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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

AS CISTERNAS DO MAJOR

Por Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2015 - 1.344
O sertão alagoano lutou muito para conseguir dos seus governantes água e luz. Inúmeros movimentos foram realizados, inclusive, passeatas noturnas à luz de velas. Uma rádio clandestina foi montada para clamar todos os dias pelos direitos básicos da população. Com tantos berros assim, principalmente em Santana do Ipanema, Médio Sertão alagoano, o governador major Luiz Cavalcante resolveu providenciar ambas as coisas para Santana.

Fot:o (Jornal Consciência Ambiental).

O sertanejo bem que possuía suas boas cisternas grandes e pequenas que aliviavam bastante à sede nos tempos de estiagem. O problema todo era apenas ter cuidado com o grande depósito caseiro, à base da higiene. Não havia orientação da Saúde em como armazenar as águas das chuvas nas cisternas, para maior segurança. Entretanto, o homem da cidade e da roça bebia tranquilamente sua água cristalina escorrida das chuvas pelos telhados.

Quando o major Luiz resolveu investir em água para Santana do Ipanema, a maior cidade do sertão, onde a revolta pacífica iniciara, houve certa esperança popular. E de fato a água encanada do rio São Francisco espirrou pelo cano no meio da rua de Santana. Choveu discursos na Praça da Bandeira. O próprio governador, entusiasmado, mandou que agora o povo quebrasse todas as cisternas que havia, pois ninguém iria mais precisar desse expediente. A água do São Francisco, segundo ele, não iria faltar jamais e estariam nas torneiras todos os santos dias. Inúmeras cisternas foram destruídas motivadas pela conversa mole do governador.

O resultado é que a euforia não durou muito. A crise da água começou alguns meses depois e continua até agora. E o caso abastecimento d’água tomou conta do Brasil inteiro por falta de investimentos, planejamento e honestidade. Lá vai o governo mandando construir no semiárido, milhares e milhares de cisternas, fazendo justamente, o que o sertanejo já fazia desde o início do século XX.

Tem sempre alguém reinventando a roda.


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VIRGULINO FERREIRA DA SILVA – O ALMOCREVE


Para quem não sabe, almocreve é uma palavra de origem árabe, que significa tangedor de animais de carga. O trabalho de almocreve se proliferou no sertão, mais precisamente no sertão do Pajeú, ao longo de 60 anos (desde 1870 a 1930).

Em Vila Bela, José Ferreira da Silva e seus três filhos mais velhos: Antônio, Livino e Virgulino, se dedicaram ao trabalho exaustivo da almocrevaria, transportavam bebidas, gêneros alimentícios, tecidos, sal, querosene e estivas em geral, para: Vila Bela, Triunfo, Ouricuri, Bodocó, Exú, Petrolina e até regiões do Cariri, do Piancó e Rio do Peixe, na Paraíba. Era um trabalho de gigante. Nem parece que Virgulino pudesse abraçar a vida de cangaceiro.

O almocreve só merecia distinção quando conduzia em sua tropa um mínimo de 24 burros. Os comerciantes não confiavam transportar suas cargas a um tropeiro que tivesse um plantel de menor porte, porque quase nada podia carregar.

José Ferreira tangia nas estradas do Nordeste, com os filhos uma burrama constituída de 25 animais, dos quais 12 em sociedade com o fazendeiro José Clementino, do riacho de São Domingos da região do Pajeú, e uma mula, a burra guia que portava campainha de aço para abrir caminho à tropa.

A burra dos Ferreiras recebeu o nome de Medusa. A mitologia informa que Medusa tem o significado supersticioso de “carranca”, cabeça feia, possivelmente para afugentar os ambiciosos, os invejosos, os maldizentes. 

Não há nenhuma prova de que os Ferreiras tivessem usado esse nome em seu animal para isso, mas se não foi é uma coincidência bem curiosa.

Fonte: Serra Talhada 250 Anos de História -150 Anos de Emancipação Política
De: Luiz Lorena

Fonte: facebook

OS NAZARENOS


Ferrenhos adversários no combate ao cangaço de Lampião, os NAZARENOS perderam 15 membros de sua família, os quais foram assassinados pelo Rei do cangaço e seus grupos.

Acima, FOTOS de alguns deles... Identifique-os...!

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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Versos para Mossoró e Tibau

Chumbo Pinheiro - Pesquisador

Especial para o Expressão

Um dos maiores legados da história da humanidade deixou-nos Homero, o poeta grego. Com suas Ilíadas e Odisseia, através da poesia, revela-se o pensamento de uma época, registram-se os fatos, descreve-se a geografia física e humana de uma cidade, de um povo; o imaginário e mitológico que constituem a cultura de um lugar ao longo do tempo; permanências, tradições, diferenças e mudanças que marcam indelevelmente a memória dos homens e mulheres.

Aprendemos com as lições do passado e ainda que guardemos nossas singularidades culturais, nossas maneiras de pensar, criar, agir, expressar, diferenciarmo-nos uns dos outros e olhamos o mundo do nosso próprio jeito, trazemos em cada um de nós a mesma essência humana e o desejo de revelar tal Homero a nossa saga, a nossa história, heróis, batalhas e os momentos mais difíceis, bem como, as nossas vitórias, o cotidiano, suas belezas e agruras.

Em uma antologia poética organizada por David de Medeiros Leite e José Edilson A. G. Segundo notamos o cuidado com o qual eles apresentam Mossoró e Tibau, cidades do coração de muitos potiguares e não potiguares. Mistérios do povo cantados por muitos poetas, como Homero, o potiguar, Homero Homem em: “Conversa de cangaceiros a cavalo no dia em atacaram Mossoró” dedicado aos defensores da terra na palavra e na luta como aparece no verso: “Chouto: Arriba de barbicacho/O Sol tiniu de raios/De escamas e piau/E de malacacheta/A luz do meu chapéu/De couro de vaqueiro”.

A Antologia revela também um pouco da história da literatura ao trazer em suas páginas “Mossoró livre” poema de autoria de Tobias Monteiro, publicado em 30/09/1883, no Jornal Correio de Natal em homenagem a Abolição dos escravos.

São várias as vozes e os estilos que reunidos anunciam, cantam e denunciam os bens e os males que transpassam a cidade de Mossoró e a praia de Tibau e sua gente, seu passado e seu presente. Versos como os de Gilbamar de Oliveira Barros na poesia “Areias coloridas de Tibau”, nas quais se inspirou para através de um olhar ecológico cantar a beleza natural que se tornou símbolo da terra e que o uso indiscriminado está levando a extinção:

“… parecem desfalecer/Estão desnudos, tiraram-lhes as vestimentas,/Tentam apagar de vez as nuances de seus tons/Rasgam seus ventres para levar suas entranhas/Multicoloridas para o útero das garrafas sem vida.”

A voz da poesia contemporânea ecoa forte nos versos de Florina da Escóssia, destaque da orelha escrita por um dos mais importantes poetas da atualidade do nosso Estado, Paulo de Tarso Correia de Melo e de Ângela Pereira Gurgel que revela o crescimento da cidade e a desigualdade social tão marcante, que poetas comprometidos e sonhadores teimam em cantar na esperança de um dia algo mudar, um dia onde o sol brilhe com a mesma intensidade para todos e retire das trevas da falta de saúde, educação, saneamento e das ruas, irmãos brasileiros que vivem a margem nas calçadas e favelas.

Enfim, nomes que orgulham a nossa origem e a produção literária potiguar, poetas consagrados e outros que se revelam foram reunidos, seus cânticos e louvores à saga de Mossoró e a beleza de Tibau em uma antologia que nos aproxima emocionalmente do oeste do Rio Grande do Norte e alimenta o desejo de conhecer os lugares históricos e banharmo-nos nas águas tibauenses.


Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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SILA E ZÉ SERENO


"Sila e Zé Sereno, já entrosados, estavam indo em direção à Frei Paulo. Ele era acompanhado de Pitombeira, Balão, Criança, Enedina, Dulce, Mergulhão II, Marinheiro II e Novo Tempo II (os últimos três, irmãos de Sila e entraram junto com ela no bando). Eles vinham do norte, iam até a povoação se encontrar com o coiteiro José de Binha. O céu estava carregado, trovões cruzavam o céu e o bando se agasalhava quando podiam. Era mais ou menos nove horas da manhã e então, após caminharem umas três léguas (quase quinze quilômetros) a chuva veio. O céu praticamente “desabou” sobre eles. Marinheiro e Criança foram procurar lenha para uma fogueira, mas nem conseguiram acendê-la. Foi um pandemônio. 

Passaram três horas com fome e com frio tentando se apadrinhar nas pedras altas que encontraram, a chuva começara a dar ares que ia parar. Quando a última gota caiu, Zé Sereno ordenou que continuassem a marcha até Frei Paulo, pois deveriam chegar em breve. Foi aí que chegaram no Rio Jacoca. Sim, aquele rio hoje seco que corta a estrada entre os municípios de Nossa Senhora Aparecida e Ribeirópolis que hoje chamamos de Riachinho. Vejam a descrição de Sila no livro “Sila, Uma Cangaceira de Lampião”, escrito pela cangaceira e Israel (Zai) Araújo Orrico.

Três quilômetros adiante, porém, deparamo-nos com o Rio Jacoca que brotava água pela boca. Zé Explanou:

-Vixe Maria, parece o mar! Quem é doido de atravessar um rião desse?

Todos sabíamos ser temerário tentar a travessia naquele momento. Decidimos, então, esperar as águas baixarem, o que ocorreria no dia seguinte. Escolheu-se local junto a umas pedreiras. Também este não oferecia proteção, de modo que deixamos de armar barracas. Assim, seria mais fácil empreendermos a fuga, caso houvesse necessidade de fazê-lo.

Hoje este rio está completamente assoreado e nem nos períodos de chuva é capaz de reter tamanha quantidade de água ao ponto de impedir que uma pessoa passe a pé.

O sol começou a iluminar o chão, a fome apertava e as providências eram mínimas. Zé Sereno resolveu enviar Novo Tempo até uma venda no povoado próximo, já que conhecia a região. Este povoado, tomando como base a localização deles e a impossibilidade de passagem pelo rio, só poderia ser Cruz do Cavalcanti. Como Novo Tempo estava há pouco tempo no cangaço, era pouco conhecido, facilitando assim sua entrada no vilarejo em trajes civis. Então ele foi, chegando lá comprou algumas coisas e foi logo rodeado por volantes que começaram o interrogatório:

-De onde tu vem, ômi?

-Tô de passagem p´ra Frei Paulo, vou atrás de minha irmã, para avisar a ela que nossa mãe tá muito doente, morre num morre.

Ficou por ali passando o tempo, pagando umas pingas bebendo outras e então resolveu ir embora. Se despediu de todos e saiu. Percebeu que estava sendo perseguido. Chegando perto de um mato ele apertou o passo e correu, percebendo que a volante estava atirando nele, apertou o passo até chegar onde o bando se encontrava. Lá, tomou bronca de Zé Sereno, trocaram tiro com a volante e ficou nisso. Depois de tudo se acalmar, eles tentaram descansar um pouco e seguir viagem no dia seguinte. Eles seguiram dois quilômetros oeste por dentro do rio, assim, dificultaria a volante em decifrar os passos dos cangaceiros.

Chegando no seu destino, comeram bastante e descansaram... Sila estava grávida de seu primeiro filho..." O Cangaço em Itabaiana Grande (inédito).

Fonte: facebook
Página:  Robério Santos

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LAMPIÃO E O CORONEL - DIÁRIO DE UM RAPTADO - PARTE I

Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas






CONTINUA...

http://meneleu.blogspot.com.br/2015/01/lampiao-e-o-coronel-diario-de-um-raptado.html

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O CANGACEIRO E O PROFETA NO CENTRO DE ARACAJU

Por Rangel Alves da Costa*

O inusitado gosta de acontecer nas principais ruas, praças e avenidas de capitais. E muito mais quando se trata de centros comerciais apinhados de gente. E em Aracaju não é diferente, mesmo sendo uma capital apenas mediana. Nos seus calçadões se encontra de tudo, mas de tudo mesmo.

Ninguém caminha pelo calçadão da João Pessoa – principal centro comercial – sem estar ouvindo gritarias de vendedores de chips. São dezenas nos mesmos trechos, gritando na maior altura do mundo. E por todo lugar mocinhas e rapazes insistindo a todo custo para que faça cartão de loja. E outros tomando a frente e em seguida puxando pelo braço, arrastando praticamente à força para que faça cartão de crédito.

Baboseira igual somente pelos arredores, nas lojas de roupas e objetos de cama e banho e seus anunciantes de microfone em punho, e cada um aumentando cada vez mais o volume para o anúncio de ofertas. E não há nada mais repulsivo que locutores de porta de loja. Sempre se achando os maiorais, dão entonação tão ridícula às vozes que mais parecem locutores de fm desempregados. Ou ali para serem ouvidos e convidados para algum estúdio da vida.

Mas nem tudo é tão insuportável assim, pois algumas situações avistadas diminuem o desconforto da caminhada pelo centro comercial. Mas ainda causa espanto perceber o quanto as pessoas se iludem com qualquer um que faça um truque, uma mágica ou faça uma boneca de pano dançar. Avista-se uma multidão num determinado local e ao se encaminhar até lá para verificar a extensão do acontecido, logo se percebe uma gente pasmada ante um espertalhão com truque qualquer. E ganhando dinheiro com isso.

Nos calçadões também se percebe o quanto as pessoas gostam do que não presta e negam tudo que tenha valor cultural. São capazes de fazer enormes aglomerações ao redor de um ilusionista, mas não dão à mínima atenção aos espetáculos teatrais que são encenados de vez em quando. O bom e autêntico teatro de rua ali chega e sai com pouquíssima assistência e muito menos aplausos. Lamentável que assim aconteça nas ruas de Ará.


Dentre as tantas figuras estranhas que por ali fazem ponto, duas merecem destaques: um cangaceiro e um profeta. Quem quiser passar por lá vai avistar o cangaceiro no primeiro trecho do calçadão da João Pessoa, e o profeta mais adiante, geralmente na esquina com o calçadão da Laranjeiras. Apenas cerca de quinhentos metros separa o temido justiceiro das caatingas daquele de Bíblia tosca à mão pregando o fim do mundo pela maldade do homem. Ou coisa que o valha, pois mistura tudo nas profecias enlouquecidas.

Só mesmo sendo cangaceiro para suportar o que aquele sujeito aguenta. Fazendo papel de homem-estátua para ganhar qualquer vintém, pintado de laminado no corpo inteiro, ou do chapéu estrelado à alpercata de couro cru, todo paramentado de cartucheira e embornal, o sujeito sobe num banquinho e ali permanece a tarde inteira, e sem piscar um olho, todo petrificado. Não adianta nem dizer que a polícia volante está no encalço do bandoleiro.

Logo se imagina quanto difícil a vida do cangaceiro. Os de verdade sofriam na mata, debaixo do sol escaldante, se arrastando por cima de espinhos e carrascais, mas se reviravam de canto a outro como fuga ou alento. Mas esse não. Debaixo dum sol danado, num calor de lascar, sem qualquer ventilação que amaine a queimação no juízo, e ele ali totalmente imobilizado. E tendo de sentir a ingratidão das pessoas, de tantos e tantos que passam sem prestar qualquer atenção, e de quase todos que não colocam qualquer moeda na latinha adiante do banquinho.

Mais adiante o profeta. Ou maluco mesmo. Já era meio doido quando o conheci estudando na UFS, porém foi enlouquecendo ainda mais. Não está de todo insano, pois logo me reconhece no brilho do olhar, e até responde quando o cumprimento. Mas, de resto, uma coisa do outro mundo. Sempre em pé no meio da esquina, com roupa surrada e paletó envelhecido, gesticula com uma velha Bíblia sempre fechada à mão, e fala sem parar. Já rouco de tanto esforço na voz, mas fala o mais que pode.

Mas é melhor ninguém parar para ouvir o profeta. Suas pregações não defendem nem santos nem humanos. Coloca todos numa panelinha só. Até contra Deus pronuncia impropérios. Deixa o papa numa situação deplorável e não diz nada de bom da igreja. Numa situação tal o mundo tem de acabar mesmo, segundo as profecias malucas do profeta insano.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Reencontro com o Mestre

Por Manoel Severo
Dr Benedito, Antônio Amaury e Dona Renê, Manoel Severo

Fazia tempo que não encontrava São Paulo tão quente, a sensação térmica estava terrível, a umidade do ar e termômetro marcando 33º C em plena 18:30 h só perdiam para a satisfação e alegria em reencontrar queridos amigos. O bairro; Jardim São Paulo;  extremamente agradável e a travessa Guajurus, um recanto onde pontuam preponderantemente residências, pequenos sobrados e pequenas vendas, nos transportam para uma "Sampa" mais tranquila, onde as pessoas ainda se cumprimentam nas calçadas, jogam conversa fora, sorriem juntas... É ali o "coito" de um dos mais respeitáveis pesquisadores sobre o cangaço no Brasil: Antônio Amaury Correia de Araujo. 

Mestre, segundo o "Aurélio" significa: Professor de grande saber e nomeada, o que é versado em qualquer ciência ou arte, oficial graduado de qualquer profissão... Para mim, Mestre é tudo isso e mais: É aquele que coloca a alma, o coração e todos os seus talentos e esforços, naquilo em que acredita, naquilo pelo qual tem paixão, naquilo que faz o "olho brilhar". Abraços, cumprimentos, como vai esse ou aquele...o tempo está assim, aliás: assado... Os amigos , o governo, os transportes, as manifestações da praça da república, e... "Cangaço"! Pronto, os olhos daquele espetacular paulista de alma sertaneja começaram a brilhar; sem dúvidas, estava diante do Mestre.

 Dr Benedito, Manoel Severo e Antonio Amaury: Anfitriã, dona Renê e seu famoso Bacalhau. 

A noite quente transcorreu agradável pela qualidade dos interlocutores e o manancial inesgotável que é o cangaço, a cada assunto, um novo dado, um novo detalhe, quando vimos estávamos detidos em "Mané Veio..." o famoso Antonio Jacó e sua saga de um homem que possuía uma coragem que "beirava a loucura", como diz Amaury.

"Severo você sabia que Antônio Jacó quase entrou para o bando de Lampião? a família dele, os Marques, eram ligadas à família de Maria Bonita na Malhada da Caiçara, foi a própria Maria que fez o convite... Já pensou se esse homem se soma ao bando de Lampião? Depois veio a Maranduba e ali Antônio Jacó viria a perder vários parentes e aí o ódio a Virgulino ficou quase incontrolável, culminando no Angico quando perdeu a vida o Rei do Cangaço e Antônio Jacó foi ali um dos personagens principais. Ele esteve por várias vezes aqui em minha casa, confiando aqueles episódios todos", ressalta Antônio Amaury.
  
Dr. Benedito, Amaury e dona Renê,Carlo Araujo

Teremos novidades em breve. Antonio Amaury me confidenciava que está dedicado, do alto de seus 70 anos de labuta, à finalização de mais uma obra "que já vai com mais de mil páginas" , essa com um enfoque todo especial às volantes. "Esse pessoal fez barbaridades" confessa Antonio Amaury. Corisco, Dadá, Sinhô Pereira, Zé Sereno, e tantos outros personagens acabavam sendo citados e lembrados ao longo da conversa, como numa grande prévia dos próximos encontros a partir da agenda Cariri Cangaço 2015.

Ao final, ao lado de nosso confrade Dr. Benedito Denardi e do filho, companheiro de viagem e de pesquisas, Carlo Araujo, Antônio Amaury ainda refletia entusiasmo com a mais nova empreitada do Cariri Cangaço, "sensacional o Cariri Cangaço ir até Princesa e Triunfo, sem dúvidas vamos esta presentes, Princesa é uma cidade que ainda não conheci, rica em tradição e história" finaliza o Mestre. Agora é aguardar Março chegar e reencontrar os amigos, muita história e muita emoção em mais um grande ano de Cariri Cangaço.

Manoel Severo, Curador do Cariri Cangaço
visita a Antonio Amaury em 10 de janeiro de 2015 - São Paulo

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O Cariri está de Luto, Faleceu Mestre Antonio Aniceto

Por Cacá Araujo
Mestre Antonio Aniceto

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto fica, a partir de hoje, tristemente desfalcada com o falecimento do Mestre Antonio Aniceto, batizado Antonio José Lourenço da Silva. Fez aquela viagem inevitável, partiu para junto de tantos outros grandes e inesquecíveis artistas e mestres, como Chico e João Aniceto, Britim, Eloi Teles, Correinha, Walderêdo Gonçalves, Dedé de Luna, Cego Aderaldo, Zé de Matos, Zé Gato, Toni Bonequeiro... Em grande festa será recebido na outra dimensão da existência; com enorme tristeza nos despedimos de seu convívio.

Estamos todos de luto! O Mestre Antonio Aniceto tinha em si a riqueza de uma ancestralidade que resiste mantendo viva e pulsante a arte tradicional popular. Exímio pifeiro, imitador de bichos e brincante performático sem igual, fazia par com seu irmão Mestre Raimundo Aniceto na condução da banda cabaçal mais famosa e respeitada do Brasil, também integrada hoje pela terceira geração representada por Adriano, Cícero, Joval e José Vicente, e já tendo uma bandinha mirim. Com sua morte, perdemos um dos mais vibrantes e brilhantes ícones da cultura popular, um patrimônio imaterial reconhecido que deixa valioso legado musical e exemplo de homem de coração generoso.

Cacá Araújo, Folclorista e Dramaturgo - Cia. Brasileira de Teatro Brincante

Foto: Wilson Bernardo
Fonte: Blog do Crato - Dihelson Mendonça

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