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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa:
30,00 reais, com frete incluso.

Como adquiri-lo:
Antonio Corrêa Sobrinho
Agência: 4775-9
Conta corrente do Banco do Brasil:
N°. 13.780-4

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O CEGO ADERALDO E A PISTOLA QUE LAMPIÃO LHE DEU DE PRESENTE POR OCASIÃO DE SUA VISITA AO JUAZEIRO-CE, NO INÍCIO DE MARÇO DE 1926.


O CEGO ADERALDO E A PISTOLA QUE LAMPIÃO LHE DEU DE PRESENTE POR OCASIÃO DE SUA VISITA AO JUAZEIRO-CE, NO INÍCIO DE MARÇO DE 1926.

A literatura informa que Aderaldo violeiro e rabequeiro era contumaz nas visitas à casa de Padre Cícero.

Fonte: Livro - Eu sou o cego Aderaldo.

2ª fonte: facebook

Página: facebook

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FRANCISCO RODRIGUES LANÇA "GUANABARA" HOJE NA BIBLIOTECA NEY PONTES DUARTE


Aos 82 anos de idade e com uma produção literária efervescente, o escritor areia-branquense Francisco Rodrigues da Costa lançará hoje, a partir das 19h, na Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, o seu sexto livro, sempre pautado nas lembranças vividas com uma roupagem única, carregada de saudosismo e de um lirismo que já se tornou a sua marca registrada.


"Guanabara" é um romance autobiográfico, onde o autor fala do seu encontro com Zezinha, sua esposa, dos momentos bons, das filhas, e da saudade deixada por elas. No prefácio, o professor Raimundo Leotino diz que "Guanabara, o edênico refúgio de Francisco Rodrigues da Costa, é irremediavelmente humano, de uma humanidade desmedida, torrencialmente pulsante, de vivas páginas em letra de carne viva; lembranças que o tempo não consegue desfazer".


O autor diz que o livro retrata quadros da sua história: "É mais uma história da minha vida, claudicante, cheia de altos e baixos, um diálogo um pouco ficcional, um pouco verdade, com minha saudosa esposa Zezinha, sobre os 41 anos em que eu vivi com ela... É como se fosse a continuação de 'Perdão', meu último livro, lançado no ano passado".


O editor da Sarau das Letras, Clauder Arcanjo, também comentou a obra: "Mesmo quem imagina que não tem nada a ver com a história, acaba adentrando e se identificando com a narrativa, pela forma gostosa com que Chico a relata, uma escrita muito gostosa de se ler".


http://omossoroense.uol.com.br/index.php/o-jornal/cotidiano-mobile/70828-francisco-rodrigues-lanca-guanabara-hoje-na-biblioteca-ney-pontes-duarte

Fonte: facebook 

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PAULO AFONSO E OS CAMINHOS DA REPORTAGEM "VELHO CHICO: ESPERANÇA DO SERTÃO" VAI AO AR HOJE, ÀS 22H, NA TV BRASIL.

Por João de Sousa Lima

PAULO AFONSO E OS CAMINHOS DA REPORTAGEM "VELHO CHICO: ESPERANÇA DO SERTÃO" VAI AO AR HOJE, ÀS 22:00 HORAS, NA TV BRASIL.


Paulo Afonso será notícia hoje, 08 de outubro de 2015, na TV BRASIL. Os roteiros Históricos, turísticos e culturais de Paulo Afonso serão notícias hoje na TV BRASIL.

ASSISTAM! DIVULGUEM!

João de Sousa Lima é escritor, pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. Telefones para contatos: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

http://joaodesousalima.blogspot.com.br/2015/10/paulo-afonso-e-os-caminhos-da.html

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XANDU E XANDUZINHA

Por Sálvio Siqueira

Naquele tempo, era bastante comum a realização de casamentos entre pessoas da mesma família. Muitas razões levavam para que isso acontecesse, como por exemplo, o não entrar, na família, aquelas pessoas que andavam à procura de 'dotes', grau de poderio econômico e por aí vai com outras, e outras... Certas famílias estão tão entrelaçadas que deixam sua árvore genealógica complexa para o entendimento.

Com os casamentos consanguíneos, que tornaram-se eram corriqueiros, e o número de filhos bastante elevado, deixaram ou fizeram com que os homônimos existissem, ou mesmo ainda existam, em quase todo lugar.

Ao ler textos sobre a história do município, vez por outra deparava com "´cabôco´ Marcolino, cunhado de Zé Pereira". E em outras ocasiões, "Zé Pereira, tio do ´cabôco´ Marcolino". Concomitantemente, percebi-se a existência de duas Xandus.
                                   
Chegamos então, a seguinte conclusão: o “coronel” Marcolino Pereira casou com Águida de Andrade ("Sinhá" Águida), a união gerou Zé Pereira e Doninha. Esta enamorou o “coronel” Marçal Florentino Diniz e teve os filhos Xandu e Marcolino Diniz. Este se uniu a outra Xandu, filha do "major" Floro, que, num episódio famoso ocorrido em meados de 1930, foi capturada durante a invasão na Fazenda Patos pela volante do sargento Quelé, encarcerada na própria residência e resgatada à bala pelos "soldados" de Zé Pereira, comandados por Marcolino Diniz.

Ficando, mais ou menos assim:  Zé Pereira é irmão de Doninha, que é mãe de Marcolino Diniz, que é irmão de Dona Xandu, que firmou matrimônio com Zé Pereira. Assim, realmente, este é tio do ´cabôco´, que também é seu cunhado. Além disso, o "coronel" Marçal é ao mesmo tempo cunhado e sogro de José Pereira e o "coronel" Marcolino e "Sinhá" Águida são avôs e bisavôs de Aloysio e Luizinha. Ufa.
 
Zé Pereira casou-se com a própria sobrinha, Xandu. "Dizem que ele foi dar uma de alcoviteiro para um amigo e acabou envolvendo-se com a moça".


Na cidade de Princesa Isabel, no Estado da Paraíba, também ocorreram fatos idênticos com uma das famílias mais importantes e conhecidas na história. Trata-se, nada mais nada menos, da família do todo poderoso Coronel Pereira Lima.

Marcolino Pereira Lima

FONTE: LIMA, Aloysio Pereira. Princesa 1884/1984: José Pereira, a chama ainda acesa. Série IV Centenário. João Pessoa: A União, 1984.

A imagem logo acima é um registro do Sr. Marcolino Pereira Lima - pai de José Pereira Lima, chefe político e prefeito de Princesa, além de deputado estadual. Com sua morte em 11/09/1905, José Pereira assumiu a chefia da família e da política local." Avô, por parte de pai, e bisavô, por parte de mãe, de Aloysio Pereira".

  Marçal Florentino Diniz

FONTE: LIMA, Aloysio Pereira. Princesa 1884/1984: José Pereira, a chama ainda acesa. Série IV Centenário. João Pessoa: A União, 1984.

O Sr. do registro fotográfico acima, é Marçal Florentino Diniz, pai de Dona Alexandrina, Dona Xandu, esposa de José Pereira Lima, sendo assim, Marçal F. Diniz era cunhado e sogro do cel. José Pereira. 


Alexandrina Pereira Lima - Dona Xandu


FONTE: LIMA, Aloysio Pereira. Princesa 1884/1984: José Pereira, a chama ainda acesa. Série IV Centenário. João Pessoa: A União, 1984

A senhora do registro fotográfica acima, é a Dona Alexandrina Pereira Lima, Dona Xanduzinha, que era esposa do coronel José Pereira Lima. Segundo a fonte, esse registro foi capturado muito tempo depois da união entre ela e o coronel Zé Pereira, que também era seu tio.


Outros autores já identificam a senhora do registro acima como sendo Xandu, esposa do caboclo Marcolino. Que foi sequestrada pelo sargento Quelé, durante "A Revolta de Princesa", mantendo-a, junto a outras mulheres, como refém no casarão da Fazenda Patos, com a intenção de fazer o coronel José Pereira ceder.

  Marcolino Diniz - "O Caboclo Marcolino" - tokdehistoria.com.br

Esposo de Xanduzinha, o Sr. do registro fotográfico acima, Marcolino Diniz, que foi imortalizada na música de Humberto Teixeira, cantada por Luiz Gonzaga, "Xanduzinha", e era, também, cunhado do coronel José Pereira.


Marcolino Diniz - "O Caboclo Marcolino" 

 Marcolino Diniz - o 'cabôco´ Marcolino, trocou a faculdade e os bois zebus pelo fuzil,as balas e o punhal. Tendo, depois de tudo, como única recompensa o amor de Xanduzinha.

No registro fotográfico acima, ele, o Caboclo Marcolino, aparece já bem idoso e cego de um olho, sequela da "Revolta de Princesa' de 1930.
  
 Coronel José Pereira Lima - blogdomendesemendes.blogspot.com

Abaixo, veremos um cronograma, realizado por Mardson Medeiros, no qual vemos um pouco da árvore genealógica da família do coronel José Pereira de Princesa: 
  
FONTE CONSULTADA: MARIANO, Paulo. Princesa Antes e Depois de 30. João Pessoa: EGN, 1991. 

http://oficiodasespingardas.blogspot.com.br/

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PIORES MOMENTOS PARA OS CANGACEIROS

Nesta fotos vemos o Sílvio Bulhões com seu tutor Padre José de Melo Bulhões

Um dos piores momentos da vida dos cangaceiros, era quando seus filhos, nascidos nas correrias das caatingas, eram entregues a pessoas previamente escolhidas, quando podiam, pois, nem sempre era possível.

Sílvio Bulhões filho de Corisco e Dadá

Quando foi confiada a guarda de seu filho ao padre José de Melo Bulhões, em início de setembro de 1935, Corisco e Dadá recomendaram em carta, escrita de próprio punho, que transformasse seu filho em Doutor, homem religioso e de boa índole, para que o mesmo não passasse as amarguras da vida, em que eles viviam... E assim o fez.

Corisco e Dadá pais de Sílvio Bulhões

O padre recebeu diversas cartas de Corisco, onde o cangaceiro demonstrava, profundo amor pelo filho, em uma desta demonstração de amor incondicional, foi quando o padre avisou ao casal, que o menino seria batizado no dia 26 de janeiro de 1936.

Nesta outra Sílvio Bulhões está nos braços da sua mãe de criação, Angélica Bulhões e do local da observação (foto da época), onde os cangaceiros ficaram observando.

Corisco e Dadá se encontravam em Águas Belas – PE, nas propriedades do Dr Audálio, (Aquele coiteiro que presenteou Corisco com a cachorra Jardineira), e, prontamente marcaram a viagem para Santana do Ipanema, onde se realizaria o batizado, e assim o fizeram... Chegaram a um local chamado SERRA DO CRISTO, previamente escolhido e ao longe observavam a movimentação das pessoas que se deslocavam ao local da cerimônia... A distância, avistaram uma mulher, com uma criança vestida de branco, onde o coração dos pais, denunciava que era seu filho amado.


PS: Quando Dadá visitou seu filho, já adulto, em Santana do Ipanena, ela olhou para o morro, lembrou e contou em detalhes, este momento único para eles!

Fonte: facebook

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O MAIS NOVO LIVRO DO ESCRITOR SABINO BASSETTI - LAMPIÃO O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS


Este é o  mais recente trabalho do escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti intitulado: 

"Lampião - O Cangaço e seus Segredos".

O Livro custa apenas R$ 40,00 (Quarenta reais) com frente já incluído, e será enviado devidamente autografado pelo autor, para qualquer lugar do país.

Não perca tempo e não deixe para depois, pois saiba que livros sobre "Cangaço" são arrebatados pelos leitores e colecionadores, e você poderá ficar sem este. Adquira já o seu através deste e-mail:

sabinobassetti@hotmail.com

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RELÓGIO CARRILHÃO QUE PERTENCEU AO CÔNEGO JOAQUIM ANTÔNIO DE SIQUEIRA TORRES - VIGÁRIO RESPONSÁVEL PELO BATISMO DE LAMPIÃO

 Fotos do acervo pessoal

Relógio carrilhão que pertenceu ao Cônego Joaquim Antônio de Siqueira Torres - vigário responsável pelo batismo de Lampião - filho de dona Joana Vieira Sandes - famosa Baronesa de Água Branca. 

Cel. João Militão da Silva Barros

Fora adquirido pelo Coronel João Militão da Silva Barros - então comandante do 119º batalhão da Guarda Nacional (Floresta - PE).

Fonte: facebook
Página: Dênis Carvalho

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RESGATE DO CORONEL ANTÔNIO GURGEL


O mais novo trabalho do professor, escritor, pesquisador do cangaço e fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Paulo Gastão de Medeiros. O lançamento será anunciado nos próximos dias.

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PRESERVANDO A HISTÓRIA E A MEMÓRIA DE UM ANTIGO “CABRA” DE LAMPIÃO.

“Vinte e Cinco” e sua filha Dalma Matos

José Alves de Matos que ficou conhecido no cangaço por “Vinte e Cinco”, foi um dos integrantes do bando de Lampião durante a década de 1930. Vinte e Cinco ganhou esse apelido do veterano cangaceiro Corisco, por ter se apresentado ao seu bando no dia 25 de dezembro de 1933.

Após a morte de Lampião em 28 de julho de 1938, Vinte e Cinco se entrega às autoridades, fica preso durante quatro anos e após obter a sua liberdade, presta concurso e passa a trabalhar no funcionalismo público, onde se aposenta.

Sua história de vida é repleta de sofrimentos e superações, mas mesmo diante de tantos obstáculos que a vida lhe impôs, soube reescrever a sua história e deixou para sua família um legado de dignidade e honestidade, deixando para trás a sombra e a imagem do cangaceiro que vagava pelas terras secas e tórridas do Sertão Nordestino.

José Alves de Matos “Vinte e Cinco” que era considerado o último dos cangaceiros, faleceu no dia 15 de junho de 2014, aos 97 anos de idade, em Maceió/AL, onde residia com sua esposa Dona Marisa e família.

Vinte e Cinco, o baiano de Paripiranga, deixou a vida para entrar definitivamente para a história do cangaço, do Brasil e do mundo.

Na fotografia abaixo estão “Vinte e Cinco” e sua filha Dalma Matos Matos.

À família Matos... meus sinceros agradecimentos por todo o apoio e colaboração que sempre nos prestou para o desenvolvimento e produção de nossos trabalhos.

Fotografia: Acervo da família.
Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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O CANGAÇO: 12 FOTOS E 7 FATOS IMPRESSIONANTES SOBRE UM BRASIL FORA DA LEI - PARTE FINAL

O lendário cangaceiro Lampião posa para foto segurando uma edição de um dos jornais que costumava ler, "O Globo", 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#4 - A opinião pública dividida entre amor e ódio.

Lampião já era uma lenda viva antes mesmo de sua vida ser documentado pelo corajoso jornalista sírio-libanês, Benjamin Abrahão.  Tratado pela polícia dos estados como uma verdadeira praga a ser exterminada, temido por onde passava, ainda assim ganhou a simpatia de muita gente.Virgulino tinha a confiança de gente de diversos setores da sociedade: coronéis, sertanejos e até mesmo a igreja, representada pelo inigualado Padre Cícero, a quem se deposita regionalmente o prestígio de uma santidade. 

A situação de considerável apoio da sociedade pode se amparar no senso de justiça em crítica à força oficial vigente. O respeitado historiador britânico, Eric Hobsbawn, em uma de suas obras (Bandidos/1969), apontou o Cangaço brasileiro como um exemplo claro do fenômeno do banditismo social, que se alinhava ao princípio de contestação, como um sentido primitivo de revolta. 

“O ponto sobre bandidos sociais é que eles são criminosos camponeses a quem o senhor feudal e o Estado enxergam como criminosos, mas que permanecem dentro da sociedade camponesa, e são considerados por seu povo como heróis, como campeões, vingadores, lutadores pela justiça, talvez até mesmo líderes de libertação e, em qualquer caso, homens para serem admirados, ajudados e apoiados. Esta relação entre o camponês comum e o rebelde, bandido e ladrão é o que faz o banditismo social interessante e significativo.”
Eric Hobsbawn

Volantes do Estado da Bahia em registro de Benjamin Abrahão, circa 1936. (Benjamin Abrahão/Acervo Abafilm).

#5 - Volantes: a polícia especial dos estados treinada com as mesmas práticas dos cangaceiros.

Por décadas a República simplesmente amargou a inferioridade de suas forças diante do preparo e conhecimento preciso dos bandos cangaceiros. Equipados com cangas de madeira e utensílios metálicos (daí o nome cangaço: canga+aço), esses grupos eram compostos por homens (e também, muito raramente, mulheres) de invejável experiência de combate, sempre furtivos e ágeis.

Nas cidadelas invadidas, a polícia costumava ser ínfima e sem a menor condição para impedir investidas tão bem articuladas. Quando chegava algum reforço capaz de enfrentá-los, os cangaceiros simplesmente desapareciam em rotas de fuga que os levavam para outros estados, onde somente as forças policiais correspondentes poderiam atuar.

A reação dos estados foi precisa: responder na mesma moeda. Foram constituídas as chamadas forças volantes, o braço cangaceiro da polícia, formadas por homens (alguns deles até ex-cangaceiros) de preparo e práticas de combate idênticas às dos bandos criminosos. Assim, rotas de fuga, abrigos e investidas furtivas estavam mais sujeitas a falhas. 

O encontro de Abrahão com o bando de Virgulino, em foto tirada pelo cangaceiro Juriti. Da esquerda para a direita: Vila Nova, não identificado, Luís Pedro, Benjamin Abrahão (à frente), Amoroso, Lampião, Cacheado (ao fundo), Maria Bonita, não identificado, Quinta-Feira, foto de 1936. (Acervo Abafilm).

#6 - O jornalista libanês que documentou a vida dos cangaceiros.

Figura responsável pelos mais preciosos registros iconográficos do Cangaço, Benjamin Abrahão Botto conheceu de perto, por vários meses, a rotina de diversos bandos cangaceiros, inclusive os dos notáveis Corisco e Lampião. Ele foi por muitos anos secretário de Padre Cícero em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, até que com a morte do sacerdote em 1934, colocou em prática seu projeto mais ambicioso: filmar e fotografar Lampião e seu bando.

Se aproveitando da ligação de Lampião com Padre Cícero, Abrahão facilmente se aproximou do cangaceiro. Lampião era uma figura extremamente vaidosa, característica que o consolidava como Rei do Cangaço, se deixando acompanhar pelo jornalista. O material coletado ao longo de cerca de 2 anos (1936 e 1937) era de extrema preciosidade e foi recebido nas grandes metrópoles como um verdadeiro escândalo. O Cangaço era uma ofensa ao Estado Novo de Getúlio Vargas, que tratou de censurar e confiscar o registro de Benjamin. 

“As fotos e filmes de Benjamim eram um atestado da incompetência das forças policiais e uma afronta ao Palácio do Catete”. - Frederico Pernambucano de Mello


O sírio-libanês Benjamin Abrahão trouxe a público relatos detalhados sobre a rotina e características dos bandos cangaceiros, o que pode ter sido nocivo à estratégia dos bandos, cada vez mais combatidos em esfera interestadual. Em menos de três anos a maior parte dos principais bandos foi desmantelada, inclusive com a execução de Lampião (1938) e Corisco (1940). O próprio Benjamin também teve seu fim em 1938 (dois meses antes da morte de Lampião e seu bando),vítima de nada menos que 42 facadas em um assassinato até hoje não esclarecido. Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, a mesma força que matou Lampião, matou Benjamin: o desmoralizado Estado Novo. 

“Antes que o Estado Novo espatifasse o sistema de poder do sertão, era alto negócio para qualquer fazendeiro comercializar com o cangaceiro. O Estado Novo acabou com esse colaboracionismo. A morte de Benjamin foi, sobretudo, uma queima de arquivo histórica.”
Frederico Pernambucano de Mello

Cangaceiro Barreira posa junto à cabeça de seu ex-companheiro de bando, Atividade, como prova de lealdade à volante. 

#7 - Um cerco que se fechava: a falência dos bandos e o fortalecimento do combate ao cangaço.

Com o passar dos anos, a forma que o Estado tratava o Cangaço era cada vez mais madura. A segunda metade dos anos 1930 foi especialmente difícil para os bandos cangaceiros. Um a um, os criminosos iam sucumbindo ou se entregando em troca da anistia. O marco do fim dos tempos do Cangaço foi a emboscada que executou Lampião, Maria Bonita e diversos membros de seu bando. Suas cabeças foram expostas ao público em muitas cidades do Sertão nordestino.

“Naquela época, Lampião mobilizava grossos capitais. Travava com coronéis da região que financiavam seus roubos e recebiam parte do lucro. Seu bando era a imagem do sucesso da organização fora da lei."
Frederico Pernambucano de Mello

O fim do Cangaço foi causa direta da insatisfação com tamanha desmoralização do Estado Novo causada pelas imagens de Abrahão. Não só como atividade marginal, mas também como exemplo escancarado da corrupção de coronéis colaboradores, o Cangaço era uma afronta a Getúlio Vargase sua proposta ideológica. E sistematicamente pagou o preço da visibilidade que adquiriu.

Cadáver do cangaceiro Cirilo de Engrácia, morto por civis e usado como exemplo pela volante alagoana. A cabeça de Cirilo já havia sido decepada, foi recolocada para a foto. 1935. (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).

Cabeças cortadas de membros do bando de Lampião, incluindo o próprio e sua parceira, Maria Bonita, mortos em uma emboscada em Porto da Folha, Sergipe. Elas foram expostas como troféu na escadaria da Prefeitura de Piranhas, no estado de Alagoas, este episódio simbolizou o fim dos tempos áureos do Cangaço. Foto de 1938 (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).
Cabeças dos cangaceiros expostas em Santana do Ipanema/AL, 1938. (Autor desconhecido/Acervo Sociedade do Cangaço).

O médico legista Charles Pittex segura as cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita, elas ficaram expostas por muitos anos na Faculdade de Medicina da Bahia, foto de 1939. (Autor desconhecido).


FIM

Bruno Henrique Brito Lopes 
Graduado em História pela Universidade Católica de Pernambuco. 

http://www.historiailustrada.com.br/2014/11/o-cangaco-12-fotos-e-7-fatos.html

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