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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

1917 – UMA “QUASE” BATALHA NAVAL NA COSTA POTIGUAR

Pintura mostrando um combate naval na Primeira Guerra Mundial

Frota naval alemã em 1914. O navio corsário sempre seguia sozinho
Quadro - The last man Falklands 1914 Fonte - http://www.ourlifeboat.org/


O livro de Bassetti e Megale - Um monumento aos acontecimentos de Angico

Por: Wescley Rodrigues

Acabo de ler o livro “Lampião – Sua morte passada a limpo”, dos pesquisadores José Sabino Bassetti e Carlos César de Miranda Megale. Confesso que me surpreendi com a qualidade e a riqueza da obra. Como apaixonado pelo cangaço, que fez dessa paixão objeto dos meus estudos históricos, tenho acompanhado há alguns anos a produção bibliográfica que é publicada sobre a temática, e tenho que confessar que me surpreendo como estamos envoltos por obras extremamente pobres, repetitivas e, por vezes, que distorcem os acontecimentos criando causos e inverdades. Mas essa é a dinâmica do mercado, notoriedade, fama, e a possibilidade de alimentar o ego com o “título” de escritor.

No entanto, a referida obra, na minha opinião, se enquadra no seleiro das melhores já produzidas sobre o tema cangaço e, consequentemente, sobre o fatídico amanhecer de 28 de julho de 1938, dia em que o “Rei do Cangaço” teve a sua morte decretada, como também o cangaço recebeu seu golpe certeiro que levaria a desintegração e o seu extermínio posteriormente.

A priori pensava o que poderia apresentar de novidade naquelas páginas, haja vista tanto já ter sido falado a respeito de Angico e nenhuma conclusão palpável ter se chegado, sendo questionado até mesmo a morte de Lampião, a única certeza que poderíamos ter. Mas ao abrirmos as páginas dos livros, os nossos olhos vão passeando por uma narrativa extremamente rica, gostosa, e fácil. Sem teorias mirabolantes, sem conjecturas sem fundamentos, os autores vão trazendo versões e questionando a veracidade de tudo o que já foi dito usando para isso simplesmente a razão, despojando-se do seu amor pela temática e comprometendo-se com a verdade.

Presenteiam-nos com uma obra rara que condensa toda a discussão que ao longo desses 73 anos vem desafiando a história com os seus caminhos tortuosos, suas lacunas e perguntas sem respostas. As versões vão emergindo naturalmente, e com a maestria dos escritores eles conseguiram retirar dessas conjecturas as próprias contradições que desqualificariam a versão.

Acredito que a razão foi o ponto fulcral da obra, o olhar dos pesquisadores não se voltaram para o “achismo”, não se deixaram levar pelos depoimentos puro e simplesmente, mas questionaram as fontes, problematizaram, usaram métodos distintos para chegar a resolução dos problemas, exemplo que deve ser seguido por qualquer pesquisador do cangaço antes de lapidarem as suas obras, pois só através dos pressupostos do método historiográfico com crítica as fontes, fidelidade aos objetivos, imparcialidade, despojamento do amor pela temática, por mais difícil que isso seja, conseguiremos construir obras sólidas, que não só encantem o leitor, mas traga a tona a verdade, ou pelo melhor a verossimilhança do acontecido. Só assim vamos construindo o conhecimento e esclarecendo cada vez mais as tortuosas lacunas que ainda teimam em nos desafiar.

Prof. Ms. Wescley Rodrigues Dutra
Brasília - DF
Se você ainda não tem esta referência em sua coleção: 

Sabino Bassetti: (11) 4029 4209 / 9795 - 8943
e-mail - sabinobassetti@hotmail.com

O preço é R$ 35,00 (trinta e cinco reais) já incluso o valor do frete



Personagens Terciários

Cosme de Farias


Ele foi Major sem nunca ter servido as Forças Armadas e Advogado sem diploma de Bacharel. O último rábula da Bahia ficou conhecido pela astúcia ao defender os mais pobres nos tribunais. Cosme de Farias foi mais que um profissional do Direito preocupado com as causas sociais. Mesmo sem ter concluído o curso primário, foi pioneiro na luta contra o analfabetismo na Bahia. Deputado e Vereador, levou às últimas consequências seu ideal franciscano: morreu pobre, na tapera onde vivia na Quinta das Beatas, hoje bairro denominado:

Certo dia, o juiz Vicente Tourinho perguntou à platéia quem poderia defender um ladrão abandonado pelo advogado à beira do júri.

Um rapazola mulato, traços grosseiros e cara de menino ergueu-se e respondeu: "Eu". O voluntário não conhecia o processo e nunca encontrara o réu - negro e pobre, acusado de roubo de 500 réis - mas não concordava em vê-lo sem dar a sua explicação sobre os fatos

O rábula classificava como uma das suas causas mais difíceis a concessão do habeas-corpus para 36 grevistas, funcionários da Leste Brasileiro. Entre as mais famosas está a defesa de Sérgia Ribeiro da Silva, apelidada de "Dadá" e única mulher do cangaço a manipular armas.


Em 1942, Cosme impetrou recurso pela soltura da viúva do alagoano Corisco, o Diabo Louro. Dadá foi ferida na perna direita (mais tarde, amputada) e aprisionada pelas Forças Volantes, em 1940, numa ação encerrada com a morte do seu marido.


Açude: Blog Luiz Nassif

ESTÓRIAS DOS QUATRO VENTOS: A TRISTEZA DO MALUQUINHO

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Conto o que me contaram...
Dizem que lá pelas bandas dos Cafundós, morava um maluquinho com sua família – o pai e a mãe - numa tapera de beira de estrada.
Por lá era tudo mataria, veredas de gente e bicho, com a estradinha cheia de pedras e espinhos. Sem juízo de nada, nascido maluco e tendo a maluquice por sina, a única alegria na vida do maluquinho era sentar num lajedo grande na beira da estradinha esperando quem ou o que passasse para ficar atirando pedra.
Mas um dia o progresso chegou por lá, homens e máquinas foram alargando o terreno da estrada, retirando o lajedo, remexendo a terra inteira, dizendo que naquele local ia ser construída uma estrada grande de asfalto.
Assim que os primeiros homens chegaram o maluquinho fez uma festança, pois jogou pedra pra todo lado, dando trabalho aos pais que corriam desesperados para informar que não arreliassem não, pois se tratava de um doidinho de pedra.
O que era festa, contudo, foi se transformando numa tristeza infinita. Ficou quase em tempo de se acabar de sofrimento quando viu a grande máquina retirando o lajedo onde costumava ficar sentando. E depois foi pior ainda.
Um dia chegou em casa chorando, desesperado. A mãe perguntou o que tinha sido daquela vez, e ele, numa lucidez jamais vista, foi logo dizendo em prantos:
“Mas mãe, a única alegria que eu tinha na vida era jogar pedra em quem passava. E o que vou fazer agora, se por cima daquela borracha preta não tem mais nenhuma pedrinha sequer. Será que nem doidinho de pedra pode ter mais pedra pra jogar?”.

Poeta e cronista

Luiz Gonzaga e Lampião

Ilustrações: Rafael Lima Verda

A figura lendária de


Lampião


fascinava Luiz Gonzaga desde a infância.

Em meados da década de 1920, quando o Rei do Cangaço passou com seu bando pela Serra do Araripe rumo a Juazeiro do Norte, o futuro Rei do Baião desejou ardentemente conhecer o temível bandoleiro e, quem sabe, tocar algumas músicas para a cabroeira dançar. 

Januário e Santana - Pais do rei do baião

O velho Januário, mais sensato e comedido, resolveu ouvir os apelos de Santana e foi se refugiar no mato com a família, com medo dos cangaceiros. Outras famílias fizeram o mesmo.

Se estabeleceram sob uns pés de oiticica, fizeram um foguinho de trempe para cozinhar o feijão e esquentar o café, enquanto as coisas se acalmassem. O que aconteceu a seguir, eu descrevo em cordel, trechos de um livro que acabo de lançar pela coleção “Do Nordeste para o mundo”, coordenada por Arlene Holanda, intitulado “Luiz Gonzaga, o embaixador do sertão”. A obra, vencedora de um prêmio literário promovido pela Secult, acaba de ser lançada pela Editora Íris.

O EMBAIXADOR DO SERTÃO (trechos)

Certa feita Lampião
Passou lá no povoado
O povo da região
Ficou muito apavorado,
Seguia pra Juazeiro
O cangaceiro afamado.

As famílias se esconderam
Com medo de Lampião
Januário e sua gente
Arrumaram o matulão
E foram se esconder
Sob um pé de “sombrião”.

Passados então dois dias
O Gonzaga disse assim
Eu vou lá no povoado
Ver se a coisa está ruim
Eu vou e volto escondido
Podem confiar em mim.

Nisto o velho Januário
Que admirava a coragem
Lhe disse: – Vá com cuidado
Pela margem da rodagem
Observe o movimento
E faça breve viagem.

Luiz foi, observou,
Lampião tinha saído,
Ele que era travesso
Um molequinho enxerido
Voltou em grande carreira
Fazendo um grande alarido:

- Corre gente! Corre tudo
Que Lampião vem chegando!!!
Com mais de cinqüenta cabras
Já vem se aproximando!
Foi enorme a correria
E a meninada chorando.

A rir dessa confusão
Gonzaga então começou;
Mas o velho Januário
Daquilo desconfiou
E devido a brincadeira
Um castigo ele levou.

Foi uma surra e tanto, conforme o próprio Gonzaga declarou mais tarde ao escritor Sinval Sá, autor de “O sanfoneiro do Riacho da Brígida”, a primeira biografia do ‘Lua’, publicada em Fortaleza em 1966.

A roupa dos cangaceiros, aqueles chapéus de couro vistosos, cheios de medalhas e penduricalhos era o que mais fascinava o menino Gonzaga. Por isso, depois de consolidar sua música e projetar-se em todo o Brasil, Luiz Gonzaga cismou de se apresentar na Rádio Nacional vestido de cangaceiro, o que lhe valeu uma séria advertência do diretor Floriano Faissal. Advertência não, proibição sumária.

Mas Gonzaga era teimoso e continuou usando o seu chapéu de cangaceiro nas capas dos discos, nas fotos promocionais e em tudo que era show onde se apresentava. Sua persistência prevaleceu e o figurino incorporado por ele passou a ser imitado por quase todos os cantores do gênero que surgiram nas décadas de 1950 a 1970.

Arievaldo Viana
Texto publicado na revista Nordeste Vinteum
http://www.luizberto.com/coluna/mala-da-cobra-arievaldo-vianna

http://cariricangaco.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Chapéu de Aba Virada

veja.abril.com.br


gustavoserrate.wordpress.com

Tudo bem, tudo bem, que coisa!! 
Vez por outra acabamos encontrando; mesmo depois de muito tempo; uso para os famosos "chapéis de aba virada" lançados no sertão


pelo Rei do Cangaço


e imortalizado no mundo pelo
Rei do Baião...

Produção Cariri Cangaço

CORRIGINDO A MINHA GRAVÍSSIMA FALHA

Por: José Mendes Pereira

Amigos leitores:

Informo a todos que participam deste blog, que no dia  19 de Novembro de 2011, foi postado neste blog o artigo do escritor e pesquisador do cangaço,


João de Sousa Lima, com o título "VOLANTES E CANGACEIROS".
/2011/11/volantes-e-cangaceiros.html,

Venho pedir desculpas aos leitores, pois a postagem foi registrada com o meu nome, mas que foi um erro de minha parte, e eu o acho gravíssimo, pois ninguém tem o direito de colocar o seu nome em matérias escritas por outros, e é crime. 

Não foi nenhum interesse meu de colocar o meu nome, apenas me confundi no momento de escrever o nome do escritor, colocando o meu. Mas já foi corrigido na página, e para que o leitor confira, basta clicar no link acima.

Dizem que quem erra é o ser humano, mas se continuar errando, é animal.

Desde de Dezembro de 2010 que eu venho postando neste blog, e só agora é que eu notei um erro grave, não só grave como gravíssimo, e espero que o leitor entenda a minha falha.

Quando eu inicio  uma postagem, a minha primeira preocupação é colocar  o nome do autor e em seguida o link, isto é a fonte a qual eu estou trasladando para este blog. Mas acredito que todos irão entender a minha displicência, afinal, ninguém é perfeito.   

Já pedi desculpas ao escritor e acho que ele vai entender e me perdoar.

Desculpem-me a minha displicência.

José Mendes Pereira

Volantes e Cangaceiros

Por: Kidelmir Dantas

Parabéns, cangaceiro pauloafonsino,
João de Sousa Lima
por mais este resgate histórico.

Kydelmir Dantas
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. / EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO
UNIDADE OPERACIONAL -RIO GRANDE DO NORTE CEARÁ
ATIVO DE PRODUÇÃO MOSSORÓ
Segurança - Meio Ambiente - Saúde / Célula de Meio Ambiente
MOSSORÓ - RN
Fone: (0xx - 
84) - 3323 2307

Volantes e Cangaceiros

Por: João de Sousa Lima


Inácio Ferreira foi um dos soldados que participou do combate  que faleceu o cangaceiro Cacheado e foi fotografado com a cabeça do cangaceiro na frente da cadeia de Jeremoabo.


Inácio com sua esposa e uma cunhada.
Soldados com a cabeça do cangaceiro Cacheado na delegacia de Jeremoabo.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima