Seguidores

domingo, 6 de maio de 2012

Literatura Sobre Lampião e o Cangaço:

Por Guilherme Machado
[semp+020.jpg]
Painel da literatura de cordel sobre o Capitão Virgulino Ferreira da Silva "Lampião".
 
Literatura genuinamente nordestina.
Lampião foi o personagem de maior aceitação  no mundo das diverssas literaturas de  cordéis  e estrofes de poetas repentisras. Lampião heroi, bandido, justiceiro, governador, poeta, matador, valente, fujão, acaba mundo, amigo dos pobres e muito mais no mundo da fantasia do cordel. Literatura genuinamente nordestina.
Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia.

A misteriosa bala incendiária do capitão Corisco "diabo loiro".

Por: Guilherme Machado
[semp+020.jpg]

Instrumento achado na antiga fazenda pacheco em barro alto na época, município de barra do mendes Bahia.


 Nome da bala " catch a fire" ou simplesmente isqueiro da morte.
 
Em minhas viagens na trilha de morte do capitão Corisco. em Barro Alto – Bahia, na antiga fazenda dos Pachecos, no município de Barra do Mendes, onde conheci vários amigos, testemunhas da cassada do tenente Zé Rufino,  ao Diabo Loiro, o capitão Corisco, alguns deles, Edgar das laranjeiras, Lídio Neri, Florisvaldo Pereira "Zuzu", Zé de Diva, "in memorin",  Edizio Ibipeba, e muitos outros que não me recordo, dentre eles um foi muito últil nas minhas pesquisas, Irineu dourado "in memorian" da cidade de Ibititá,  que me deu alguns pertences,  que foram posteriormente encontrados nas terras da antiga fazenda Pacheco,  onde estavam escondidos,  Dadá & Corisco em 1940.
 O velho Irineu a quem eu tinha uma grande estima era cacheiro viajante da região do feijão.  E se encontrava em Barra do Mendes em  1940,  quando assassinaram o capitão Corisco.
Irineu viajava com seu automóvel, um ford 1938, quase que sem uso. Afirma o velho almocreve, foi quem me entregou vários objetos, que ele comprou de um antigo vaqueiro, da fazenda Pacheco. Moedas, punhais, anéis, baionetas, balança, dentre os objetos o que mais me chamou atenção, foi a bala acima. Um isqueiro em forma de bala. Este serviu aos cangaceiros para acenderem cigarros, cachimbos, ou charutos, e também servia para incendiar casas e pastos de seus inimigos; "A bala incendiária".   
O velho vaqueiro confirmou que o isqueiro caiu da trouxa que Corisco carregava em viagem com destino a bom Jesus da Lapa -  na Bahia.
Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia.

Literatura sobre o cangaço e Lampião

Por: Guilherme Machado
[semp+020.jpg]

 Livro Maria Bonita do capitão, de Vera Ferreira e Germana Gonçalves de Araújo.

 
Este livro foi uma doação do amigo, escritor e pesquisador: Antonio José, da comunidade da Bela Vista Serrinha - Bahia.
Neta de Lampião lança livro sobre a vida de Maria Bonita

Com a presença de artistas, jornalistas, empresários, autoridades e educadores, entre outros profissionais ligados às artes e à cultura foram lançados esta semana, no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, o livro ‘Bonita Maria do Capitão’. A obra, publicada pela Editora da Universidade Estadual da Bahia (Eduneb), comemora o centenário de nascimento de Maria Bonita, mulher do capitão Virgulino Ferreira da Silva, o famoso cangaceiro Lampião.
 Organizado pela neta de Lampião e Maria Bonita, Vera Ferreira, e pela desenhista industrial e professora de designer gráfico da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Germana Gonçalves de Araújo, o livro contou com o patrocínio do Instituto Banese, gestor do Museu da Gente Sergipana, e do Banese Card.  Segundo o diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese, o arquiteto e escritor Ézio Déda de Araújo, além do trabalho biográfico a publicação mostra a participação de Maria Bonita nas artes, a sua presença na música, no cinema, no teatro, dança e xilogravura. “Trata-se de um material de excelência, um trabalho muito bem cuidado, pesquisado e fundamentado”, disse Ézio ao destacar que esta foi a primeira publicação apoiada pelo Instituto Banese depois da inauguração do Museu da Gente Sergipana.
 Para Vera Ferreira, a literatura do cangaço estava devendo a Maria Bonita um trabalho à altura da história dela. “Passamos três anos organizando o livro. Germana parou o doutorado dela por seis meses para se dedicar à obra, que foi cuidada nos mínimos detalhes, a exemplo do marcador de livro que é o desenho da luva da minha avó, que mandamos fazer em são Paulo”, disse Vera. Composição... ‘Bonita Maria do Capitão’ é um livro estruturado em duas partes: a primeira, biográfica, apresenta textos e imagens da sertaneja de Malhada da Caiçara, sertão da Bahia, Maria Gomes de Oliveira. Trata-se do resultado da leitura dos estudos de vários pesquisadores no assunto, mas, principalmente, da busca constante sobre a configuração genealógica dos Gomes de Oliveira pela neta Vera Ferreira. Já a segunda parte, que é dividida em temáticas, configura-se em uma original composição de obras de artistas que se apropriaram da imagem de Maria Bonita para suas produções, juntamente com textos de estudiosos e pesquisadores sobre a representação dela dentro de cada uma das temáticas desenvolvidas: fotografia, cinema, xilogravura, literatura, teatro, música, artesanato, moda e artes visuais... Presenças  entre as pessoas que prestigiaram o lançamento do livro, na noite da última terça-feira, 13, estavam a secretária de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social, a primeira-dama Eliane Aquino, o publicitário Antônio Leite, o médico e escritor Marcelo Ribeiro e a superintendente da Banese Corretora, Avilete Ramalho, além da diretora do Instituto Banese, Gileide Barbosa... Este Livro Foi uma Doação do Escritor Antonio José, do Povoado Bela Vista. Para o Portal do Cangaço de Serrinha Bahia.
Extraído do blog Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia

Conheçe alguma banda que chegou aos 50 ? - Por Marcos Costa


Rolling Stones Lead Singer Mick Jagger Performing at the Live Aid Concert Impressão fotográfica premium


Enviado por Marcos Costa

NO DIVÃ COM DR. PROID... (em dobro)

HQ   ZECA RAIDE
Charge
Piada
No consultório psiquiátrico:

Paciente:
- Doutor, vou lhe contar um segredo: eu sou um galo!

O psiquiatra resolve aprofundar a analise:

- E desde quando o senhor acha que é um galo?

Paciente:

- Ah, desde que eu era um pintinho.
GALERIA
O filme dos Vingadores é recheado de humor e aventura. Superou expectativas e é uma ótima diversão. O Hulk surpreende algumas vezes. Vale a Pena Assistir, para quem curte o estilo super-heróis.
 
Semana que vem um post especial para o dia das mães.
Enviado pelo artista plástico Marcos Costa

Noite Cariri Cangaço-GECC com Zanotti e Odilon Camargo

Ângelo Osmiro e Odilon Camargo
Mais uma vez a noite Cariri Cangaço-GECC no espaço Raquel de Queiroz, da Saraiva MegaStore do shopping Iguatemi em Fortaleza, foi palco de espetaculares apresentações. O encontro teve seu início com as boas vindas do presidente do GECC , escritor Ângelo Osmiro, que além de dá os informes da associação e do universo da pesquisa do cangaço, apresentou as boas vindas aos dois conferencistas da noite: dramaturgo e escritor paranaense Luiz Zanotti e o jornalista e radialista Odilon Camargo.
Ricardo Albuquerque, Edilson, Tomaz, Ângelo Osmiro, Comendador Mariano e Haroldo Felinto
Manoel Severo e a apresentação dos convidados da noite
Tomaz, Afrânio, Ângelo e Odilon
Em seguida o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, ressaltou a satisfação do GECC está recebendo dois ilustres convidados, "primeiro o companheiro Zanotti, que é paranaense, mas possui alma sertaneja da caatinga; que esteve conosco no Cariri Cangaço e mostrou toda sua paixão pelas coisas do sertão, refletidas em seu mais novo livro; e meu grande amigo Odilon Camargo, companheiro de outras batalhas, irmão de convicções e que tive o prazer de trabalharmos juntos durante algum tempo em Maranguape, sejam bem vindos e saibam que estão em casa".
Aderbal Nogueira e Wilton Dedê, presenças marcantes do Cariri Cangaço-GECC
Conferencista da Noite, Luiz Zanotti
Conferencista Odilon Camargo e "Utopia Sim, Thomas!"
Conselheiro Cariri Cangaço, Renato Casimiro.
Confrade Tomaz apresentando a obra de Ricardo Albuquerque, Iconografia do Cangaço
Dentro da Programação da noite, o confrade Ricardo Albuquerque apresentou aos presentes sua mais nova obra, "A Iconografia do Cangaço", que estará sendo lançada ainda neste mês de Maio em São Paulo e Fortaleza, para posteriormente ser lançada em Juazeiro do Norte e Sousa.
Assessoria de Imprensa

Literatura sobre Lampião e o cangaço: Livro estrelas de couro a estética do cangaço do professor Frederico Pernambucano de Melo.

Por: Guilherme Machado
[semp+020.jpg]

 Prefácio: Ariano Suassuna
"Estrelas de couro, o livro que eu gostaria de ter escrito”. Diz Ariano Suassuna
ESTRELAS DE COURO - A ESTÉTICA DO CANGAÇO
Obra finalista do Prêmio Jabuti 2011 nas categorias Produção Gráfica e Ciências Humanas
Autoridade no tema Cangaço - expressão do irredentismo popular brasileiro, o historiador Frederico Pernambucano de Mello nos apresenta o livro Estrelas de couro: a estética do cangaço (Escrituras Editora), com prefácio de Ariano Suassuna.
Pernambucano, chamado por Gilberto Freyre de “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, mergulha no universo desconhecido de sua cultura material, promovendo a leitura profunda do requinte e dos significados presentes nas poucas peças autênticas de uso dos cangaceiros, a exemplo do signo-de-Salomão, da cruz-de-malta, da flor-de-lis, do oito contínuo deitado, das gregas, de variações sublimadas da flora local, e das tantas combinações possíveis de que se valia o cangaceiro na construção de um traje que atendia à vaidade ornamental de seu brado guerreiro e a anseios bem compreensíveis de proteção mística.
Resultado de estudo profundo a que se dedicou Pernambucano desde 1997, a obra é um ensaio interdisciplinar, um livro de arte com mais de 300 fotos históricas, que contou com a colaboração da Aba-Film (Fortaleza-CE), Fundação Joaquim Nabuco (Recife-PE), Instituto da Memória (Aracaju-SE), Instituto Cândido Portinari (Brodowski-SP), Instituto Ricardo Brennand (Recife-PE), Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (Maceió-AL), Museu Estácio de Lima / Instituto Nina Rodrigues (Salvador-BA), Museu da República (Rio de Janeiro-RJ) e do autor, que possui o maior acervo de peças de uso pessoal dos cangaceiros, com cerca de 160 objetos, que teve lugar de destaque na Mostra do Redescobrimento - Brasil 500 Anos (2000, São Paulo).
O livro é a primeira produção de história íntima sobre o fenômeno de insurgência social de maior apelo popular do Brasil. Sem perda do caráter epidérmico de banditismo, Pernambucano nos mostra uma tradição brasileira de insurgência recorrente, irmã do levante indígena, do quilombo e da revolta social. E conclui que nos veio do fenômeno a própria marca visual da região Nordeste: não mais que uma estilização da meia-lua com estrela do arrebitado da aba do chapéu de couro dos velhos capitães de cangaço.
“Habitando um meio cinzento e pobre”, conclui Pernambucano, “o cangaceiro vestiu-se de cor e riqueza. Satisfez seu anseio de arte, dando vazão aos motivos profundos do arcaico brasileiro. E viveu sem lei nem rei quase em nossos dias, deitando uma ponte sobre cinco séculos de história. Foi o último a fazê-lo com tanto orgulho. Com tanta cor. Com tanta festa”.
Sobre o autor:
Frederico Pernambucano DE MELLO possui formação em História e Direito, sendo Procurador Federal (aposentado) no Recife, cidade onde nasceu. Na Fundação Joaquim Nabuco, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987, período em que se especializou, sob a orientação deste, no estudo da História Social da região Nordeste do Brasil, especialmente em seus aspectos de conflito, tendo publicado os seguintes livros: Rota Batida: escritos de lazer e de ofício (Recife, Edições Pirata, 1983), Guerreiros do Sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil (Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 1985, ora em 5ª edição pelo selo A Girafa, Editora Arte Paubrasil), Quem Foi Lampião (Recife-Zürich, Stähli Edition, 1993, em 3ª edição), A Guerra Total de Canudos (Recife-Zürich, Stähli Edition, 1997, em 2ª edição pela Editora A Girafa, SP), Delmiro Gouveia: desenvolvimento com impulso de preservação ambiental (Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco-CHESF, 1998) e Tragédia dos Blindados: a Revolução de 30 no Recife (Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2007). Possui diversos prêmios literários, a exemplo dos concedidos pela Academia Pernambucana de Letras e pelo Governo do Estado de Pernambuco, através da Fundarpe, além de distinções honoríficas civis e militares, dentre as quais, a Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco, a Medalha do Pacificador e a Ordem do Mérito Militar do Exército Brasileiro. É membro dos Institutos Históricos de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, e da Academia de História Militar Terrestre, tendo sido curador internacional da Fundação Bienal de São Paulo por cinco anos, e presidente da União Brasileira de Escritores - UBE/Seção Pernambuco. Na Academia Pernambucana de Letras, ocupa a cadeira 36 desde o ano de 1988. Pela originalidade de seus estudos, pelo volume da obra que produziu, e por se dedicar a aspectos de nossa história considerados ásperos e de pesquisa difícil ou penosa, tem sido considerado, sobretudo no meio acadêmico paulista, o “historiador do Brasil profundo”. Estrelas de Couro: a estética do cangaço é resultado de estudo profundo a que se dedicou desde o ano de 1997.
Esta é mais uma obra literária que faz parte do acervo “Portal do Cangaço da Bahia”.
Extraído do blog do pesquisador do cangaço:
Guilherme Machado

Padre Cícero e mais um pouquinho de polêmica !!!

Por: Aderbal Nogueira
 
Amigos. Há coisas que não consigo entender. Vejam bem.
 
Ao colocar os “Conhecedores da Nossa História" no blog, o intuito foi fomentar a discussão em cima dos temas. Porém, qual foi minha surpresa quando recebi alguns telefonemas de amigos comentando os depoimentos e ao mesmo tempo receosos em fazer perguntas aos entrevistados, por medo de causar desconforto ou mesmo intriga. Ora, essa época de intriga por causa de opiniões diferentes já passou. Pelo menos assim espero.
 
Quanto às dúvidas e questionamentos devem, sim, ser feitos. Pois só assim aprendemos e também nos corrigimos por ter dado informações erradas. Isso é normal. Ninguém é perfeito, ninguém sabe de tudo. Se nos calamos e não questionamos, só quem perde somos nós. Tenho certeza que os dois primeiros entrevistados jamais ficariam intrigados com ninguém por serem questionados.
 
 
Ângelo Osmiro e Bosco André são pessoas do mais alto gabarito para se intrigarem por BESTEIRAS. 
Vamos questionar SIM.  Os blogs foram feitos para isso.

Aderbal Nogueira
Aderbal Nogueira é cineasta e pesquisador do cangaço
 

CAMINHO SEM CIPRESTES (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

CAMINHO SEM CIPRESTES

É linda aquela alameda que serve como percurso para muita gente. Admiro os flamboyants e as pessoas que passam pelos seus sombreados e seus floridos. Há uma rua com cerejeiras que florescem no inverno, lindas, maravilhosas, que encantam os olhares que caminham entre suas fileiras.
Mas minha vontade mesmo é de passar todos os dias por estradas com ciprestes lado a lado. Os ciprestes deveriam fazer parte do caminho de todo mundo. Todo ser humano deveria ter assegurado o direito de caminhar por entre estas coníferas ao menos uma vez na vida. Que imponência, que grandiosidade daria à vida!

Vejo em fotografias os bosques, as alamedas, as imensas avenidas, as estradas e os caminhos repletos de ciprestes. As fileiras certinhas, árvore após árvore, se perdem ao longe. Árvores altas, imensas, com copa globosa, irregular, formando como uma chama verdejante de longa duração. Chamam também de piramidal essa copa que vai se estreitando para cima.

Nas fotografias, a simples presença de ciprestes já quer significa uma estrada que vai se distanciando por entre suas formações. À moda dos pinheiros dos trópicos, eram comuns nas estradas que cortavam jardins na época dos grandes reinados. Por serem altos, vistosos, verdejantes, se assemelham a imensos cercados que cortam e delimitam os grandes cemitérios.

Talvez as pessoas que possuem a oportunidade de peregrinar por entre caminhos de ciprestes não tenham, no momento do passo, a verdadeira consciência do que aquela simples atitude significa. Não percebem nada enquanto caminham, talvez nem olhem para os lados nem para o alto, mas estão seguindo em meio às árvores da vida, a plantações cuja simbologia religiosa indica a união entre o céu e a terra.

Árvores da vida pela sua altura, sua imponência, numa retidão vicejante que vai subindo cada vez mais até ir se afunilando novamente. A vida que nasce pequenina, em seguida vai se alongando imponente, para depois voltar ao primeiro estágio, já com o olhar e mãos tentando pegar nas nuvens, subir aos céus. Talvez por isso mesmo preferida pelo pintor Van Gogh como árvore constante nas suas telas.

Simbologia religiosa, significando a união entre a terra e o céu pela sua estatura, pela grandiosidade que expressa e principalmente pelo seu aspecto sempre cheio de vida. Realmente, quem caminhar por entre suas vagas e olhar para o alto verá uma espécie de mureta, de cercado arbóreo, que vai se comprimindo e lá no alto se abre para o infinito azul, enluarado ou ensolarado.

Conheço ciprestes por fotografias e outras imagens. Os cartões postais de antigamente estampavam suas belezas, os filmes românticos muitas vezes finalizavam mostrando estradas com ciprestes que vão se perdendo ao longe. Mas nunca vi um cipreste da minha janela, nunca tive uma só espécie na minha rua, jamais segui adiante através de bosques e estradas ladeadas por essas coníferas.

Meu caminho por ciprestes é apenas sentimental, imaginário, como num filme que sei que jamais irei fazer parte. Por ser assim tenho de me contentar em imaginar ciprestes nas cercas carcomidas, nos troncos tortos, nas catingueiras, baraúnas, plantas rasteiras, cactos, garranchos que esperavam o vento. Cipreste em tudo porque preciso caminhar por estradas diferentes das que sempre coloco os pés.

A minha cidade possui muitas árvores nos canteiros, muitas plantas enfeitando os centros das avenidas, nas leiras das ruas. O lugar onde moro é também verdejante, ajardinado. Mas plantas e árvores num só prumo, numa só direção, numa só fileira, ou simplesmente dispersas ou ao acaso. E eis a grande diferença de se ter ciprestes pelos caminhos.

Os ciprestes se colocam ao lado do caminhante, dão o destino e a direção. E nesse muro amadeirado, de árvores enfileiradas, existe inscrições que é preciso ter sentimentos para entendê-las. Nunca caminhei entre ciprestes, mas sei bem que poderia ler que o seguir adiante é um ato tão solene como a companhia e proteção da natureza que se quer ter.


Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Na relva (Poesia)

Na relva
 Por: Rangel Alves da Costa



Dai-me um leito
um abrigo perfeito
para sonhar o amor
para o amor deitar
relva do entardecer
relva de perfumar
a palavra não dita
se a boca não deixa
querendo beijar

dai-me um pouso
na relva o gozo
sono de passarinho
a vida no ninho
e a felicidade ao redor
dois corpos e um só
perdidos na selva
rolando na relva
buscando a flor
jardim de pele e amor.



Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com