Seguidores

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

LIVROS É COM O PROFESSOR PEREIRA


Terceira reemersa de livros sobre o Cariri e Padre Cícero. Uma pequena amostra da extensa bibliografia. Vamos que vamos.

Para adquiri-los basta entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: 
franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE

Autor Archimedes Marques

Esta obra foi escrita pelo pesquisador do cangaço Dr. Archimedes Marques e se você, leitor, deseja adquiri-la, entre em contato com o autor através deste e-mail: archimedes-marques@bol.com.br

Dr Archimedes Marques também é o autor do livro: 

"Lampião Contra o Mata Sete"

Adquira também este através dos e-mails: 

archimedes-marques@bol.com.br
 e franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CANGACEIROS JOSÉ RIBEIRO FILHO "ZÉ SERENO".

Por Geraldo Antônio de Souza Júnior

Ex-cangaceiro chefe de subgrupo do bando de Lampião. 

Nasceu no dia 13 de agosto de 1913 na Fazenda dos "Engrácias" localizada no município de Chorroxó/BA. Filho de José Ribeiro e Lídia Maria da Trindade. Sua mãe (D. Lídia) era irmã dos cangaceiros Antônio e Cirylo de Engrácia (Ingrácia) e também irmã do afamado Faustino Mão-de-Onça pai do também conhecido cangaceiro Zé Baiano.

Zé Sereno ganhou esse apelido por causa de seu temperamento "aparentemente" calmo e tranquilo.

Ele e Sila sua companheira foram alguns dos cangaceiros que sobreviveram ao ataque da Força Policial Volante de Alagoas ao bando de Lampião, no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico em Sergipe.

Na ocasião foram mortos Lampião, Maria Bonita, nove cangaceiros e um Soldado da Força alagoana.

Pouco tempo após a morte de Lampião o casal cangaceiro se entregou às autoridades e devido à colaboração com a justiça, foram anistiados e conquistaram a sonhada liberdade.

Diante das incertezas e das dificuldades o casal Zé Sereno e Sila, resolveu sair da região Nordeste e seguiram em direção à região sudeste do país. Uma viagem longa e cansativa, repleta de paradas, até chegar ao estado de Minas Gerais, onde permaneceram por algum tempo até decidirem seguir para o estado de São Paulo, onde se instalaram e recomeçaram suas vidas, longe das armas.

Na capital paulista Sila e Zé Sereno se estabeleceram, criaram seus filhos e terminaram seus dias de vida como pessoas de bem, honestas e trabalhadoras e em nada lembrando a época em que sob as ordens de Lampião, rumavam pelo Sertão em uma vida à margem da lei.

Zé Sereno faleceu na capital paulista no dia 16 de fevereiro de 1981 aos 67 anos de idade.

Sila (Ilda Ribeiro de Souza) faleceu na cidade de Guarulhos/SP no dia 15 de fevereiro de 2005, aos 86 anos de idade.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


https://cangacologia.blogspot.com.br/2017/12/cangaceiros.html?spref=fb

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ABRINDO ESPAÇO PARA BARACK OBAMA E SUA FAMÍLIA!

Por José Mendes Pereira

UM EXEMPLO DE HONESTIDADE!

Quem se atreve em dizer algo contra este ex-presidente que administrou a mais importante potência do mundo sem nenhum escândalo? Imagina se o Brasil fosse governado por esta família!


Por que esta família está de cabisbaixa?

Para a maioria dos políticos do Brasil esta família tem vergonha de ser honesta. Mas ela nunca teve e nem terá vergonha de ter conservado a honestidade como primeiro plano para administrar os Estados Unidos, um país que pertence a uma nação. 

Esta família não tem vergonha de ter mantido relações diplomáticas com o nosso querido Brasil, mas tem vergonha quando alguém fala nos políticos do nosso Brasil. 


Só em você olhar bem para esta família imagina como seria se os políticos brasileiros copiassem esta honestidade!

Família Obama se despede dos funcionários da Casa Branca.

Barack Obama, esposa e filhas servem os seus funcionários que os serviram durante 8 anos de governo.



O escritor e editor do Brasil José Renato Monteiro Lobato (Monteiro Lobato) disse que: "Um país se faz com homens e livros". Mas, eu, observando bem, vi que o escritor Monteiro Lobato se esqueceu de completar o que desejaria falar sobre os homens aliados ao país criado: "...mas que os homens têm que serem honestos". 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NÃO FORA NOSSO NORDESTE SERIA POBRE O BRASIL.

Por Medeiros Braga

Ninguém pode desfazer
Do Nordeste a importância,
Um rebelde à intolerância,
Ao abusivo poder.
Nascido pra não ceder
À repressão, ao ardil,
Se rebelou ao fuzil
Qual bravo cabra da peste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste que no impropério
Fez tanta revolução,
Enfrentou tanto canhão
No reinado e no império.
Levando uma luta a sério,
Descartando ser servil
Enfrentou todo covil
Do litoral ao agreste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste que defendera
A ideia republicana
Na Guerra Pernambucana,
Na Revolução Praieira.
Confederação, primeira,
Do Equador, tão viril,
Povo que contra o mais vil
Dos agressores se investe...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste que lutou tanto
Por justiça, e sem escudos,
Qual na Guerra de Canudos
E dos Cabanos em pranto;
Nordeste sem acalanto
Que se fez bravo civil
Em momento tão hostil
Pela Independência em teste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste de Jorge Amado,
Graciliano e Bandeira,
De Castro Alves, primeira,
E Zé Lins do Rego ao lado.
Augusto dos Anjos, um bardo
No soneto a seu perfil,
Zé de Alencar que, febril,
Do seu melhor tudo investe...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste de camponeses
Que com a vida tirana
Estão no eito da cana
Aos interesses burgueses;
Que dias, semanas, meses
E anos, de pastoril
Ou de enxada e cantil
Resistem no rude agreste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Nordeste que tanto exporta
A mão de obra alugada,
No Sudeste é confinada
Quando a vida pouco importa.
Muita gente ali é morta
No seu senso pueril
De forma cruel, tão vil,
Antes de chegar ao teste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.

Seria mais atrasado
Esse Brasil por inteiro
Se não fosse o brasileiro
Desse Nordeste explorado
Com seu povo expropriado
No seu direito civil.
Posto é como um mandril 
Do serviço a que se preste...
NÃO FORA NOSSO NORDESTE
SERIA POBRE O BRASIL.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

htp://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANÔNIMOS DA HISTÓRIA – CORONEL ISAÍAS ARRUDA


Naquela tarde cinzenta de sábado, dia 4 de agosto de 1928 quando muitos já se esqueciam dos episódios um ano antes relacionado à presença do rei do cangaço na região, aconteceu novo fato que deixou a cidade em polvorosa. A pedra da estação estava lotada de passageiros e visitantes que  esperavam o trem vindo da capital que trazia consigo as notícias e as novidades da Fortaleza e do mundo. Curiosos, viajantes, chapeados, crianças e vendedores ambulantes, todos se aglomeravam na expectativa da passagem do trem. O que todas essas pessoas não esperavam é que ali fosse ser palco de um atentado violento à ordem e a vida em nome da vingança. Era uma época marcada pelo coronelismo, engendrado pelos mais temíveis e truculentos líderes políticos que o Cariri cearense já experimentou. Mas aquela tarde na estação ferroviária de Aurora, seria o fim daquele que foi certamente o mais famoso e temível chefe político da região: o coronel Isaías Arruda. Filho do lugar, ex-delegado, agora prefeito de vizinha Missão Velha, e ainda, o maior dos coiteiros de Lampião no interior cearense. Um autêntico mantenedor de jagunços e hábil negociador político junto aos grandes da capital.

O relógio do prédio marcava 14h 25min quando, finalmente, todos puderam escutar o apito estridente da máquina que se aproximava. De repente, voltaram suas atenções na direção do corte-grande lá para as bandas do alto da cruz, do sito Frade. O trem da Fortaleza vinha ligeiro beirando o rio Salgado. Ao longe foi possível ouvir mais um apito e o barulho forte da locomotiva, em seguida, uma nuvem de fumaça cobriu o céu. O trem parou e um burburinho de pessoas se formou nas portas de saída, quando de repente, o som de um tiro seco ecoou no ar, em seguida vários outros disparos puderam ser ouvidos no interior do segundo vagão da primeira classe. Talvez sete ou oito no total, não de sabe ao certo. Vozes diziam tratar-se de uma discussão. Três homens saíram atracados e em seguida correram no sentido contrário do vagão,  em direção do armazém e depois para o beco da antiga rua que dava para o cemitério. Um quarto homem um tanto elegante, bem tratado, gestos aparentemente finos surgiu do segundo vagão da primeira classe. Vestindo impecavelmente um linho branco, ele andava de modo esquisito e desaprumado. Alguns passos apenas e cambaleando fitou a multidão como quem quisesse dizer algo, não foi possível, sangrando e com a mão direita colada ao peito chamava baixinho pelo primo. O linho branco do seu terno agora começava a se tingir de vermelho, seus sapatos de cor marrom e bem polidos contrastavam com o vermelho escuro do seu próprio sangue formando poças na plataforma. Era o coronel Isaías Arruda, chefe político, prefeito de Missão Velha, homem afamado em toda região e na capital do estado, devagar caiu no chão da plataforma ainda com arma junta ao cinto da calça. Não teve tempo de usá-la.

Alguém saindo de dentro do vagão posterior se aproxima dele e forra o chão da pedra com um jornal, seu braço esquerdo e parte superior do tórax estavam em frangalhos. Ferimentos gravíssimos provocados pelos sete balanços com que fora atingido. O coronel ferido seriamente pronunciava baixinho como que cansado:

– Os irmãos Paulinos me acertaram! Mas como é que nem o Viana nem ninguém me avisou que meus inimigos estavam aqui?! Bando de covardes… – Alguém me chame o farmacêutico! Foram os Paulinos, eles me acertaram… Bando de covardes!

A multidão agora abria caminho para o pessoal da rede ferroviária, muitos correram na direção da rua, se afastando da cena do crime, talvez com medo de um novo tiroteio. As janelas dos vagões ficaram cheias de curiosos passageiros, outros mais ousados e corajosos aos poucos foram se aproximando da vítima que gemia deitada no chão. Enquanto isso, um pouco afastado da estação José Furtado(Neguinho de Milica) primo da vítima saíra em perseguição dos irmãos Paulino: Antonio e Francisco, responsáveis pelo atentado.

Levado para a residência de Augusto Jucá, um antigo amigo na rua grande, Isaías foi socorrido, inicialmente por um farmacêutico, o único que existia na cidade. No dia seguinte dois médicos chamados às pressas, Dr. Antenor Cavalcante e Dr. Sérgio Banhos, atenderam ao coronel, porém, diante da gravidade dos ferimentos não tiveram como salvá-lo. Então, no dia 8 de abril, uma quarta-feira, às 6h da manhã, quatro dias após ser alvejado, Isaías Arruda faleceu. Rumores apontaram ter sido o assassinato uma vingança de Lampião pela traição do coronel um ano antes, durante a célebre tentativa de envenenamento do bando e o histórico cerco de fogo do sítio Ipueiras, propriedade de Arruda em Aurora em cujo local Virgulino se arranchara por diversas vezes. Ocasião em que o rei do cangaço fugia das volantes após o fracasso da invasão de Mossoró, arquitetada sob as estratégias de Massilon Leite e financiada pelo próprio Isaías. Mas o certo, segundo se provaria depois foi que os Paulino vingaram o assassinato do irmão mais velho, João, morto numa emboscada no serrote d’Aurora pelos jagunços de Arruda no ano anterior. Terminava ali, a saga de um dos mais temíveis e respeitados coronéis do Cariri – Isaías Arruda, bem como, sua rixa ferrenha contra os irmãos Paulino da Aurora.

Fonte: Prof. José Cícero – Sec. de Cultura de Aurora-Ce.
Leia também: Lampião em Aurora
Jaqueline Aragão Cordeiro

http://coisadecearense.com.br/anonimos-da-historia-coronel-isaias-arruda/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DOM ADAUTO


Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques tomou posse como Bispo da Diocese da Paraíba em 1894. Esta Diocese abrangia os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte até 1910, quando foi criada a Diocese Potiguar. 

Em 1914 foi criada a Diocese de Cajazeiras e consequentemente a Diocese da Paraíba foi elevada a Arquidiocese, tendo como Sufragâneas As Dioceses de Cajazeiras e Natal. Dom Adauto exerceu seu Arcebispado até 1935, quando faleceu. Sendo substituído pelo Bispo Coadjutor, desde 1932, Dom Moisés Coelho. 

O Cônego Francisco Lima, com maestria, utilizando o Jornal Católico "A Imprensa", escreveu este excelente trabalho "Dom Adauto: Subsídios Biográficos", em 2 volumes. Obra indispensável para quem estuda a História política e eclesiástica da Paraíba e Rio Grande, além dos bastidores da luta de sobrevivência da Igreja com o fim do Padroado e o crescimento das Igrejas Protestantes. Como também a oposição da Igreja ao fenômeno Padre Cícero do Juazeiro. 

Vamos que vamos.

Quem desejar adquirir esta obra entre em contato com o professor Pereira:

franpelia@bol.com.br e whatsapp 83 9 9911 8286(tenho somente uma coleção).

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1978424452426448&set=a.1929416523993908.1073741833.100007767371031&type=3&theater&ifg=1

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

Tributos ao velho cangaceiro.

Lembranças luminosas de um "Candeeiro"
Belíssimo registro de Márcio Vasconcelos

Manoel Dantas Loyola sobreviveu a Angicos. Na época do cangaço, era conhecido como Candeeiro. Pernambucano de Buíque (a 258 quilômetros do Recife), ingressou no bando de Lampião em 1937, mas afirma que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os bandidos para não ser morto. 

Candeeiro vive como comerciante aposentado em Guanumbi, distrito de sua cidade natal. Atende pelo nome de batismo, Manoel Dantas Loyola, ou por outro apelido: "seu ". No primeiro combate com os "macacos", Candeeiro foi ferido na coxa. "Era muita bala no pé do ouvido", lembra. O buraco de bala foi fechado com farinha peneirada e pimenta. Candeeiro teve o primeiro encontro com o chefe na beira do Rio São Francisco, no lado sergipano.
"Lampião não gostava de estar no meio dos cangaceiros, ficava isolado. Quando soube que eu era de Buíque/PE, comentou: "sua cidade me deu um homem valente, Jararaca'".
 
Candeeiro na ocasião de sua entrega

Candeeiro diz que, nos quase dois anos que ficou no bando, tinha a função de entregar as cartas escritas por Lampião exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Ele destaca que teve acesso direto ao chefe, chegando a despertar ciúme de Maria Bonita. Em Angicos, comentou que o local não era seguro. Lampião, segundo ele, reuniria os grupos para comunicar que deixaria o cangaço. Estava cansado e preocupado com o fato de que as volantes se deslocavam mais rápido, por causa das estradas, e tinham armamento pesado. No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar quando começou o tiroteio.
"Desci atirando, foi bala como o diabo" .
"Mesmo ferido no braço direito, conseguiu escapar do cerco". Dias depois, com a promessa de ser não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia, com o braço na tipóia. Com ele, mais 16 cangaceiros. Cumprindo dois anos na prisão, o Candeeiro dava novamente lugar ao cidadão Manoel Dantas Loyola. Sobre a época do cangaço, costuma dizer que foi "história de sofrimento". Mas ainda é possível perceber a admiração por Lampião.
"Parecia que adivinhava as coisas", lembra. Só não quis ouvir o alerta dado na véspera da morte, em 1938".
Fonte: Diário de Pernambuco
 
Impressões sobre um velho amigo
 
Seu Né, Aderbal e Dona Lindinalva.
 
Candeeiro foi casado com Dona Lindinalva (Linda), com quem teve quatro filhos. Aderbal Nogueira sempre foi recebido com carinho por toda família. Há mais de 20 anos o documentarista da SBEC fazia as primeiras imagens do velho cangaceiro, na época ainda produziu um documentário exclusivo sobre o amigo e fonte de pesquisa,

O último cangaceiro "que participou do combate final de Lampião" se foi. Um fora da lei? Sim. Vítima de um tempo cruel que infelizmente perdura até os dias de hoje. Culpa de quem? Com certeza daqueles que deviam dar educação, saúde, lazer, trabalho, etc. Candeeiro foi vítima e foi algoz. Regenerou-se e viveu os anos restantes como um pacato cidadão. Sou eternamente grato a ele e sua família que tão bem me receberam e me deram a oportunidade de registrar a sua vida em um documentário.

Pretendia passar em Buíque próximo domingo (28) para fazer mais uma visita, quando hoje recebi a notícia de seu falecimento. Aqui uma parte de seu relato sobre a morte de Lampião. Vai estar sempre em minha memória.
 

 
Testemunhos de quem o conheceu pessoalmente
 
 
Para mim o encontro com o ex-cangaceiro Candeeiro, ou seu , como todos o chamam na intimidade, foi de uma emoção tremenda. A partir daquela casa simples, num lugarejo também simples, se esconde pedaços das história tantas vezes contadas por tantos.

Logo que chegamos e antes mesmo de sermos apresentados a Candeeiro, o sertanejo olhou para cada um de nós com um olhar manso, mas como de uma águia e com a firmeza que só as experiências da vida podem proporcionar, foi declinando a característica de cada um; um a um. Aquilo me marcou profundamente. Permanecemos ali com seu Né e sua família por muito tempo, uma conversa boa, amena, cheia de animação que podia ser notada pela risada forte e conhecida de seu Né.
 
Quando nos despedimos, ele veio até a porta, agradecendo a visita e fiquei a me perguntar o tamanha da inteligência desse sertanejo, talhado pela vida, pelo sofrimento e pelo destino. Candeeiro foi para mim o marco da Caravana Cariri Cangaço.
 
Múcio Procópio
Vice-Presidente da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço
Fotos e informações: Manoel Severo

Com a morte de Candeeiro, secou uma das últimas fontes de informação sobre o cangaço. Seu Né, como era chamado pelos mais íntimos, era incapaz de dar uma informação errada como tantos fizeram, quando não sabia algo respondia simplesmente: "Não tenho conhecimento". Sua casa era um porto seguro, pois ele e sua família recebiam a todos com muita satisfação. Candeeiro prestou importantes informações a diversos pesquisadores.

Agora com a missão já cumprida, que ele encontre o descanso eterno.

Adeus seu Né...

Sabino BassettiPesquisador e escritor, Salto/SP

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/search/label/Aderbal%20Nogueira


LAMPIÃO E SEUS COMPARSAS EM RIBEIRA DO POMBAL

Por Josevaldo Matos

Era manhã de domingo do dia 16 de dezembro de 1928, Lampião e mais sete cangaceiros chegam à Vila de Pombal, (hoje, Ribeira do Pombal). 

Foto colorizada e retificada pelo amigo Rubens Antonio, ele que é Geólogo, historiador e escritor, o qual nos cedeu gentilmente.

Na foto acima, da esquerda para a direita: Lampião, Ezequiel, Virgínio (para quem ainda não sabe Virgínio fora casado com a irmã de Lampião), Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão e Arvoredo. 

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1859272750772192&set=gm.740505002825113&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SABINO ESTÁ CONDENADO À MORTE

Por José Mendes Pereira


No momento do ataque dos policiais ao bando de cangaceiros de Lampião, lá na fazenda de Seu Antonio da Piçarra Sabino Gomes levou a pior, pois foi atingido, sofrendo um enorme tiro no estômago, deixando-o sem condições de caminhar com os demais cangaceiros. 

Sabino sabendo que não teria a menor chance de sobreviver, pediu a Lampião que o matasse, pois não estava mais aguentando as dores que ora o incomodavam bastante. 

- Capitão Lampião, eu não consigo mais suportar tamanhas dores... Por favor, mate-me logo! 

Lampião sendo amigo de longos anos do Sabino não aceitou a sua solicitação, dizendo: 

- Eu num tenho coragi de matá um cumpanheiro meu e nem tão pouco ordeno aus meus cabras qui o mate. 

Mas Lampião viu que a situação de Sabino Gomes era irreversível, e afastando-se um pouco do local, chamou um dos cabras e disse-lhe: 

-Tire as bala do revóve e intregue a eli, para a genti vê a sua atitude. Maiz veja si num ficou arguma. 

- Sim senhor capitão. – Confirmou o cabra. 

Assim que o cabra desarmou a arma, engatilhou-a e entregou-a a Sabino Gomes. Não demorou. Sabino levou-a ao ouvido e apertou o gatilho. Mas como a arma estava descarregada, não aconteceu nada. 

Lampião vendo que ele queria mesmo morrer, perguntou aos cabras: 

- Quem di ocês teim coragi de sacrificá-lo? 

- Eu não tenho. – disse um dos cabras. 

- Eu muito pior..., disse outro cangaceiro... 

Nesse ínterim, o cangaceiro Mergulhão disse: 

- É meu amigo, mas ele não tem mais como viver... E voltando-se para Sabino perguntou-lhe... Você está ciente do que está nos pedindo? 

- Mais do que ciente... Eu não consigo mais viver.
Ajeitaram um lugarzinho seco e bem limpinho, levaram-no para lá, e cobriram-lhe os seus olhos, evitando que visse o extermínio de sua própria vida. 

Mergulhão deu o tiro de misericórdia na cabeça. E o Sabino Gomes foi embora para eternidade. 

Em seguida, Lampião recolheu-se a um canto do coito, penalizado com o fim do amigo de tantos anos, chorou sem presenciar o enterro do seu grande amigo.

Assim me contou em 10 de abril de 2011 o pesquisador do cangaço Francisco das Chagas do Nascimento. Fiz a minha história baseada na sua informação.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com