como atrações a sua temperatura amena a um contraste com o clima quente de quase todo o sertão — o vale que circunda à cidade e o Museu do Cangaço. 

O museu foi criado em 1970. Uma sociedade mantenedora foi formada com a contribuição, por sócio, de Cr$ 3,00, "o que é multo pouco para comprar as peças de que precisamos", queixa-se a freira, acrescentando que a verba arrecada dos 100 sócios é a única fonte de renda de que dispõe. 

O Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, presidido pelo sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, demonstrou interesse em apoiar o trabalho mas condicionou a ajuda à instalação do museu em prédio adequado. A Prefeitura de Triunfo, até agora, não doou terreno ou casa à instituição. A diocese da região concordou em ceder uma casa, por tempo indeterminado. As próximas tentativas da freira serão junto ao Governo do Estado e Ministério da Educação. Além da falta de dinheiro, ela enfrenta outro problema: foi transferida para o Recife no ano passado.

Conseguir peças nem sempre é fácil e exige tempo e paciência. Muitas vezes uma viagem a um lugarejo distante resulta na aquisição de apenas dois ou três objetos. Numa destas viagens, a freira e mais três pessoas foram a Nazaré, um povoado de Floresta das Navios, também no sertão, onde vivem alguns parentes de Lampião. Um deles não pretendia se desfazer de pertences do cangaceiro; outro só a muito custo concordou em entregar alguma coisa, em troca de dinheiro. A comitiva acabou adquirindo apenas urna chaleira, uma bandeja pequena, uma chave quebrada e uma telha. A primeira peça doada ao museu foi um punhal de Lampião, dado de presente pelo próprio cangaceiro a um morador da cidade. Armas, balas, utensílios domésticos, roupas, sapatos, chapéus que pertenceram ao bando são característicos da época e fazem parte da coleção. 

Uma biblioteca que ainda não passou de 30 volumes. O trabalho é lento e difícil, diz a irmã Maria José. Ela ainda espera conseguir ajuda oficial. Por enquanto, as primeiras peças continuam precariamente arrumadas numa sala de 3x4 metros do convento das franciscanas, cuidadas pelas próprias freiras que se encarregam de mantê-las limpas e mostrá-las aos poucos visitantes. 

Fonte: facebook

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A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA.


A PRIMEIRA VISTA PARECE UMA IMAGEM DO HOLOCAUSTO... MAS FOI REGISTRADA AQUI NO BRASIL, PARA SER MAIS EXATO NO ESTADO DO CEARÁ. CONHEÇAM A HISTÓRIA DO MASSACRE DO CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO (CRATO/CE). "DO CÉU CHOVEU BALAS EM VEZ DE BÊNÇÃOS"!

“No mês de maio encerrado (a sete dias atrás), completou-se (78) anos da primeira vez que civis brasileiros foram mortos pela aviação militar de seu próprio país.

O massacre ocorreu no dia 11 de maio de 1937 na região do Crato, no sul do Ceará. As vítimas: camponeses da comunidade Caldeirão de Santa Cruz do Deserto. Ali morreram 700 pessoas. Nenhum soldado morreu.

A ordem para abrir fogo das metralhadoras dos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) contra os lavradores partiu do general Eurico Gaspar Dutra, então ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas.

A comunidade agrícola-religiosa era liderada pelo beato José Lourenço.

Paraibano, José Lourenço decidiu mudar-se para Juazeiro do Norte (CE). Lá conheceu Padre Cícero, e caiu nas graças dele. Logo o beato arrendou um lote de terra, onde se instalou com alguns romeiros. A produção de frutas e cereais cresceu rápido. Os plantadores dividiam tudo entre si, em partes iguais”.

“Padre Cícero mandava para as terras de José Lourenço ladrões, prostitutas, assassinos e todo tipo de “vidas-tortas”. O beato os consertava fazendo-os trabalhar da manhã à noite, em meio a muitas rezas.

A cada melhora na comunidade de José Lourenço, crescia a ira dos políticos e fazendeiros da região. Em 1921, conseguiram prendê-lo, acusando-o de fanatismo e adoração de animal como objeto de culto religioso. O bicho não passava de um boi, chamado Mansinho, dado de presente por Delmiro Gouveia ao Padre Cícero, que o deixou aos cuidados do beato. Os donos das terras acusaram o beato de atribuir poderes milagrosos às fezes e urina do boi. Mataram o animal e forçaram José Lourenço a comer sua carne.

As humilhações e maus tratos sofridos na prisão aumentaram a devoção do povo com o beato”.

“Tudo era de todos”.

“Em 1926 José Lourenço mudou sua comunidade para a Fazenda Caldeirão dos Jesuítas, pois a antiga terra que ocupava fora vendida. Foi na fazenda Caldeirão que o beato fundou sua Irmandade de Santa Cruz do Deserto. De novo, o trabalho agrícola prosperou logo. Além de alimentar toda a comunidade, sobrava para abastecer toda a região do Crato e Juazeiro. Tanto os produtos colhidos quanto o lucro obtido com a venda dos excedentes, eram divididos em partes iguais. Apesar de analfabeto, José Lourenço tinha talento para dividir tarefas e ensinar medicina caseira.

Em 1932 o Governo do Ceará criou campos de concentração para os flagelados da seca. A intenção era manter os famintos e sedentos longe de Fortaleza, capital do estado. Nestes lugares, severamente sob os fuzis das sentinelas, morria gente feito moscas. Quem conseguia fugir, ia para o Caldeirão. Ali a fartura nunca acabava, graças ao sistema ecológico do plantio e técnicas de conservação de água, com construção de micro-barragens. A Irmandade de Santa Cruz do Deserto crescia, e a ira dos latifundiários também.

Com a morte de Padre Cícero em 1934, José Lourenço perdeu seu grande aliado e defensor. Era a chance que os poderosos esperavam há anos...

Começaram a comparar o Caldeirão a Canudos e dizer que José Lourenço adotara o regime comunista com seus romeiros.
Em 09 de setembro de 1936 um batalhão da Polícia do Ceará expulsou o povo do Caldeirão e queimou suas 400 casas. Os sobreviventes fugiram para o mato, onde se reagruparam”.

AO INVÉS DE BENÇÃOS, BALAS CAÍRAM DO CÉU.

“No ano seguinte, um incidente serviu como sentença de morte para a comunidade do Caldeirão. Um capitão da polícia militar e quatro soldados morreram em uma escaramuça com membros de uma facção da Irmandade.

Dias depois vinha a ordem do Governo Federal para o massacre final. O general Dutra liberou 200 soldados por terra, e três aparelhos de guerra do Destacamento de Aviação. As metralhadoras da FAB despejaram chumbo quente sobre os colonos indefesos.

José Lourenço refugiou-se em Exu, no Pernambuco, onde morreu em 1946 de peste bubônica. O povo carregou seu caixão por 70 quilômetros a pé, até Juazeiro. Os padres negaram-se a celebrar seu funeral.

Os fiéis seguidores então o enterraram no Cemitério do Socorro”.

PACTO DE SILÊNCIO

““Foi uma coisa tão triste, que minha memória esqueceu”. Assim disse o lavrador aposentado João Batista de Morais ao repórter Paulo Mota, da Folha do Ceará, numa entrevista realizada com sobreviventes em fevereiro de 1998. “Já sofri muito, meu filho”, emendou a também aposentada Alexandrina Tavares de Líria, com 81 anos quando a reportagem foi publicada. “O que posso dizer é que Caldeirão foi um sonho que passou e nada mais”.

Até hoje este episódio sangrento não é incluído nas aulas de História do Brasil.

Em 1986 o cineasta Rosenberg Cariry lançou o documentário longa-metragem Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

Em setembro de 2008, a organização não governamental SOS Direitos Humanos entrou com ação contra o Governo Federal e do Ceará, exigindo que o Exército indique o local exato da vala comum onde foram jogados os corpos das 700 vítimas. Exige ainda a exumação e identificação delas por DNA, enterro digno e R$ 500 mil de indenização para seus familiares”.

Obs: Acima uma fotografia de uma cova coletiva de mortos do Caldeirão (Crato/CE)

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/ocangaco/1208180832528366/?notif_t=group_activity&notif_id=1461019127651799


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UM SONHO QUE ESTOU REALIZANDO A CADA ANO

Por Manoel Severo

O Cariri Cangaço é o resultado de um grande sonho. Desde menino me encantava com as histórias dos cangaceiros, suas sagas, aventuras, e notadamente o bando de Lampião; sem dúvidas o de maior destaque e de maior longevidade dentre todos. A motivação pelo fascínio daquele menino, ainda com seus oito anos de idade, pelo universo do cangaço, talvez se confunda com o fascínio que até hoje o cangaço desperta em todos os amantes e curiosos da temática: Em um primeiro momento, ainda nos tempos de menino; a valentia, aventuras, sagacidade, enfim. Com o tempo outras percepções: Senso de adaptação, criatividade, a extensa rede de interesses, a estética, a medicina, o vigor em ambiente tão hostil, a compreensão da importância da imagem, o primeiro "marketeiro das caatingas", enfim. Virgulino Ferreira da Silva, apesar dos muitos senões, acabava por se tornar um mito.

Já homem feito, me vi reaproximar da literatura do cangaço e acabei por me apaixonar verdadeiramente pelo tema, daí me dedicando sempre a buscar novas fontes; participar dos primeiros seminários seria inevitável, e assim aconteceu. Serra Talhada, Mossoró, Paulo Afonso, e nesse "vai e vem" por entre as terras pisadas por Lampião, acabamos por nos aproximar dos "vaqueiros da história". A cada novo evento um novo companheiro, um compartilhador de aventuras, homens e mulheres que dedicaram e dedicam boa parte de suas vidas a seguir as pegadas desse que viria a ser intitulado o "rei do cangaço" ou o "governador do sertão", Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.

Em março de 2009 quando retornávamos da primeira edição do Seminário de Maria Bonita em Paulo Afonso aflorou em minha cabeça a ideia de tentar realizar em nosso estado do Ceará, mais precisamente na região do Cariri, um seminário onde pudéssemos resgatar um pouco da historiografia cangaceira na região, tão pouco conhecida pela grande maioria das pessoas. Num primeiro momento ouvia muitas indagações e provocações: "Cangaço no cariri?" "Está ficando louco?" "Como realizar um negócio desses aqui, sem nenhuma tradição com o tema?" "Evento para endeusar bandido?" ... Foi aí que alguns ingredientes acabaram se somando e o sonho acabou se tornando realidade: Determinação, perseverança, dedicação e amigos; muitos amigos, inúmeros amigos, de todos os lados e lugares, alguns antigos e outros novos, todos juntos começaram a acreditar que poderíamos fazer...e fizemos. Assim nasceu o Cariri Cangaço, hoje com sete anos de idade, mais de 90 conferencias, 115 visitas técnicas, mais de 30 mil pessoas... Isso não tem preço...


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LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM Autor Luiz Ruben Bonfim

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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“CORREIO BRASILIENSE” – 12/04/1970

Por Paulo Dantas

LOUVAÇÃO

... Certa vez viajando de jipe pelas estradas de Sergipe, na estrada de Carira, vi uma tosca cruz, coberta de flores – UM CRUZEIRO DE ACONTECIDO – à beira do caminho.

Era do cangaceiro Gitirana, um cantor do bando de Lampião, um barítono caboclo, de cabelos cacheados, que conheci quando ele esteve na chefatura da Polícia Baiana em 1938, logo depois do massacre da Gruta dos Angicos. Os sobreviventes do bando sem o seu amado chefe, estavam se entregando.

Gitirana será o último cangaceiro chegado do sertão. Estava preso com a companheira, uma morena grávida, mãe de um menino novo que chorava no xadrez ao lado.

Gitirana subiu comigo no elevador e foi para seu aposento. Era noite. Guardei o moço moreno cor de jenipapo, sorriso franco, cabelos anelados, uma inesquecível imagem de simpatia. Não sabia que ele era o cantor, o poeta tirador de rimas do bando, o predileto de Lampião.

Densa era a noite naquele presídio.

Já ao romper da aurora, entre ruídos de grades que se fechavam, abafadas ouvi ao lado, uma doce voz que cantava:

“OU MUIÉ RENDERA 
OU MUIÉ RENDÁ 
CHORO LEVO COMIGO 
SOLUÇO VAI NO EMBORNÁ.
MINHA MÃE ME DÊ DINHEIRO 
PRA COMPRÁ UM CINTURÃO 
PRA FAZER UMA CARTUCHEIRA 
PRA BRIGÁ COM LAMPIÃO. 
OU MUIÉ RENDERA.”

A voz, bem modulada possuía uns acentos como jamais ouvi.

Gitirana, como ninguém nos ermos das caatingas se impunha como o barítono melhor da “MULHER RENDEIRA”.

Gitirana meu gitano cancioneiro caboclo, meu cantor cangaceiro morreu, anônimo e está enterrado nos matos. E virando no ciclo sertanejo da minha ficção além oeste personagem de uma novela: “GIRA, GIRA GITIRANA”.

Adendo:

Diz o pesquisador e escritor Antonio Corrêa Sobrinho: 

Segundo leio no Dicionário de Bismark Martins de Oliveira - "Cangaceiros de A a Z", Gitirana chamava-se Antônio Félix, e era natural do Estado de Alagoas, e entrou para o cangaço no ano de 1937, com o objetivo de vingar a morte do pai, que fora assassinado pela polícia. 

Destacou-se no meio dos companheiros por ser grande repentista, compositor e cantor. Entregou-se em 1940, juntamente com a sua companheira Maria de Gitirana e o companheiro "Sofreu". 

Antônio Félix ou o cangaceiro Gitirana faleceu pouco tempo depois, segundo informações de pesquisadores, e a causa foi de tuberculoso.

Fonte: facebook
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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