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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

LAMPIÃO E O SAL

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

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A CASA SEM PORTAS

*Rangel Alves da Costa

Quando estou viajando rumo ao meu sertão, as estradas distantes se tornam como retratos que vou desvendando em suas imagens. O que mais me chama a atenção, contudo, são as casinhas sempre de portas e janelas fechadas.
Casas, casinhas, casebres, pequenas construções em barro e ripa, já envelhecidas de tempo, envernizadas pelo fogo dos dias, assemelham-se ao tudo e ao nada. Tudo na significação. Nada pelo avistado. As portas e a janelas nunca estão abertas.
Que retrato mais desolador avistar moradias assim. Tudo como se os seus donos não existissem mais. Tudo como se as portas tivessem sido fechadas após o adeus do último habitante. Pessoas que partiram para nunca mais regressar. Uma tristeza danada.
De tanto cismar com tais moradias sempre com jeito de solitárias e abandonadas, depois de tanto meditar sobre a razão de elas estarem sempre assim, depois fiquei sabendo de uma história mais instigante ainda. Instigante e até incompreensível.
A história da casa sem portas. Sem portas nem janelas, nem na parte da frente, pelos lados ou atrás. Era como se a casa tivesse sido construída normalmente, com dependências e telhado, mas depois simplesmente fechada por todos os lados. E não havia entrada ou saída pelo telhado. Muito menos por debaixo do chão.
Um dia, sempre depois de demoradamente refletir sobre essa história, eis que me encorajo para ir até o local dessa moradia. E fui. No outro dia, mesmo com um tempo tão nublado que mais parecia proximidade da noite, de repente me vi diante da casa.
Uma casa normal, pequena, de barro e tijolo, já com muito tempo de construída, fato constatado pelos ocres esmaecidos do tempo e os lanhos dos anos nas paredes. Ficava próxima à estrada, apenas alguns passos mais afastada, já na vizinhança da mata. Um pouco mais ao lado um grande e solitário umbuzeiro.
Dirigi-me para debaixo do umbuzeiro e fiquei ali em pé, pensando no que fazer. De pertinho onde estava, logo percebi que as paredes eram contínuas, sem fresta alguma, sem local algum com aparência de porta ou janela. Que coisa mais estranha, pensei.


Resolvi dar a volta ao redor da casa inteira e igualmente constatei não possuir qualquer porta ou janela. Ali eu estava em busca de respostas, mas como saber de alguma coisa se não havia ninguém por perto. Não adiantava bater à porta, pois esta inexistente. Não adiantava chamar à janela, pois nada disso existia.
Então me veio uma coisa meio louca de fazer. Então me aproximei mais e rente à parede da frente comecei a gritar: Tem alguém aí? Por favor, responda, tem alguém aí dentro? Tem alguém aí dentro, tem alguém aí? Passei uns cinco minutos nestes gestos de quase insanidade.
Certamente que não havia ninguém ali dentro. Como entrar, como sair? Sentei-me debaixo do umbuzeiro e fiquei pensando sobre a intencionalidade de quem a havia construído assim, sem portas e janelas. Qual o objetivo dessa pessoa em apenas construir, fechar tudo e depois abandonar?
Quanto pobres somos nós em pensamentos. Em tudo há uma razão de ser. As portas e janelas podem estar ausentes nas casas e também nas pessoas. Pessoas existem que não deixam sequer entrar uma luz de sol pelas suas frestas. Pessoas existem que se fecham em si mesmas e não admitem que ninguém bata à porta de seu coração.
Aquela casinha talvez tivesse sido construída apenas como um santuário de recordação. Quem a ergueu tinha muito mais a guardar ali dentro que a utilizar como moradia. Por isso mesmo que talvez ali dentro as recordações familiares, os baús da memória, as vozes e os suores familiares desde os primeiros tempos. Ali dentro as folhagens da árvore de vidas que não poderiam ser levadas pela ventania dos tempos: nomes e sobrenomes, de pais, avôs, bisavôs, filhos, irmãos...
Tudo, porém, apenas hipóteses no meu pensamento. Então levantei para retornar sem as respostas conclusivas que tanto esperava. Mais uma vez olhei a casa de cima abaixo, fiz um gesto de despedida, caminhei entristecido. Alguns passos adiante, eis que ouço e sinto algo muito estranho acontecer.
Saído como de dentro da casa, pelos ares subia um cheiro forte de café no fogão. Cheiro de toucinho assado, um aroma de cuscuz no ponto. E vozes e vozes. “Não saia pra fora menino, pois já vai serenar”. “Debulhe logo esse feijão de corda”. “Encha a quartinha de água e depois leva pro umbral da janela”.
Olhei. Entristeci ainda mais. Chorei. Ali dentro, na casa fechada, as memórias familiares que jamais seriam perdidas.

Escritor
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MAIS UM PROGRAMA INÉDITO PARA MEUS QUERIDOS AMIGOS.


Robério Santos

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DEPOIS DA DERROTA LAMPIÃO EM LIMOEIRO DO NORTE


Após a terrível derrota que sofreu em Mossoró / RN em 13 de junho de 1927, em que perdeu dois grandes cangaceiros (Colchete e Jararaca), Lampião andando à cavalo, juntamente com seus comandados, adentrou no território cearense com destino á cidade de Limoeiro do Norte no Ceará.

Em rápido deslocamento, o rei vesgo do cangaço alcançou a fazenda do Sr. Anízio Batista, na Lagoa do Rocha, e sob sua direção entrou em Limoeiro, tendo sido recebido por Custódio Menezes (juiz de paz), em virtude da ausência do prefeito (Cel Felipe Santiago de Lima)*, e pelo padre Vital Gurgel.

Lampião, esperto como uma águia, antes de entrar na respectiva cidade, mandou Anízio Batista sondar as autoridades locais, sobre a possibilidade de recebê-lo, pacificamente, ou não.

Diante do gesto afirmativo das autoridades, de não promoverem nenhuma represália / agressão ao temível cangaceiro, até porque Limoeiro não tinha condições satisfatórias de defesa, Lampião entrou serenamente com seu grupo naquela cidade, tendo dito ao Sr. Anízio:
O senhor vai na frente, pois se houver qualquer reação, a primeira cabeça a rolar será a sua ".
Já no interior da cidade, Lampião caminhou até o Hotel Lucas, onde mais tarde jantaria. Antes de iniciar a refeição exigiu que alguns cidadãos experimentassem a comida, antes dele e de seu grupo.

O padre Acelino Viana Arrais saiu de sua fazenda, Maçarico, com a finalidade de ver Lampião, com quem teve o seguinte diálogo:
" - Lampião, eu tenho coragem de acompanhar-lhes na vida do cangaço." 
Ocorre que o sacerdote era bem nutrido e possuia um ventre avantajado. Virgulino fitou-o, e fez, a seguinte observação:
" Seu vigário, homem barrigudo, não pode participar dessa vida, porque além de dura, nós se arrasta como cobra pru mode atirar nos macacos. Hômi da barriga grande não dá para isto "



Virgulino, ainda na cidade de Limoeiro procurou o doutor da cidade - Dr. Araújo. Foi á farmácia Araújo com os feridos ( tiroteio de Mossoró). Assistiu aos curativos e, após, insistiu em pagar os honorários. Não sendo atendido, presenteou o médico com um pequeno punhal de cabo de chifre, adornado com anéis de ouro. Em seguida, tomou conhaque num bar.

Um fotógrafo aproveitou a oportunidade, e convidou Lampião e seu grupo a deixar-se fotografar, no que foi antendido. Amante da publicidade, o Rei vesgo do cangaço convocou seus companheiros e os sequestrados (Cel. Antonio Gurgel, D. Maria José, etc..). Formou na linha de frente, com um joelho em terra e empunhando o mosquetão. Na segunda foto batida com vinte e poucos cangaceiros montados á cavalo, ele aparece tristonho, montado num burro. Os negativos foram revelados e copiados em Mossoró/RN, no atelier do Otávio.


As volantes do Ten. Costa e de Quelé vinham seguindo os passos dos cangaceiros. Lampião pretendia dormir em Limoeiro, mas devidamente informado do movimento das volantes, e atendendo aos conselhos das autoridades locais, resolveu não pernoitar na respectiva cidade.

No outro dia as volantes chegaram, ai já era tarde, o rei do cangaço, já estava distante com seu grupo.

FONTES DE CONSULTA:
1- Lampião em Limoeiro do Norte - Autor: Antonio Nunes Malveira
2- A Marcha de Lampião - Autor : Raul Fernandes

  
Uabraço a todos.
IVANILDO SILVEIRA
NATAL/RN

*O nome do prefeito nos foi informado pelo confrade Raimundo Gomes em 12 de Janeiro de 2013.
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Adendo importante!


Com relação as fotos das trincheiras em Mossoró, após a resistência do 13 de junho de 1927, e do Jararaca na prisão, inclusive ladeado pelos dois soldados, são, da autoria de José Octávio, dono do Atelier J. Octávio. Agora... As fotos feitas em Limoeiro do Norte-CE, que em muitos livros aparecem como de autoria do José Octávio, estas são do fotógrafo limoeirense Chico Ribeiro, que trouxe os negativos e as revelou no Atelier mossoroense. Melhores informações estão no livro "Nas Garras de Lampião - Diário do Cel. Gurgel" - Antonio Gurgel & Raimindo Soares de Brito. 2ª edição 2006. 


Kydelmir Dantas _ Mossoró-RN. 

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/11/lampiao-em-limoeiro-do-norte-ce.html
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PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA - PE JOAREZ VIRGOLINO


  Padre Cícero Romão Batista:
                      um  intelectual orgânico?
                   Por Joarez Virgolino Aires

Em tese de doutorado, o Prof. Luitgade Olveira, em seu livro A Terra da Mãe de Deus, pela Editora Francisco Alves, identifica o movimento dos beatos e conselheiros do Brasil, a partir da matriz ideológica do padre Mestre Ibiapina. Aplicando a teoria de Antônio Gramsci, entende que estes líderes religiosos plasmaram e influenciaram um grupo social e, por isto, mesmo que analfabetos, entram na categoria de intelectuais orgânicos.

Depois de São Francisco de Sales, Padre Mestre Ibiapina foi o grande modelo na vida do padre Cícero como de todos os conselheiros e beatos da época.

Enquanto não recebe uma paróquia, o Padre Cícero colabora como professor de Latim no Colégio Venerável Ibiapina, fundado e dirigido por José Marrocos e celebra nas capelas da região.

Infância do Padre Cícero

Os biógrafos do Padre Cícero são unânimes em retratá-lo, nessa fase, como uma criança e um adolescente já tocados pelo fervor religioso do mundo sertanejo de sua época. O ambiente familiar de profundo respeito ao Padre Ibiapina, a leitura da vida de santos, a assiduidade à Igreja, a vivência das missões, formam o clima de religiosidade de sua vida. Mas, principalmente a leitura da vida de São Francisco de Sales determinará, como ele próprio deixará escrito em testamento, sua decisão de se dedicar ao sacerdócio.

Mais velho do que Cícero e acossado pelas desditas cente­nárias de sua família, vagueia pelo Cariri Antônio Vicente Mendes Maciel. Enquanto Cícero, jovem, aspira ao sacerdócio tendo Ibiapina por modelo, Antônio Vicente veste o hábito dos beatos, põe a cruz às costas e parte para sua missão na terra.

Após a morte do pai, Cícero fica ameaçado de não poder continuar os estudos. Em socorro de seu ideal vem o padrinho, o rico comerciante Antonio Luiz Alves Pequeno, que se oferece para financiar os estudos do afilhado até sua ordenação.

Próximo à ordenação, o reitor do Seminário levanta dúvida sobre a conveniência de sua ordenação, alegando sua ausência do confessionário por um espaço muito longo de tempo.

Cícero Romão, ordenado Padre

Em 1870, quando Cícero se torna padre, já Ibiapina está afastado do Ceará, onde a presença da autoridade eclesiástica tolhera-lhe todos os passos. Em 1872 D. Luiz parece ter-se apossado de todo o rebanho submetido a sua autoridade, com a despedida definitiva de Ibiapina das Terras do Cariri.

Em janeiro de 1871, ordenado aos 26 anos, chega ao Crato o Padre Cícero Romão Baptista. Desfruta da amizade, da confiança e da consideração do Bispo D. Luiz que, em 29 de dezembro já lhe concedera licença para pregar e celebrar, pelo prazo de 1 ano. Enquanto não recebe uma paróquia, o Padre Cícero colabora como professor de Latim no Colégio Venerável Ibiapina, fundado e dirigido por José Marrocos e celebra nas capelas da região.
Os historiadores do Juazeiro descrevem o povoado constituído de pequenas casas em torno do pátio da capela e ao longo da margem do rio Salgadinho. Os habitantes não primavam pela repetição em suas práxis de vida, dos ensinamentos dos capelães. Cultivavam os hábitos de samba e cachaçada nas horas de lazer e viviam em promiscuidade. Jua­zeiro era mais uma pousada para os viandantes que se dirigiam de Barbalha, Milagres e outras paragens, para o Crato. Os comboieiros se dessedentam à sombra dos frondosos juazeiros. Mas o povoado já tinha escola e era aí que o Padre Cícero per­noitava quando vinha aos domingos celebrar missa, função que desempenhou a partir daquela noite de Natal, a pedido do pro­fessor Simeão Macedo e os fazendeiros da vizinhança que, em­bora residindo em suas fazendas, tinham casas construídas no arruado. Poucas eram as famílias de posses que residiam na rua.

Padre Cícero não era um bronco. O acervo de conhecimentos do Padre Cícero entusiasmou o botânico alemão Philipp V que, a serviço da Ins­petoria Federal de Obras Contra as Secas – do Ministério da Viação e Obras Públicas, passou no Juazeiro em 1921.

De sua viagem publicou o livro “Estudo Botânico do Nordeste”, pu­blicação daquele Ministério, em 1923. Na página 59 deste livro, se lê: “Naturalmente, para mim, se tornou de capital importância co­nhecer e falar com o Padre Cícero e tive o prazer de, à minha chegada, ser recebido e ter animada palestra com o mesmo. Este velho, de real prestígio popular, deixou-me gratas recorda­ções. Tratou-me com delicadeza e amabilidade. De facto, tra­ta-se de um homem que dispõe de instrução e saber invulgares: aborda com egual facilidade a política e a história brasileira; tem conhecimentos profundos de história universal, ciência naturaes, especialmente quanto à agricultura. (…)

Episódio prodigioso. Padre Bulhões, questionado um dia por uma paro­quiana por que não falava do púlpito condenando o Padre Cí­cero, respondeu: “Comadre, eu não sei quem é o Padre Cícero! Não conheço os desígnios de Deus para esse sa­cerdote. Além do mais, não sabendo de nenhum crime desse homem, prefiro não duvidar dos poderes de Deus.” E contou a história de um padre seu amigo, vigário numa cidade da beira do S. Francisco, centenas de léguas distante do Juazeiro. Esse padre acorda um dia com o sino da igreja chamando para a mis­sa. Como ainda estava escuro, pensou que o sacristão se enga­nara no horário e correu a adverti-lo. Chegando lá, encontra a igreja iluminada, cheia de gente, e um padre de costas cele­brando a missa. Espantado com o fato, ele se aproxima do altar para ajudar o padre que estava sem sacristão. E constata, cheio de assombro, ser o Padre Cícero. Este ainda era vivo, muito velhinho, no Juazeiro. Terminada a missa onde comungaram muitas pessoas, todas desconhecidas do vigário, este se dirige ao Padre Cícero: Como o Sr. está aqui, suspenso de ordem, tão distante do Juazeiro, quando chegou? O Padre Cícero lhe sorri respondendo: Meu amiguinho, você dorme demais!

Fala isto e desaparece da vista do vigário, juntamente com todos os assis­tentes da missa. A igreja fica às escuras e o vigário tomado de terror tenta fugir aos gritos. Na carreira cai e fratura uma perna ficando ali, até à hora em que o sacristão o en­contra deitado, sem coragem de se mover. Esse padre, que fi­cou defeituoso da perna, relatou pessoalmente o caso ao Padre Bulhões, quando este o foi visitar. Concluindo, afirmava Padre Bulhões: “Compreendeu, comadre? Era o Pa­dre Cícero, em espírito, celebrando missa para as almas do purgatório, fora do Juazeiro!”

http://padrescasadosceara.comunidades.net/padre-cicero-romao-batista-pe-joarez-virgolino

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O RIO PIANCÓ A PARTIR DE COREMAS. Texto de José Tavares de Araújo Neto

Engenheiros-Agrônomos Benedito Vasconcelos Mendes e José Tavares de Araújo Neto
O Rio Piancó foi perenizado em 1956, graças à construção do complexo hídrico denominado Coremas/Mãe D’água, no município de Coremas/PB, cuja capacidade total de acumulação de água é de 1,1 bilhão de metros cúbicos.
No município de Pombal, precisamente no Sitio Camboa, o Rio Piancó despeja suas águas no leito do Rio Piranhas, que, antes temporário, torna-se perenizado e entrecorta os municípios paraibanos de Paulista, Riacho dos Cavalos e São Bento, até adentrar o Estado do Rio Grande do Norte, através do município de Jardim de Piranhas, de onde segue até a Barragem de Açú, desaguando no Oceano Atlântico, no município de Macau.
Através de adutoras, no Estado da Paraíba, as águas do Rio Piancó abastecem as cidades de Coremas, Pombal, Cajazeirinhas, São Bentinho, Condado, Malta, Patos, São José de Espinhara, São José do Sabugi, Salgadinho, Cacimba de Areia, Areia de Baraúna, Quixaba, São Mamede, Santa Luzia, Várzea, Passagem, além de Vista Serrana, Paulista, Catolé do Rocha, São Bento, Brejo do Cruz e Belém de Brejo do Cruz, através do Rio Piranhas.
Em pesquisa realizada em 2011 pela Rádio Liberdade FM e alunos da Escola Municipal Professor Newton Seixas, o Rio Piancó foi escolhido pela população como uma das sete maravilhas de Pombal, ao lado da Igreja do Rosário, Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, Coluna da Hora, Cadeia Velha, Praça do Centenário e os Grupos Folclóricos.
Texto de José Tavares de Araújo Neto 

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Rio Piancó e as novas paisagens surgidas com as chuvas recentes

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 Complexo hídrico Coremas/Mãe D’água
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 Complexo hídrico Coremas/Mãe D’água
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Rio Piancó e as novas paisagens surgidas com as chuvas recentes
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Rio Piancó e as novas paisagens surgidas com as chuvas recentes
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Rio Piancó e as novas paisagens surgidas com as chuvas recentes
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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LENDO E APRENDENDO



Literatura Potiguar, Editora Autores Associados/ADURN/Cortez Editora, Coleção Teoria e Prática Sociais, Ano 1982, LENDO E APRENDENDO - A CAMPANHA DE PÉ NO CHÃO, José Willington Germano. Capa: Jeronimo Oliveira.

José Willington Germano

O início da década de 60 (1960-1964) foi pródigo no que diz respeito ao aparecimento de movimentos e campanhas de educação que propunham desenvolver práticas alternativas à educação convencional. Foi nesse período em que, por exemplo, Paulo Freire desenvolveu as suas experiências e sistematizou o seu conhecido método; surgiu o Movimento de Educação de Base (MEB) e o Movimento de Cultura Popular (MCP) deitava suas bases em Recife. Esse também foi o período em que despontou e se desenvolveu em Natal (RN), a Campanha "De Pé no Chão Também se Aprende a Ler", conhecida pela sua originalidade. Este trabalho apresentado originalmente como dissertação de mestrado em sociologia, consiste num estudo sobre a mencionada Campanha em suas várias dimensões. Trata-se, pois, de uma contribuição com vistas à recomposição da memória histórica da Campanha, não somente no que diz respeito às suas formas peculiares de organização e ao seu desenvolvimento respectivo, bem como no tocante ao contexto histórico em que surgiu. Com efeito, isto significa, em primeiro lugar, que uma preocupação marcante permeia este estudo, qual seja, o de empreender uma investigação das relações entre política e educação e, a partir daí, tentar desvendar o que possibilitou o desenvolvimento de tais práticas educativas, e, em particular, da Campanha "De Pé no Chão..." Nesse sentido, a crise econômica e a crise política (o colapso do populismo) das classes dominantes e a ascensão política dos trabalhadores urbanos e rurais foram decisivas para que isso ocorresse. O movimento militar de 1964, entretanto, pôs fim à Campanha "De Pé no Chão Também se Aprende a Ler", debaixo de severa repressão.

Assim delineado, este livro deve ser objeto de interesse de todos aquelas que se preocupam com a questão da educação em nosso país, principalmente quando se sabe que nos últimos anos ela vem se distanciando. É preciso, pois, repensar a educação, e o relato e análise de experiências passadas podem jogar um papel de uma prática educativa que se pretenda questionadora.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gomzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) E O CANGAÇO LAMPIÔNICO - VISÃO ERRÔNEA SOBRE UM CHEFE CANGACEIRO -

Em determinada época na sequência historiográfica pesquisada e editada do Fenômeno Social Cangaço, alguns adeptos partidários políticos, principalmente com ‘ideologias comunistas’, tentaram levar para a população uma imagem diferente da real quanto a posição social dos cangaceiros, referindo-se precisamente ao último dos grandes chefes que existiram, o pajeuzeiro Virgolino Ferreira, cangaceiro “Lampião”.

O cangaceiro, em toda história da existência do Fenômeno não teve, nem defendeu, uma bandeira social/partidária a não ser a dele própria. Existiram três classes de cangaço, classificadas por uma das maiores autoridades no assunto, o sociólogo Frederico Pernambucano de Mello, que foram a da VINGANÇA, o cangaceiro vingador que se juntava aos outros para poder executá-la, a da FUGA, onde o sertanejo procurava os bandos de cangaceiros em busca de proteção, fugindo dos inimigos diretos e/ou da própria polícia, outros deixavam as volantes, desertando, e procuravam juntarem-se aos bandos cangaceiros, tanto que Nicanor Guedes de Moura Alves, quando exercia o comando geral das Forças que reprimiam o banditismo rural no estado da Paraíba, envia uma missiva com os seguintes dizeres: “...as praças desertavam aos grupos de quatro a seis diariamente, conduzindo armamento e munição para engrossarem as fileiras dos bandidos.” (MELLO, 2011). E, por último, a do cangaço MEIO-DE-VIDA, ‘arrecadando-se bens de maneira fácil’, tomando de quem tinha simplesmente, fase em que entrevam e desertavam na mesma intensidade.


Chefe cangaceiro Virgolino Ferreira - o Lampião 
Imagem registrada por Benjamin Abrahão em 1936/37.

O pesquisador/historiador citado acima, referindo sobre os dois maiores desafetos de Lampião, Zé Saturnino e José Lucena, quanto a vingança prometida ao mesmos, refere que se concluídas, não poderia mais ficar no cangaço. Teria ele que deixar as fileiras em busca de novas terras e respirar novos ares. Portanto, segundo o escritor, não eram mais as intenções do chefe cangaceiro deixar seu ‘reinado’ tão lucrativo.

Pois bem, o jornalista/escritor/advogado e militante do Partido Comunista Rui Facó, em seu livro “Cangaceiros e Fanáticos” publica em 1963, diz, querendo sensibilizar a população, principalmente a rural, que “o cangaço foi proto-revolucionários”. Onde já se viu o cangaço ter raízes e/ou ideais político-revolucionárias. São, ou foram essas informações descabidas, talvez procurando juntar o útil ao agradável, as ações dos cangaceiros que tiveram seu fim na década de 1930 ao momento político nacional daquela época, que Facó, entre outros, lançaram em suas literaturas tais informações descabidas.

Na primeira metade da década de 1930 o PCB já de olho numa tomada revolucionária do País, leva para Moscou, capital da União Soviética, a proposta da integração dos cangaceiros numa ação de guerrilhas nos sertões nordestinos. Segundo José Ferreira Júnior, em uma matéria sensacional, citando o pesquisador/historiador Luís Bernardo Pericás, em seu “Cangaceiros”, ressalva: “Imaginando os cangaceiros como sendo sujeitos propícios à absorção de ideais revolucionários, o PCB leva à III Conferência de Partidos Comunistas da América Latina e Caribe, realizado em Moscou, em 1934, proposta de alinhar os cangaceiros na luta revolucionária, fazendo-os participantes das guerrilhas nordestinas. Moscou compra a ideia do PCB e se propõe a apoiar a intensificação dos contatos com os cangaceiros(...).”


Não houve, nunca mesmo, se quer um pensamento de caráter revolucionário em nenhum dos cangaceiros desde o surgimento do Fenômeno no segundo meado do séc, XVIII até seu total fim em maio de 1940. O pesquisador/escritor Péricás diz, referindo-se a proposta idealizada pelo PCB e levada a Moscou: “os comunistas ingenuamente achavam que se poderia dar um caráter revolucionário ao cangaço, influenciando-o de tal forma que vários grupos de bandoleiros iriam até mesmo querer adotar o programa da Aliança Nacional Libertadora (ANL)”.

“A ideia do PCB era reflexo da ideologia stalinista da revolução num só país, que defendia a revolução por etapas e as políticas de frentes populares. Uma aliança dos trabalhadores com a ala mais progressista da burguesia nacional, o que significava a subordinação política da classe. Tratava-se de uma visão linear da história, ideia que confrontava o pensamento leninista que defendia que o socialismo era, antes de tudo, análise concreta de situações concretas. É óbvio que o devaneio do PCB ficou somente no devanear.” ( José Ferreira Júnior).

A existência do discurso contemporâneo referindo os ‘devaneios’ daqueles que formavam as fileiras do PCB, defendendo o “revolucionarismo nas ações lampiônicas”, e ainda afirmando “ter sido o cangaço lampiônico luta contra as injustiças protagonizadas pela estrutura coronelística e oligárquica dos seus dias”, não tem como segurar-se, pois não se pode pensar alguém revolucionário estabelecer relações de compadrio com a classe que oprime.

Chamar o cangaço lampiônico de ‘protorrevolucionarismo’, e ‘Lampião de revolucionário’ é, sinceramente, desconhecer o que foi o movimento camponês chamado Fenômeno Social Cangaço. Não só quanto ao cangaço, mas vemos ao longo da História, tais expressões, típica da política estalinista, de não realizar uma profundo análise concreta, das situações concretizadas e/ou concretizantes, determinando em termos leninistas cada formação econômico-social sem o conhecerem exatamente qual seja.

Por outro lado, sabemos que os ideais dos comunistas sempre foram de usar uma ocorrência social, ou mesmo a falta desta, sem saber qual fora, nem suas razões, para influenciar ou bitolar a mente daqueles menos favorecidos culturalmente e usá-los para seus fins de galgarem o poder.

Fonte José Ferreira Júnior
Foto Benjamin Abrahão
OBS.: Foto de Lampião colorizada, digitalmente, por Rubens Antonio

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