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sexta-feira, 28 de julho de 2017

LAMPIÃO, LUCENA E O CHAPÉU DE COURO

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.703

Sendo hoje aniversário de morte de Lampião, lembramo-nos das palavras do combatente Eduardo, depois sargento: “Quando víamos de Maceió como membros do batalhão que fora criado em Santana do Ipanema, em 1936, tivemos que conter o ímpeto de Lucena. Ele pediu que ao passarmos de Palmeira dos Índios todo cabra encontrado com chapéu de couro à cabeça era para entrar no cacete. Mas fizemos ver a ele que a coisa não era bem assim. O trabalhador rural gosta bem de um chapéu de couro e se fosse pa

Chapéu de couro de cangaceiro Foto: (divulgação).

Interessante é que desde o início da década de vinte que Lucena combatia bandidos no sertão e ele próprio usava chapéu de couro e ra bater em todos os usuários, seria bater no sertão inteiro”. O major Lucena Maranhão aquiesceu.alpargatas. De onde teria vindo tanto furor assim contra o chapéu de couro, principalmente na época, usado pelo vaqueiro pegador de boi no mato e o tirador de leite das fazendas?
O próprio sargento Eduardo conta: “No cerco a Angicos era tão cedo que os cabras de Lampião ainda estavam tirando as ramelas dos zoi”. E o seu companheiro de farda Otacílio Bezerra – também combatente em Angicos – dizia: “Muitos cabras escaparam na neblina e na fumaça do tiroteio pronunciando para os soldados: ‘companheiro’, ‘companheiro’, tendo já colocados os longos cabelos dentro do chapéu de couro”.
A impressão de quem não conhece é de um chapéu muito quente para o verão. Mas assim como o chapéu de palha da palmeira Ouricuri, ele é leve e mantém uma temperatura agradável.
Os cangaceiros apenas criaram o estilo próprio do cangaço, usando o mesmo chapéu de couro de abas longas dobrando-o e enfeitando abas, barbicachos e testeiras em couro desenhado, coloridos e metais. Havia muitos artesãos do couro no semiárido, inclusive cangaceiros e o próprio Lampião.
E se por um lado o chapéu de couro identificava o vaqueiro pegador de boi no mato e o tirador de leite, o chapéu de palha marcava o homem do eito, trabalhador da enxada e do machado.
O chapéu de massa era usado pelos das classes média e alta.
Como os veados foram extintos – preferência de luxo para chapéus e alpargatas macias – ficaram os bodes que permitem couro flexível para todos os modelos de chapéu.
Meu compadre, já viu sertão nordestino sem chapéu de couro!


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*MOMENTOS*.

 Por Arimathea Barbosa

*MOMENTOS*

Estás naqueles momentos
De tristeza e solidão
Onde mensagens não lhe animam
Nem tão pouco o coração
Em que tudo parece perdido
E não há motivação

Parece que já sabes de tudo
E nada lhe convém
A previsibilidade da vida
Mesmo fazendo o bem
Onde há mais perguntas
De respostas que não se tem

O desamor sempre presente
Num vazio sem fim
Nada faz diferença
Já não houves o "vem a mim"
O dia é de crepúsculo
E a noite carmesim

Óh alma cansada
Tua vida é desventura
O sono parece única saída
Nessa noite de amargura
Não te precipites agora
Te acalenta na candura

Ainda há uma saída
E uma alvorada festiva
Uma centelha de fé
Tens na tua vida
Basta crer por um segundo
Nessa efêmera e triste lida

Tudo tem seu tempo
E isso há de passar
Do frio triste da madrugada
Uma manhã ressugirá
Acredite por um momento
Tua vitória não tardará

Deus tem visto tuas lutas
E desânimo também
Ele na te deixará cair
No vale do além
Aguardes pois com fé
E não deixes de praticar o bem

Beijastes a solidão
O pessimismo te abraçou
O murmurio sempre presente
Tua alma contaminou
Não acreditas em mais nada
Perguntas para onde vou

Só vês injustiças
E desigualdade permanente
Se sentes impotente
Diante de toda gente
Teu vazio é do tamanho
De um coração descrente

Se dê uma chance
Não desistas agora
As trevas hão de passar
Com a luz dá aurora
Faça do amor o seu Senhor
E a caridade a sua Senhora

Se permita por um instante
Desafie a divindade
Pois é no fogo abrasador
Que se faz ouro de verdade
E por pior que seja a prisão
Haverá sempre a liberdade.

Escreveu,
Arimathea Barbosa
Brasília, 9 de julho de 2017.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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SEU BRIÓ E AS COISAS BOAS DA VIDA

*Rangel Alves da Costa

Brionício da Santidade de Jesus. Eis o nome do sertanejo mais conhecido por Seu Brió. Já nos idos dos oitenta, porém ainda no porte da velha umburana de cheiro, não queria outra coisa na vida senão viver. E vivia.
Quando perguntado pela idade, logo respondia que já mais de oitenta vaga-lumes. E por que vaga-lumes, Seu Brió? Indagava o visitante, ao que ele logo respondia: Quando o candeeiro da mata não mais se acende no breu é porque desiluminou ou já morreu.
Todos esses anos vivendo no mesmo lugar. E agora sozinho desde que sua Mariinha um dia deixou o fogão de lenha em brasa e foi fazer o café do Senhor, lá em riba. Foi chorar escondido, perto da catingueira e mais adiante, debaixo de portentoso umbuzeiro.
O mesmo umbuzeiro onde um dia, ainda rapaz moço, avistou uma tufada de gente assentada pra descansar. Ao se aproximar devagarzinho, pé ante pé, quase acocorado em meio aos tufos do mato, deu de frente com homens armados até os dentes. Eram os cabras de Lampião, parte do bando ali de passagem apressada.
Depois disso nunca mais se deitou debaixo do sombreado ao entardecer. Tinha receio de ser acordado por aqueles homens de pouco sorriso e valentia demais. Não era medo não, mas o que ouvia dizer sobre os cangaceiros e volantes deixava qualquer um de cabelo em pé. E ele era novo demais para morrer.
O seu negócio era viver. E sempre viveu na maior simplicidade do mundo, desde a sua moradia. Não trocava seu casebre de cipó e barro por qualquer outro tipo de casa, muito menos na cidade. Se Seu Brió não gostava de alguma coisa era ir até a cidade. Tudo fazia pra não botar o pé na estrada em dia de feira.
Casinha simples, humilde, parecendo mesmo estar num mundo muito mais antigo. Fogão de lenha, panela de barro, frigideira de fritar ovo com toucinho, de preparar tripa e bucho pra comer com cuscuz, pote em cima da trempe na cozinha, moringa na janela ou em riba da mesinha de madeira tosca.
Quando forçado ir à feira, de lá retornava trazendo fumo de rolo, um litro de cachaça com casca de pau e sempre uma garrafa de vinho de jurubeba. Esta era guardada para algum visitante que aparecesse. O restante era consumido no dia a dia da solitária, porém feliz, vida.
Pinicava o fumo, miudinho do mais miudinho, depois juntava um tantinho na palha de milho seca, passava tudo pelo lábio molhado para fechar, em seguida acendia já se encaminhando para a malhada, para o meio do tempo, de onde permanecia divisando os horizontes e as distantes nuvens de chuvarada. Era difícil avistar uma nuvem boa, prenhe.
A cachacinha apenas de vez em quando. Uma talagadinha só e já se dava por satisfeito. Deitava um tiquinho no copo antes de colocar sobre o prato de estanho o arremediado do meio-dia. Comida pouca, quase nada. Gostava de fazer feijão com carne do sol por que demorava mais, e bastava dormir fervido para estar bom no outro dia.
Outro tantinho de cachaça quando chegava o entardecer e logo a paisagem sertaneja tomava um encantamento sem igual. Nunca se cansava de admirar aquela magia divina, aquela força estranha que ia acendendo candeeiros pelos horizontes, entre as nuvens, para depois a tudo esturricar e ter a lua grande chegando. E quanta saudade, quanta recordação!
Dormia em rede armada na varanda, de porta aberta, caçando pedaço de lua enquanto o sono não chegava. No meio da noite, parecia ouvir vozes da natureza, das folhagens, da ventania. Apertava com dois dedos o pavio do candeeiro ali pertinho no tamborete e depois adormecia. E lá fora o seu mundo se refazendo para renascer noutra luz.
Não havia galo a despertar a manhã. Ao primeiro alvorecer, ainda quase na madruga escurecida, e Seu Brió já estava de pé, adiante da malhada, de toco de pau à mão, andando de canto a outro. Um bom dia ao calango, um bom dia ao graveto tombado ao chão, um bom dia ao passarinho.
Depois se sentava na pedra para orar: Senhor Deus sertanejo, que nenhuma porteira se feche, que nenhuma cancela se tranque, que nenhuma estrada seja tomada pelo inimigo. E que vossa mão bondosa sempre abençoe o filho dessa natureza sertão que lhe clama em oração!
Amém, Seu Brió. Amém!

Escritor
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NOTA DE PESAR!!!

Por Lindomarcos Faustino
Ele faleceu no dia 26 de julho de 2017

Faleceu aos 87 anos de idade, hoje a noite, no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, onde se encontrava internado, o ex-prefeito da cidade de Rodolfo Fernandes-RN, Francisco Germano da Silveira Filho, mais conhecido por “Chiquinho de Germano”, um cidadão do bem!

Ele era natural de Luís Gomes-RN (16 de abril de 1930). Realizou seus estudos no Colégio Diocesano Santa Luzia, em Mossoró, onde aqui foi um dos fundadores do Centro Estudantil Mossoroense – CEM. Em seguida estudou na Escola Técnica União Caixeiral, mas não chegou a concluir.

Começou a trabalhar muito cedo na Mossoró Comercial e Navegação, de propriedade do ex-prefeito Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia. Ainda aos vinte anos de idade iniciou na política, onde herdou do seu genitor esse gosto. Mais tarde assumiu o Ministério da Saúde, na capital do RN; Fiscal de Rendas e em 1961 iniciou na política. Em 1963 foi eleito Prefeito de Rodolfo Fernandes-RN, depois foi reeleito em 1968, 1972, 1976 e 1992.

O velório está sendo realizado no Centro de Velório Sempre. Sepultamento no Cemitério São Sebastião em Mossoró, às 10h de amanhã.

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OSMAN LOUREIRO, INTERVENTOR DO ESTADO DE ALAGOAS, COMUNICA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, GETÚLIO VARGAS, A MORTE DO REI DO CANGAÇO.



"O NORDESTE" - 01.08.1938

O Interventor comunica o fato ao Chefe do Governo

MACEIÓ, 30 (A Tarde) — O Sr. Osman Loureiro, interventor federal, enviou ao Sr. Getúlio Vargas o seguinte telegrama: “Tenho a satisfação de comunicar a inauguração ontem, na cidade de Porto Calvo, de novo grupo escolar Bernardo Sobrinho, assistindo pessoalmente a aposição do retrato de Vossa Excelência. De volta, coube-me a felicidade de saber que a tropa alagoana, pertencente ao 2° Batalhão, surpreendeu na fazenda Angicos, no território de Sergipe, a Lampião e numeroso grupo, conseguindo matar o famoso bandoleiro e mais dez asseclas. O feito das armas alagoanas, conseguindo exterminar o terror do Nordeste, em cujo encalço andam forças de vários estados, há cerca de quatro lustros, constitui um relevante serviço à civilização e a economia da região nordestina. Coroada assim de êxito a pertinaz campanha empreendida pelo meu governo, não posso deixar de congratular-me com Vossa Excelência, podendo inscrever no ativo da tropa alagoana, que sempre tem acompanhado a ação patriótica do governo da República, mais esta assinalada demonstração do seu acendrado amor ao Brasil. Cordiais saudações — Interventor Osman Loureiro.”

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NOTA DE REPÚDIO


A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) participa, há 49 anos, do processo de formação de profissionais comprometidos com o desenvolvimento econômico, social, cultural, técnico-científico e político do estado.


A UERN desenvolve estudos e projetos de extensão que respondem às grandes questões e problemáticas enfrentadas pelo povo potiguar nesses quase 50 anos, atendendo, dada sua capilaridade no interior, aos filhos das famílias mais necessitadas e/ou afastadas dos centros urbanos polos do estado, além de atuar de forma expressiva na capital.

A UERN transforma pessoas, muda vidas, semeia esperança e colhe frutos junto com a população potiguar dinamizando a economia na capital, e mais notadamente no interior, como também forma profissionais para atuarem no mercado de trabalho, especialmente na administração pública, participando diretamente do processo de profissionalização do serviço público.

A UERN desenvolve ensino, pesquisa e extensão assim como promove eventos que retroalimentam, preservam e difundem a cultura potiguar, nordestina e nacional.

Entretanto, às vésperas do seu jubileu de ouro, a UERN vive uma crise sem precedentes, resultado da falta de atenção e compromisso do Governo do Estado, que nega educação de qualidade ao povo potiguar. A ausência de novos investimentos, associada à retenção de repasses dos recursos financeiros da universidade, tem posto a UERN na situação de constante “pires na mão”, mendigando aquilo que lhe é de direito.

Um exemplo desta realidade é o atraso e o parcelamento dos salários dos professores e técnicos que vêm ocorrendo há 19 meses, sem contar o tratamento discriminatório dado aos servidores da UERN em relação aos demais servidores da Educação.

Diante deste contexto, o Fórum dos Chefes e Coordenadores de Curso vem a público externar seu repúdio a essa política de desconstrução da UERN, patrimônio do povo potiguar. Ao mesmo tempo, exige que a administração da Universidade rompa o silêncio e a passividade, reagindo de maneira favorável e imediata em defesa dos(as) servidores da UERN e dos(as) estudantes.

Mossoró, 27 de julho de 2017


Fórum dos Chefes de Departamento e Coordenadores de Curso de Graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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ROMANCE ESCRITO POR UM CEARENSE, EM 1878, SOBRE UM FATO PERNAMBUCANO


Trata-se de uma das onze obras de Tristão de Alencar Araripe Júnior, neto do mártir republicano Tristão de Alencar. Nesta, o movimento tido por Sebastianista, ocorrido em São José do Belmonte-PE, de 1836 a 1838, é escrito por talentoso literato. Vale a pena conhecer um movimento de resistência indígena no semiárido nordestino de forma romanceada.

Heitor F. Macêdo

http://www.caldeiraodochico.com.br/romance-escrito-por-um-cearense-em-1878-sobre-um-fato-pernambucano/

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LOUCOS DAS RUAS DE POMBAL, DÉCADA DE 1970. NONATO DOIDO.

 Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Loucos Das ruas de Pombal, década de 1970.

Eu trago em mim a loucura de todos os loucos das ruas da Pombal da minha insana infância.

NONATO DOIDO


Nonato era filho de Custódio Santana, que foi um dos maiores seresteiros e boêmios de Pombal, e de Elvira de Paiva, que já era uma solteirona de idade avançada quando teve esse romance passageiro com o boêmio, que resultou em uma gravidez inesperada. Custodio era irmão de Zezinho Sapateiro e nunca reconheceu Nonato como filho.


Na nossa maldade de menino, o chamávamos de Nonato Doido. Mas, ele era uma criança crescida, não era violento, não fazia medo ou agredia a ninguém e era muito religioso. Nonato andava apressado, quase correndo, como se estivesse sempre atrasado para chegar em algum lugar. Outras vezes seguia pelos trilhos do trem contando os dormentes.

Era frequente vê-lo na mercearia de Terezinha de Natan, na rua do Guindaste, para quem levava e trazia recados, os quais, ao ouvi-los, saia repetindo pelas ruas de Pombal até o destinatário, para não esquecer. Não era confiável para levar algum tipo de comida, já que frequentemente abria o pacote, comia e voltava para a pessoa que enviou com a desculpa seguinte:

- Eu comi tudo: fiz bem ou fiz mal? 

Também era frequentador da casa de Eudócia, minha tia, aonde chegava sempre na hora do almoço ou jantar. Chamava minhas tias por Madrinha Dora e madrinha Doça. (Eudócia). 

Todo mundo que ele gostava era “padrinho” ou “madrinha”. Chamava Padrinho Toinho (da Bodega) e Madrinha Dulce.

Conta Paulo Sergio de Zé de enfermeiro que certa vez Dona Alice, mãe de Toinho da bodega, pediu para Nonato ir entregar o almoço do seu marido do outro lado do rio, mas recomendou, que tivesse cuidado e não comesse o pirão. Ele então saiu e atravessou o rio, mas como não resistia a comida, depois que atravessou, parou debaixo de uma oiticica, sentou-se e comeu todo o pirão, depois pegou o alguidar de barro lavou-o, arreou as calças e banhou a bunda dentro. Após a travessura, ele regressou para a casa de Alice, deixando o homem sem comida no roçado. Quando foi indagado devido à demora na entrega do almoço, ele contou a dona Alice tudo que aprontara e, ao final perguntou:

“Fiz bem ou fiz mal? ”

Ainda jovem quando a loucura não ainda não era tão evidente, Nonato fazia grelha de ferro para fogão de lenha, as quais sua avó negociava nas ruas e feiras de Pombal. 

Dizem que Nonato herdou de custodio a voz: era um bom cantor de músicas religiosas, e popular, só que nunca conseguia decorar as letras, trocando certas palavras, o que fazia o povo gargalhar dentro da igreja.
Nonato ou Raimundo Nonato de Paiva viveu por 81 anos: nasceu no dia 20 de fevereiro de 1920 e faleceu no dia 11 de agosto de 2001.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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VIAGEM CULTURAL- QUARTA ETAPA -MISSA DO VAQUEIRO

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Assistimos, hoje, dia 23, terceiro domingo de julho, em Serrita-PE, a quadragésima sétima Missa do vaqueiro. Em 1970 o Padre João Câncio dos Santos oficializou a primeira Missa em sufrágio da alma do exímio vaqueiro Raimundo Jacó, morto em 1955 com uma pedrada na cabeça, jogada por um outro vaqueiro. 


Com a trágica morte, ele transformou-se em mito e milagreiro e o local onde ele foi morto e sepultado passou a receber romarias de católicos que iam pagar promessas por graças alcançadas. O vaqueiro Raimundo Jacó era primo de Luis Gonzaga, o Rei do Baião. O famoso Cordelista Pedro Bandeira e Luis Gonzaga ajudaram o Padre João Câncio a organizar a primeira missa. Atualmente a Missa do vaqueiro é a maior atração turística do interior de Pernambuco. Raimundo Jacó, por sua habilidade e coragem, transformou-se no vaqueiro símbolo do Sertão nordestino e exemplo de destemor e destreza no manejo do gado na caatinga espinhenta. 


A missa de hoje foi celebrada pelo Bispo da Diocese, com a participação de quase uma dezena de Padres e contou com grande número de vaqueiros vestidos em seus gibões, que deu uma beleza especial ao evento. 


O local da morte de Raimundo Jacó foi transformado no Parque Estadual João Câncio, que tem forma de ferradura e o altar fica na frente do túmulo de Jacó. Ao lado do túmulo tem um monumento em homenagem ao Padre João Câncio. Próximo da entrada do parque tem uma escultura de um vaqueiro montado em seu cavalo.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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LAMPIÃO FOI ABATIDO EM 28 DE JULHO DE 1938

Por Narciso Dias

Há 79 anos, findava a carreira criminosa de Virgolino Ferreira da Silva, Lampião, onde foi localizado e executado com mais dez cangaceiros pela volante comandada pelo Tenente João Bezerra da PMAL, no dia 28/07/1938, na grota do angico no município de Poço Redondo-SE. 

Tenente João Bezerra da Silva

Por quase 20 anos promoveu o terror, o ódio e diversas tipificações de crimes em sete Estados da região Nordeste. Mesmo assim foi capaz de causar admiração em pessoas que por falta de informação ou medo, acreditavam que Lampião tinha propósitos ideológicos no sentido de transformar a vida dos desvalidos nos mais longínquos rincões da região Nordeste, achando que ele se opunha ao governo e ao coronelismo que politicamente eram quem davam às cartas até meados do século XX, Lampião é estudado até hoje e reconhecido pelos pesquisadores como o maior cangaceiro de todos os tempos, em nenhuma pesquisa outro cangaceiro se igualhou a Virgolino, pois foi sem dúvida o mais arisco, estrategista e firme na posição de comando perante os seus subordinados. 


Virgolino Ferreira da Silva foi, é e sempre será objeto de estudo aos que pesquisam sobre esse modelo de banditismo rural que foi o fenômeno do cangaço.

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Lampião, Cangaço e Nordeste
Narciso Dias (administrador)

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A CHEGADA DO TREM EM POMBAL/PB.

 Por Verneck Abrantes

A CHEGADA DO TREM EM POMBAL/PB. Ocorreu em 1932, procedente do Estado do Ceará, quando o Prefeito Municipal era Dr. Janduhy Carneiro. Depois, Pombal foi interligada pela Estada de Ferro as capitais: Fortaleza, João Pessoa, Natal e Recife.


Verneck Abrantes.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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DIÁRIO DE GUERRA

Pedro Ralph Silva Melo 

Hoje, dia 28 de julho de 2017 completam-se 79 anos da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros na Grota de Angico, em Sergipe. A façanha espetacular foi promovida pelo então Tenente João Bezerra da Silva, da polícia alagoana, que surpreendeu o bando enquanto estes faziam coito no local, pertencente a Poço Redondo, há 28 de julho de 1938. A ideia de decapitar os bandoleiros partiu do Tenente.

Foto: Anônimo. Piranhas, Alagoas, 1938. Cangaceiros mortos e suas cabeças cortadas, mostras ao publico, as cabeças foram arrumadas sobre a escadaria da prefeitura local.

Identificação

Vemos a cabeça de Lampião logo em baixo. Acima começando da esquerda para a direita vemos a de Quinta-Feira, Maria Bonita e Luiz Pedro. Mais acima começando da esquerda para a direta vemos a de Mergulhão, Elétrico e Marcela. Mais acima começando da esquerda para a direita vemos a de Enedina, Alecrim, Moeda e Colchete.

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Pedro Ralph Silva Melo (Administrador)


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CORDEL SOBRE O ALIENISTA DE MACHADO DE ASSIS.

Por Medeiros Braga

Porfírio, filosofava:

“Como é difícil de crer,

Detido por dois motivos,
Por fazer, por não fazer;
Fui preso por ter um cão
E agora por não o ter”.

LEIA AS ESTROFES PARA ENTENDER A COMPARAÇÃO

Eu escrevi um cordel sobre o Alienista de Machado de Assis. No final o Alienista, que já havia internado cerca de 80% dos habitantes da região, chegou à conclusão que ser louco na sua terra era uma coisa normal; anormal era quem tinha o pleno equilíbrio das faculdades mentais. O que ele fez, então?... liberou todos os loucos e passou a internar os que considerava normais.


É possível que o judiciário esteja com essa tendência em relação aos corruptos. E quem for honesto que se cuide, afinal ser desonesto está se tornando uma coisa normal.

Foi quando, então, o doutor
Chegou, pois, a conclusão:
Em Itaguaí é normal
Não ter senso de razão...
Ter mania, ter defeito
Faz parte da formação.
Os que tinham consciência,
Equilíbrio, retidão,
Raciocínio perfeito,
Virtudes com precisão,
Esses, sim, são anormais,
Carecem de internação.
O povo por mais que ouvisse
Refletia sem entender:
Por uma simples mania
Que alguém pudesse ter
Mandava pra Casa Verde
Sem as súplicas atender.
E agora solta os loucos
Sem qualquer reclamação...
Por mais que raciocine
Só se chega à conclusão:
Ou ficaram bons os loucos,
Ou louco o Dr. Simão.
Dr. Simão explicava
Da decisão que tomou,
Se quatro quintos são loucos
À conclusão se chegou:
Louco aqui é ser normal,
Anormal é quem não for.
Assim, Dr. Bacamarte
Anunciou pra cidade
Que ia, então, colocar
Com certeza e brevidade,
Pra surpresa das famílias,
Os internos em liberdade.
E soltou como ele disse
Todos internos dementes,
Uns deixava em suas casas,
Outros levavam parentes,
Libertando todos loucos
Pelos graus mais diferentes.
Seriam após recolhidas
Com registro nos anais
Da história da Casa Verde
Aquelas pessoas tais
Que tivessem no equilíbrio
Das faculdades mentais.
De início foi recolhido
O Galvão vereador
E outro que o avisara
De alguém que o ameaçou,
E Porfírio, que chamado
Pra lutar, se recusou.
O corajoso Porfírio
Foi internado uma vez
Por ele haver liderado,
Com bravura e altivez,
Um golpe que atingiria
O poder que faz as leis.
E agora vivendo em paz
Voltava a ser internado
Pelo mesmo Alienista
Por ter sido convidado
Pra liderar outro golpe
E ele haver recusado.
Por não ter participado,
Entendeu Dr. Simão
Que ele se achava em pleno
Equilíbrio da razão...
Como não era normal
Foi pedida a internação.

Porfírio, filosofava:
“Como é difícil de crer,
Detido por dois motivos,
Por fazer, por não fazer;
Fui preso por ter um cão
E agora por não o ter”.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso 

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