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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

Autor José bezerra Lima Irmão

Foram 11 anos de pesquisas para que esta obra chegasse aos leitores.

Este livro contém: 736 páginas.
Tamanho: 28 centímetros.
Largura: 20,5 centímetros.
Altura: 4 centímetros
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Este livro já está na 2ª. Edição

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O ENCONTRO DE PADRE CÍCERO COM LAMPIÃO

Por Airton Farias
03 NOVEMBRO 2012 REDAÇÃO
Um dos fatos mais pitorescos da passagem da Coluna Prestes pelo Ceará deu-se com o inusitado convite feito por Floro Bartolomeu ao cangaceiro Lampião – para combater os rebeldes e defender a legalidade.
Ainda sediado em Campos Sales, com seus batalhões de jagunços, Floro teria enviado um mensageiro portando uma carta para o “rei do cangaço” – carta referendada e assinada também por Padre Cícero – pedindo a presença do cangaceiro em Juazeiro.
Lampião que, por ser devoto de Padre Cícero, evitava atacar o Ceará, ao receber o convite do padre apressou-se a atendê-lo, chegando a Juazeiro com cerca de 50 homens, no inicio de março de 1926, quando a Coluna já havia deixado o Estado.
Naquela cidade, num único e marcante encontro, Lampião, após ser aconselhado por Padre Cícero a deixar aquela vida de bandidagem, comprometeu-se a combater a Coluna Prestes, recebendo armas, fardamentos e uma patente de capitão do Exército.
A presença de Lampião em Juazeiro provocou alvoroço. Uma multidão se formou para ver o famoso cangaceiro e seu bando. Lampião concedeu entrevistas, bateu fotos, ofertou esmolas à igreja local, recebeu visitas e foi agraciado com presentes, sem ser incomodado pela polícia.
O bando deixou Juazeiro satisfeito, sobretudo porque o documento que dava ao chefe a “patente” de capitão – o que correspondia ao perdão de seus crimes e a não ocorrência de mais perseguições por parte da polícia – havia sido assinado a pedido de Padre Cícero pela única autoridade federal em Juazeiro, um agrônomo do Ministério da Agricultura, Pedro Albuquerque Uchoa.
Conta-se que chamado mais tarde a Recife, para explicar tamanho absurdo, o agrônomo teria dito aos seus superiores que, naquelas circunstâncias, e com o medo que tinha de Lampião, ele teria assinado até a demissão do presidente Arthur Bernardes.
Lampião, contudo, não foi combater a Coluna Prestes. O cangaceiro, agora definitivamente nomeado Capitão Virgulino Ferreira, talvez tenha temido a fama de guerreiros dos tenentes, talvez tenha ficado irritado ao descobrir que a “patente” não tinha valor legal, portanto não valia nada.
O patriarca de Juazeiro foi duramente criticado pela imprensa de Fortaleza, a qual usou o episódio como prova da proteção que o padre fazia a criminosos.
Apesar do acontecido, Lampião nunca perdeu o respeito nem a admiração que tinha por Padre Cícero.
Em junho de 1927, Lampião voltou ao Ceará, após uma fracassada tentativa de saquear Mossoró, no Rio Grande do Norte. O bando ocupou Limoeiro do Norte, exigindo uma quantia em dinheiro como “resgate”.
Dias após deixar Limoeiro, Lampião sofreu uma emboscada feita por 500 policiais, perdendo grande parte das provisões, munições e montarias.
Com poucas armas, a pé na caatinga, os cangaceiros travaram em seguida outro tiroteio com a polícia, desta vez na Serra da Macambira, em Pernambuco. apesar da escassez de armamentos, os bandidos derrotaram centenas de policiais, fazendo aumentar nos sertões a lenda do “rei do cangaço”.
Ajudados por coiteiros, os cangaceiros escaparam para os sertões de Pernambuco.
A Outra Versão para o Encontro
Os fiéis juazeirenses até hoje reagem com indignação a esse relato do encontro entre Padre Cícero e Lampião. Segundo uma versão que veio a público em data recente,
Lampião teria “ouvido falar” que Padre Cícero precisava de ajuda para combater os “revoltosos”, e compareceu espontaneamente a Juazeiro.
O padre, pego de surpresa com a presença dos cangaceiros, e sem outras opções, viu-se obrigado a hospedar Lampião, por temê-lo e para evitar um confronto do bando com a população.
Padre Cícero encontrou-se então, duas vezes com o rei do cangaço e não lhe teria dado nem as armas nem a “patente”, porque como prefeito, não tinha poderes para tanto.
O secretário de padre Cícero Benjamim Abraão em fotos dos anos 1930 ao lado do bando de Lampião. O libanês registrou as únicas imagens fotográficas do cangaço.
Segundo ainda essa versão, foi o secretário de Padre Cícero, o libanês Benjamin Abraão, que teria sugerido, em tom de brincadeira, que a “patente” poderia ser dada pelo agrônomo. Vendo o interesse do cangaceiro, Abraão viu-se obrigado a convencer Pedro Uchoa a redigir o documento.
Também teria sido sua a idéia de confeccionar e dar fardamentos dos ”batalhões patrióticos” aos cangaceiros.
Essa versão exime totalmente tanto o Padre Cícero quanto Floro Bartolomeu de qualquer responsabilidade na contratação dos serviços do bando de Lampião.
Com cearaemfotos.blogspot.com.br
fonte:
História do Ceará de Airton Farias

http://sertao24horas.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=5575:o-encontro-de-padre-cicero-com-lampiao&catid=54:policia&Itemid=297
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Vem aí Novidades ! A Mulher Cangaceira: Imagens de Maria Bonita na Historiografia e no Cordel

por Nadja Claudino

Olá, Manoel Severo e amigos do Cariri Cangaço ! 
Tudo bem?
Venho compartilhar com você uma boa notícia, passei no Mestrado em História, da Universidade Federal da Paraíba. O tema do meu projeto é “A Mulher Cangaceira: 
Imagens de Maria Bonita na Historiografia e no Cordel (1930-1938)”.
Serão dois anos de intenso estudo acerca do cangaço,
em especial, sobre a inserção das mulheres nos 
grupos de cangaceiros.
Gostaria muito de contar com sua indispensável colaboração no decorrer da realização dos estudos. Tenho certeza que teremos um diálogo muito profícuo a respeito da pesquisa. E que o Cariri Cangaço muito tem a contribuir na elaboração desse trabalho.
Um grande abraço. 
Nadja Claudino
Pesquisadora, João Pessoa - PB
http://cariricangaco.blogspot.com.br/
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A promessa de Lampião a São Sebastião em Caicó

Por Gilberto Costa 

Lampião devia uma promessa feita a São Sebastião, na cidade de Caicó. Incomodava-o essa dívida e a dificuldade em sempre adiar o seu pagamento. Até que chega o momento de honrar seu compromisso, conforme acordado em seu juramento numa noite no matagal de Sergipe. E partem Lampião e Maria Bonita num helicóptero patrocinado pelo Padre Cícero, numa noite de janeiro, com destino à Capelinha de São Sebastião, no Serrote da Cruz. A estadia de um dia do casal se dera no mais absoluto anonimato. 

No sábado, arrancham-se na Casa de Pedra de Elias de Zé do Padre e ao finalzinho da tarde decidem banhar-se nas águas do Poço de Sant’Ana. São recepcionados pela sereia que não disfarça sua afeição pelo Rei do Cangaço, dando-lhe todo o gás e isolando Maria Bonita. A companheira de Lampião, incomodada com o assédio ao seu amado, promove uma cena de ciúmes tão forte que desperta o touro bravio que se encontrava adormecido nos mofumbais. Se não fosse a intervenção do vaqueiro com sua prece, as águas do poço teriam se tingido de vermelho.
Pacificados os ânimos, retornam ao à Casa de Pedra onde lhes é oferecido um jantar. Comem carne-de-sol! Arroz de Leite! Feijão Macassar! Queijo de Coalho! Filós de Batata com Mel de Rapadura, Coalhada de Leite de Cabra, enfim banqueteiam-se fartamente da hospitalidade. Após a ceia, é-lhes oferecido duas redes para descansarem da viagem. Lampião, como de costume, puxa um fole e toca até por volta das 22h00mm, quando lembra aos donos da casa do compromisso motivador do casal se encontrar ali. 
Peregrinam rumo ao Serrote da Cruz, observados à distância por João de Ananias e Pinguim, sem serem notados. Chegando lá, ficam a admirar a cidade do alto da Capelinha de São Sebastião até serem surpreendidos por um forte vento vindo da Muriçoca. O vento apaga a chama de Lampião e a escuridão toma conta do santuário. Atordoado, o casal se vê indefeso e um medo até então nunca sentido toma conta dos aguerridos cangaceiros. Pensando tratar-se de uma emboscada, correm em busca da aeronave que se encontrava no Estádio Boca Quente e retornam ao Juazeiro, em busca da proteção do Padim Padre Cícero.
Aquele ocorrido passa a perseguir Lampião. Ele começa a ter sonhos indecifráveis e uma inquietude cotidiana rouba-lhe a paz. Resolve confessar-se com seu Padim Padre Cícero e um encontro é marcado para agosto. Em julho as forças volantes de Alagoas impedem que esse desejo se concretize. 
E assim não sabe do porquê de Lampião ter feito uma promessa a São Sebastião, no Alto da Capela do Serrote da Cruz!
Por Gilberto Costa - pesquisador da história caicoense.
http://tudodecaico.blogspot.com.br/2014/12/a-promessa-de-lampiao-sao-sebastiao-em.html

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CONHEÇA OUTROS 8 ASSASSINOS MAIS JOVENS DO MUNDO - PARTE VII

Amarjeet Sada

7 – Amarjeet Sada – 2007

É difícil dizer o que é mais assustador no caso do menino indiano Amarjeet Sada. Ele tinha apenas 8 anos, suas 3 vítimas eram bebês de poucos meses de idade e a família tentou abafar pelo menos 2 das mortes, a da irmã e a de uma prima do garoto.

O caso só veio à tona após o desaparecimento do bebê de uma vizinha. A mãe teria deixado a filha de seis meses dormindo em uma escola da vila, e, quando foi verificar, a criança havia desaparecido. Mais tarde, Amarjeet Sada confessou o crime, descreveu como assassinou o bebê e mostrou onde estaria o corpo.

O garoto foi detido, mas as leis indianas não permitem que uma criança seja condenada a morte ou que vá para um presídio comum, então ele ficará em um lar para crianças até completar 18 anos.


CONTINUA...
http://www.megacurioso.com.br/comportamento/54512-conheca-outros-8-assassinos-mais-jovens-do-mundo.htm?utm_source=HomePortal&utm_medium=baixaki
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MEU ÚLTIMO ENCONTRO COM LUIZ GONZAGA -

Por Geraldo Menezes Barbosa

GAZETA DE NOTICIAS.
Faz muito tempo, mas aconteceu. Vale a pena lembrar. Após abastecer meu veículo, a margem da BR 116, descobri sentado, no restaurante, ao lado do seu motorista, o famoso Luiz Gonzaga, de boné e óculos escuros, tendo o olhar voltado para estrada. Estava absorto, talvez lembrando sua terra no Exu ou estimulado pelo cheiro da carne assada que vinha do alpendre. 
Luiz trazia no rosto desenhos profundos de um homem amargurado, emagrecido, ombros caídos, em nada se assemelhando aquele biotipo amorenado, monumento vivo de braços valentes repuxando os pulmões da sanfona, estremecendo a plateia no melhor ritmo do reinado do baião daqueles velhos tempos.
Aproximei-me dele para tocar-lhe o ombro, em sinal de identificação amiga dos nossos bons momentos da Rádio Progresso de Juazeiro, nos shows delirantes programados
- Luiz Gonzaga! Que bom revê-lo! Nunca mais andou pelo Juazeiro?
Minha saudação de alegria teve uma resposta melancólica. Erguendo a cabeça, o sanfoneiro fitou-me buscando uma identificação que não conseguia e balbuciou triste:
- Como vai o senhor?
Resposta anônima e diferente a um passado bem recente, quando nos abraços no acerto de contas dos contratos e na alegria de suas noites de sucessos. Desconversei qualquer coisa e fui saindo entristecido. Seu motorista, ao lado, sinalizou-me com um olhar de decepção confirmando que seu patrão já não era o mesmo.
Prossegui viagem profundamente constrangido por aquele encontro. Sentir que o rei estava próximo de morrer. Já não expressava a simpática eloquência comunicativa de festa interior, quando dissertava o linguajá do baião em livre palestra regionalista, sem a necessidade de olhar para o teclado. Luiz exibia ali um fantasma amargurado de corpo e alma. Havia perdido a alegria de viver, vítima da falta de saúde, decepções e sem esperança por um amanha propício. 

Nunca imaginei ver aquele "monarca nordestino" condenado a um abandono de si próprio, sem a capacidade de sonhar. Ele que distribuiu tantos sonhos de amor por esse mundo a fora. Que encantou os terreiros e palcos. Acelerei o carro na certeza de ter visto, pela última vez, o mais eloquente folclorista do Brasil.

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Convite evento ACE- Divine Académie Francesa


Professor Benedito segue o convite atinente a Solenidade da Divine Académie Française / ACE, que será realizada no Centro de Eventos de Fortaleza, no próximo dia 13, por ocasião da XI Bienal Internacional do Livro de Paris.


Como embaixadora da Divine Académie, solicito que o amigo, integrante da equipe do Projeto Cultural Brasil França,  convide os presidentes de Academias de Letras e instituições congêneres do Rio Grande do Norte, para essa solenidade e proceda como a necessária divulgação, através dos meios de comunicação.


Abraços. Socorro Cavalcanti.

Enviado pelo professor Benedito Vasconcelos Mendes

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1ª CIA. DE INFANTARIA 31 ANOS DEPOIS. “EM HOMENAGEM AO SOLDADO FALCÃO”

Por João de Sousa Lima

A 1ª Cia. De Infantaria foi criada pela Portaria 54-47-Res, de 29 de abril de 1954, tendo como destino a região da Usina Hidrelétrica do São Francisco.
Organizada em 07 de fevereiro de 1955, no quartel do 19º BCX, tendo como Comandante nomeado o Capitão Teófilo Benedito Ottoni e incorporando 24 conscritos.
Em 25 de janeiro de 1957 embarcou para Paulo Afonso, o 1º contingente que deveria permanecer guardando as instalações da companhia, constituído por 01 3º sargento, 02 cabos e 10 soldados.
Falcão e Sousa Lima

E 24 de fevereiro de 1958 assumiu o comando o Capitão Inf. Jayro Salgado Ramos.
Em 10 de abril de 58 o 1º Pelotão de Fuzileiros da 1ª Cia. Ind Fuzileiros desloca-se para Paulo Afonso, ampliando o efetivo da OM nessa região, comandada pelo tenente Geraldo Rodrigues dos Santos.

FALCÃO, LIMA, NEVES, SOUSA LIMA  E CORREIA
Em 01 de junho de 1958 a Companhia recebe autonomia Administrativa, ainda nas instalações do 19º BC.
Palavras do comandante da Companhia por ocasião da conquista de Autonomia Administrativa, publicadas no Boletim Interno nº 1 da Cia. Ind Fuzileiros:
Barbosa e Sousa Lima

“Meus camaradas”! A nossa Companhia vinha até agora, integrada ao 19º BC (Batalhão Pirará) oriundo, dessa unidade de elite do Exército Brasileiro, os ensinamentos fornecidos por sua oficialidade estudiosa e a experiência de uma longa existência, onde o passado histórico, pontilhado de grandes serviços prestados à Pátria é um repositório de exemplos de bravura, civismo e dedicação.

D´agora por diante, marcharemos sós. O amor à Companhia demonstrado, mais uma vez, por todos, constituirá, de certo, força mais que suficiente para vencer, com equilíbrio e rapidez, as dificuldades iniciais da instalação.
Soldados de Paulo Afonso!   
O majestoso São Francisco nos espera, para nos acolher em suas margens. “E naquele longínquo rincão brasileiro, a nossa companhia há de cumprir a missão que lhe foi confiada”.
Cap. Inf. JAYRO SALGADO RAMOS
Em 03 de outubro de 1958, pela primeira vez como unidade independente, a companhia foi empregada na manutenção da ordem durante o pleito eleitoral nas seguintes localidades do interior da Bahia:

Cipó, Paulo Afonso, Glória, Ribeira do Pombal, Paripiranga e Cícero Dantas.
Em 01 de julho de 1960, a companhia desloca-se para Paulo Afonso, por rodovia, com todo seu efetivo, para ocupar sua sede definitiva, chegando ao destino às 18h30min do dia 02 de julho.

A 1ª Cia. De Infantaria participou e participa de várias ações sociais e na cidade e nas adjacências.
Lima e Sousa Lima

A seleção anual dos novos conscritos dá a chance à juventude de ter acesso a um soldo como se fosse o primeiro salário e um primeiro emprego e, ainda, a oportunidade de servir ao seu país.
SOUSA LIMA, JAYRO (1º COMANDANTE DA 1ª CIA. DE INFANTARIA) E JOÃO LIMA
     
Eu tive a oportunidade de servir o exército brasileiro na 1ª Cia de Infantaria, no ano 1983. Um ano que nunca esqueci. Todos comentam até hoje que foi o ano mais duro em termos de instruções. Por anos ficou e permanece a fama da “TURMA DE 83”.

Fui o soldado 145, Sousa Lima, do 2º Pelotão de Fuzileiros.
No ano de 2004, quando a 1ª Cia. de Infantaria completou 50 anos de história, a câmara de Vereadores de Paulo Afonso em parceria com a 1ª Cia de Infantaria trouxe o 1º comandante, o senhor Jayro Salgado Ramos e fizeram uma justa homenagem a esse valoroso militar.

O amigo e então vereador, presidente da câmara, Dr. João Lima, me convidou para participar da homenagem ao comandante Jayro e pude nesse dia falar pra ele da importância que era a 1ª Cia. pra essa região. Esse encontro ficou registrado em várias fotografias.
Dentre os tantos “Irmãos de Armas” lembro sempre de Jair, Ivo, Magno, Martins, Correia, Tavares, Silva, Humberto, Aldênio, Márcio, Henrique, Barbosa, Dimas, Jackson, Luiz Antônio, Sandes, Napoleão, Antônio, Medeiros, Hermany, Monteiro, Paulo Souza, Neves, Pionório, João, Donato, Hélio, Jorge, Carvalho, Soares, Iraildo, Arcanjo, Pedro Gomes, De Souza, Inocêncio, Arnaldo, Ramos, Varjão, Cleomir, Nivaldo, Melo, Cabral, Rivaldo, Paz, Leonel e principalmente de Lima (hoje subtenente) e Falcão.
Lima era do mesmo pelotão que eu e estávamos sempre juntos quando das instruções, dos esportes, marchas, acampamentos, ordens unidas e nos duros testes de sobrevivência.
Agora em 2014, quando completou 31 anos que servimos ao exército, reuni alguns amigos que fizeram parte da 1ª Cia. de Infantaria, no ano de 1983. Reunimo-nos eu, Barbosa, Correia, Donato, Lima, Salvador e Falcão.
Em uma tarde memorável relembramos fatos, revivemos histórias e celebramos a oportunidade de ter vivido essa página da história da 1ª Cia. De Infantaria.
Nos esportes, sem sombras de dúvidas, o maior atleta foi o soldado Falcão. Ele era campeão em todas as modalidades. Um excelente esportista. Campeão em salto em altura, a distância, arremesso de pesos, futebol, voleibol e corrida. Era um guerreiro incansável nas instruções.
O sonho de Falcão era permanecer no exército, ser sargento, seguir carreira. O próprio comandante, o major Leonardo de Andrade, dizia que queria Falcão como sargento.
Infelizmente Falcão não pode realizar seu sonho. Por truculência de um sargento, teve uma pequena falha levada ao extremo de uma parte no livro de ocorrências que resultou em seu desligamento na 1ª baixa.
Falcão continuou sendo um dos grandes atletas da cidade, onde todos o conhecem por Paulão, jogador da seleção de Paulo Afonso por mais de 15 anos, campeão intermunicipal e campeão várias vezes, em todos os times que atuou.
Falcão foi sempre o encarregado de reunir os reservistas e todo ano, no dia 16 de dezembro, ele promove o encontro dos Irmãos de Armas.
No dia destinado aos reservistas Paulão se transforma no soldado Falcão e veste com orgulho e honra a farda Verde Oliva, marcha com fulgor, em passos firmes, pisando forte o chão da 1ª Cia. de Infantaria, chão que tantas vezes percorreu, como orgulhoso atleta e soldado, em ido ano de 1983.
João de Sousa Lima
Paulo Afonso, Bahia, 03 de novembro de 2014.
http://www.joaodesousalima.com/

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LAMPIÃO, A RETIRADA DE MOSSORÓ

Por Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2014 - Crônica Nº 1.317

Em todas as histórias lidas por nós, sobre o cangaço lampiônico, uma despertou atenção especial. Foi a retirada de Mossoró, corrida após a frustração de Ferreira em um ataque anunciado.

Foto: memorial da resistência (Wikipédia)

Lendo vários autores, ficamos impressionados com a segurança, clareza e elegância de textos. Alguns conseguem até colocar o leitor no meio real das ações.

Essa retirada, debandada, fuga, carreira ou outra denominação que se dê, daria um bom filme de longa metragem. Não um filme fantasioso, distante da realidade, mas um documentário minucioso em tudo. Com certeza o filme seria uma epopeia em ação e credibilidade cinematográfica junto à história.

No caso, não falamos apenas da retirada, mas também do avanço, desde o início pelas terras da Paraíba (descrito por alguns com mestria) até a passagem do quase extinto bando, para as terras baianas.

Era preciso, entretanto, alguém comprometido com a verdade nua e crua e sua capacidade de realização, para escrever todos os episódios pulverizados em uma só história: a marcha a Mossoró, a retirada e a continuação, até o dia da passagem a Bahia.

Essa epopeia cangaceira, supera em muito o combate da Serra Grande, auge da luz de Virgolino. Ficaria registrado num livro homogêneo e num filme épico, como documentário de peso.

Em nossa humilde opinião, ainda o maior erro de Ferreira no tema “Invasão de Mossoró”, foi ter trocado a diplomacia (que ele tão bem sabia fazer) pela sanha, por onde passava. Virgolino não ignorava que no sertão as notícias correm com velocidade espantosa de folha em folha, de garrancho em garrancho. O terror chegou primeiro a Mossoró e o machismo da população falou mais alto: estava preparada a defesa.

Pode ser que haja quem diga que ele queria amedrontar com as notícias e encontrar uma Mossoró covarde. Não creio nisso. Ferreira não quis abandonar a arrogância, a soberba, julgando-se invencível e dono do mundo. Dessa vez sua estratégia militar foi jogada na lata do lixo.

De qualquer maneira, fica aí a sugestão: um clássico do cangaço para ser transformado em película rica, vestida de epopeia em três partes.

Lampião quando correu
Da cidade Mossoró
Somente o silvar da cobra
No lugar do chororó
Matava a raiva fumando
Nos cigarros de boró

(CHAGAS).


A vingança do tenente Antonio - Parte final.


Por Antônio Morais

Tentativa frustrada.

Prosseguindo na entrevista, comenta Antonio de Amélia: todos reunidos ao pé da fogueira contavam anedotas ou relembravam fatos pitorescos ocorridos em outras ocasiões. Medalha levanta-se e se encontra a um pé de catingueira, enquanto Fortaleza se ampara em um toco. escorou o embornal e ficou voltado para o fogo. Limoeiro, ao lado de Antonio Tiago, ouvia as histórias que outros contavam. Foi neste momento que, ao me aproximar cautelosamente de Fortaleza, baixei o mosquetão em cima dele, mas pinou a bala. Foi quando procurei despistar colocando rápido o rifle às costas, e fui passando debaixo dos galhos das árvores.

Nisto gritou:

- O que foi?

Foi o galho que pegou aqui na mira do rifle.

Passando o episódio, frustrada a primeira tentativa de liquidar os bandidos, pude distanciar-me um pouco e sacudi a bala fora, colocando outra na agulha. Antes, justifiquei o caso afirmando inexperiência no uso de armas daquele tipo.

A hora da vingança. O momento da vingança chegou: disse o tenente Antonio, de volta após mudada a bala que falhou e colocada outra na agulha, desci o mosquetão e o primeiro tiro pegou na cara do bandido Fortaleza, que enterrou os pés e caiu em seguida por sobre os paus. Dei o segundo tiro que o atingiu no ombro. Nisto ouvir disparo: Era compadre Antônio Tiago havia atirado em Limoeiro, enquanto numa sequência rápida, Sebastião pegou Suspeita pelo meio. Alfredo ataca Medalha e saíram aos trancos e barrancos numa luta corporal danada. Corri para lá e encontrei suspeita com Sebastião imprensado na ribanceira do riacho, tentando puxar o punhal que, por ser grande demais, não dava para arrancar da cintura. Sebastião então grita para mim:

- Chegue se não este cabra me mata!

Bati com a boca do mosquetão no pé do ouvido do cabra que o sangue acompanhou. Nisso Sebastião pode dominar Suspeita e jogá-lo no chao. Quis usar novamente o mosquetão, mas Sebastião gritou:

- Não atire que você pode errar e me atingir, e mesmo o bandido já está morrendo!

Em seguida corremos para o lugar onde Antonio Tiago e Limoeiro se engalfinhavam numa luta de gigantes. Eram dois negros enrolados numa luta feroz. Nisso Sebastião pegou nos cabelos de Limoeiro e exclamou:

- Foi este bandido que sangrou o finado Mizael! Fui mandado, disse Limoeiro.

 Pelo amor de Deus não me sangrem. Atirem na minha cabeça, mas não me sangrem!

Um tiro reboou na mata. Caia morto o terceiro bandido. Estava vingada a morte do amigo de Antonio de Amélia. Partimos para o lugar onde Alfredo estava pegado com Medalha, tentava matá-lo. Alfredo é desses cabras vermelhos de cabelo ruim que quando pegam um, não soltam. Ao nos ver disse:

- Decá uma faca! Deixem eu matar este peste!

Não permiti que matasse, explicando que deveria levá-lo para ser entregue às autoridades.

Praticamente encerrado o impasse entre matar ou prender, entra em cena novamente Alfredo, de arma em punho. Com revólver colocado por cima dos ombros de Tião, desfechou um tiro certeiro na cabeça de Medalha. Tombou o quarto bandido.

É o próprio Tenente Antonio de Amélia, explica a interferência de Alfredo no caso Medalha. No meio da luta, o pai de Alfredo, ao se aproximar do local do acampamento foi atingido por uma bala no peito esquerdo, e foi fulminado na hora. O filho, como um louco, viu o pai cair morto e não teve outra alternativa a não ser matar, com a pistola de Limoeiro, mais um bandido do grupo sinistro de Lampião.

Andanças e lembranças.