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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

OS ESCRITORES JOÃO DE SOUSA LIMA E ANTONIO GALDINO RECEBEM MOÇÃO DE APLAUSOS DA CÂMARA DE VEREADORES DE PAULO AFONSO.

Por: João de Sousa Lima

OS ESCRITORES JOÃO DE SOUSA LIMA E ANTONIO GALDINO RECEBEM MOÇÃO DE APLAUSOS DA CÂMARA DE VEREADORES.
A MOÇÃO FOI APRESENTADA PELO VEREADOR DINHO E VOTADA POR UNANIMIDADE.


OS LIVROS CONTINUAM A VENDA:  

  O livro que conta a história de Angiquinho vem dividido em três partes, primeiro narra a história do Rio São Francisco, a geração de energia realizada por Delmiro Gouveia com a construção de Angiquinho e a criação da CHESF, conta também com um vasto arquivo fotográfico.


 
ANGIQUINHO CUSTA: 
R$ 25,00 MAIS R$ 5,00 CORREIOS

O livro Lampião em Paulo Afonso narra a trajetória do rei do Cangaço nas terras de Santo Antonio da Glória e que hoje pertence a Paulo Afonso, cita os fatos acontecidos no Raso da Catarina e a amizade dos cangaceiros com os índios Pankararés.

LAMPIÃO EM PAULO AFONSO CUSTA: 
R$ 35,00 MAIS R$ 5,00 CORREIOS 
    
As duas obras estarão sendo lançadas nesse momento e para quem deseja adquirir pelos correios é só entrar em contato com:
JOÃO DE SOUSA LIMA
75-8807-4138 OU 9101-2501 
Conta:
B. BRASIL
ag- 0621-1
c/c-25293-X

BRADESCO
AG-3052-0
C/C-0200696-0

ANTONIO GALDINO DA SILVA
75-9234-1740
CONTA:
B. BRASIL
ag- 4225-0
c/c- 32700-X

BRADESCO
 AG-3052-0

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima


  
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ZÉ DO TELHADO. O Bandoleiro Cavalheiresco - Parte I



Ano novo vida nova, diz o povo, mas o de 1852 não começou de modo diferente para as gentes das cercanias do douro.

A quadrilha do Zé do telhado continuava a ser o terror dos ricos e remediados, e temia-se que um golpe grande  estivesse para ocorrer. A morte do senhor da Casa do Carrapatelo, naquele dia tão falado na feira de Marco de Canaveses, chegou aos ouvidos de um elemento do bando, e, de pronto, aos do chefe bandoleiro.

Dizem que deixou mais de mil cruzados em ouro. Era mais do que suficiente para que José Teixeira de Matos, Zé do Telhado, arriscasse mais uma sortida, com o produto da qual poderia saciar o apetite dos seus homens.

Acertou-se tudo. Nada parecia ter sido deixado ao acaso. A minúcia e a prudência, presidiram ao planeamento do assalto.Uma meia dúzia de dias foram suficientes para que tudo estivesse pronto. A espera até era benéfica, que assim a maior parte da família convocada para o velório,já estaria de volta as suas casas. Somente os criados e as fidalgas estariam na casa do Carrapatelo.


http://amilcarseixas.blogspot.com.br/p/ze-do-telhado-o-bandoleiro.html

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O deleite de Volta Seca - O Pasquim encosta na parede O "Jésse James" do nordeste - Parte IX


Jaguar - Quando foi que Maria Bonita entrou pro bando?
- Maria entrou quando eu tinha mais ou menos uns dois anos. Mas ele aconselhou ela o que pôde, ele cansou de dizer a ela que não queria que o acompanhasse, porque a vida dele era assim: na mesma hora que tava vivo já tava morto.  

Foi o cangaceiro que mais cumpriu pena: 20 anos de reclusão. Entrou na cadeia, quando ainda era um menino (Violência do Estado?)

Ziraldo - Cê lembra quando ele conheceu Maria Bonita?
- Lembro. Foi em Santa Brisa. (Santa Brígida)  

Jaguar - Santa Brisa (Santa Brígida) fica onde?
- Em Sergipe. (Bahia) 

Ziraldo - Cumé que foi a história, ela é sergipana também? (Baiana)
- É. Ela estava, nós estava hospedado lá na Maiada da Caiçara. Então, nós tava lá, aí a mãe dela disse assim: "Capitão, a única pessoa que teria mais prazer de conhecer o senhor era a minha filha". Aí ele disse: "Não é nada difícil, eu ando por aqui, ela mora aqui"? Ela disse: "Não, ela é casada e mora em Santa Brisa". Ele disse: "Se a senhora pode mandar chamar ela, eu estou aqui, até amanhã. Mas só fala com ela, que eu estou aqui. Mais ninguém, tá certa"? Aí ela mandou um irmão dela chamar da. O menino chegou lá, chamou ela e ela veio. Quando chegou, a própria mãe levou ela lá onde nós estava, todo mundo acampado.

Ziraldo - Era longe?
- Não, era um pedacinho bom. Eram três léguas. Aí, ela chegou, ela apresentou a ele, ele também tratou ela muito bem e daí ficou por ali.  

Millôr - Era bonita realmente?
- Era bonita. 

Millôr - Era baixinha, alta?
- Era baixinha.  

Millôr - Ela tinha que idade mais ou menos, nessa época?
- Ela podia ter uns 18 anos, não tinha mais do que isso, não. Então ele disse: " Ah, eu vivo essa vida mas eu num gosto não. Mas eu num tô com mais jeito. O meu jeito é esse mesmo. Então, eu tenho que seguir até morrer". Então ela disse: "Eu sou casada" e tal... E conversaram, aquele negócio, né? Ai ela disse: "Capitão, sabe que eu lhe acompanho"? Ele disse: "Não, você ê casada, vive sossegada". E começou a rir... 

Millôr - O que que fazia o marido dela?
- Era sapateiro. Então ele disse: "Mas você tem coragem de acompanhar um sujeito como eu? Um homem perdido da sociedade. Eu num tenho sociedade, num tenho nada. Vivo perdido, como um bicho, pro mundo..." Ela disse: "Num tem problema, eu tenho coragem". "Não, você deve ir pra onde tá o seu marido, você é casada. Se você tá querendo que eu crie mais um inimigo, Deus me livre; eu num quero mais uma coisa dessas". Ela disse: "Não, mas eu vou. Eu vou agora, nem mais lá, eu vou".

Millôr - Ela não tinha filho não, né?
- E num foi mesmo. Aí, ele começou a dar conselho pra ela, que num tava bem, que ele podia tá morto a qualquer momento... Aí, ele disse: "Bom, o seguinte é esse: você não pode ir comigo, minha vida é a pé, é a cavalo, é de todo jeito, é pelos matos..." Ela disse: "Eu vou também". "Mas eu posso morrer hoje, amanhã..." Ela teimava: "Eu morro junto com você. Mas num lhe deixo mais". E num deixou mesmo, terminou morrendo junto com ele mesmo. 

Ziraldo - Ela atirava também?
- Atirava. Eu queria tá com ela e não queria tá com dez homens da marca dos que eu conheço por aqui. Tava mais satisfeito. 

Sérgio Cabral - Ela aprendeu a atirar no bando do Lampião?
- Aprendeu e atirava bem, mesmo. Era uma mulher de raça... 

Ziraldo - Escuta, depois que ela, entrou no bando, ela era a única mulher do bando?
- Era. Num tinha mais nem uma; só ela. 

Ziraldo - E ela cozinhava pra vocês?
- Não. Ela cozinhava pra ele lá. 

Ziraldo - Vocês tinham cozinheiro no bando?
- Não, cada um fazia o que é seu. 

Jaguar - E não houve tentativa de ninguém no bando dar uma cantada nela, não?
- Cê tá maluco, rapaz? Dava uma cantada e já era. 

Millôr - Escuta, ela falava com vocês, brincava.
- Brincava com nós como se brinca com uma criança dessa e outra qualquer. A mesma coisa.  

Jaguar - E ninguém se engraçava com ela?
- Não. 

Jaguar - E ele gostava muito dela?
- Gostava, se ela... 

Millôr - Ele tinha mulher e não permitia que os outros tivessem?
- Ele não importava. A que quisesse acompanhar e ir de vontade, podia acompanhar. Agora, tinha muito nego que não queria. 

Sérgio Cabral - Aconteceu alguma vez de uma mulher acompanhar o homem?
- Tinha muita.
 Jaguar - Mas não como Maria Bonita, né? Não combatia nem nada. né?
- Não.

Ziraldo - Agora, esse nome, Maria Bonita, foi o pessoal do bando que botou nela, ou foi a lenda? Vocês não a chamavam de Maria Bonita, não né? Era só Maria?
- Não, o nome dela legítimo era Maria Déia. Não Maria Bonita, Maria Bonita quem botou foi o pessoal deles lá da polícia mesmo. Maria Bonita, porque ela era bonita mesmo, e tal. Então foi que eles deram esse título a ela de Maria Bonita. Mas lá no bando não tinha disso não.

Ziraldo - Os filhos do Lampião eram filhos dele com Maria Bonita, ou ele, era casado com outra, anteriormente?
- Não. É filho dela mesmo. 

Ziraldo - Ele ainda tem os filhos vivos, não tem?
- Tem. Os filhos com Maria Bonita nasceram lá no Cangaço. A Expedita...  

Millôr - Cê num chegou a ver ela grávida não, né?
- Ó rapaz, eu fui servir de sentinela pra ela ganhar a criança.

 Jaguar - Quando é que foi isso, hein?
- Isso foi lá mesmo, na Mata da Caiçara. 

Aparício - Quem atendeu a Maria Bonita como parteira
- Foi a mãe dela mesmo. 

Sérgio Cabral - Escuta, cê tava falando que o bando andava de carro, às vezes. Como era? Vocês confiscavam os carros?
- Via um carro e nós apanhava. 

Millôr - Quem sabia dirigir no bando?
- Ah, tinha muitos que sabia. 

Millôr - Lampião dirigia?
- Não, mas tinha Mariano, tinha Luiz Pedro, tinha um rapaz chamado Revoltoso...

Millôr - Agora, dessas canções populares que estão aí, quais eram realmente as que vocês conheciam no bando? Mulher Rendeira, vocês cantavam essas coisas?
- Bom... 

Ziraldo - Qual era o repertório do Lampião que ele tocava no acordeom?

- Bom, ele tocava qualquer negócio, Asa Branca, Mulher Rendeira... Isso eu tirei lá mesmo, no Raso da Catarina, brincando. 

Millôr - Asa Branca, você já conhecia lá no bando?
- Já. 

Sérgio Cabral - O Volta Seca gravou um long-play, você já sabe, né?...  

...Millôr - Você toca algum instrumento?
 - Eu só tocava gaita. 

Sérgio Cabral - É. Tem um long-play. Tem Todamérica nisso?... 

...Millôr - Você compôs alguma música, já?

- Eu compus, mas não é de Lampião. Eu me lembrava daqueles troços que passava. Aí, então, tirei uma que deu até certo. 

Ziraldo - Acorda Maria Bonita, esta?

- É, Maria Bonita. 

Aparício - Como você foi promovido? Você foi um dos homens de confiança de Lampião, né?

- Bom, justamente porque pra todo lado que ia, ele achava que, com ele, eu tava bem. Então, pra todo canto que ia, ele me chamava. 

Ziraldo - Cê era o mascotinho do bando, né?
- É.


CONTINUA...


http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/12/entrevista-de-volta-seca-jornal-o.html


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