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sábado, 26 de agosto de 2017

DEODATO CARTAXO: UMA VIDA DEDICADA À MEDICINA DE CAJAZEIRAS.

Por José Antônio Albuquerque - Artigo publicado no jornal Gazeta do Alto Piranhas

Poucos são os registros escritos sobre a vida deste ilustre filho de Cajazeiras, que serviu com dedicação e profissionalismo, durante toda a sua vida, à arte de curar e com suas abençoadas mãos ter retirado do ventre das mulheres cajazeirenses inúmeros filhos, num ritual que lhe fazia feliz entre o choro do recém nascido e as lágrimas de felicidade das mães. Formou-se em Medicina em 1936, pela UFPE e fez residência médica no Hospital dos Servidores de Pernambuco. Começou a trabalhar em Cajazeiras, em 1938.

E foi através de sua dedicação como obstetra e ginecologista que foi conferida à maternidade de nossa cidade o nome de Dr. Deodato Cartaxo de Sá, numa homenagem mais do que justa e merecida. Foi de 05 de agosto de 1941 até 1965, Diretor do Hospital Regional de Cajazeiras, e nestes 24 anos como médico desta casa de saúde não se pode mensurar o quanto contribuiu com sua administração e profissão a salvar vidas dos sertanejos da região.


Deodato nasceu no Sítio Descanso em 08.11.1909, em terras pertencentes aos seus avôs Ana Emília do Couto Cartaxo e Deodato Umbelino do Couto Cartaxo, que se casaram em Mauriti (CE). Deodato Umbelino (cajazeirense) era tio paterno de Ana Emília (mauritiense); era comum nesta época casamento entre parentes. Desta união nasceram oito filhos, dentre eles Honorina Cartaxo de Sá, natural de Mauriti (CE) a 02.10.1870 e casou-se em Cajazeiras (PB), a 07.10.1908, com Aníbal Gomes de Sá, nascido em Sousa (PB), a 12.11.1883 e faleceu em 28.06.1949. 

Da união de Honorina com Aníbal nasceram oito filhos e Deodato foi o primogênito, seguido por Tiburtino, Iraci, Lucy, Aproniano, Francisco, Rildo e Osmar, todos com a marca Cartaxo de Sá.

Deodato pouco se envolveu com a vida política partidária de Cajazeiras, muito embora tenha nas suas origens figuras as mais expressivas da vida política da cidade de Cajazeiras, a exemplo de seu bisavô, Antonio Joaquim do Couto Cartaxo, cajazeirense nascido em julho de 1842, formado na tradicional faculdade de Direito do Recife, em 1862, tendo como colega de turma Epitácio Pessoa; foi o primeiro juiz municipal de sua terra e instalador do Termo Judiciário em 1864. Filiou-se ao Partido Liberal, legenda pela qual se elegeu deputado provincial pela Paraíba (1865-1866). Com a morte de seu irmão João Antonio do Couto Cartaxo, ocorrida no patamar da igreja matriz de Cajazeiras, a 18.08.1872, no dia da eleição, numa troca de tiros entre os Liberais e Conservadores, desgostoso e indignado mudou-se para Milagres, onde exerceu o cargo de juiz municipal.


De volta à carreira política, elegeu-se deputado provincial pelo Ceará (1878/1879) e em 1889 a deputado federal pela Paraíba à Primeira Constituinte do Brasil, ao lado de seu amigo e chefe político Epitácio Pessoa. Vale ressaltar que dois únicos filhos de Cajazeiras assinaram uma Constituição Nacional: Couto Cartaxo e Edme Tavares.

Observa-se então, que o médico Deodato Cartaxo tinha todas as razões para se tornar um vitorioso político, mas preferiu dedicar sua vida à medicina, mas não deixou de enfrentar outras lutas, dentre elas a da fundação do Rotary Clube de Cajazeiras, em julho de 1948, mesmo a poderosa igreja tendo sido contrária, depois de uma negativa do “aceite” por parte do bispo da diocese, Dom João da Mata e foi o primeiro presidente deste tradicional clube de nossa cidade aonde prestou relevantes serviços em defesa de Cajazeiras e participando de vários encontros rotários representando o clube, nos estados de Pernambuco e Ceará. 

Deodato foi casado com Maria Hercilia Mendes Cartaxo (Dona Cilinha), nascida em 18 de fevereiro de 1923, hoje está com 94 anos de vida e reside na cidade de João Pessoa, filha de Cacilda Sobreira Mendes e Joaquim Mendes Braga e era neta de Epifânio Gonçalves Sobreira Rolim, que nasceu em Cajazeiras a 11.08.1864 e faleceu 21.09.1937, foi comerciante, político e Delegado de Polícia e foi casado com Saturnina Sobreira Bastos, que nasceu em Iguatu (CE) a 30.07.1882 e faleceu em Cajazeiras a 14.08.1933.


Do casamento de Deodato e Cilinha, realizado em 23.11.1940, em Cajazeiras, nasceram: Deodato Filho, Aleuda, Marconi (in memorian), Ana Emília e Marcilio.

Deodato faleceu e foi sepultado em João Pessoa em 15.03.1993, aos 84 anos e se constitui num dos valorosos filhos de Cajazeiras, pela sua luta, dignidade e pelo legado e marcas deixados na cidade que lhe serviu de berço. Uma história que precisa ser resgatada e projetada porque a muito do que se falar/escrever sobre ele.


Fotos: Deodato presidindo a primeira reunião do Rotary Clube de Cajazeiras, em 12.08.1948; Com Eudes Cartaxo, Aldo Matos de Sá e José Antonio de Albuquerque, em Garanhuns, dia 30.06.1974; Consultório de Deodato na Rua Tenente Sabino e o Hospital Regional de Cajazerias no dia de sua inauguração, em 05.07.1941, data da posse de Deodato como seu primeiro diretor.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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SEGUNDA EDIÇÃO DO CORDEL: A INCRÍVEL HISTÓRIA DA IMPERATRIZ PORCINA, COM CAPA DE JEFFERSON CAMPOS.

Por Evaristo Geraldo

Essa é a segunda edição do cordel: A Incrível História da Imperatriz Porcina, com capa de Jefferson Campos. Esse e mais outros 60 títulos de cordel de minha autoria estarão expostos à venda na II Feira do Cordel Brasileiro, que acontecerá de 17 a 20 de agosto de 2017-Local do evento, Caixa Cultural da AV. Pessoa Anta na Praia de Iracema-Fortaleza-CE. segue algumas estrofes do folheto:


A INCRÍVEL HISTÓRIA DA IMPERATRIZ PORCINA
Por: Evaristo Geraldo

Vinde a mim, musa poética,
Inspire-me com a verdade;
Ilumine minha mente
Por ordem da divindade
Para eu narrar uma história
De honra e de falsidade.

Nessa história veremos
Calúnia, ingratidão.
Retratamos também honra,
A verdade e o perdão,
Além de fidelidade,
Justiça, fé, gratidão...

Exaltarei nos meus versos
A saga duma heroína,
Mulher que se consagrou
Mesmo sem usar batina.
Falo da mais bela dama,
A Imperatriz Porcina.

No antigo Império Romano
Viveu essa Imperatriz.
Bondosa e inteligente,
Linda tal qual uma atriz.
Ela, ao lado do marido,
Vivia alegre e feliz.

Por esse tempo, a mulher
Era quase escravizada;
Vivia para o marido,
Cumprindo sua jornada.
Nos afazeres do lar,
Sofria enclausurada.

A Imperatriz Porcina,
Feliz no seu matrimônio,
Tinha muitos empregados
E um rico patrimônio,
Pois tinha como marido
O Imperador Lodônio.

Lodônio, o Imperador,
Nunca fugiu dum atrito.
Foi governante imponente,
Não tinha medo de grito.
Com seu exército afamado,
Vencia qualquer conflito!

Fez Lodônio uma viagem,
Deixou Porcina sozinha.
Foi combater inimigos
Em uma terra vizinha.
Porcina ficou entregue
A uma sorte mesquinha...

Deixou Lodônio o palácio
Aos cuidados de Albano,
Seu irmão de confiança,
Mas de coração tirano.
Este, além de ser covarde,
Era vil e leviano.

Albano disse a Porcina
Já com semblante funéreo:
– Porcina, tu serás minha,
Não faças nenhum mistério.
Respondeu ela: – Estás louco?
Eu não pratico adultério!

Albano lhe respondeu:
– Não me faças tal desfeita,
Pois há tempos que te quero,
Sempre foste a minha eleita.
Vamos unir nossos corpos
Em uma união perfeita.

Retrucou Porcina: – Albano,
Tu és vil e traiçoeiro!
Não pense que serei tua;
Só matando-me primeiro.
Casei para ser de um homem,
Jurei ao Deus verdadeiro.

Albano viu que não tinha
Como consumar seu plano,
Pois Porcina não cedia
Ao seu ardil leviano.
Saiu jurando vingar-se
De tamanho desengano.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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CANGACEIROS CRUÉIS DO BANDO DE LAMPIÃO SÃO VELHINHOS DÓCEIS EM DOCUMENTÁRIO

Por Fellipe Torres - Diário de Pernambuco
Publicado em: 13/07/2015 11:19 Atualizado em: 13/07/2015 - 
Crédito: Imovision/divulgação

Após a morte do líder do cangaço, Antônio Ignácio da Silva e Durvalina Gomes de Sá fugiram a pé para Minas Gerais, onde se esconderam por 50 anos.

A defesa dos fracos contra os fortes está na essência do banditismo, um dos fenômenos sociais mais universais da história, dizia o sociólogo britânico Eric Hobsbawn, autor de Bandidos (Paz e Terra, 264 páginas, R$ 45). 

No livro, um dos capítulos é dedicado a analisar o cangaço brasileiro e a revolucionária busca por justiça e vingança. Por ser tema recorrente de livros e filmes, as vicissitudes da vida levada pelos rebeldes nordestinos e parte de suas biografias continuam a ser desveladas com o tempo, mesmo 77 anos após a morte de Lampião, símbolo maior do movimento. Dois desses personagens viveram o suficiente para resgatar da memória experiências ao lado de Virgulino e, reforçar, de certo modo, a teoria de Hobsbawn.

Crédito: Imovision/divulgação

Antônio Ignácio da Silva e Durvalina Gomes de Sá eram vítimas quando se juntaram ao cangaço. Ele sofria na mão da polícia. Ela, na da própria família. Do outro lado da lei, “Moreno” revelou-se um algoz de confiança. “Durvinha”, esposa para o cunhado de Lampião, já falecida na época. Quando o líder do grupo foi assassinado, a dupla de cangaceiros se dispersou, fugiu a pé por cerca de 1,5 mil quilômetros, de Sergipe até Minas Gerais. Por lá, passaram mais de 50 anos em silêncio, interrompido somente em 2006, quando os atos criminosos finalmente prescreveram. A história do casal é contada no documentário Os últimos cangaceiros, dirigido por Wolney Oliveira e em cartaz no Cinema São Luiz, nesta terça e quarta-feira (15).

“Encontrei Moreno e Durvinha em 2008, quando estava fazendo outro longa sobre cangaço. Depois de algumas dificuldades iniciais, meu relacionamento com o casal virou uma amizade, eles abriram o coração. Uma das cenas que gosto no documentário é quando a família está reunida na sala para assistir às imagens dos cangaceiros feitas em 1936 por Benjamin Abrahão”, diz o diretor. As filmagens duraram três anos pelos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e São Paulo.

O longa-metragem traz depoimentos de familiares, conhecidos de juventude, ex-coiteiros (aliados dos cangaceiros), ex-volantes (policiais) e estudiosos do cangaço, entre eles o pernambucano Frederico Pernambucano de Melo. Segundo o pesquisador, Moreno era homem de confiança de Lampião e, por isso, ficava encarregado de tarefas brutais e crimes hediondos. Diante das câmeras o ex-cangaceiro não nega o passado sombrio nem demonstra remorso. Diz ter perdido as contas de quantos homens matou depois do vigésimo primeiro. Durvalina Gomes de Sá faleceu em 2008, aos 92 anos. Em 2010, Antônio morreu aos 100 anos.

DEPOIMENTO
  
"Moreno era muito valente e respeitado. Conheço crimes terríveis praticados por ele, um dos três carrascos do bando de Lampião. Foi imortalizado historicamente por ter cometido crimes hediondos. Era brutal, destacava-se na luta, mas era também homem de planos. Como os cangaceiros não poderiam exercer o domínio pela ocupação, que pressupõe disponibilidade de efetivo muito grande, dominavam pelo terror. Eles precisavam ser temidos, de tal maneira que o adversário reagisse aos ataques já de maneira acovardada. O soldado já chegava tremendo, pálido. Sabia que, se fosse pego, seria apunhalado, sangrado lentamente. Isso para que a notícia se espalhasse e ninguém combatesse o cangaço. Outra consequência era a ausência de testemunhas, aterrorizadas”. 

Frederico Pernambucano de Mello, historiador, pesquisador do cangaço, autor de Guerreiros do sol

MAIS CANGAÇO

TEATRO

De 22 a 26 de julho, sempre às 20h, Serra Talhada, no Sertão do estado, recebe o espetáculo Massacre de Angico – A morte de Lampião. Ao ar livre e gratuita, a peça remonta a madrugada do dia 28 de julho de 1938, quando, na grota de Angico, em Sergipe, 11 cangaceiros foram mortos, incluindo Lampião e Maria Bonita. Todos tiveram as cabeças decepadas, pondo fim à chamada Era do Cangaço. 

MUSICAL

Na estreia de Alceu Valença como diretor de cinema, o cangaço está no centro das lentes, em A luneta do tempo. O longa estrelado por Irandhir Santos e Hermila Guedes foi exibido em maio, no Cine PE.

ESTÉTICA

O pesquisador Frederico Pernambucano de Melo acaba de lançar a terceira edição do livro Estrelas de couro – A estética do cangaço (R$ 89). Na obra, analisa a cultura material, o requinte e os significados das peças usadas pelos cangaceiros. Há mais de 300 fotos históricas.

NÊMESIS

O pesquisador e escritor Antônio Neto lançou, este mês, o livro Pegadas de um sertanejo – Vida e memórias de José Saturnino (R$ 50), que traz relatos biográficos do inimigo número um de Lampião, José de Barros.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/07/13/internas_viver,586283/cangaceiros-crueis-do-bando-de-lampiao-sao-velhinhos-doceis-em-documentario.shtml

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"AGRESTE" ACERVO DO PROF. JOSÉ ROMERO DE ARAÚJO CARDOSO E DOADO PELO MESMO PARA A SALA DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA UERN (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE).

Por Franci Dantas




Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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... NA LAGOA DO MEL

Por João de Sousa Lima
https://www.youtube.com/watch?v=U2W9z7ZLDfE&feature=youtu.be

Nas inúmeras batalhas travadas entre cangaceiros e volantes, suas notícias, levadas de boca em boca, pelos vespertinos e aquelas ditas oficiais, retiradas das entrelinhas dos “Boletins Oficiais” dos comandos regionais, estaduais, para a população tiveram acréscimos e distorções inúmeras. Hoje, os pesquisadores/historiadores tentam nos contar como ocorreram algumas delas.

A coisa não é fácil, pois desde os registros militares, no que discorre em páginas de processos jurídicos e nas obras literárias que se encontram falhas, distorções e equívocos, até a notícia fictícia, inventada, alterada, levada aos quatro cantos do Nordeste, do País e mesmo do mundo, pelo boca-a-boca das pessoas e, principalmente, pelos versos de cordéis dos poetas populares. Na história da existência do ser humano, desde seus primórdios, é notório, em sua historiografia, versões de atos destorcendo fatos. Então, na História do Fenômeno Social Cangaço, que foi um fenômeno com séculos de existência, não se resumindo a história de Virgolino Ferreira, o chefe cangaceiro Lampião, o qual só veio a aparecer quando o cangaço já estava em pleno declive, ou seja, em seus últimos anos, não podia ser diferente.

A história do embate ocorrido nesse local, registrado nos painéis da história como “Lagoa do Mel”, é repleta de traições. Outro elemento historiográfico da humanidade: “a traição”. Desde a informação levada ao “Rei do Cangaço”, até a morte do cangaceiro “Ponto Fino”, Ezequiel Ferreira, irmão mais novo de Virgolino, que aparecem inúmeras traições, as quais resultaram em diversos assassinatos. Esses com mortes terríveis.

Nosso incansável rastreador da História nordestina e, como não poderia deixar de ser, da história do cangaço, o pesquisador Aderbal Nogueira, desta feita nos traz uma prosa com o pesquisador/historiador João De Sousa Lima. João é egipciense, nasceu na terra da poesia, São José do Egito, PE, porém, torna-se pauloafonsino por adoção. Desde muito cedo, pequenino ainda, descobre que ‘mora’ cercado pela história da saga de Virgolino Ferreira em terras baianas, sergipanas e alagoanas. Sendo pernambucano, juntou as esferas e finda por transformar-se em uma das personagens mais respeitadas dentre os pesquisadores da historiografia cangaceira.

Mais uma produção Aderbalvídeo

Do acervo do pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/

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HOMEM COM H: SUCESSO MAGISTRAL DE AUTORIA DE ANTÔNIO BARROS NA VOZ DO GRANDE ARTISTA NACIONAL NEY MATOGROSSO

Por José Romero Araújo Cardoso

Enxergar rastro de cobra ou vislumbrar couro de lobisomen são coisas inéditas para a maioria do gênero humano, tendo em vista que ofídeos não deixam rastros bem visíveis e o lendário e misterioso personagem do folclore nacional, presente ainda em mitologias diversas espalhadas pelo planeta, parece existir somente na imaginação ou na arte pérfida que acompanha imemorialmente angustiantes desilusões perdidas.
          
O notável cantor e compositor paraibano Antônio Barros responsabilizou-se pela feitura de uma das mais enigmáticas pérolas do nosso cancioneiro, intitulada Homem com H, composta no ano de 1974.
          
A ênfase está para a necessidade da virilidade masculina, perseguida incessantemente pela essência patriarcal que perdura enquanto embasamento cultural de nossa sociedade, embora o apelo seja para que Maria diga que a figura principal realmente é homem.
          
Como era tempo de censura implacável, período de vigência do regime militar no Brasil, Antônio Barros peregrinou em busca de quem gravasse sua música permeada de duplo sentido, conseguindo seu intento através de uma banda de vanguarda batizada de Hydra, formada exclusivamente para viabilizar tal intento, devido produtor musical da Copacabana Discos, conhecido por Mister Sam, ter sido tomado de fascínio pela letra da canção.
          
Havia a necessidade de corroborar produções artísticas através da influência de pessoas bem estruturadas no mundo musical, caso contrário seria aventura desmedida lançar, gravar e divulgar músicas que não eram bem vistas pelos censores de Brasília.
          
A execução da música ficou encarregada ao DJ Big Boy, da Rádio Mundial, do Rio de Janeiro, e da Excelsior, de São Paulo, mas a gravadora desprezou uma das obras-primas de Antônio Barros.
          
Em 1980, Antônio Barros gravou um compacto com a música, mas não obteve sucesso algum, parecendo fadado ao esquecimento. Ninguém estava apto para valorizar a sublime genialidade do grande compositor queimadense.

https://www.youtube.com/watch?v=R-IXpbPzywI
          
Finalmente em 1981 a música foi apresentada ao versátil artista nacional Ney Matrogrosso, antigo carro-chefe do grupo Os Mutantes que desfez a ousada composição artística que marcou a década de 70 do século passado e foi tentar carreira solo.
          
O sucesso foi retumbante, elevando Antônio Barros ao panteão da consagração nacional. Outra música da consagrada dupla gravada por Ney Matogrosso foi Por debaixo dos panos, feito idêntico realizado pelo grupo de forró de raiz Os 3 do Nordeste.
           
Não obstante Ney Matogrosso ter relutado em gravar Homem com H, pois de inicio disse não ter simpatizado com a canção, esta se tornou um dos mais retumbantes sucessos do performático artista brasileiro.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo (UFPB). Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografai e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA - UERN). Escritor. Membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM).

* Crônica não classificada no III Concurso Lembrança do Ídolo, promovido pelo Parque Cultural "O Rei do Baião" e Caldeirão Político.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PAULO AFONSO E A VILA POTY: A HISTÓRIA NÃO CONTADA

Por João de Sousa Lima

Paulo Afonso e a Vila Poty: A História não Contada.

o Novo livro de João de Sousa Lima traça a trajetória do nascimento da cidade de Paulo Afonso e da Vila Poty.


O livro analisa as questões políticas, sociais e culturais.

Fala a história do Cinema, a cachoeira de Paulo Afonso, Barroca e Tapera, O Muro da Vergonha, Mulungú, Rua da Frente, 1ª Cia de Infantaria, Os velhos Motociclistas, A Comunicação, Música, Casa da Criança, Grupo os Cangaceiros, Comércios e Comerciantes, Praças/Marcos e Monumentos, Ditadura, Os templos sagrados da Fé, política, Feira Livre e tantos outros assuntos relacionados ao nascimento da cidade.


O LANÇAMENTO OFICIAL ACONTECERÁ DIA 04 DE SETEMBRO DE 2017, AS 9:00 hrs. (MANHÃ), NA CÂMARA DE VEREADORES DE PAULO AFONSO. 

PARA ADQUIRIR: João de Sousa Lima, (75)-988074138
joao.sousalima@bol.com.br
Valor: R$ 30,00

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JOSEFA ELIAS CORREIA

https://www.youtube.com/watch?v=UJUbBmAV7_s&feature=youtu.be

O pesquisador Aderbal Nogueira sempre nos presenteia com maravilhosos relatos sobre o tema cangaço. por diversas  vezes, ele entrevistou distintos autores, para trazer-nos as opiniões dos mesmos sobre o tema que pesquisaram.

Desta vez, o grande e incansável cearense nos deixa diante de um depoimento de uma testemunha que viveu os tempos do cangaço lampiônico.

Mais uma produção aderbalvídeo.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?ref=br_rs

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REVENDO - FOI ASSASSINADO O NOSSO AMIGO WASHINGTON GOMES UM DOS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO

Por Manoel Sesafim

http://blogdoelvis.ne10.uol.com.br/index.php/agricultor-e-assassinado-com-tiros-na-cabeca-em-ibimirim-pe/
Estou chocado com a notícia do assassinato do amigo Washington Gomes, que tão bem nos recebeu durante o Cariri Cangaço quando visitamos a Fazenda Poço do Ferro do Coronel Angelo da Jia. 


Em nome da Família Cariri Cangaço, apresento nossas condolências aos familiares de Washington, especialmente a sua esposa Michele, a sua mãe dona Nicinha e a sua irmã Rute do Educandário Angelo Gomes





Marcarei os amigos para que tomem conhecimento dessa tragédia que abala a todos nós. 


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351&fref=ts

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Um excelente livro de Crônicas, vejam: - Pajeú: Um Rio do Sertão; "Muié Rendêra"; Do Almocreve ao "Calunga" de Caminhão; Uma Feira no Sertão; A Batina e o Bacamarte; O Cantador Inácio da Catingueira; Um Vigário do Pajeú; Lampião: amor e Cangaço; O Cavalo "Estrela de Prata"; O Delegado e o Violão; Um Coronel da Guarda Nacional; Mestre "Tota"; Vingança de Caboclo; Arigó no Asfalto; "Xarapa"; Flor de Jurema; Adágios e Provérbios do Pajeú. Duas dessas crônicas tem ótimos conteúdos sobre o Cangaço. 2ª Edição, Fac-similar. 122 páginas, preço R$ 35,00, com frete incluso. Contato; franpelima@bol.com.br - ZAP 83 9 9911 8286.

E para adquirir outros livros clique neste link: 

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br/2017/08/relacao-de-livros-venda-professor.html

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NATAL, 28 DE JANEIRO DE 1943. O DRAMÁTICO ENCONTRO DE GETÚLIO E ROOSEVELT

Por Gilson M. Gondim

Franklin Delano Roosevelt, democrata, era presidente dos Estados Unidos pela terceira vez consecutiva (naquele tempo isso era permitido). Eleito em 1932, no auge da Grande Depressão iniciada em 29 sob governo republicano, seria reeleito em 36, 40 e 44 (foi o caso Roosevelt que fez o Congresso americano mudar a lei; hoje ninguém pode se eleger presidente mais do que duas vezes, consecutivas ou não). Sua política econômica, conhecida como "New Deal", algo como "Novo Plano" ou "Novo Trato", que previa grandes gastos públicos em infraestrutura, mesmo correndo o risco de aumento da inflação, começou a tirar o país da Depressão, o que só aconteceria totalmente com a efervescência econômica causada pela Segunda Guerra Mundial. 

Getúlio Vargas liderara em 1930 uma revolução modernizante e industrializante no Brasil. Fora presidente eleito pelo Congresso e em 1937 tornou-se ditador, com a implantação do chamado Estado Novo, inspirado nos Estados fascistas europeus de Mussolini, Hitler, Franco e Salazar. Na década de 50, tornar-se-ia presidente constitucional, eleito diretamente, até se suicidar em agosto de 1954, mas isso é outra história.

No começo da Guerra, Vargas tinha simpatias pelo chamado Eixo Berlim-Roma-Tóquio, mas se manteve fora do conflito e, com a mudança dos ventos, aliou-se pragmaticamente aos Estados Unidos. Foi aí que veio o pedido do todo-poderoso Roosevelt para encontrar-se com ele.

O encontro se deu em Natal, Rio Grande do Norte, em 28 de janeiro de 1943. Roosevelt e Getúlio conversaram sem intérpretes, mas não em inglês, muito menos em português. Conversaram em francês! Fiquei surpreso quando li esta passagem no livro "O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder", do jornalista gaúcho e ex-militante político Flávio Tavares, obra e autor de que já lhes falei em outra mensagem. Nunca imaginei que Roosevelt e Getúlio falassem uma língua estrangeira (no máximo que Vargas falasse espanhol, já que era um homem de fronteira).

O presidente americano pediu a Getúlio permissão para instalar uma base aeronaval americana no Saliente Nordestino, esta ponta do Brasil que se projeta em direção à África, onde ficam, por exemplo, Natal e João Pessoa. Falou da importância estratégica dessa base. Getúlio assentiu, mas com uma condição: que os americanos construíssem uma usina siderúrgica para o Brasil no município de Volta Redonda, no sul do Rio de Janeiro, e que a usina ficasse pronta em no máximo "deux ans" (dois anos). Roosevelt respondeu que era impossível, pois a indústria americana estava totalmente voltada para o esforço de guerra. A indústria automobilística, por exemplo, não estava produzindo automóveis, apenas carros militares e tanques de guerra. Getúlio falou dos seis mil seringueiros brasileiros que já haviam morrido de malária na Amazônia, tentando conseguir a matéria-prima para a borracha que os americanos usavam na guerra. Roosevelt cedeu. Prometeu que a usina seria entregue em três anos (promessa que seria cumprida mesmo com a morte de Roosevelt, menos de um mês antes do fim da guerra na Europa, em 1945). Poucas semanas depois, já havia americanos trabalhando nos primórdios da construção da siderúrgica, que viria a ser a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional, empresa estatal durante décadas e finalmente privatizada no governo Itamar Franco. Hoje, a CSN rende mais para o governo federal em impostos do que rendia em lucros e dividendos quando era estatal. A CSN seria inaugurada no governo constitucional do general Eurico Gaspar Dutra, que fora ministro da Guerra de Getúlio e tivera o apoio deste para derrotar nas urnas o brigadeiro Eduardo Gomes. Mesmo assim, Dutra não convidou Vargas para a inauguração da usina, que foi a única obra civil de indústria pesada que os americanos construíram durante a guerra. (Apenas uma parte desta mensagem é baseada no referido livro de Flávio Tavares).

Aquela foi uma das grandes vitórias da vida política de Getúlio, mas aquele dia, narra Tavares, lhe deixaria um gosto amargo. Enquanto ele negociava em francês com o aleijado Roosevelt, que não andava por causa de sequelas da poliomielite, seu filho Getulinho, de 24 anos, morria também de poliomielite no Rio de Janeiro (Getúlio tinha mais dois filhos homens, Lutero e Maneco, e uma filha a quem era muito ligado, Alzirinha). Quando Vargas saíra do Rio, Getulinho estava inconsciente, já desenganado pelos médicos. Mas o rapaz acordaria e perguntaria insistentemente pelo pai. Sua mãe, Dona Darcy, respondeu que não sabia onde o pai estava. E não sabia mesmo. O encontro era ultrassecreto. Somente o embaixador dos Estados unidos no Brasil e o ministro brasileiro da Guerra conheciam o paradeiro dos dois presidentes. Quer dizer, havia mais alguém que sabia. Gregório Fortunato, o "Anjo Negro", chefe da Guarda Pessoal de Vargas, que faria sua desgraça onze anos e sete meses depois, já no governo constitucional, quando mandou matar, sem o conhecimento do chefe, o opositor Carlos Lacerda, que escapou com um tiro no pé (no atentado, porém, morreu o major Vaz, da Aeronáutica, gerando ou agravando a crise que resultaria no suicídio de Vargas), mas isso é outra história. Fortunato, porém, era totalmente leal ao então ditador e jamais revelaria seu segredo. Assistiu ao sofrimento da família sem dizer uma só palavra.

Tavares se pergunta se aquele episódio assombrou Getúlio nas horas finais antes do suicídio, quando a decisão já estava tomada (ele já entregara a caneta de ouro a Tancredo Neves e a Carta-Testamento, em envelope lacrado, a João Goulart). Provavelmente sim, digo eu. Deve ter sido algo muito marcante. Mas só podemos especular.

Quanto à Base Aeronaval americana instalada em Natal, Tavares diz que ela foi fundamental na guerra. Sem ela, diz ele, os americanos não poderiam ter desalojado os alemães da África, cortando seus suprimentos de petróleo e abrindo as portas da Itália.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O SABIÁ.

 Por Cid Augusto da Escóssia Rosado

O SABIÁ

Cid Augusto  da Escóssia Rosado

Vi o Sabiá
da Costa
do Mar
do Norte

pousar no Rabo da Gata
um trem
de tambores
de apitos
de caxixis

reger baobás
no meio
do mundo

tanger os moleques
pra Santa Luzia
plantar vendavais
na Praça “Pedão”

colher oceanos
em ondas gigantes
do chão sertanejo
do velho quintal
de dona Teresinha.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com