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quinta-feira, 4 de julho de 2013

O cantor João Mossoró fará show hoje, sábado, dia 6 de Julho, no "Mercadão Cadegue"


O cantor João Mossoró fará show hoje, sábadodia 6 de Julho, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, "Mercadão Cadegue".

Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".

 

Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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Vaqueiros da História



Lendo a história, e dela refazendo os percursos, pelas veredas ensolaradas e espinhentas do chão nordestino... Assim como vaqueiros, vaqueiros da história, como diria o poeta matuto que partiu feliz...

Rangel Alves da Costa

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A IMPORTÂNCIA DO SÍTIO HISTÓRICO DA RAMPA PARA A AVIAÇÃO BRASILEIRA E SUA SITUAÇÃO ATUAL

Publicado em 01/07/2013 por Rostand Medeiros
Rostand Medeiros e Dr. Francisquinha

Segundo apontam os principais estudos relativos à história da aviação no Brasil na primeira metade do século XX, a importância da cidade de Natal para o desenvolvimento desta atividade sempre esteve ligada a sua privilegiada localização geográfica.

O autor deste artigo no prédio histórico da Rampa em 2009 - Foto - Leonardo Dantas
O autor deste artigo no prédio histórico da Rampa em 2009 – Foto – Leonardo Dantas

Entre o final da década de 1920, até o primeiro semestre de 1942, em meio a uma cidade provinciana, com uma população que variou neste período entre 40.000 a 60.000 pessoas, importantes empresas aéreas chegaram a capital potiguar para desenvolveram suas atividades.

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Coronel Delmiro Gouveia


Um coronel estranho. Necessário lembrar que, neste caso, o termo coronel está se referindo aos antigos chefes locais do interior do Brasil, em geral grandes proprietários rurais. O título parece ter a sua origem na antiga Guarda Nacional nos tempos do Império. Com a descentralização política promovida na fase da Primeira República (1889-1930), esses chefes locais fortaleceram ainda mais a sua autoridade, manipulando as eleições e exercendo o controle do poder, principalmente a nível municipal.

Delmiro Gouveia (imagem acima) fugia desse modelo do coronel tradicional. Embora tenha começado a sua vida ligado às atividades rurais, sobretudo a compra e venda de couros no interior de Pernambuco, acabou conhecido como o industrial do sertão. Abriu uma grande fábrica no interior do estado de Alagoas, nas proximidades da famosa cachoeira de Paulo Afonso. Ao lado da fábrica, construiu uma vila operária pioneira para abrigar os seus empregados. De coronel a empresário, esta foi a trajetória deste personagem cuja morte está até hoje mal explicada.

Delmiro Augusto da Cruz Gouveia nasceu em 1863, fruto de um relacionamento arrebatador entre Delmiro Porfírio de Farias, mais conhecido como Belo, de 34 anos, tropeiro e uma adolescente chamada Leonila Flora da Cruz Gouveia, que mal havia completado os 14 anos. A paixão levou Belo a raptar Leonila. Foram meses em fuga pelo sertão, pois a polícia e os jagunços enviados pelo pai da moça estavam no encalço dos dois amantes. Em meio a essa fuga nasceram Maria Augusta e o futuro coronel Delmiro. Logo depois, Belo foi convocado para a Guerra do Paraguai e não retornou mais. A viúva Leonila decidiu morar em Recife e ficou em dificuldades para criar os filhos, pois a sua antiga família a renegara depois da união com Belo. Contudo, pouco tempo depois, Leonila casou-se com o advogado Meira Vasconcelos, para quem trabalhava como governanta.

 

Quando Delmiro Gouveia completou 15 anos, sua mãe faleceu decorrente de problemas no coração. A partir daí, o jovem Delmiro resolveu ganhar a vida e começou a trabalhar. Tinha recebido as primeiras instruções em casa com a própria mãe e o padrasto. Exerceu os mais variados tipos de serviço, como bilheteiro em uma empresa de transporte urbano, condutor e depois, em 1881, tornou-se caixeiro no comércio de Recife. Fez amizade com o comerciante de algodão Francisco Xavier dos Santos, que o apresentou a um amigo, o tabelião Antonio Severiano de Melo Falcão. Este último tinha uma filha de apenas 13 anos, Anunciada Cândida ou Iaiá, por quem Delmiro se apaixonou. O casamento ocorreu em 1883 (na foto acima, Delmiro e dona Iaiá).

A situação do Nordeste nessa época não era das melhores e conseguir sobreviver não era fácil para aqueles menos privilegiados. As secas começavam a dispersar uma parte da população do sertão em direção à Amazônia, onde começava o ciclo da borracha. A riqueza da economia açucareira era uma lembrança do passado e as atenções do país estavam voltadas para o café, produzido no Sul. Contudo, a região apresentava a possibilidade da produção e comercialização do couro obtido do boi, cavalo, bode, carneiro, burro e até do jegue. A atividade atraia estrangeiros, entre eles o sueco Hermann Lundgren, cuja família fundaria o império das Casas Pernambucanas. Foi nessa atividade que Delmiro Gouveia começou a prosperar e como representante da casa norte-americana Keen Sutterly & Co. Ltd. . Logo depois de uma viagem aos Estados Unidos, Delmiro tornou-se o gerente de todos os negócios da firma em Pernambuco.

 

Em 1894 voltou aos Estados Unidos (na foto acima, Delmiro Gouvea diante das cataratas de Niagara) para comprar as instalações da firma norte-americana que havia encerrado as suas operações no Brasil. Delmiro também realizara outros negócios paralelos no ramo dos couros, que incluiam a poderosa empresa de peles norte-americana J. H. Rossbach Brothers.

Em 1897, era um comerciante próspero e construiu uma bela casa em Apipucos, nas proximidades de Recife. Delmiro tornava-se uma figura atraente na sociedade local e envolvia-se frequentemente com outras mulheres. Embora na sociedade patriarcal da época isso fosse algo comum, no caso de Delmiro ganhava muita notoriedade, principalmente o seu gosto por cantoras de ópera, as quais homenageava com presentes caros em sua própria casa. Sem condições emocionais de suportar esses escândalos, dona Iaiá resolveu deixá-lo em definitivo.

Delmiro Gouveia, ao contrário dos outros membros da elite dos coronéis, pensava em diversificar os seus negócios e em 1898 firmou um contrato com a prefeitura de Recife para instalar um Mercado Modelo, no antigo Derby Club da cidade. No ano seguinte, o mesmo já estava sendo inaugurado. A novidade para a população recifense: os preços inferiores aos dos outros lugares da cidade. O Mercado funcionava durante a noite com luz elétrica e tendo atrativos como carrosséis, teatro, hotel de luxo, velódromo e um sistema de transporte de bondes puxados a burro para levar o público ao mesmo. Era quase uma antevisão do moderno "shopping". Delmiro resolveu construir um palacete para residir próximo ao seu empreendimento.

Apesar do êxito popular de seu novo negócio, Delmiro Gouveia não estava sintonizado com a elite política dominante em Pernambuco e que era liderada pelo então vice-presidente da República, o Conselheiro Francisco de Assis Rosa e Silva. Um de seus aliados era o novo prefeito de Recife, o qual colocou uma série enorme de empecilhos ao funcionamento do Mercado-Modelo, como por exemplo, a proibição para a venda de carne. A fim de resolver a desavença com o prefeito, Delmiro viajou ao Rio de Janeiro para avistar-se pessoalmente com o vice-presidente Rosa e Silva e recebeu deste a promessa de que a perseguição acabaria caso ele e seus amigos apoiassem o governo de Pernambuco. Ao mesmo tempo, Delmiro tomava conhecimento, ainda no Rio, de que um pistoleiro conhecido como João Sabe-Tudo já se encontrava na capital para assassiná-lo. Logo depois, quando caminhava no centro da capital, na Rua do Ouvidor, Delmiro encontrou o vice-presidente Rosa e Silva na porta de uma loja e dirigindo-se ao mesmo, esbravejou contra a ameaça de morte que estava sofrendo. Em seguida, em um ataque de fúria, Delmiro agrediu o vice-presidente com a sua bengala, obrigando Rosa e Silva a se esconder dentro da loja, diante de uma multidão que se aglomerava e testemunhava o episódio.

A represália veio logo depois, no dia 02.01.1900, quando o Mercado-Modelo do Derby amanheceu em chamas. As autoridades locais acusaram o próprio Delmiro de ter mandado atear fogo ao mercado para receber o dinheiro de um seguro e a polícia recebeu ordens para prendê-lo. Delmiro teria dito depois que os policiais o insultaram moralmente para justificar a sua reação e assassiná-lo. Contudo, diante da pressão de seus amigos junto ao então governador, Segismundo Gonçalves, Delmiro foi libertado, mas teve de abandonar a capital pernambucana. O coronel ainda tocava os seus negócios, entre eles a venda de couros e uma usina de açucar.

 

Delmiro retornou dois anos depois a Pernambuco e conheceu uma moça de 16 anos chamada Carmela Eulina do Amaral Gusmão (imagem acima), que muitos apontavam como filha do governador em um caso extra-conjugal. Delmiro repetiu o ato do pai, raptou a menor e levou-a para o interior de Alagoas, onde comprou uma fazenda e se estabeleceu em um local chamado Pedra, às margens de uma estrada de ferro pouco utilizada e distante 20 quilometros da cachoeira de Paulo Afonso. Sim, ele foi processado por rapto e estava sendo procurado pela polícia. Posteriormente, o processo foi anulado por interferência dos aliados de Delmiro Gouveia. Eulina deu a Delmiro três filhos e permaneceu na fazenda, em Pedra, por cinco anos.

Foi nesse lugar, aparentemente inóspito, que Delmiro realizou o seu grande empreendimento, o de explorar os recursos hidrelétricos da cachoeira de Paulo Afonso e estabelecer um centro industrial naquele local. A fazenda que adquiriu prosperou com a introdução do gado zebu e das vacas holandesas, além de cultivar uma planta cactácea que teria vindo do Texas, conhecida como palma. A partir dessa fazenda, Delmiro continuava a exportar couro para os Estados Unidos.


Sem acordo com o governo local para a instalação da usina de eletricidade, Delmiro resolveu explorar de forma particular a energia hidrelétrica no São Francisco. Trouxe geradores até as margens do rio e os fez atravessar por meio de uma ponte improvizada. Para colocar a primeira turbina, foi necessário descer a mesma de uma altura de 84 metros. Alguns autores afirmam que o próprio Delmiro orientou a descida pendurado em uma corda. Em 1913, a usina foi inaugurada. Em seguida, veio a fábrica (na foto acima, a entrada da Cia. Agro-Fabril Mercantil).


A indústria dedicou-se à produção de linhas de costura. Máquinas foram importadas da Inglaterra, técnicos vieram da Europa, mil operários foram contratados, além dos trabalhadores utilizados nos campos para a produção de algodão. Em meados de 1914, a fábrica já estava produzindo fios, linhas para crochê, bordado e ainda cordões brancos e coloridos (na imagem acima, os escritórios da empresa). Os produtos tinham a marca "Estrela" e dois gigantes puxando um fio como símbolo ou logotipo. Em pouco tempo, a produção aumentou e a fábrica exportava para alguns países da América do Sul.


Os anos correspondentes à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foram favoráveis aos negócios fabris no Brasil, diante das dificuldades de importação decorrente da guerra travada na Europa e Delmiro Gouveia soube tirar proveito dessa situação.


Outro aspecto a destacar desse novo empreendimento de Delmiro Gouveia foi a vila operária para abrigar os trabalhadores. As condições de vida dentro da mesma estavam acima das que eram encontradas na maior parte do sertão nordestino. Eram 250 casas com luz elétrica, água e um sistema de esgotos (na foto acima, a antiga vila com as casas). Mas as normas para viver lá eram rigorosas. Não era admitida a presença da Igreja Católica e nem as datas religiosas eram celebradas. Nem mesmo o carnaval era comemorado. O controle sobre os trabalhadores era exercido até dentro das próprias casas, onde os mesmos deviam seguir normas, como não usar chapéus e nem andar sem camisa. O próprio Delmiro inspecionava as casas que deviam ficar com as portas abertas. Aqueles que cometiam alguma falta grave eram duramente castigados. O estilo autoritário de Delmiro feria muitos costumes arraigados na vida dos trabalhadores, como a religiosidade. Por outro lado, médicos e remédios eram disponibilizados e havia diversão, apesar do controle com relação ao consumo de bebida alcoólica.

A alfabetização era obrigatória para as crianças e foram implantados cursos noturnos para os trabalhadores. O regime de trabalho era de oito horas diárias com descanso semanal aos domingos. Uma Caixa de Previdência foi implantada mediante uma contribuição semanal dos próprios trabalhadores.


Não se têm notícia de morte violenta na fábrica localizada em Pedra, exceto uma, a do próprio Coronel Delmiro. Em 10.10.1917, às 9 horas da noite, quando estava na sua varanda lendo jornal, Delmiro foi alvejado com três tiros, um dos quais lhe acertou o coração. Três pistoleiros foram detidos e, sob tortura, incriminaram dois mandantes, que nunca foram presos, um dos quais por ter imunidade parlamentar. Dois outros suspeitos de encomendar o crime incluiam o pai de uma jovem que Delmiro seduzira e um amigo de Rosa e Silva, o vice-presidente que foi agredido pelo coronel.


Contudo, ficou sempre no ar uma suspeita, a de que Delmiro Gouveia tivesse sido assassinado a mando de seus concorrentes ingleses, mais precisamente da multinacional textil Machine Cottons. Não havia dúvida de que o crescimento do negócio de Delmiro incomodava esta empresa estrangeira. Os ingleses chegaram a boicotar os comerciantes que comprassem as linhas Estrela. A Machine Cottons tinha feito várias propostas de compra da fábrica de Pedra e sempre tendo resposta negativa da parte do Coronel Delmiro. Contudo, nenhuma prova do envolvimento da multinacional foi encontrada nos tiros que vitimaram o empresário. A fábrica continuou prosperando até 1924, quando passou para os três filhos de Delmiro Gouveia.

No governo do presidente Washington Luís, a política liberal então adotada reduziu a taxa de importação sobre linhas de costura. Diante da nova situação, em 1927, a fábrica foi vendida pelos herdeiros para a firma Menezes Irmãos & Cia., a qual, em 1929, a revendeu para a...Machine Cottons, que substituiu a marca Estrela pelas linhas da marca Corrente. Em 1930, a fábrica de Pedra foi desmantelada e as máquinas jogadas no fundo do rio São Francisco.

Para saber mais:

Marcovitch, Jacques. Pioneiros & Empreendedores: A Saga do Desenvolvimento no Brasil. São Paulo: Edusp e Editora Saraiva, 2007, vol. 3.
Crédito das imagens: Grandes Personagens da Nossa História. Abril Cultural, 1969, pags. 845-860.


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