Seguidores

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

FELIZ ANIVERSÁRIO, MESTRE ROMERO CARDOSO! SALVE O DIA 28 DE SETEMBRO DE 2016!

Por Neivaldo Eduardo Sales Duarte*

Chegou o grande dia o dia do professor José Romero Araújo Cardoso , ele é um íntegro e sábio conhecedor da cultura nordestina . A cada momento que diálogo com ele sobre diversos assuntos e temas aprendo por completo com este senhor que hoje completa mais um ano de vida. Desejo-lhe muita paz , saúde e que o senhor continue com este seu jeito encantador .

Prof. Ms. José Romero Araújo Cardoso, docente efetivo adjunto IV do Departamento de Geografia do Campus Central da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, anivresariante do dia 28 de setembro de 2016 (47 anos).


*Neivaldo Eduardo Sales Duarte é discente do curso de Licenciatura Plena em Geografia do Campus Central da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com  

NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas.
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Francisco Pereira Lima ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 

fplima1956@gmail.com


http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br

O MAIS BELO RIO

*Rangel Alves da Costa

Nada mais citarei acerca da tragédia com o ator global nas águas do Velho Chico nem das inúmeras teorias conspiratórias envolvendo o episódio. Cada um compreende o fato e procura explicá-lo a seu modo, pautando pelo entendimento e conveniência. Uma coisa só a dizer: que não ousem transformar o rio em vilão ou colocar forças maléficas sobrenaturais nas suas entranhas. Ali, desde a nascente ao desaguadouro, apenas um rio com seu percurso, sua história, seu viver ladeado ao ribeirinho. Apenas um rio, mas o mais belo dos rios.

Tudo, menos o rio, seja o São Francisco ou qualquer outro leito, jamais poderá ser culpabilizado pelos acontecimentos nas suas águas. Diversas embarcações já afundaram ali, canoas já sumiram como por encanto, pescadores e viajantes já conheceram de suas surpresas. Mas apenas um rio que corre o seu destino, que segue adiante mesmo que o homem já tenha tomado grande parte de suas seivas. Porém, não tudo. Suas forças, correntezas e abismos se escondem lá embaixo, movem seus impulsos sem que ninguém perceba. Acima, no espelho d’água, somente o leito escorrendo.

Contudo, não foi pela panela que borbulha ao fundo ou pelo redemoinho que corre de canto a outro, que o Velho Chico se tornou tão conhecido. Sua grandeza antecede a chegada do homem, já se estendia caudalosamente antes mesmo que o homem primitivo lançasse seu dardo em busca de peixe ou o índio nele deitasse a sua rústica canoa. Aquele mundão de água correndo entre serras e descampados, curveando penhascos, encharcando as margens e florescendo o viver, já se fazia de beleza inigualável antes mesmo que a filosofia definisse o belo.

E é tal beleza que ainda pulsa aos olhares e sentimentos. Não somente a beleza visual, mas principalmente a formosura histórica, geográfica, cultural, humana, sentimental. Não há ribeirinho que não se ajoelhe agradecido às suas beiradas, não há beiradeiro que não guarde uma devoção especial pelas suas águas. O São Francisco é algo espiritual, gestado e perpetuado na alma. Não há olhar mais envelhecido que não mareje ante suas antigas histórias, ante as recordações e saudades, ante as relembranças das vidas e dos cotidianos ao lado do seu leito.

Além de sua reconhecida grandiosidade e pujança histórica, sobre leito que foi caminho ao hostil e ao desconhecido, e por muito tempo se mostrou volumoso a cada porto, o São Francisco sempre possuiu o dom de encantar e devocionar todos aqueles que com ele convivem. E tamanha a devoção e o afeto que até hoje, mesmo nas suas magrezas e rasos ossudos e arenosos, é como se ele se derramasse inteiro num poema. Eis que o mais belo rio que passa pela aldeia ribeirinha, pela aldeia sertaneja, pela aldeia nordestina.


Com efeito, o sentimento ribeirinho possui analogia aos versos escritos por Fernando Pessoa, onde o rio de sua aldeia era o mais belo rio simplesmente pelo fato de ser o rio que passa na sua aldeia: “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia... Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia. E para onde ele vai e donde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, é mais livre e maior o rio da minha aldeia...”.

Assim, o São Francisco sempre foi o mais belo rio daquela gente, sempre foi o rio da vida beiradeira, sempre foi a razão da existência de gerações. Pelas águas do Velho Chico brotou a existência sertaneja, pelos seus caminhos chegaram os primeiros habitantes, nos seus portos chegavam e partiam riquezas, nos seus costados o embarque e desembarque do alimento e de tudo aquilo que permitia viver ainda num sertão distante de tudo. E nas suas margens as aldeias, as pequenas povoações, os currais, as veredas sendo abertas para o mundo adiante.

Por onde passava, o Velho Chico ia gestando um mundo e um viver tão próprios que até hoje o homem não desapartou da dependência de suas águas.  Desde os tempos mais antigos, ali nos casebres, nas choupanas, nas casinholas de pescadores, por cima dos barcos e no emaranhado das redes, na ponta dos anzóis e nas areias ao redor, tudo filho das águas. Daí ser o São Francisco o pai, a mãe e o protetor, de tudo que se chama ribeira, margem, pescador, barqueiro, vivente daquelas distâncias molhadas e de tão sublime sobrevivência.

Sim, a razão com Fernando Pessoa. Mas também com todo ribeirinho e todo pescador, com todo vivente de suas beiradas. O rio do poeta é mais bonito que o Tejo porque é o rio que passa pela sua aldeia. Assim também a beleza maior do Velho Chico ao passar pelas aldeias nordestinas. Não é mais aquele rio imenso e caudaloso, não é mais caminho de grandes embarcações, mas ainda tão belo quanto aquele caudal de outros tempos. Eis que o amor está no que os olhos avistam e o coração sente. E por isso mesmo a eterna carranca despontando ao longe.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blograngel-sertao.blogspot.com.br/2016/09/o-mais-belo-rio.html

CANGAÇO NO PIAUÍ


Mais um livro do escritor e fundador da SBEC -  (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço) Paulo Gastão.


Entre em contato com o autor através deste e-mail:

paulomgastao@hotmail.com


Peça logo o seu para não ficar sem ele: Livros sobre cangaço se demorar adquiri-los ficará sem eles, porque são arrebatados pelos colecionadores.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANTÔNIO CORRÊA SOBRINHO E O LIVRO “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO – O QUE DISSERAM OS JORNAIS SERGIPANOS” DE SUA AUTORIA.


O livro traz inúmeras matérias de jornais sobre a morte de Lampião que foram manchetes nos principais jornais sergipanos. Um livro/documento que não pode faltar na coleção dos estudiosos e apreciadores da história do cangaço.

Quem desejar adquirir o trabalho do escritor e pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho, basta entrar em contato diretamente com o autor através do e-mail tonisobrinho@uol.com.br

O Livro custa apenas R$ 30,00 (Trinta Reais) com frete incluso.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SOBRE CANOAS, A TRAVESSIA NO RIO PARA ZONA RURAL

Por Verneck Abrantes

Em 1916 o município de Pombal possuía 18 engenhos de fabricar rapaduras, 9 fábricas a vapor e 3 a tração animal para descaroçar algodão. 

Imagem inline 1

O número de cabeças bovinas era de aproximadamente 1000 animais e a população era de 18 mil habitantes, incluindo as localidades de Malta, Condado, Paulista, Lagoa, Cajazerinhas, São Domingos, São Bentinho e Desterro de Malta, todas pertencentes ao município de Pombal.

Verneck Abrantes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com  

VIRGULINO DO NORDESTE

Por Eleuda de Carvalho

Num pé de serra pernambucano, por mãos hábeis de parteira, que era assim que vinham ao mundo os meninos daquele tempo, nasceu aquele que se tornaria depois, para mal ou para bem, um líder. O rei do cangaço. Em 7 de junho de 1897, mesmo ano em que o sonho de Canudos seria desmantelado a bala e tiros de canhão, haveria de surgir um outro sonhador para o povo nordestino, ou mais um pesadelo para os senhores do baraço e do cutelo. Dividido entre a figura de bandido, e a efigia de herói, batizou-se na igreja como Virgulino Ferreira da Silva, mas foi crismado na guerra como Lampião. E com este nome se escreveu a história. 


O fenômeno do cangaço, consequência do contexto de opressão e desmandos das elites sertanejas, começa a preocupar o governo federal quando as ações dos bandos armados extrapolam os limites das fazendas, e perigam se instaurar nas cidades. Com o  fim da chamada velha república, em 30, o poder centralizador e patriarcal dos coronéis cede sem volta seu lugar a lideranças mais modernizantes. Mesmo sem a anistia parcial decretada por Getúlio Vargas, o cangaço estava com seus dias contados. A morte de Lampião e seu grupo em Angico, alto sertão de Sergipe, em 38, foi o sinal de que aquela página estava virada. Morto o homem, nascia a lenda. Em prosa e verso, imagem e movimento. 

Lampião é, ele mesmo, o paradoxo da região nordestina. Entre o arcaico e o moderno, o brutal e o generoso, o leal e o traiçoeiro, sua imagem caolha e cabocla transita de maneira tão natural, que não é estranho este sentimento mesclado de pavor e bem-querença com o qual traduzimos nossos sentimentos a respeito dele. Sem dúvida, a indumentária que ele criou, mistura de vaqueiro psicodélico com Napoleão, representa tão bem uma estética/ética guerreira do sertão, que o jovem Luiz Gonzaga, sabido como ele só, travestiu-se de cangaceiro para divulgar seus baiões, xotes e xaxados (ritmo e dança criados Jararaca, segundo alguns), e fez desse visual a marca do seu sucesso.


O sociólogo Daniel Lins no programa Rádio Debate da Universitária FM, critica seu par Gilberto Freyre, quando este sugeriu uma pulsão homossexual em Lampião, por seu gosto ostentatório. "O senhor Gilberto Freyre tinha dito, doi sou três anos antes de morrer, que Lampião, ao costurar - e costurava muito bem, ao bordar, bordava muito bem, ao ser artista, aquele artesão que era, ao se vestir e usar perfumes e usar anéis, aqueles lenços de seda bordados e tudo, daria impressão de um efeminado. O senhor Gilberto Freyre não entendeu nada". Assim como não quer compreender boa parte da comprometida intelectualidade brasileira, que geralmente olha atravessado para tudo que tenha a marca nordestina ou popular.

Ao se debruçar sobre o personagem, investigando a sua trajetória ambígua entre facínora e paladino. Daniel Lins chega a uma conclusão muito interessante: Lampião comprovou o mito. Ele explicou o mito com o próprio mito que era ele. E dentro do estudo herói, você encontra todas as características, Lampião não foge a regra. O problema de ser ou não ser herói para Lampião não depende mais do conceito da elite brasileira, que morre de vergonha da nossa identidade".


Outro ousado pesquisador das manifestações culturais desta região é o jornalista e escritor Gilmar de Carvalho. Há 20 anos ele publicava o romance Parabéllum, em que o herói é composto como um tríptico, apresentando três personalidades. Embalado no espírito da época, o herói, daí em diante, deveria ter não um rosto, mas representar uma face coletiva, evocando a utopia social. Uma das caras deste múltiplo herói trazia as características de Lampião. "Você é um escorpião pronto para o bote e que se insinua certeiro. Você não veio oferecer o outro lado da face, bate. Você veio para escarrar no rastro e derramar pólvora e sal e aceitar ser o contorno preto de uma figura o a mão que empunha o punhal e a boca que prescinde de Palavras".

Lampião começou seu reinado em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna. Embora isolado nos ermos pedregosos e ásperos da caatinga, ele estava vinculado ao seu tempo. Fez pose para o fotógrafo e cinegrafista amador Benjamim Abraão, que registrou alguns momentos lúdicos e despreocupados daqueles homens e mulheres, que mesmo perseguidos e com cabeça a prêmio não descuidavam do visual. Era com música que Lampião anunciava sua chegada em vilas e cidades. Ou então a descargas furiosas de fuzis. Para os amigos, festa; aos inimigos, a bala aguda e certeira no coração.

De todas as vilas e povoados por onde andou, um deles foi quase fatal. Velhos agricultores da região de Jaguaruana, ao pé da serra Dantas, que separa o Ceará do Rio Grande do Norte, ainda comentam a passagem de Lampião e seu grupo pela antiga Estrada do Fio (do tempo do telégrafo), em rumo de Mossoró. O revés quase desmantela o bando, além de ter ficado detido o valente Jararaca, jovem chefe cangaceiro de 20 e poucos anos, que embora ferido gravemente e exposto à perversa curiosidade pública, manteve-se tão altivo, impávido colosso, que ainda hoje a sepultura onde foi jogado ainda vivo é centro de romarias. Eis o rastro heroico do cangaço, cujo poder só pode ser comparado ao dos beatos que ainda apregoam o fim do mundo; dois ângulos diferentes de um mesmo cristal.

Todo o agreste solar era o caminho de Lampião, este andarilho. Se sabia sempre onde ele esteve, onde estava sabiam não. Para o produtor e radialista José Rômulo Mesquita Martins, que possui bom acervo sobre tema, "Lampião só nunca desmanchou o trato com o Padre, nunca atacou o Ceará. Diz que tinha feito um pacto co o Padre". Porque é sabido que ele não se submetia a ninguém, não temia tenente ou capitão. Teve a audácia de enfrentar os mais poderosos senhores do sertão nordestino, porém deixava seu arsenal entocado na Chapada do Araripe, quando descia para o Juazeiro, onde encontraria conforto nas palavras do Padrinho. Lampião nem foi ao inferno nem ao céu. Seu reino era deste mondo, era o sertão.

Eleuda de Carvalho

Fonte: "O Povo"
Fortaleza: 07 de julho de 1997
Ano: ?
Número: ?
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira - Perdoem-me alguns erros. Eu estou multo ruim da visão

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas do Nascimento (Chagas Nascimento).

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FELIZ ANIVERSÁRIO, JOSÉ ROMERO!

Por Oliveira do cordel

O tempo conta a idade,
Cada dia é uma cantiga,
Que revela uma verdade
Pra que assim a vida siga.
Ame o teu semelhante,
Tenha a paz como amiga!

A cada ano vivido
Aprende-se uma lição,
Que a vida só vale à pena
Se tu amas teu irmão.
Só assim tens recompensa,
Pois em ti, Deus, faz presença
E o amor faz-se razão.

Parabéns! Muita paz, saúde e dindim!

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


http://blogdomendesemendes.blogspot.com  

CARTA DE LAMPIÃO AO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO

Por Analucia Gomes

Lampião dirige carta ao então governador do estado de Pernambuco, Júlio de Melo, que lhe fora entregue pelas mãos de Antônio Guimarães, chefe de polícia do estado num momento qualquer de sua trajetória. O conteúdo do texto escrito por Lampião rezava os motivos da partilha do estado entre o litoral e o sertão. Ficaria o mar por conta do governador e o sertão segundo o mando do chefe cangaceiro.


Senhor governador de Pernambuco,

Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor para evitar guerra no sertão e acabar de vez com as brigas. Se o senhor estiver no acordo, devemos dividir os nossos territórios. Eu que sou capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão, fico governando esta zona de cá por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco. 


E o senhor, do seu lado, governa do Rio Branco até a pancada do mar no Recife. Isso mesmo. Fica cada um no que é seu. Pois então é o que convém. Assim ficamos os dois em paz, nem o senhor manda seus macacos me emboscar, nem eu com os meninos atravessamos à extrema, cada um governando o que é seu sem haver questão. Faço esta por amor à Paz que eu tenho e para que não se diga que sou bandido, que não mereço. 

Aguardo a sua resposta e confio sempre. 
Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão (MACIEL, 1988, p. 38). 

A atitude de Lampião (se de deboche, se irônica, se verdadeira, embora pelo tom pareça verdadeira) é de caráter universal entre os bandidos. 

* Pesquisa de Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Simão Pedro dos Santos.

https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

JARARACA - SANTO E CANGACEIRO...!

Por Volta Seca
https://www.youtube.com/watch?v=iEm-MuK2mZc


Dando uma cutucada na net encontrei esse vídeo, que para muitos mossoroenses, o cangaceiro JARARACA é considerado um "santo milagreiro". Em dia de "finados" seu túmulo é mais visitado que o do Prefeito Rodolfo Fernandes que foi o grande articulador e estrategista na defesa da cidade de Mossoró, por ocasião da invasão do bando de Lampião em 13 de junho de 1927.



Assista o vídeo e, tire suas conclusões.... SERÁ CRENDICE? Será uma Visão Messiânica de algumas pessoas, atrasadas culturalmente?
Que fator(es) pode(m) explicar esse fato?

Dê sua opinião sobre esse fato...abs...



A pesquisadora Ana Cecília Correia Lima deu sua opinião:

Como você pediu a opinião das pessoas ligadas a sua página (creio eu) vou tentar falar algo que me parece, ok? 

1) Existe a 'etnopsiquiatria' que estuda os fenômenos psíquicos dentro de uma cultura (no caso a do Cangaço).

2) A partir da 'etnopsiquiatria' podemos dizer que pessoas muito ligadas àquela cultura em especial (o Cangaço) influem na imaginação popular de modo muito poderoso. 

3) Jararaca sofreu um 'martírio' que podemos associar à vida de muitos santos e talvez até de Jesus (radicalizando). 

4) Parece-me que juntando todas essas observações temos o 'caldo cultural' do Messianismo popular que acaba 'elegendo' certas pessoas como seus intermediários entre o sofrimento aqui na Terra e a possibilidade da redenção nos Céus que os mártires de todos os matizes provocam. 

Obrigada, grande abraço!

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br

BOI CONDENADO À PENA DE MORTE PELO DEPUTADO FEDERAL FLORO BARTOLOMEU

Por Lira Neto editor do Sábado

Ao mesmo tempo em que tirava dividendos da mística em torno de Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro, Floro Bartolomeu não hesitava em manter a força incontrolável de religiosidade popular sob controle. Por esse motivo é que ele, em 1923, chega a declarar pena de morte a um touro, o “Boi mansinho”, que havia sido dado de presente ao beato José Lourenço pelo Padre Cícero.

Beato José Lourenço

Pelo simples fato de ter pertencido a Padre Cícero, o touro teria virado objeto de adoração. Havia até mesmo quem acreditasse que o animal era “fazedor de milagres”. Por isso, espalhou-se a notícia de que gente do povo bebia a urina e comia as fezes do bicho, que supostamente teriam poderes mágicos de curar todos os males.

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Floro Bartolomeu teria ordenado então a prisão de Lourenço e o sacrifício do animal em praça pública. Como todos os episódios que cercam Floro Bartolomeu, esta história é recheada de versões contraditórias. Uns dizem que a carne foi vendida normalmente no matadouro público, outros que o povo a rejeitou por ela ser de um animal sagrado, e outros ainda afirmam que o próprio José Lourenço teria sido obrigado a comê-la diante de seus seguidores.

Uma coisa, pelo menos, é certa: o mesmo José Lourenço, pouco tempo depois, protagonizava um dos mais marcantes episódios da história cearense do início do século; a formação da comunidade do Caldeirão.

Lira Neto

Fonte: Sábado O Povo
Fortaleza: 09 de março de 96
Ano: 2
Número: 90
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas do Nascimento (Chagas Nascimento).

http://blogdomendesemendes.blogspot.com