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sábado, 2 de abril de 2011

Lampião e Juriti

           Segundo o pesquisador do cangaço, Alcindo Alves Costa, o verdadeiro cangaceiro com o apelido Juriti, foi João Soares, que fazia parte do grupo dos Marinheiros, e na década de vinte, já era vulgarmente chamado de Juriti. 
               Um dia, o facínora Lampião estava de rede armada e cachimbo aceso nas terras sergipanas. E por meio de amigos, admitiu um rapaz, vindo lá do Salgado do Melão, na Bahia. Era um jovem atlético, simpático, erguido, branco, loiro, cabelos finos e escorridos; olhos alaranjados, gestos elegantes, boas maneiras. Mas era genioso e perverso ao extremo. Além desses adjetivos, o rapaz era bastante vivo, e com uma forte personalidade. Com isso fez com que Lampião o contratasse para fazer parte do seu bando.
                Lampião que era obstinado por homens valentes, gostava de nomear os seus cabras, e o apelidou de Maçarico.
                 O jovem não satisfeito com o apelido disse-lhe que procurasse outro, pois este muito parecia com nome dado aos efeminados. 
                 Lampião aceitou a sua sujestão, mas perguntou-lhe qual nome ele gostaria de ser chamado. 
              O jovem opinou que gostaria de ser chamado de Juriti.
                  E a partir daquele dia, o cangaceiro ficou apelidado de Juriti. 
            Virgulino que tinha pretensões por homens valentes e temperamento forte, não se opôs à exigência do rebelde, e a partir daquele momento passou a ser chamado de Juriti, deixando de lado o nome Manoel Pereira de Azevedo para assumir este apelido.

 
             Lampião foi assassinado na madrugada de 28 de julho de 1938, na grota de Angicos no Estado de Sergipe, pela volante do tenente João Bezerra.
             O cangaceiro Juriti foi morto no ano de 1941, em Canindé do São Francisco, no Estado de Sergipe pelo delegado Deluz. Mesmo sabendo que Juriti já tinha em mãos, a carta de soltura, doada pelo capitão Aníbal Vicente Ferreira, comandante geral das forças de combate ao banditismo no nordeste, mesmo assim o cangaceiro foi algemado e colocado dentro de uma foqueira.  
 
Este artigo que eu organizei, tem uma participação do blog: "Portal do Cangaço"
 
Participe sempre deste:  "Blogdomendesemendes.blogspot.com"   com suas opiniões e comentários.
 

OS FILHOS DO REI DO CANGAÇO.

Escrito por: João de Sousa Lima
Minha foto
Escritor e pesquisador do cangaço

            Enigmático é o mundo do cangaço, ainda mais pela forma e o tempo de seus participantes resguardarem seus acontecimentos. Os últimos remanescentes, só agora, quando beirando os cem anos de idade, estão revelando seus segredos. Por longos anos, os fatos vivenciados foram trancados nos baús do esquecimento e lacrados com a chave da fidelidade da palavra empenhada. O tempo cuidou de reparar as falhas do passado e se fazer sentir a urgência de registrar seus marcantes episódios. Grande prejuízo para a história recente do nosso país, seria a perca dos relatos desses homens e dessas mulheres que viveram nas Caatingas, as consequências de uma luta ainda tão marcante para nosso povo do Sertão Nordestino.
           Misteriosa obediência ao segredo carrega o Sertanejo, como se fosse parte inseparável o segredo e a honra. Alicerço-me no depoimento de Firmina Maria da Conceição, "Dona Cabocla", cozinheira e lavadeira do bando de Lampião, que prestes a completar 102 anos de idade, no próximo mês de maio, lamentou ter me contado sua vivência com o Rei do Cangaço, se arrependendo de ter relatado sua relação dos préstimos de serviços ao cangaceiro, achando que mesmo hoje, o segredo deveria ter ficado guardado, só o confidenciando por insistência da filha Maria. Por tamanha devoção e fidelidade cresceu minha admiração e respeito a essa mulher que é hoje parte da nossa história recente. É este um dos mais sinceros e puros exemplos de lealdade.

Um belo Vídeo
 
            Por ser Lampião a figura central do cangaço, sendo o maior expoente desse capítulo da história, o estudo referente ao tema tem recaído sua maior parte sob seus rastros. Diante do mínimo vestígio de fundamento, nós nos defrontamos com a questão inevitável de transmiti-la. Os caminhos trilhados buscam os fatos inéditos, seguindo uma infindável legião de admiradores e estudiosos ávidos a alcançarem os novos achados em busca deles tenho me dedicado a longos dez anos de uma extensa pesquisa. Dentre os fatos mais marcantes conseguido neste longo trajeto, foi a descoberta de um filho de Lampião e Maria Bonita. Das quatro gestações da Cangaceira, sabíamos apenas sobre Expedita Ferreira da Silva, ainda viva e residindo em Aracaju. Quando comecei a escrever o livro: "A Trajetória Guerreira de Maria Bonita, A Rainha do Cangaço", sempre que perguntava aos meus entrevistados detalhes sobre os gêmeos Arlindo e Ananias, irmãos de Maria Bonita, ou obtinha o silêncio por resposta ou escutava um curto e desafiador resmungar: Ananias não é irmão de Maria Bonita não!
Ananias Gomes de Oliveira

            Tive que me desdobrar para conseguir alguém que me explicasse mais abertamente essa afirmativa. Durante dias busquei os informes dos familiares e amigos que conviveram com Maria Bonita nos conturbados dias do cangaço. Um dos primos de Maria, um senhor chamado Manuel Maria dos Santos, apelidado por "Seu Nequinho", um ex-barqueiro acostumado atravessar, junto com o pai, os cangaceiros que cruzavam o milenar Rio São Francisco, foi o primeiro a confidenciar: Ananias é filho de Lampião e Maria Bonita! Aqui todo mundo sempre soube desse segredo, agora que na época de Lampião quem era doido de andar com uma conversa dessa!
Lampião exibindo o seu punhal
 
            Seu Nequinho ainda indicou mais algumas fontes que poderiam atestar o que ele estava dizendo e fui buscar a comprovação. Dentre as pessoas que fizeram seus relatos (e os tenho todos filmados para futuras comprovações) pode-se encontrar Servina Oliveira de Sá (prima de Maria Bonita), Eribaldo Ferreira Oliveira (sobrinho de Maria Bonita), os irmãos Osvaldo, Olindina e Maria Martins de Sá (primos de Maria Bonita), Firmino Martins de Sá (foi casado com a prima e melhor amiga de Maria Bonita: Maria Rodrigues de Sá), estes são alguns dos que confirmaram a história que se segue:

Maria Bonita

           Dona Maria Joaquina Conceição Oliveira, "Dona Déa", mãe da Rainha do Cangaço, estava grávida e por coincidência Maria Bonita havia engravidado quase que na mesma época. Por questão de aproximadamente dois dias, as duas mulheres viram nascer seus rebentos. Mãe e filha gerando vidas e fazendo crescer sua descendência.
          Pelas dificuldades impostas pela luta travada nas caatingas, onde cangaceiro vivia permanentemente em fuga, lutando contra as perseguições da polícia, filho era um entrave, levando perigo aos componentes do grupo e sofrendo as consequências da vida atribulada. Os filhos nascidos no cangaço, sempre iam cair nos braços de alguma autoridade política ou religiosa e às vezes enviados aos simples catingueiros, quando dotados da extrema confiança do cangaceiro. Duro castigo para as mães que tinham que ver seus filhos serem criados por outras pessoas.
          Maria Bonita dera a luz, Lampião arquitetou deixar o filho com a sogra, para que ela criasse as crianças como se fossem gêmeas e assim aconteceu. O filho de Dona Déa ganhou o nome de Arlindo Gomes de Oliveira e o filho de Lampião e Maria Bonita foi batizado como Ananias Gomes Oliveira. O Ananias ainda está vivo, residindo em São Paulo, o Arlindo faleceu recentemente. Era fácil observar as diferenças entre os irmãos: Arlindo era baixo e claro, Ananias é alto e moreno, ganhando por sua cor escura, o apelido de "Pretão".
         Dos depoimentos que se tem registro daquela época, o mais contundente é o deixado por José Mutti, major reformado do exército, que foi casado com Antonia Oliveira (irmã de Maria Bonita) e que escreveu o livro: Reminiscências de um ex-comandante de volante, que retrata com detalhes sobre a descoberta desse segredo, vejam a parte do capitulo que trata do mistério: "... ao chegar nos Picos do Tará, encontrei meus sogros arranchados numa frondosa quixabeira. Mandei construir dois quartos pra eles. encontrei duas crianças de dois anos cada. Tendo perguntado de quem eram filhos, dona Déa disse-me que eram mabaços (gêmeos) e eram seus filhos. As crianças eram completamente diferentes. O Arlindo sim, era parecido com a família, mais o Ananias era trigueiro (moreno escuro), não podia ser do mesmo casal José Filipe e Déa. Deu-me o estalo de "Vieira" será o Ananias, filho de Lampião e Maria. Comecei a perseguir a sogra: "Dona Déa, diga-me quem é o pai de Ananias, o Ananias não é filho da senhora e do José Filipe. Se a senhora disser de quem é filho o pretão (apelido do Ananias) eu guardo segredo até a morte. "Tanto persegui minha sogra para saber quem era o pai de Pretão, que um dia ela me disse "O Pretão é filho do homem" (a família de Maria Bonita tratava Lampião de "O HOMEM"), fiquei satisfeito e não falei mais no assunto".
 
Juliana Ischiara, Ozeas Gomes e José Cícero

              Ai está desvendado mais um dos mistérios do cangaço e para registro histórico, vale salientar que Ananias concordou fazer o exame de DNA, sendo coletado sangue de dona Mocinha (irmã de lampião), de Arlindo (o irmão que se diz gêmeo) e do irmão Ozéas Gomes.

Maria Ferreira - Dona Mocinha

             O exame anda em sendo movido por meios judiciais uma vez que a Expedita e a Vera Ferreira (filha e neta de Lampião e Maria Bonita) se negaram a fazer os exames.

Vera Ferreira, esposo e Expedita Ferreira
             Outro caso que foi bastante difundido foi o caso de João Peitudo, outro suposto filho dos Reis do Cangaço, mais um que tentou em vão se aproximar da família e não obteve resultados.

João Ferreira da Silva - o João Peitudo
              Continuando no campo da pesquisa histórica, vasculhando as fontes que trazem alguma ligação com o cangaço, acabo de descobrir outro filho de Lampião, na cidade de Chorrochó, Bahia. Ele é família dos famosos "Engrácias", as primeiras pessoas que mantiveram contato com Lampião quando ele entrou no estado da Bahia, tendo vários membros dessa família seguido os cangaceiros. Alguns se tornaram famosos, como: Cirilo de Engrácia, Antônio de Engrácia, Zé Sereno, Zé Baiano, Arvoredo e Corisco.
             Da família dos "Engrácias" um dos grandes coiteiros de Lampião nessa região foi João Ramos de Souza, conhecido por todos como Joãozinho. Entre as filhas desse coiteiro Lampião se engraçou da jovem Helena e com ela teve um caso, poucos dias depois a menina-moça apareceu grávida e o Rei do Cangaço para resguardar a honra da jovem e não desmoralizar a família que tanto lhe dava guarida, tomou uma rápida e sábia decisão: Pagou uma alta quantia a um rapaz, Simão Alves dos Santos, para que ele casasse com Helena e assumisse a paternidade do filho do cangaceiro. Simão topou o acordo e assim foi feito, nascendo a criança no dia 13 de agosto de 1930, sendo batizada com o nome de José Alves dos Santos.

José Alves dos Santos 

              O parto foi realizado por dona Lídia, mãe do cangaceiro Zé Sereno. Durante muito tempo as conversas sobre esse caso foram mantidas em segredo, temendo a população que Lampião fosse sabedor que a conversa havia se espalhado. Quando Lampião morreu e o cangaço se extinguiu as brincadeiras começaram a surgir e os amigos de José Alves sempre o perturbavam relacionando-o como filho de Lampião. Os comentários tornaram-se freqüentes e as pessoas de mais idade sempre tocavam no assunto.
            José Alves dos Santos ainda encontra-se vivo e residindo em Chorrochó, nas mesmas terras onde seus pais o criaram, estive recentemente com ele onde realizei extensa entrevista e ele concordou em fazer um exame de DNA para realmente comprovar o que os fatos indicam. Os testes estão em andamento e só o tempo dirá se ele é realmente mais um filho gerado nas caatingas do Sertão Nordestino, mais um rebento descendente de Lampião, mais um fruto evidenciado de um farto capítulo da nossa história recente, a história do Cangaço, capítulo ainda tão latente, tão presente nos carrascais do nosso povo do Sertão. 
 
João de Sousa Lima.
Escritor e pesquisador, membro da SBEC-Sociedade de Estudos do Cangaço, membro da Academia de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Paulo Afonso.
Publicado em 25 de novembro de 2008

           

Um pouco mais Angico, só para não perder o ritmo.... Por: Mendes e Mendes

Cariri Cangaço 
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            Transcrevemos em Post, comentário do amigo Zé Mendes; primeiro lugar no pódio dos comentarista do Cariri Cangaço. Desta feita, comenta a belíssima entrevista de Alfredo Bonessi a Juliana Ischiara, então:
 
Capitão Alfredo Bonessi
 
             O capitão Bonessi tem razão em dizer que os asseclas e os policiais não deram as informações corretas sobre o acontecido na grota de Angicos em 1938. Ou esconderam fatos verdadeiros ou aumentaram nas entrevistas. Em novembro de 1973, o cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e nela eu tenho minhas dúvidas.
 
             Palavras do cangaceiro Balão: “-Estávamos acampados perto do Rio São Francisco. Lampião acordou às 5 horas da manhã e mandou um dos homens reunir o grupo para fazer o ofício de Nossa Senhora. Enquanto lia a missa em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das barracas, respondendo amém e batendo no peito na hora do Senhor Deus".
Lampião
 
             Continua: "-Terminado o ofício Lampião mandou Amoroso buscar água para o café. Mas quando ele se abaixou no córrego veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras, a 20 metros da barraca de Lampião. Pedro de Cândida, um dos nossos, havia nos traído, e acho que tinha dado ao sargento Zé Procópio até a posição das camas."

Numa rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca...

             E continua o cangaceiro Balão: "Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto, mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado, e com jeito coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo, calcei uma alpargata. A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha perna e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar. O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada".
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Então vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa...

             Continua  Balão: "Moeda, Tempo Duro (este não aparece na lista oficial dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcindo Alves da Costa); Quinta-feira, todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas mulheres".
 
A cangaceira Maria Bonita
 
              Continua o cangaceiro Balão: "-Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas foi encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam nas pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um inferno".
 
Neném do Ouro e Luiz Pedro
 
             Continua o depoente: "-Luiz Pedro ainda gritou: "-Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião”. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".
 
            Em minha opinião esta afirmação do cangaceiro Balão contraria o que disse Mané Veio, pois nas declarações que deu aos repórteres, ele levou um bom tempo para assassinar Luiz Pedro.

Um belo Vídeo
           
            Continua o depoente: "-Corri até ele, peguei seu mosquetão e com Zé Sereno conseguimos furar o cerco".
 
Foto do cangaceiro Zé Sereno
 
           Continua Balão: "-Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".

Fala Zé Mendes...

            1 - Será que depois da missa ele voltou a se deitar?

            2 - Como foi que ele viu que a bala que atingiu o rei foi mesmo no meio da testa, quando ele diz que Lampião estava de costas?

           3 - Como foi que no meio de um cerrado tiroteio ele teve coragem de ir pegar o mosquetão de Luiz Pedro que já estava morto?

           4 - Como foi que ainda deu tempo para ele contar os mortos, pois no meio de um tiroteio, qualquer ser humano não espera por nada, muito menos para contar quem lá morreu?

            5 - Como foi que ainda deu tempo para ele calçar as alpargatas?

            6 - Por que Balão caiu quando ele e o policial ambos atiraram, se ele não sofreu nenhum impacto para ser derrubado?
 
           O amigo Balão fantasiou algumas respostas. Muitas verdades, é claro. Mas outras, fantasiadas. Gostaria muito que as suas respostas fossem verdades. Mas pelo que ele disse, não há como eu acreditar em todas. Acredito em partes.
Comentários:
 
 
Alcindo Alves da Costa
 
 
NOTA CARIRI CANGAÇO: Estimado Zé Mendes, como diz o confrade e Mestre Alcino Alves Costa "Mentiras e Mistérios de Angico!!!!" Com a palavra Alcino, o Caipira do Poço Redondo.
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     Severo, Zé Mendes, Juliana, Capitão Bonessi e todos os nossos heróis malucos que temos no blog Cariri Cangaço o porto seguro de nossas conversas e trocas de ideias, a todos vocês o meu carinho e o meu respeito.
    Graças a Deus, através do Cariri Cangaço, as fantasias, as mentiras e os mistérios que envolvem a Grota de Angico estão sendo cuidadosamente dissecadas por nossos confrades, numa prova que as minhas inquietações tinham fundamentos.
   Se formos analisar tudo que aconteceu em Angico com cuidado e carinho veremos claramente que não só o testemunho de Balão, mas todos os outros depoimentos são verdadeiras piadas.
   O tiro em Amoroso, numa distância de quase 100 metros da barraca de Lampião, os dois tiros dados em Maria Bonita quando ela ia apanhar água no mesmo poço em que Amoroso estava enchendo o cantil, o som daqueles estampidos, naquela hora da manhã, até hoje eu estou ouvindo. E porque Lampião e todos os que estavam em Angico não escutaram, não ouviram nada, morreram sem brigar?
  Tenham paciência! Isto é uma aberração.
  Convido a qualquer um dos nossos ilustres e sérios pesquisadores a comentar sobre algum registro de Angico que pareça ser verdadeiro, a excessão, é claro, da morte de Lampião. Ou não!!!!!!
Abraços, meus queridos,
deste caipira que ama todos vocês.
Alcino Alves da Costa
Outro comentário do escritor Alcindo Alves da Costa

           Severo, Zé Mendes, Juliana, Capitão Bonessi e todos os nossos heróis malucos que vivem a rastejar as pegadas de Lampião pelos tabuleiros e caatingas de nossos sertões, a todos vocês o meu carinho, a minha consideração e o meu respeito.
           Não só o depoimento de Balão sobre o que aconteceu em Angico é fantasioso e não merece nenhum crédito, como todos os outros que estão registrados na historiografia do cangaço em relação a tudo que se refere a Angico, desde a preparação do cerco, até o instante final do célebre acontecimento.
          Ainda hoje os meus ouvidos doem com a força dos estampidos do tiro que Abdon deu em Amoroso e dos dois tiros que Panta de Godoy deu em Maria Bonita, e para espanto geral nem Lampião e nem seus "meninos" escutaram nada. Ainda mais, logo após os disparos e numa distância de quase 100 metros da barraca de Lampião, Abdon, Panta e Noratinho avançaram e chegaram tão próximo, mas tão próximo da barraca de Lampião que tiveram que recuar, se proteger por detras de umas pedras para, aí sim, atirar em Lampião. Operação fácil, facílima de se realizar.
         Tudo isto está registrado no "Assim morreu Lampião", do mestre Antônio amaury. Você acredita neste depoimento?
         Meus amigos! Graças a Deus a maioria dos pesquisadores e estudiosos do cangaço e de Lampião estão percebendo que não é nenhum delírio de minha parte quanto a minha inquietude sobre as coisas da Grota de Angico. Este proceder de meus queridos confrades me deixa feliz e muito agradecido.

O meu abraço caipira a todos vocês.
Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo

Outro comentário do escritor Alcindo Alves da Costa

   Severo, Zé Mendes, Juliana, Capitão Bonessi, Paulo Gastão e todos os nossos heróis malucos que vivem a rastejar as pegadas de Lampião pelo tabuleiros e caatingas de nossos sertões, a todos vocês o meu abraço, a minha admiração, o meu carinho e o meu respeito.
   É certo que a entrevista de Balão está repleta de fantasias. Não foi somente o seu depoimento que assim pode ser considerado. A grande maioria, para não dizer todos, são repletos de fantasias e sem nenhum crédito.
  Na verdade, e isto eu venho afirmando por muitos anos, a preparação, o cerco e o momento final da Grota de Angico, tudo isto, está envolto em uma grandiosa mentira e um tremendo mistério.
  Os meus ouvidos ainda hoje doem com os estampidos dos três primeiros tiros de Angico. O de Abdom em Amoroso e os dois de Panta de Godoy em Maria Bonita.
   Não se compreende como em uma distância de quase 100 metros do poço para a barraca de Lampião, acontecer naquela hora da manhã três tiros e nem Lampião e nem os seus "meninos" não escutaram os tiros.
  Ainda mais. Abdom, Panta e Noratinho ao avançarem chegaram tão próximo, mas tão próximo da barraca de Lampião que tiveram que recuar, se proteger em uma pedras para, aí sim, atirar e matar Lampião.
  Foi uma operação muito fácil, fácil até demais para quem estava cercando e enfrentando justamente o célebre rei dos cangaceiros.
  Vocês acreditam nesta versão?
  E o chapéu e o mosquetão que estão no inventário como se fossem de Lampião e não pertenciam a ele?
  Mistérios e mais mistérios.
  Graças a Deus, eu me sinto feliz em perceber que muitos de nossos historiadores e pesquisadores estão me dando razão quanto aos mistérios e as mentiras de Angico. Naquele riacho Lampião construiu uma cerca de labirintos que os coitados dos historiadores não conseguem chegar a lugar nenhum.
A todos vocês o meu abraço
Caipira Alcino Alves Costa.
O Caipira de Poço Redondo
Comentário do amigo Demontier Lima Tavares

          Prezados senhores, não sou historiador e também nunca realizei pesquisa de campo com relação ao cangaço, apenas estive nas duas edições do Cariri Cangaço, como estudante de pedagogia da URCA, como o sou; mas gostaria de tecer alguns comentários de um leigo sobre o assunto.

           1 - É claro que em aconteceimentos como esse do Angicos e a morte de Lampião, teríamos uma infinidade de versões, principalmente por se tratar de dois lados, os policiais vencedores podem colocar de uma forma, já os cangaceiros que saíram vivos colocam de outra forma, e cada um com certeza vai falar o que lhe for mais vantajoso, penso assim.

          2 - é interessante notar por exemplo nesta matéria do senhor Mendes e Mendes, a entrevista de um cangaceiro de nome Balão, dizendo que no meio da locura do tiroteio ainda teve tempo de contar quem tava morto e o pior: ver Lampiao "de costas" com um tiro "na testa"... Não dá para levar a sério esse depoimento

           3 -  A hsitória sempre vai ser contata pelos vencedores, não sei se falam toda a verdade, mas a história mostra com poucas exeções que na maioria das vezes MAQUEIAM de acordo com o que desejam.

          Caro Severo e senhores pesquisadores, me perdoem "meter a colher" numa seara que não conheço profundamente, mas me permitam apenas esse comentário.

Abraços e até 2011 com o Cariri Cangaço
Demontier Lima Tavares

 Comentário do amigo Fernando Cesar Lima Verde
 
   Caro Mendes, acho que a discussão é por demais salutar. Há tempos estamos vendo a "teimosia" do senhor Alcino, pesquisador e escritor que não conheço pessoalmente, mas pelo qual tenho grande respeito; com relação às suas famosas "mentiras e mistérios de Angico"; talvez para a maioria dos curiosos ou mesmo leigos, seja bobagem voltar a este assunto, mas penso o contrário, devemos sim, continuar dando força à investigação histórica, mesmo sabendo que não há mais muito o que fazer (As fontes secaram), mas o mínimo que podemos fazer é "espernear" como o Senhor Alcino e agora seu comentário te feito: Temos que no mínimo provocar reflexões...sempre e sempre. Não é só porque foi publicado "isso ou aquilo" que devemos balançar a cabeça como "fato consumado".

          Aos amigos da SBEC os meus parabéns por estarem conseguindo tornar essa temática atual e contemporânea. Grande abraço amigo Severo, Mendes e Alcino.
Fernando Cesar Lima Verde