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quarta-feira, 20 de abril de 2016

OUTRO GARIMPEIRO DA HISTÓRIA CANGACEIRA...


... e incansável pesquisador responsável por diversos trabalhos relacionados ao tema.

Na fotografia acima o Professor Antônio Vilela de Souza (da cidade de Garanhuns, no Estado de Pernambuco aparece ao lado de Dona Expedita Ferreira filha do casal de cangaceiros Lampião e Maria Bonita.


Os momentos acontecem, as imagens são registradas e o que permanece ao final é a história a ser apresentada e contada, e as boas lembranças dos momentos vividos.

Ao Professor Vilela (Antonio Vilela de Souza) o nosso reconhecimento pelo seu trabalho, dedicação e esforço na construção desse Universo chamado Cangaço.

Font: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572888176208416&set=gm.1205891059424010&type=3&theater

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AGRACIADO COM O TÍTULO DE CIDADÃ DA CIDADE DE PIRANHAS-AL

Por Manoel Severo Barbosa

Existem momentos realmente marcantes em nossas vidas. Uns mais que outros, uns bem mais que outros... Hoje vivo um desses momentos mais que especiais e que estarão guardados em minha memória e em meu coração por todos os tempos. Méritos não sei se os tenho, mas sei o tamanho do bem querer de meus amigos espalhados pelo Brasil... 

Para imensa felicidade de minha família e gratidão e honra que não possuem tamanho; por proposição do querido amigo vereador José José Cláudio Pereira - Cacau, recebo com a felicidade maior do mundo, o TITULO DE CIDADÃO DA CIDADE DE PIRANHAS, em Alagoas.
Sem palavras, sem palavras...

Fonte: facebook
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/469220296620253/?notif_t=group_activity&notif_id=1461110993665502

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O ANJO QUE TE GUARDA

Por Rangel Alves da Costa

Acredite, confie, creia com toda fé: há um anjo que te guarda. Sim, os anjos da guarda existem. São reais e neste momento estão ao lado e dentro de todos que lhes foram confiados proteção. O seu anjo está contigo agora, bem ao lado, por cima, ao redor e dentro de você, calmo, silencioso, atento.

Anjo da guarda, anjo guardião, ser angelical enviado dos céus para estar ao lado, prover, interceder, proteger e guardar seu protegido perante as forças nefastas do mundo. Amparo e escudo, a voz silenciosa ecoando, a motivação de repente surgida, aponta a estrada, guia os passos, faz renunciar às escolhas.

Mesmo que você não sinta, o seu anjo protetor sopra-lhe aos ouvidos, diz sobre o melhor a ser feito, sugestiona o coração, provoca disposições para o bem, tudo faz para evitar a ocorrência do mal. Sua responsabilidade é tamanha que sempre está pronto para, através de você, vencer os desafios surgidos.

O anjo da guarda também age como o ser consciente ao lado do ser duvidoso. É presença que aconselha o espírito, predispõe a alma, fortalece a vida. Preocupa-se com o seu pensamento, suas intenções, com o que pretende fazer. Guarda para o bem, para nortear o fazer e o destino. Protege contra o mal, contra toda maldade que contra você desejem praticar. Influencia o seu passo, cada gesto, cada ação.

Talvez nem imagine que seja assim, mas de repente você muda repentinamente de pensamento. Tencionava ir por um caminho e vai por outro, decide não viajar, deixa de passar por algum lugar num determinado momento. Obra do acaso? Não. Ação do anjo que guarda e protege. Ação do anjo que direciona, que norteia, que tudo faz para proteger. Mas por que o mal acontece? Ora, aquele que se distancia de Deus se aproxima cada vez mais dos perigos e dos labirintos da vida.


O seu anjo é a mesma força de Deus a cada instante. Ele entristece pela sua tristeza, chora pela sua lágrima, regozija pelo seu contentamento, alegra-se pela sua vitória. Ao adormecer, ele continua sempre ao lado, pois anjo de guarda. Ao acordar, ele abre os olhos contigo, caminha contigo, segue aonde vá, pois anjo de proteção.

Mas você poderia perguntar se a proteção divina não está sendo diminuída pela proteção de um simples anjo. Ledo engano, pois sua proteção é a mesma aos olhos de Deus. Ora, os anjos são mensageiros celestiais, são seres que intermediam seus anseios terrenos com os poderes divinos. Deus é tudo e está em tudo, inclusive em você, mas seu anjo se afeiçoa a um amigo bom que tudo faz para que tenha o melhor na vida.

As palavras não são vãs, atente bem para isso. Anjo significa o ser espiritual, o ser iluminado, criado por Deus para cumprir sua vontade perante os seres terrenos. Daí ser mensageiro da vontade divina e intercessor da vontade humana. Por sua vez, o termo guarda implica em guardar, proteger, guiar. Diz-se, então, que anjo da guarda é o ser enviado por Deus para guardar e proteger o seu filho.

Por isso que há um anjo que te guarda, e sempre. Não está refletido no espelho nem como vulto no retrato. Não está com foice à mão lhe abrindo as veredas nem empurrando você para que não dê o passo seguinte em direção ao abismo. Mas está em seu pensamento, em sua mente, no seu coração, no seu espírito, na sua alma. Portanto, no todo você.

A mente boa procura a boa ação. O bom coração deseja fazer o bem. A força interior positiva ilumina a pessoa em cada ação. Eis a intercessão angelical na mente, no coração, no ser. Por isso não há que duvidar nem da presença nem da importância do anjo de guarda na vida do ser humano, na sua vida.

Digo, por fim: Não deseje que seu anjo se vá. Acolha-o com acolhe o próprio Deus. É um anjo e anjo de Deus. Não peça sua intercessão somente em momentos difíceis. Permita, sim, que ele te livre sempre das dificuldades da vida e do mundo. Mas para agir assim, precisa sempre estar dentro e ao redor de você.

Poeta e cronista
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NOVO LIVRO DO ESCRITOR SABINO BASSETTI - LAMPIÃO O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS


Através deste e-mail sabinobassetti@hotmail.com você irá adquirir o  mais recente trabalho do escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti intitulado "Lampião - O Cangaço e seus Segredos".

O Livro custa apenas R$ 40,00 (Quarenta reais) com frente já incluído, e será enviado devidamente autografado pelo autor, para qualquer lugar do país.
Não perca tempo e não deixe para depois, pois saiba que livros sobre "Cangaço" são arrebatados pelos colecionadores, e você poderá ficar sem este. Adquira já o seu.

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A MORTE DE NENÉM DE LUIZ PEDRO

Por José Bezerra Lima Irmão

Sila juntou-se a Zé Sereno provavelmente no dia 07 de novembro de 1936. Ela conta que, na véspera, fez a “arrumação da trouxa” e para comemorar o fato Zé Sereno à noite deu uma festa que terminou tarde. Zé Sereno estava com seu grupo junto com o de Luiz Pedro. Naquela noite, Sila dormiu em sua casa pela última vez.

No dia seguinte – que ela chama de “data marcada” – ela e os irmãos foram ao encontro do bando, que se encontrava embaixo de uma quixabeira perto de casa. Deixando as terras de Poço Redondo, os cangaceiros partiram em direção a Paripiranga, na Bahia. Viajavam a pé. Eram 12 pessoas. As únicas mulheres eram Sila e Neném de Luiz Pedro.

No terceiro dia, 9 de novembro de 1936, arrancharam-se na casa de um coiteiro na Fazenda Algodãozinho, perto do povoado Mocambo, na estrada de Carira para Itabaiana. Muita comida, muita cachaça. Ao anoitecer, o vigia deu o alarme: vinha chegando sorrateiramente a Volante do Sargento DELUZ.

Iniciou-se o tiroteio. Neném, cangaceira experiente, pegou a novata pelo braço e correu com ela para o curral, ao lado da casa, enquanto os homens sustentavam o contra-ataque, a fim de dar tempo para que elas fugissem.

Aparentemente a fuga seria fácil, pois os cangaceiros contavam com a escuridão da noite. Quase todos já haviam transposto a cerca de arame farpado do curral, quando ouviram um baque surdo. Gumercindo, irmão de Sila, avisou:

- Luiz Pedro, Neném tá “ferida”!

Um cangaceiro que vinha atrás corrigiu:

- Tá não, tá morta “mermo”!

Luiz Pedro, desesperado, voltou para socorrer a companheira, porém um cangaceiro derrubou-o ao chão e arrastou-o para o mato. Luiz Pedro gritava:

- “Fios” da puta! Mato tudo, um por um, raça “disgraçada”!

Os cangaceiros meteram-se na caatinga. Foram dormir nas terras da Fazenda Lagoa Comprida, de Napoleão Emídio.

Enquanto isso, no curral da Fazenda dava-se um ato de SELVAGERIA:

OS SOLDADOS SERVIRAM-SE (SEXUALMENTE) DE NENÉM, JÁ MORTA. POR FIM, ESTIMULARAM UM CACHORRO A FAZER O MESMO.

Fonte: Livro LAMPIÃO – A RAPOSA DAS CAATINGAS de José Bezerra Lima Irmão


Transcrição: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)
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ENCONTRO DAS CULTURAS NO PARQUE “O REI DO BAIÃO”


O líder cultural professor Benedito Vasconcelos Mendes, fundador do Museu do Sertão em Mossoró-RN, será homenageado no Parque Cultural “O Rei do Baião”, Fazenda São Francisco, São João do Rio do Peixe-PB, por ocasião do IX FESMUZA – Festival de Músicas Gonzagueanas, nos correntes dias 19 e 20 de agosto de 2016.


Trata-se, na verdade, de um encontro muito importante entre os movimentos culturais mossoroenses e são-joanenses.


Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço e José Romero de Araújo Cardoso

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LIVRO: VINGANÇA, NÃO...! (A VIDA DO CANGACEIRO CHICO PEREIRA)

Por Francisco Frassales.

Em crônica anterior, falei do padre Francisco Pereira Nóbrega e hoje escrevo sobre o livro “Vingança, não - Depoimento sobre Chico Pereira e cangaceiros do Nordeste”. Não se trata de livro de história nem de memória. Tampouco é romance ou novela, embora o autor tenha lançado mão de recursos ficcionais, a exemplo de recriação de monólogos para imprimir lógica ao fluxo narrativo e torná-lo verossímil.
O foco do livro é conhecido. Chico Pereira entra no crime para vingar a morte do pai, João Pereira, comerciante, proprietário rural e político em Sousa, com atuação no distrito de Nazaré e em São Gonçalo. O filho prendeu e entregou à polícia o executor da morte do pai, mas com pouco tempo o viu impune, andando livre pelas ruas, em feiras e festas. Um acinte. Depois de muita tocaia, “Zé Dias foi achado morto no meio da estrada. Estendido no chão. Só ele e a morte. E ninguém mais por testemunha”, escreve padre Pereira.


A partir daí, desencadeia-se o processo de formação de bando de cangaceiros. Chico Pereira planeja assaltar Sousa, ajudado por Lampião, que manda dois irmãos, Antonio e Livino Ferreira, dividir o comando das operações. Em 27 de julho de 1924, à frente de 84 homens, o grupo invade Sousa. Houve saques, cenas de humilhação do juiz de direito e outros fatos narrados com sutileza para não reabrir feridas, penso. O livro repassa, também, episódios que envolvem padre Cícero Romão Batista, políticos paraibanos e o advogado Café Filho; fugas, esconderijos, a morte vestida de cobra venenosa; o descumprimento de acordos com autoridades, a prisão sem resistência em Cajazeiras, em plena Festa da Padroeira, e levado para a cadeia de Pombal. A viagem para a morte na estrada de Currais Novos, nas mãos da polícia, na madrugada de 28 de outubro de 1928. Tudo isso Francisco Pereira Nóbrega narra em 20 capítulos, afora nota explicativa, uma foto e um croquis das andanças do pai em terras da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Quarenta e cinco anos depois de publicada, a obra virou peça de teatro e já poderia ter-se tornado filme. É livro perene, um depoimento original, nascido de dentro para fora. Explico. Centenas de livros versam acerca do cangaço, escritos por sociólogos, memorialistas, historiadores, jornalistas, enfim, estudiosos, mas poucos existem como “Vingança, não”. O autor não vivenciou a maioria dos fatos narrados. Ouviu-os da boca de parentes e amigos. Cresceu a escutar as versões familiares. Não se contentou com isso, porém, e durante dois anos checou datas, nomes, lugares e episódios em consultas a processos judiciais, testemunhas e jornais da época.

O livro encerra aspectos relevantes para as pesquisas históricas, sociológicas e políticas da fase final da República Velha, auge do coronelismo, o intricado sistema de relações de poder que nascia no interior dos municípios, propagava-se pelas capitais dos estados e chegava ao centro das decisões políticas e administrativas do País. Essa teia de relações de poder aparece despida no livro, envolta em simplicidade narrativa de fazer inveja. Como se forma um bando de facínoras? Lá está, passo a passo, sob o influxo das injunções políticas interferindo nas atividades comerciais, envolvendo o judiciário, o aparelho policial, as autoridades do executivo estadual, numa promiscuidade que era a própria essência do poder na Primeira República.

Nem a religião escapava dessa urdidura. O autor descreve a esperança que era ir a Juazeiro em busca das bençãos do padre Cícero. Pereira Nóbrega produz uma síntese quase perfeita do messianismo e a exploração política que o cerca, ao referir-se ao mandachuva, deputado Floro Bartolomeu: “Sem ser beato nem cangaceiro, será o ângulo onde se encontram ambos. Sobre essa dupla força se firmará para atingir alturas que jamais suspeitou.” Para quem nada era e nada tinha, isso foi tudo. Enfeite de ficcionista? Que nada, realidade pura.

Tudo isso está escrito com singeleza, sem rebuscadas técnicas literárias, de permeio com o desenrolar de laço amoroso nascido entre “manso e pacato contratante de cal” e uma menina-moça de 12 anos, órfã de pai, assassinado, que casa por procuração aos 14, e enviúva aos 17 anos, com a herança de três filhos e o estigma de mulher de cangaceiro. “Vingança, não” transpira amor em meio à tragédia sertaneja.

Esta crônica, publicada no jornal Gazeta do Alto Piranhas, Cajazeiras, nº 325, de 04 a 10/03/2005,.

P S – Francisco Pereira Nóbrega deixou a batina, casou-se, teve filhos. Fez-se professor, escritor, cronista. Afastou-se do ministério, mas continuou a obra de evangelização. Sua última missão foi dedicar-se ao Catecumenato. Morreu em João Pessoa, em 22 de janeiro de 2007.

Francisco Frassales.
Compartilhado de Cangaceiros Cariri

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
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CENTENÁRIO DE ERONIDES DE CARVALHO

Prof. Milton Barboza da Silva ( *)

O centenário do nascimento de Eronides Ferreira de Carvalho, cuja passagem pelo cenário político sergipano registramos de 1935 à 1941, abre-nos a possibilidade para uma reflexão acerca da atuação do sujeito na história, em seu espaço social, econômico e político. Por isso, acreditamos ser essa uma oportunidade singular para trazermos algumas análises sobre o político Eronides de Carvalho; sobre a conjuntura de seu tempo, à qual esteve sintonizado, e, por vezes, perfeitamente ajustado, e as implicações de sua atuação nos períodos subsequentes.

Faz-se necessário ressaltar que a maior dificuldade de se abordar a temática que nos foi proposta, deve-se ao fato de que o período de 1930 à 1945, se pôr um lado, é farto de documentação e pleno de uma bibliografia no cenário nacional, por outro, permanece um período pouco estudado no âmbito estadual, como de resto, a história política sergipana é ainda uma seara a ser explorada, podendo render boas colheitas, haja vista a farta documentação existente em acervos públicos ou privados, a espera de estudos e análises pautados em uma abordagem criteriosa, científica e, por isso mesmo, isenta de um emocionalismo estéril.
       
Assim, valemo-nos de fontes secundárias como os trabalhos do prof. Ibarê Dantas e da prof. Terezinha Oliva, entre outros, que se constituem em referências indispensáveis a quem pretende entender esse rico momento da história sergipana. Ressalto ainda que, concernente aos dados biográficos que pontuam aqui e ali nossa exposição, foram coletados, sobretudo, no Dicionário Bio-Bibliográfico de Armindo Guaraná. Quero deixar registrados os meus agradecimentos à profª Tânia Prado, pesquisadora do APES, que tendo realizado uma pesquisa, ainda inédita, sobre o Dr. Eronides de Carvalho, prestou-me valiosas informações sobre parte da vida do Interventor que me eram desconhecidas.
       
Eronides Ferreira de Carvalho nasceu em Canhoba a 25 de abril de 1897, filho de próspero fazendeiro da região, vai para Maceió, onde realiza seus estudos primário no Colégio 11 de Janeiro. Em seguida, transfere-se para o Liceu Alagoano, concluindo os estudos secundário em 1910. Entra na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1911 e lhe é conferido o grau de doutor em 20.12.1917, com a tese “Do Ópio em Therapêuta Mental” ( 18.12.1917).
       
Ainda enquanto estudante foi auxiliar do Laboratório da Cadeira de Therapêutica; Diretor da Beneficência Acadêmica e membro da Sociedade Médica da Bahia, já formado. Foi nomeado interinamente, em 1918, diretor geral de higiene e saúde pública do Estado; dirigiu os serviços de profilaxia durante o período de pandemia da gripe; foi diretor interino do Posto de Assistência Pública do Estado. Em 28 de fevereiro de 1920 foi nomeado Inspetor Médico Escolar. No ano seguinte era nomeado por portaria do Ministério da Agricultura, veterinário do corpo de veterinários do serviço da indústria pastoril. Aprovado em concurso para o corpo de saúde do Exército, foi nomeado segundo tenente por decreto de 23 de fevereiro de 1923, indo servir no 10º Regimento de Cavalaria Independente na Cidade de Bela Vista no Mato Grosso e em abril do mesmo ano foi transferido para o 28º B.C., estacionado em Aracaju. Onde, então, começa suas atividades, inicialmente como oficial-médico, em seguida, como político.
       
A compreensão do período em que Eronides de Carvalho esteve no poder, 1935 à 1941, passa necessariamente, pôr uma abordagem da estrutura de sustentação econômica e social do sistema republicano, tica pautada num conservadorismo, sob as benções de um liberalismo periférico.
       
A República, apesar de toda a propaganda deflagrada antes, durante e após a sua implantação, era nova apenas no plano jurídico/constitucional, pois, estruturalmente falando, o “novo” regime não significou uma transformação profunda das hostes econômica, política e social do Brasil, conservando um modelo que vinha do sistema anterior e que, mal ou bem, ajusta-se à nova ordem política, especialmente se olharmos do ponto de vista das massas e, sobretudo das massas camponesas ou rurais. Um dos arautos da nova ordem, o Presidente Campos Sales dizia:

“O verdadeiro público que forma a opinião e imprime direção ao sentimento nacional é o que está nos Estados. É de lá que se governa a República pôr cima das multidões que tumultuam, agitadas, nas ruas da Capital da União” .

Do ponto de vista econômico, somente com uma abordagem temporal mais ampla é que conseguimos enxergar as mudanças que vão se operando no nível das estruturas produtivas do país, mas só sentidas, pôr certo, a partir dos anos 30, razão pela qual aludi anteriormente sobre a necessidade de se compreender o período que antecede ao governo de Eronides de Carvalho. Deste modo, o setor dominante na Primeira República, vai optar por um modelo arcaizante de Estado, mas que dará sustentação econômica e política aos grupos que se revezarão no poder da República: trata-se do sistema oligárquico que se apoiava no coronelismo, que, ao contrário do que muita gente imagina, ao chamá-lo de provinciano, tinha um pé no passado, marcado pela herança da oligarquia açucareira dos senhores de engenho, e o outro pé colocado em cima do mercado estrangeiro. Constatar isso, é constatar um paradoxo, digo, se era necessário à manutenção do poder, internamente, que se conservassem as estruturas ultrapassadas de dominação, por outro lado, para corresponder à dinâmica do mercado internacional, cobrava-se uma modernização do Estado Nacional. Como aliás, percebeu Terezinha Oliva:

“A análise do caso de Sergipe é bem ilustrativo desta colocação. Estado periférico não apenas no contexto nacional, mas regional, tem Sergipe especificidades muito próprias. Com uma economia basicamente dependente da exportação açucareira, responsável por 2/3 da receita estadual e lutando com dificuldades crescentes para colocar sua produção no mercado, Sergipe vai sentir, como poucos, o ônus da sua transformação em Estado federado, no quadro do avanço da acumulação capitalista e do processo de constituição do mercado nacional”

Sob essa ótica, o período que estende de 1930 à 1945, e que, em Sergipe, vai alcançar o governo de Eronides de Carvalho (1935-1941), terá que conviver com esse paradoxo. De um lado, o patriarcado rural, preso as suas raízes históricas de um passado não muito distante; de outro, a tendência nacional vigente de modernização do aparelho do Estado para se ajustar à nova ordem internacional.
       
Essa situação, aparentemente paradoxal, permite-nos apontar aquela que é uma sutil, porém importante característica do sistema oligárquico: a sua independência em relação ao poder central. Nesse aspecto, a “política dos governadores” é a consagração deste princípio de independência das oligarquias frente ao poder da União. Mas a força das oligarquias dependia não só dessa independência em relação ao poder central (é preciso entender essa independência nos limites das boas relações), mas sobretudo da hegemonia que certos grupos conseguiram manter, por estarem ligados as atividades econômicas de peso, sobre grupos concorrentes. A centralização desse poder dependia “do controle exercido sobre os grandes coronéis municipais, condutores da massa eleitoral incapacitada e impotente para participar do processo político que lhes fora aberto com o regime representativo imposto pela Constituição de 1891 ( Campelo de Souza: 1973) .
       
Portanto, a estabilidade oligárquica era, em última instância, questão circunscrita ao âmbito e natureza do coronelismo estadual. E essa natureza não é unívoca, quando cito Campelo de Souza, não estou querendo reforçar tal concepção de que o controle do voto explicaria o fenômeno do coronelismo. Mas acredito que essa problemática já foi suficientemente esclarecida- ao menos para mim- pelo professor Ibarê Dantas, quando lucidamente coloca:

“Se num primeiro período o coronelismo se fundamenta no controle das massas e na legitimação da sociedade política, a partir da força de sua milícia particular, num segundo momento, quando sua força coercitiva se torna desgastada, passa a explorar seu prestígio construído através de uma tradição de mando. Somente numa terceira fase o voto passa a ter papel primordial dentro do coronelismo”.

Corroborando com essa tese de Ibarê é que inserimos o caso específico do Dr. Eronides de Carvalho, pois a ausência dessa terceira fase, a do voto, em todo o seu mandato, não desconfigura a estrutura de dominação tradicional que servia de sustentação, embora nem sempre evidente, ao sistema da administração estadual do dr. Eronides. Parece evidente que não podemos classificar essa estrutura de sustentação nos mesmos moldes das oligarquias tradicionais no Estado, como a de Olympio Campos, mas em sua nova fase teremos o destaque dos dois pressupostos da tese do professor Ibarê Dantas.
       
É fundamental, portanto, para uma compreensão da dinâmica das oligarquias que se entenda a correlação de forças que se manifesta nas relações de classe que determinam toda a dinâmica do sistema. Essa correlação se dá no âmbito do fenômeno do sistema político do coronelismo.
       
A estreia do capitão Eronides Ferreira de Carvalho no cenário governamental, constituído governador em eleição na Assembleia Legislativa em 02.04.35, inaugura uma fase de orientação política contrária à orientação do grupo liderado por Maynard. Aparentemente, tratava-se de uma disputa entre duas lideranças que pretendiam se afirmar no comando político do Estado, mas só aparentemente, pois quando vamos na profundidade da questão, percebemos que a disputa é entre setores tradicionais da economia açucareira e algodoeira do Estado.
       
Legalista, Eronides De Carvalho não toma assento ao lado dos tenentes, cujo movimento ganhava corpo a nível nacional e, em Sergipe, já se insinuava no Quartel do 28º Batalhão de Caçadores “(..) mas não sensibilizava o jovem oficial médico que permanece fiel às forças legais durante as revoltas de 1924 e 1926 e por toda a década de vinte”, afirma Dantas.
       
Seu apego à ordem e a sua sintonia com as forças detentoras do poder (os revolucionários de 30), fato este atestado pela sua passagem, ainda que efêmera pelo Governo Provisório, pós Revolução, só é contrastada com a disputa que vai se iniciar entre o capitão Eronides de Carvalho e o Interventor Maynard (1930-1935). Durante essa Interventoria, Eronides de Carvalho se recolhe ao 28º BC, mas não é um recolhimento “obsequioso”, ao contrário, de dentro do quartel, o cap. aglutina em torno de si uma corrente de descontentes com o governo de Maynard, ao tempo em que vai se impondo como solução para a crise que enxergava existir dentro das hostes da interventoria de Maynard. Afirmava-se, assim, como uma liderança política viável.
       
Mas, obviamente, o projeto do capitão Eronides de Carvalho ia para além da reação aquartelada - creio mesmo que ele não cogitou da possibilidade do uso da força militar contra Maynard, apesar de seu prestígio ser grande no quartel. Seu projeto era mais ambicioso e exigia menos truculência, sendo um projeto cabível numa ordem legal, volta-se para a organização que a sociedade civil, em profundas transformações pós-30, lhe permitia: a conjunção de suas ideias em torno de uma agremiação política. Assim, participa da fundação da União Republicana de Sergipe ( URS). Essa agremiação aglutinava, em torno, os usineiros, representantes do setor açucareiro que, descontentes com a orientação política vigente, tinha na figura do coronel Gonçalo Rollemberg do Prado, seu mais destacado representante. Eronides de Carvalho, de início não era o nome aglutinador das expectativas e dos interesses do setor dominante, mas as suas raízes e suas manifestações o credenciaram a tanto, conforme Ibarê Dantas, “o terceiro nome [da agremiação] era justamente Eronides de Carvalho com influência na área rural, inclusive através do pai, o coronel Antônio Ferreira de Carvalho, próspero fazendeiro”. A Eleição do Dr. Eronides de Carvalho para o governo do Estado, pela Assembleia Legislativa (16 x 14), numa votação apertada, deveu-se a habilidade de Godofredo Diniz (ligado a Júlio Leite e Secretário Geral da União Republicana de Sergipe), que através de uma costura política bem feita, conseguiu unir a URS com o PSD, grupo que seguia a orientação de Leandro Maciel, para que fosse apresentado um candidato único. Embora tenha sido derrotado na eleição para a Constituinte (03.05.33), ficando como suplente, estavam lançadas as bases para a sua eleição dois anos depois ao governo do Estado.
       
Foi o governo de Eronides de Carvalho, sem dúvidas, um governo de desestabilização do domínio de Maynard,

“Como se as represálias contra os correligionários de Maynard não bastassem, o governo Eronides de Carvalho investiu contra seus decretos, tornando sem efeito cerca de metade deles” .

Como era de se supor, houve uma apropriação do aparelho do Estado por parte do novo grupo que assumia o poder, sendo os cargos divididos entre os partidários das duas agremiações citadas. Era o retorno do domínio ruralista. No entanto, é complicado afirmar que o patronato rural estivesse fora do processo político durante o período anterior a 35, vamos considerar apenas que não havia uma interferência ostensiva nos cargos e na máquina do Estado.
       
Contudo, o governo Eronides foi além, não bastava desarticular a atuação do Partido Republicano de Sergipe, sigla onde se abrigava Maynard, era necessário investir sobre a ação da classe trabalhadora que à época, manifestava-se com certa desenvoltura, sob orientação do Partido Comunista e, no mínimo, com a simpatia de Maynard - que dê certo não era comunista-, mas estimulava o movimento operário. A composição do governo Eronides (com uma sustentação marcadamente conservadora), provocaria uma decepção para as lideranças operárias que assistem inconformada a nomeação do corpo auxiliar do cap. Eronides de Carvalho de membros simpatizantes da Ação Integralista Brasileira, como é o caso do Chefe de Polícia Abelardo Cardoso.
        
Foi, sem dúvida, um governo forte, o do dr. Eronides de Carvalho. Mas a despeito dessa sustentação, não conseguiu manter uma hegemonia política. Em parte, apontamos como causa dessa dificuldade de hegemonia, os problemas que os senhores do açúcar encontraram para fazer valer seu domínio; em parte, atribuímos a uma oposição acirrada que o governo enfrentaria dos três partidos de oposição, principalmente do PRS e do PSP(Partido Social Progressista), que embora não tendo muita coesão entre si, mas formavam um coro com o movimento dos trabalhadores urbanos. As críticas ao governo vinham de diversas frentes: dos tribunais de representação, da imprensa e do movimento operário. Com esse cenário, tinha Eronides de Carvalho um espaço diminuto de atuação, mas que era ampliado se pensarmos nas relações do governo estadual com o governo Federal.
       
Assim, torna-se imprescindível olharmos para a Intentona Comunista como um movimento inserido do contexto do comunismo internacional, mas que se diminuirmos o foco para as realidades estaduais, centralizando na paisagem sergipana, vamos enxergar que esse episódio de 1935, terminará por aliviar o estado de pressão, digo desensinar a pressão do governo de Eronides de Carvalho. No tocante a Intentona Comunista,

“Em Sergipe, o governo [ Eronides de Carvalho] que, desde julho de 1935, havia denunciado a Vargas a existência de agitação comunista, tendo como centro a “liga antifascista” e “antiguerreira”, ao tempo em que recomenda ‘enérgica repressão’ “.

Percebe-se, portanto, que o governo não perde tempo de, pôr um lado, sintonizar-se com o endurecimento do regime no âmbito Federal e, pôr outro, livrar-se do foco de pressão imposta ao seu governo: reprime a imprensa, demite assessores ligados ao governo anterior e transfere civis e militares que lhes são incômodos. Naturalmente que Eronides de Carvalho não perdeu tempo em associar essas pessoas com a figura do Major Maynard e aproveitou a oportunidade para associar o major às “ideias extremistas”, fazendo um relato completo ao Presidente Getúlio Vargas da atuação dos adversários aqui no Estado. Assim, satisfeito com a sua obra, escreve:

“tomadas essas providências, que reputo indispensáveis, posso garantir a V. Excia. Que Sergipe nenhum motivo dará para preocupar o espírito do eminente Sr. Presidente da República no que tange à defesa da ordem”.

Até 1937, a situação do governo Eronides de Carvalho, em que pese os ventos estarem soprando ao seu favor no plano nacional, sua situação é de um incômodo generalizado com todas as medidas coercitivas, a oposição silenciada e a assembleia Legislativa fechada, tudo lhe parecia favorável, mas era preciso construir uma imagem de um governo operoso e ordeiro. Desse modo, a manutenção do controle da máquina do Estado e da própria situação política, exigia que o cap. Eronides atuasse em duas frentes: continuar desmobilizando as forças oposicionistas (condição que os poderes constitucionais do Estado Novo lhes permitia), por um lado; por outro, intensificar a propaganda anticomunista, elevando à categoria de suspeita todas as ações de seus opositores.
       
Esta direção que toma o governo Eronides de Carvalho, como lembra o prof. Ibarê Dantas, “provinha do Poder Central”, mas de difícil assimilação pelos Estados, principalmente um Estado com as características rurais como Sergipe. Ademais, Eronides vai tentando como pode eliminar todos os focos de oposição ao seu governo, principalmente, quando ligado ao Major Augusto Maynard Gomes, cuja única possibilidade de fazer frente ao governo seria no comando do 28º BC, mas Eronides conseguiu impedir sua nomeação, pelo menos, conseguiu adiar quando ela já era tida como certa. Muito embora o grupo de Maynard, quer seja através da imprensa, quer na assembleia Legislativa enquanto ainda funcionava, fazia bastante barulho ao ponto de seus ecos serem ouvidos no Rio de Janeiro. O PSD, através de sua liderança o Senador Leandro Maciel, foi a oposição que mais conseguiu desestabilizar o governo de Eronides. Os pronunciamentos de Leandro Maciel conseguem acertar bem no alvo do governo, causando alguns estragos a unidade do grupo governista, além disso Leandro fazia dobradinha com o deputado Melchisedeck Monte, tirando o sono dos correligionários do governo.
       
A esse quadro, seguiu-se uma onda de prisões de líderes políticos e jornalistas e enquadramento na Lei de Segurança Nacional era uma constante, em que pese ter havido um acordo a nível nacional entre o PSD e o governo Federal, mas no âmbito do Estado os dois grupos ainda se rivalizavam. O clima era de terror, mas o Jornal O Estado de Sergipe, deixou registrado para a posteridade:

“Sergipe nunca viveu mais tranquilo, mais calmo do que neste momento. O governador vai administrando com visão superior, distribuindo justiça equidosamente”.

A situação do governo estava tão tranquila que as oposições estavam trabalhando com a possibilidade do impeachment do governador, que foi salvo pelo Golpe de 1937. Bem, assim e só assim, consolidou-se a dominação da facção açucareira ao aparelho de Estado, enquanto era empurrado para adiante os problemas sociais, sobretudo os da classe trabalhadora.
       
O Golpe de 1937 assinala nos Estados membros da Federação, cujas características se assemelham ao de Sergipe, um período de instabilidade e de suspensão de direitos e garantias do cidadão. De 1937 à 1945, Sergipe teve três interventores: Eronides de Carvalho (37 à 41), o cap. Milton Azevedo até 1942 e a volta de Maynard até 1945.
      
A identificação de Eronides de Carvalho com o Estado Novo foi tão perfeita que, em mais de uma vez, fez questão de deixar seu ardor para com o regime público e notório:

“quero consignar minha perfeita identidade com o Estado Novo criado na carta de 10 de novembro que V. Excia. Houve por bem outorgar ao Brasil” (...) “estou pronto a obedecer disciplinarmente as ordens que V. Excia. Determina como chefe Nacional do partido da União que será uma instituição fundamental do Estado Forte criado pelo insigne Presidente”

É claro que o governador, agora Interventor, estava feliz com o golpe, afinal este havia removido de seu caminho os empecilhos que representavam os oposicionistas e setores organizados da sociedade. No entanto, Eronides não consegue evitar os arranhões em suas relações com Governo Federal, sobremodo no episódio de que ele teria avisado ao Juracy Magalhães do Golpe, posteriormente negado pelo próprio Eronides, mas com certeza explorado pelo seu arquirrival Augusto Maynard.
       
Tendo seus poderes aumentados pela constituição Outorgada, Eronides de Carvalho procede a uma verdadeira “limpeza” nos setores administrativos, inclusive nomeando prefeitos (25), aposentando ou reformando seus desafetos e trazendo de volta ao cenário político o grupo do patriarcado rural que, na verdade, nunca saíram do controle econômico. Com a sociedade civil sob controle e suas organizações desestabilizadas, não lhe restava mais nada para fazer senão tocar o trivial do dia-a-dia administrativo e se dedicar de corpo e alma a propaganda doutrinária cujo programa vinha pronto, aos pacotes, do Governo Central. Seu engajamento nesta campanha de doutrinação nacional foi tão eficiente que recebeu elogios nacionais e fora recomendado como exemplo.
       
Diz, o prof. Ibarê Dantas: “Sergipe nunca assistiu a tanta exploração de civismo como no Estado Novo. No mês de abril então era um verdadeiro festival; no dia 2, comemorava-se o aniversário da administração do interventor, em seguida era lembrada a posse do prefeito, no dia 19 a data natalícia do Presidente da República, quando também se comemorava o dia da juventude e, no dia 25, o aniversário do Interventor (...) Como se esses dias fossem insuficientes, criou-se de 27 de março a 1º de abril a chamada Semana Eronides de Carvalho (...)” .
       
Ainda que reconheçamos que o período do Estado Novo, alcançou Sergipe em acentuada queda em alguns setores produtivos, como o declínio da produção algodoeira, e uma acentuada crise no setor açucareiro, os cofres do Estado aumentam sua arrecadação em função da reforma tributária levada a efeito pelo governo da União. Com essa margem de capitalização do Estado o Interventor realiza algumas obras, sobretudo na área da saúde: um centro de saúde (Palácio Serigy), Hospital Infantil, casa para psicopatas e centro para menores delinquentes. Na área cultural, reformou a Biblioteca Pública, construiu algumas escolas e ampliou a rede de estradas e outras obras menores sem os vultos dessas mencionadas.
       
Sua entrada no circuito nacional. Pela propaganda getulista, faz com que lentamente, Eronides de Carvalho vá se afastando da base rural de sustentação de seu governo desde os primeiros momentos nos idos de 1935, ajustando-se a uma administração mais voltada para o cenário de propaganda doutrinária do que das tendências interiorana. Assim, o setor açucareiro teve que sair das usinas e ir brigar junto ao IAA pelas suas reivindicações, reflexo da crise que vivenciavam. Mas, nem por isso representou um racha das relações entre Eronides e seus correligionários, ao contrário, em alguns momentos até favoreceu a aproximação com grupos de produtores rurais que antes lhes fazia oposição.
       
Ao nível das lutas sociais, o quadro da classe trabalhadora, enquanto movimento operário não mudou muito. A desconfiança era mútua. A figura do Interventor estava associada à repressão e o movimento dos trabalhadores aos comunistas. Mas Eronides procura modificar esse cenário: cooptando algumas lideranças sindicais, bem ao gosto da prática getulista, comparecendo em cerimônias dos trabalhadores ao lado dos líderes sindicais e convidando estes a aparecerem em cerimônias oficiais, passando uma imagem à opinião pública de uma convivência pacífica. No terreno da imprensa, destacamos o Correio de Aracaju e o Sergipe Jornal que sobreviveram com uma relativa autonomia em relação ao governo do Interventor, apesar da rigorosa censura.
       
No entanto, mesmo com tudo a seu favor, Eronides de Carvalho inicia seu fastígio e declínio junto ao governo central. As denúncias chegavam diretamente ao Presidente da República, expediente comum e que era estimulado nos Estados, que não raro interpelava o interventor sobre a procedência destas. Maynard e seu grupo não hesitavam em lançar mão desse expediente, assim haviam denúncias de compra de fazendas; fornecimento de gado de modo irregular aos matadouros; utilização de terrenos públicos para permanência de gado da família do Interventor e outras denúncias similares. O próprio Maynard fez chegar ao conhecimento do Governo Federal irregularidades, tais como: a participação da polícia em jogo no Estado, o desvio de dinheiro depositado no Banco do Brasil, venda clandestina de algodão, etc.
       
Face a essas acusações, o Presidente da República forma uma comissão para investigar a veracidade dos fatos e Dr. Carlos Mário Faveret é indicado como presidente da mesma. Em Sergipe, Carlos Faveret ouve várias personalidades, registrando em seu relatório a veracidade de muitas acusações. Apesar de Eronides de Carvalho ter tentado impedir os trabalhos dessa comissão, Vargas não estava mais disposto a tolerar a improbidade de alguns de seus auxiliares e de nada valeu a intervenção do General Góis Monteiro, padrinho e protetor de Eronides de Carvalho, para mantê-lo no Poder.
       
Finalmente, em 1941, março precisamente, o cap. Eronides de Carvalho vai ao Rio de Janeiro em busca de uma audiência com Getúlio Vargas, porém, sem sucesso, lá permanece até os fins de maio, sem, contudo, ser recebido pelo Presidente da República. Ali mesmo escreve uma carta ao Presidente colocando seu mandato à disposição e se dizendo “na paz da consciência e na tranquilidade de espírito de haver servido a V. Excia. Com lealdade (...)”. Vargas, responde-lhe em cartas datada do mês de junho do mesmo ano, dizendo-se de seu apreço pelo “patriótico desprendimento que evidenciam da sua parte, depois de haver prestado a Sergipe e ao seu Governo meritório e reais serviços”. Com a renúncia do Dr. Eronides de Carvalho, estava consumada a sua queda.
       
O cap. Milton Azevedo assume, em um mandato tampão, até o retorno do major Augusto Maynard Gomes.
       Após a renúncia em 1941, fixa residência no Rio de Janeiro. Foi nomeado para Juiz do Tribunal de Segurança Nacional e, em 1944, é nomeado Tabelião do 14º Ofício de Notas e Notas do Rio de Janeiro. Morre em 18 de março de 1969.

(*) Conferência Apresentada no Conselho Estadual de Cultura, por ocasião do Centenário de nascimento de Eronides de Carvalho ( 1897 - !997 ) , Abril de 1997.



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REDUTO DE UM PODEROSO CORONEL

Por Aderbal Nogueira

Pesquisando o reduto de um poderoso Coronel do sertão de Lampião. Fazenda Borda da Mata do coronel Antonio Caixeiro em Canhoba, no Estado de Sergipe. Antonio Caixeiro era pai do médico e ex-governador de Sergipe.




ADENDO:

Clique no link para você ler o que escreveu o pesquisador Kiko Monteiro sobre pai e filho respectivamente.

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2011/08/canhoba-em-sergipe-e-rota-do-cangaco.html

Fonte: facebook
Página: Aderbal Nogueira
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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BILHETE DE LAMPIÃO


Lampião, na época em que estava no ‘auge’, enviava bilhetes para os coronéis, cidadãos e pessoas que sabia ter posses, afim de extorquir determinada quantia.

Um de seus cabras, ou mesmo um morador da fazenda do próprio coronel, servia de intermediário entre o “Rei do Cangaço” e a vítima.

Após a morte do “Rei Vesgo”, alguns dos cangaceiros que ficarem sem se entregarem, tentaram manter a mesma meta dele, porém, as coisas não sucederam iguais, tendo até quem mandou dizer, pelo portador, que se coragem tivesse, ele mesmo, o cangaceiro que enviara o bilhete, dirigisse a ele para buscar o dinheiro. Numa espécie de desafio. E o melhor, os cangaceiros que mandaram as mensagens, não foram, jamais, buscar a grana ‘solicitada’.

Abaixo, mostramos, como exemplo, um de seus famosos recados escrito ao Sr. Antônio Mando.

Diz o mesmo, mais ou menos assim:

“ + - 1926

Illm° Sr. Antônio Mando.
Estimo suas saudações

Com todos ofim desta para lhe pedir dois contos de rs.

Los peço isto sem farta agora e não mande que depois vai
se sahir muito mal. Resposta pelo mesmo portador
sem mais, não falte olhe olhe

Capt. Virgulino Ferreira
vulgo, Lampião”

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
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