Seguidores

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

CARACTERÍSTICAS DA VASTA E POPULOSA ÁREA SEMIÁRIDA, QUE SIMBOLICAMENTE, TEM COMO CAPITAL A CIDADE DE MOSSORÓ-RN

          Por Benedito Vasconcelos Mendes

A Região Geográfica Nordeste é composta por uma área seca, denominada Semiárido (Sertão Nordestino), e por uma porção úmida, formada pelas serras úmidas (que possuem altitudes superiores a 600 metros) e pela Zona da Mata (Mata Atlântica). As serras úmidas possuem microclima de altitude, com maior pluviosidade, maior nebulosidade, maior umidade relativa do ar, temperatura média mais baixa e menor luminosidade, quando comparada  com as condições climáticas que ocorrem na área seca e quente circundante ( Sertão ). As serras úmidas estão distribuídas, de maneira dispersa,  na intimidade do Semiárido. A Zona da Mata nordestina é uma estreita faixa de terra úmida, contínua, localizada ao longo do Oceano Atlântico, que se inicia no Cabo de São Roque, nas cercanias da cidade de Touros, no Rio Grande do Norte e se prolonga até o Sul da Bahia, no limite com a Região Sudeste.  O Semiárido é uma região muito vasta, populosa e muito pobre. Abrange uma área de quase 1 milhão de quilômetros quadrados, mais precisamente 980.133.079 quilômetros quadrados. Possui uma população de 24 milhões de habitantes e apresenta os piores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil. 1.135 municípios nordestinos estão localizados no Semiárido. Com exceção do Estado do Maranhão, a semiaridez está presente  em todos os outros estados do Nordeste Brasileiro (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE e BA) e em uma pequena parte do Norte do Estado de Minas Gerais, que pertence à Região Sudeste. De todos os estados nordestinos, o Rio Grande do Norte é o que possui a maior área seca, com 92,97 por cento do seu território dentro da região sertaneja,  estando 88,02 dos seus municípios localizados no Semiárido. A parte semiárida do Nordeste Brasileiro é maior e mais populosa do que muitos países.  O meio físico do sertão quente e seco, com seu clima Semiárido Tropical, com suas secas periódicas e catástroficas, com suas chuvas reduzidas (abaixo de 800 mm/anuais) e altamente variáveis no tempo e no espaço, com seus rios intermitentes, apresentando deflúvios somente durante três a cinco meses por ano, com seus solos  pobres, pedregosos ou excessivamente arenosos, com sua vegetação raquítica, seca e espinhenta, condicionou o aparecimento de um povo diferente (sertanejo), cuja organização social denominamos de Civilização da Seca.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

BOM JESUS EM PÃO DE AÇÚCAR

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1816

  Segundo divulgação, a festa tradicional de Bom Jesus dos Navegantes que acontece praticamente em todos os municípios do baixo são Francisco, terá nova edição em Pão de Açúcar. Os festejos estão previstos entre 10 e 14 com várias atrações como sempre acontece. As apresentações serão culturais, religiosas e espetáculos com bandas conhecidas. Haverá carreata, banda de pífanos, fogos de artifícios, coco de roda, chegança, dança das peneiras, corrida de jegue, quebra pote, corrida de saco, corrida de canoas, procissão fluvial e missa de encerramento. Estas são apenas algumas das inúmeras atrações da festa.

PÃO DE AÇÚCAR. (IBGE. CIDADES).

Faz bastante tempo que estive por ali contemplando pela primeira vez a Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Estava acompanhado do amigo de Santana, negão Zé Lima, de saudosa memória, quando fomos apreciar do alto do Cristo Redentor a procissão fluvial. Um verdadeiro colírio para qualquer pessoa a paisagem deslumbrante do rio São Francisco. As embarcações conduzindo a imagem do Bom Jesus complementava o cenário espetacular. Mas enquanto eu me deleitava com o cenário sertanejo, meu amigo parecia distante da realidade e delirava acordado, lembrando e falando constantemente sobre os belíssimos olhos de Zilma, segundo ele. Estava apaixonado até a alma pela moça de Santana, cujos olhos verdes não lhes deixavam em paz um só momento.
Mas subindo o morro do Cristo ou não, a Festa do Bom Jesus dos Navegantes, em Pão de Açúcar, não fica esquecida facilmente. E para o visitante que chega sem muitos compromissos, pode ficar após a festa por alguns dias para descobrir tantas coisas passeando por ruas, avenidas, rio e trilhas inesquecíveis. A cidade é plana e agradável com muitas histórias em cada esquina. Antiga Jaciobá (espelho da lua), terra de músicos e intelectuais, inicia-se com o pão de açúcar, morro parecido com forma de fazer açúcar. Querendo chegar ao rio, pode ser através de Santana do Ipanema, passando por Olho d’Água das Flores e Palestina, por uma paisagem cem por cento sertaneja e encantadora.
Bom Jesus dos Navegantes lhe aguarda.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2018/01/bom-jesus-em-pao-de-acucar.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOS TEMPOS DOS ARMAZÉNS


Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 18?/

Vendo um carro de boi, no trajeto Palmeira dos Índios – Santana do Ipanema vem à lembrança dos tempos em que o Sertão fervilhava desse tipo de transporte. Eram eles os distribuidores de mercadorias campo/cidade e vice-versa. Na cidade de Santana, o ponto dos carreiros era o Largo do Juá, no leito seco do rio Ipanema. Ali se aglomeravam centenas de carros de boi que ficavam aguardando as compras das feiras dos sábados e dos armazéns. Os bois chegavam logo cedo e eram alimentados pela palma forrageira trazida nos próprios carros. Os carreiros andavam pela feira com o currião, o facão e, na maioria das vezes, com chapéu de couro.


Muitas mercadorias eram compradas em armazéns de secos e molhados. Lembro-me do armazém do senhor Marinho Rodrigues, talvez o mais sortido de todos que vendia desde a ximbra de menino brincar até o arame farpado, passando pelo charque, bacalhau, querosene, munição, bolachas, sal, açúcar e tantas outras coisas que fica até difícil enumerar. Seu Marinho negociava no chamado “prédio do meio da rua”, tendo defronte a Casa Ideal, sapataria de luxo do senhor Marinheiro. No balcão, Seu Marinho contava com a esposa Dona Prazerinha e o cunhado Reguinho, ele mesmo e mais alguns empregados. Reguinho também possuía a habilidade de trançar palhinhas em cadeira, moda da época.
Seu Marinho havia vindo da zona rural, devido a uma visita de cangaceiros à sua casa. Na ocasião houve fuga e tentativa, tensão, saque e desentendimento entre os cangaceiros Craúna e Cajueiro até a chegada do chefe, Lampião. Dessa família saiu o primeiro médico filho do município, Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo também pioneiro em clinicar na cidade. Clodolfo hoje tem seu nome reconhecido no Hospital de Santana do Ipanema. O progresso foi aos poucos entregando os serviços do carro de boi ao caminhão. A partir da gestão do prefeito Ulisses Silva que substituiu o calçamento bruto da cidade por paralelepípedos, carro de boi foi proibido de entrar na urbe. Por outro lado os armazéns foram substituídos por mercearias e, posteriormente, mercadões e outros palavreados.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DONA ZILDA E SEU JOÃO: “ASSIM NA VIDA COMO NA MORTE”

*Rangel Alves da Costa

Apenas 14 dias se passaram do adeus de Dona Zilda, para que Seu João, talvez não suportando a dor da partida, seguisse ao encontro de sua amada, depois de casados por mais de sessenta anos. Os filhos e netos, nem sempre compreendendo as forças do destino, redobraram as lágrimas e os prantos pela triste proximidade na despedida dos seus.
Mas Seu João, ele mesmo profundamente enlutado pelo sofrimento inseparável, já havia confessado que não conseguiria viver sem sua Zilda e desejava ir logo ao encontro daquela que ao seu lado conviveu por mais de 60 anos. Na sua feição e no seu semblante, uma dor suportada apenas pela presença dos seus, pois sempre rodeado por netos e bisnetos.
Era como se estivesse desfalecendo sem nenhum mal repentinamente surgido. E talvez como consequência desse sofrimento dilacerante, mais um triste acontecimento, poucos dias após do adeus de sua amada. No mesmo caminho da primeira partida, também a segunda despedida, tudo como se um seguindo o outro num encontro marcado noutra existência.
Eis os indecifráveis mistérios na vida e na morte, no amor e na separação, no adeus e na despedida. Quem diria que aquele casal, tão poço-redondense como o natural do lugar, pois já na terra sertaneja desde mais de quarenta anos, avistado sempre ali à porta de casa, debaixo do sombreado do pé de pau e sempre na companhia de filhos, netos e amigos, de repente se tornasse apenas em saudade?
Verdade que Dona Zilda já vinha convalescendo desde que uma enfermidade lhe acometera, mas ainda perto dos seus e de Seu João, seu esposo. Quando de sua partida, foi como se as cadeiras fossem esquecidas dentro de casa e apenas Seu João de vez em quando, nos entardeceres sertanejos, continuasse sendo avistado ali sentadinho, em silêncio profundo, com olhar triste e distante, nas lonjuras que somente ele poderia desvendar, mas certamente mirando ainda a face do retrato maior em sua vida: Dona Zilda.


E continuamente chorava, todos os dias pranteava sua saudade. Mas a dor da saudade já se fazia dilacerante demais. Somente sabe a dor da separação pela morte aquele cuja vida se partira em pedaços pela partida de sua outra vida. Assim estava Seu João, apenas a melancolia em pessoa, apenas a tristeza e saudade num ser ainda vivente. Mas não suportou. Estenderam-lhe a mão e partiu.
Espantados, tomados de novo e doloroso grito, os filhos não acreditaram que tamanha dor pudesse ocorrer em tão pouco tempo. Os filhos não compreenderam, contudo, que o destino assim escrevia a história de duas vidas com ponto inicial e final numa só página. Mas as outras páginas contam uma história tão bela e de um amor tão profundo que é difícil conhecer em corações tão humildes e sertanejos.
Assim, na proximidade dos dias, partiram Zilda Alcântara Patriota, mais conhecida como Dona Zilda, no dia 10 de dezembro, e João Luiz da Silva, comumente conhecido como Seu João, este no dia 24 de dezembro de 2017. O casal teve seis filhos, dezessete netos e onze bisnetos. Beto Patriota, Márcia, Mércia e Edna, são alguns dos filhos deste casal que semeou história e deixou saudades em Poço Redondo.
Partiram, porém deixaram uma prole valorosa para a vida sertaneja. Não apenas nos sobrenomes, mas nas qualidades essenciais em pessoas que dignificam serem da frondosa raiz de Dona Zilda e de Seu João.
Assim, entre estes, o mesmo amor e a mesma união, perante a vida, perante a morte. E juntos agora no sagrado lar.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CONVERSANDO COM AUGUSTO MARANHÃO - LAMPIÃO EM MOSSORÓ

https://www.youtube.com/watch?v=UVf1FrS_1eo&feature=share

Notável entrevista com o professor Honorio de Medeiros, à respeito do Coronelismo, Cangaço e a malograda tentativa de assalto do bando de Lampião à cidade potiguar de Mossoró, em 13/06/1927. É muitíssimo interessante!

Publicado em 29 de nov de 2016
Programa Conversando com Augusto Maranhão Apresentação: Augusto Maranhão Tema: Lampião em Mossoró Exibido em 19 08 2016
Categoria
Licença
Licença padrão do YouTube

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MAIS UM LIVRO NA PRAÇA SOBRE O CANGAÇO...!


Mais uma vez compartilho com vocês o lançamento do meu 17º livro: LAMPEÃO EM 1926 é o 11º do tema cangaço.


Obs: O livro já está a venda e, pode ser adquirido diretamente com o autor, através deste e-mail: 

luiz.ruben54@gmail.com
franpelima@bol.com.br

O valor é R$ 60,00 incluindo o frete.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

TENENTE DO EXÉRCITO É ENCONTRADO MORTO DENTRO DO ALOJAMENTO MILITAR NO GINÁSIO PEDRO CIARLINI EM MOSSORÓ


A 7ª Brigada de Infantaria Motorizada divulgou em nota à imprensa o nome do oficial que foi encontrado morto, na manhã desta segunda feira 01 de janeiro de 2018, com um disparo de arma de fogo, dentro do alojamento militar, montado no Ginásio de Esportes Pedro Ciarlini, em Mossoró-RN.

Trata-se do 1° Tenente Júlio César Ribeiro Feitosa Soares,lotado no 23° Batalhão de Caçadores com sede em Fortaleza no estado do Ceará.

O oficial e outros 300 homens do exército fazem parte de um comboio designado para patrulhar as ruas de Mossoró até o dia 12 de janeiro, por causa da violância que assola a cidade e porque as polícias civil e militar estão em mobilização por melhores condições de trabalho.

Segundo a nota o fato aconteceu e que os detalhes do ocorrido estão sendo apurados através de Inquérito Policial Militar, mas que recebe o apoio de perito Renildo Marcelino, lotado na Regional do ITEP de Mossoro. O trabalho de necropsia está sendo acompanhado por um general do exército de Recife/PE.

Leia a Nota na íntegra:

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
7a BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA
BRIGADA FELIPE CAMARÃO

Natal, 1º de janeiro de 2018.
Nota à imprensa

O Comandante da Força-Tarefa Guararapes informa que, na manhã desta segunda-feira, 1º de janeiro de 2018, um militar faleceu no município de Mossoró-RN.

Trata-se do 1° Tenente Júlio César Ribeiro Feitosa Soares, do 23° Batalhão de Caçadores, sediado em Fortaleza-CE. Os detalhes do ocorrido estão sendo apurados por meio de Inquérito Policial Militar.

Maiores informações poderão ser repassadas ao término da investigação, que será conduzida pela própria Organização Militar a que pertencia o Tenente.

A família do militar já foi informada e todas as medidas de apoio médico, psicológico e espiritual estão sendo tomadas no intuito de prestar o suporte necessário. Neste momento, toda a Força-Tarefa Guararapes manifesta as condolências à família do militar.

Comunicação Social da Operação Potiguar III

http://fimdalinha.com.br/site/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CARIRI CANGAÇO PRINCESA 2015

Por José Romero de Araújo Cardoso

Cariri Cangaço Princesa 2015 - Conferência de Abertura - Prof. Me. José Romero Araújo Cardoso (UERN/FAFIC/DGE) - Dia: 19 de março de 2015 - Local: Hotel Acqua Park - Princesa Isabel/PB- Tema da Conferência: Território Livre de Princesa

Com Ana Lucia









https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/?multi_permalinks=1875523429426826%2C1875524482760054&notif_id=1515083612765362&notif_t=group_activity

http://blogdomendesemendes.blogspot.com



NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".

v

O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CANGACEIRO ANTONIO SILVINO VIVEU E MORREU EM CAMPINA GRANDE


Nascido no dia 02 de Setembro de 1875, em Afogados da Ingazeira-PE, filho de Francisco Batista de Morais e Balbina Pereira de Morais, Manoel Batista de Morais, mais conhecido como "Né Batista", era irmão de Higino, Zeferino e Francisco Batista de Morais.

Foi a partir da morte do seu pai, conhecido como "Batistão do Pajeú" que, em companhia do irmão Zeferino, enveredou pelos caminhos do cangaço, no ano de 1896.

Movido pelo sentimento de vingança, mata Desidério, o assassino do seu pai, adota o nome de Antonio Silvino e se torna um dos mais temidos cangaceiros que precederam Lampião, liderando o bando do seu finado tio Silvino Ayres.

No auge da sua vida como bandoleiro, atuou em cidades do Compartimento da Borborema. Agiu em cidades como Fagundes, Esperança, Monteiro, Alagoa Grande e, tendo Campina Grande como centro das suas investidas, haja visto a presença de coiteiros na região e pela amizade que detinha com fazendeiros locais, dentre ele, o Coronel Eufrásio Câmara, adversário do prefeito Cristiano Lauritzen.

No ano de 1907, a sociedade de Campina Grande vivia a expectativa da chegada do trem da Great Western pela primeira vez, em meio a ansiedade gerada com a promessa de Antonio Silvino de tombar o trem no dia da sua inauguração. Silvino já havia arrancado trilhos, prendido funcionários e sequestrado engenheiros da compahia ao longo da implantação do sistema ferroviário no Estado da Paraíba. 

Segundo o 'fac-simile' da reportagem da chegada do trem em Campina Grande, publicado no Diário de Pernambuco em 06 de Outubro de 1907, "[...]No dia da inauguração da estrada de Campina, Antonio Silvino, esteve no Alto Branco, onde soltou diversas girândolas, naturalmente festejando aquelle dia. Nesse logar declarou que o trem de Campina correria sómente três vezes, o numero necessário para as moças da referida cidade conhecerem-no. Ainda esteve no Geraldo e no Areial de Alagoa Nova, a 15 kilometros de Campina Grande, roubando, trucidando, matando animais e comettendo os maiores desatinos. Ante-hontem, à noite, chegou em Campina Grande uma força federal que


Na Paraíba teve no Major Joaquim Henriques seu principal perseguidor. Porém, fora preso em Pernambuco no ano de 1914, pelo delegado do município de Taquaritinga, o Alferes Teófanes Ferraz Torres. Nesta época, o governador do vizinho estado era o General Dantas Barreto, ex-Ministro da Guerra do governo Hermes da Fonseca.

Levado para cumprir pena, era o preso 1122, ocupando a cela 35 da antiga Casa de Detenção do Recife.

Dotando-se de comportamento exemplar, após 22 anos de pena, foi libertado em 1937 após receber um indulto do então presidente Getúlio Vargas.

Como homem livre, adota a residência da prima Teodolina Aires Cavalcanti, localizada na esquina da Rua João Pessoa com a Arrojado Lisboa, onde hoje se localiza uma agência de veículos, em frente à Praça Félix Araújo.

Em Campina Grande viveu de 1937 a 1944, quando enterrou sua alcunha, e dividia a vida caseira com a frequência à Igreja Congregacional da Rua 13 de Maio; embaixo do braço, não mais o rifle e, sim, a Bíblia Sagrada.

Manoel Batista de Moraes, ou melhor, Antonio Silvino faleceu por volta das 19:00hs do dia 28 de Julho de 1944, na casinha de taipa que lhe acolheu em Campina Grande, sete anos após sua saída da prisão.

O cangaceiro teve oito filhos gerados com várias mulheres. Sua última esposa lhe deu quatro filhos.

Foi enterrado no Cemitério do Monte Santo, de onde, dois anos e meio depois, seus restos mortais foram transferidos para outro local desconhecido no campo santo, pelo fato de ninguém nunca ter reclamado os ossos do bandoleiro.

Seu local de sepultamento, hoje, possui um marco com uma placa de cimento, erguido pelo historiador João Dantas que junto ao pesquisador Olavo Rodrigues intentam a implantação de uma placa de bronze em referência ao cangaceiro.

 Prof. Mário Vinicius Carneiro ao lado do marco erguido sob o local onde
fora sepultado Antônio Silvino o Cemitério do Monte Santo.

Prof. Mário Vinicius Carneiro ao lado do marco erguido sob o local onde
fora sepultado Antônio Silvino o Cemitério do Monte Santo

"Antonio Silvino é um dos principais cangaceiros, morreu e está enterrado em Campina Grande, mas praticamente não existe referência de sua passagem por essa cidade" (pesquisador Olavo Rodrigues para o Diário da Borborema, em matéria do jornalista Severino Lopes)

Fontes Pesquisadas:

Diário da Borborema (http://www.diariodaborborema.com.br/2010/08/01/cotidiano2_0.php)
Diário de Pernambuco (http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/08/01/brasil2_0.asp)
Jornal O Norte (http://www.jornalonorte.com.br/2010/08/01/diaadia5_2.php)
Blog Lampião Aceso (http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/11/um-cangaceiro-na-detencao.html)
Vitrine do Cariri (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Silvino)
Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Silvino)
(*) BARBOSA, Severino. "Antonio Silvino: O Rifle de Ouro - Vidas, Combates, Prisão e Morte do
Mais Famoso Cangaceiro do Sertão". 2ª Edição - CEPE, Recife. 1979.

Agradecimentos ao professor Mario Vinicius Carneiro Medeiros pela foto do túmulo de Antônio Silvino

https://cgretalhos.blogspot.com.br/2018/01/o-cangaceiro-antonio-silvino-viveu-e.html?m=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SINTA O SILÊNCIO, PROCURE SILENCIAR

*Rangel Alves da Costa

Ora, mas eis que de repente tudo silencia e alguém começa a imaginar o nada existente. No silêncio o nada, o vazio, o caos. E assim acredita por jamais ter ouvido ou sentido a sua palavra.
Sequer imagina que é do silêncio que nasce a voz, que surge a ideia, que o mundo se expressa, que a vida se mostra. É, pois, do silêncio que irrompe outro primoroso silêncio: aquele que necessita silenciar intimamente para ser ouvido.
É no silêncio que a prece ecoa às alturas, é no silêncio que o íntimo da alma procura sua razão de existir, que a pessoa se reconhece enquanto força que precisa se reconhecer muito mais. E por isso mesmo emudece para que outras vozes se soltem.
E uma verdade induvidosa: o silêncio é tão ou mais valoroso que a palavra. Mais que isto, há no silêncio um ato de comunicação tão intenso que se torna impossível não ouvir todos os gritos e ecos.
O silêncio é a voz íntima, interiorizada, num ato de comunicação da pessoa consigo mesmo. Mesmo sem a palavra dita, verbalmente expressada, há a voz que interage do ser para com o ser.
O silêncio é a confissão sem medo e sem demora. Em nenhum local ou instante da vida, o silêncio confessaria tudo o que tem vontade de dizer senão no próprio silêncio. Não há receio de palavras, apenas a voz no pensamento.
O silêncio nunca silencia. Mesmo que os espaços estejam calmos, plenos de quietude, sem nenhuma outra voz, ainda assim o silêncio vai busca no pensamento a palavra certa para o instante, num misto de confissão, de recordação e de simples ou profunda meditação.
É no silêncio que o grito ecoa mais alto e a voz brada seu uivo de lobo, mas apenas no próprio silêncio. Ora, vem a ideia, vem a memória, vem a nostalgia, e daí todo um arroubo que se traduz em gritos e brados.


Necessário que o ser humano silencie cada vez mais. O mundo já possui alardes e alaridos em demasia, a vida já possui algazarras e vozerios em demasia. E em instantes assim todo o silêncio se perde em espanto.
Necessário por que o homem tem que encontrar instantes para viver a si mesmo. Nenhum ser humano consegue viver sem ouvir suas próprias vozes interiores e com elas dialogar suas razões, suas aceitações e descontentamentos.
Necessário ainda que o homem silencie até que encontre sua outra voz. De nada vale apenas abrir a boca sem que a palavra surgida tenha valia. Nada adianta apenas falar se o expressado não possui sua razão de ser.
No silencia há o sopesamento do verbo, da expressão, daquilo que vai sair da boca enquanto palavra. Reflete-se no silêncio sobre o acerto do que vai dizer. Medita-se no silêncio sobre a validade e a necessidade do que irá expressar em palavras.
No silêncio há imagens, retratos, faces, feições. No silêncio há molduras, cores, sorrisos, aflições, angústias, tristezas. No silêncio há o som imaginário e tudo o que se deseje avistar. O silêncio permite o reencontro.
No silêncio da brisa, do vento, da aragem do entardecer, há muito além da palavra. Perante a brisa, a aragem e o entardecer, logo o pensamento vai encontrando suas asas e tomando os espaços para seguir nas distâncias.
Mas não precisa fechar a porta e a janela para que o silêncio chegue. Não será necessária a reclusão para que o silêncio se imponha. Longe da multidão e da voz, qualquer lugar serve ao silêncio, principalmente quando busca no seu cantinho um instante de paz.
Então silencie e fale. Você precisa ouvir a si mesmo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com