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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Campanha de 1968 em Mossoró

Por José Mendes Pereira


Em 1968, Mossoró teve o prazer de sediar a maior e mais falada campanha eleitoral de todos os tempos, e a eleição foi realizada no dia 15 de novembro de 1968.

 De um lado, como candidato a Prefeito, o agrônomo, professor, e um dos maiores escritores do Rio Grande do Norte, Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, que levantava a bandeira do partido Arena.


Jerônimo Vingt-un Rosado Maia

Jerônimo Vingt-un Rosado Maia é o vigésimo primeiro filho de Jerônimo Rosado Maia, e  o nome Vingt-un, significa o numeral ordinal (vigésimo primeiro), na língua  francesa.

Para nós, brasileiros, o numeral ordinal é escrito "Vigésimo Primeiro". Como o vinte e um, no jogo do bicho representa "o touro", a campanha do Dr. Vingt-un Rosado Maia foi denominada de: É o touro.

Dr. Vingt-un teve como vice-prefeito, Joaquim da Silveira Borges filho, sendo este natural de Sobral, no Estado do Ceará, nascido a 6 de agosto de 1968 e faleceu em Fortaleza-CE.
 
Joaquim da Silveira Borges filho

Já pelo outro lado, levantando a bandeira do "Movimento Democrático Brasileiro - MDB" foi registrada a candidatura do ex-prefeito de Mossoró, Antonio Rodrigues de Carvalho, nascido no sítio Capim Grosso, no atual município de Upanema, em 13 de junho de 1927, dia em que o bando de Lampião invadiu Mossoró.

Antonio Rodrigues de Carvalho era médico, e foi prefeito de Mossoró por duas gestões 

Como Antonio Rodrigues de Carvalho era lá do sítio Capim Grosso, a sua campanha foi nomeada de: "É o capim, meu filho!". E o seu candidato a vice-prefeito, era o empresário, radialista e diretor artístico da Rádio Difusora, José Genildo de Miranda.


Nilson Brasil e Genildo Miranda 

A campanha de Antonio Rodrigues de Carvalho foi apoiada pelo ex-governador do Rio Grande do Norte, o maior orador, maior líder político e famoso cigano feiticeiro, o jornalista Aluísio Alves, nascido na cidade de Angicos-RN.

Aluísio Aves foi Vereador, Deputado Estadual, Federal, Ministro, senador e governador do Rio Grande do Norte

Durante décadas Mossoró fora administrada pela famosa família Rosado, e sabendo que para tomar o poder desta, tinha que suar muito, Aluísio Alves dedicou-se por completo; trabalhava muito pelas outras cidades do Rio Grande do Norte,  mas não se esquecia um pouco de Mossoró, e nos finais de semanas, sem intervalos, Aluísio Alves e a sua comitiva, à noite, estavam com redes armadas e cachimbos acesos pelas ruas de Mossoró, puxando uma grande passeata. E antes que terminasse o prazo dos comícios, Aluísio Alves incansável, passou três dias com três noites, dentro de Mossoró, fazendo a  chamada "vigília". 

Assim que terminou a apuração das urnas, o capim comeu o touro, com uma maioria de 98 votos, eleição que nem todo mossoroense acreditava que um homem vindo lá de Angicos,  tomaria o poder dos Rosados. Com isso, Aluísio Alves que já era famoso, passou a ser o maior político do Rio Grande do Norte de todos os temos. 

Em 1968, eu ainda era interno da Casa de Menores Mário Negócio, e me lembro que, assim que terminou a apuração das urnas, a vice diretora da instituição de menores, incumbiu-me para levar o resultado da eleição à sua mãe (dona Nanu, lá na Benício Filho, na Ilha de Santa Luzia, pois a mesma estava sem veículo de comunicação), que o Antonio Rodrigues de Carvalho tinha sido eleito a prefeito de Mossoró.

Eu ia pedalando uma bicicleta, e ao entrar na ponte, vinha um senhor muito embriagado, ocupando todo espaço da ponte. E eu imaginei que ele já comemorava a vitória de Antonio Rodrigues de Carvalho. E  antes que eu passasse por ele, gritei: "É o capim, meu filho!". O homem com um dos pés, empurrou-me com toda força do seu pé, jogando-me sobre a calçada da ponte. Eu me estendi sobre ela com todo corpo. Mas ele saiu dizendo os maiores palavrões comigo. Naquele momento, quase não me levantei da calçada com tantas dores. O homem era um adversário do MDB.

Que sorte! O bom foi que ele seguiu seu destino, descendo para o centro da cidade, e não voltou para me agredir fisicamente.

Minhas Simples Histórias em:

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Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

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O cangaço na visão de Aldemir Martins




Um dos artistas que mais representou o cangaço foi o Aldemir Martins. seus quadros são muito valorizados e procurados por colecionadores do Brasil e do mundo.

Aldemir Martins (Ingazeiras CE 1922 - São Paulo SP 2006)
Pintor, gravador, desenhista, ilustrador.

O artista plástico Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras, no Vale do Cariri, Ceará em 8 de novembro de 1922. A sua vasta obra, importantíssima para o panorama das artes plásticas no Brasil, pela qualidade técnica e por interpretar o “ser” brasileiro, carrega a marca da paisagem e do homem do nordeste.


O talento do artista se mostrou desde os tempos de colégio, em que foi escolhido como orientador artístico da classe. Aldemir Martins serviu ao exército de 1941 a 1945, sempre desenvolvendo sua obra nas horas livres. Chegou até mesmo à curiosa patente de Cabo Pintor. Nesse tempo, freqüentou e estimulou o meio artístico no Ceará, chegando a participar da criação do Grupo ARTYS e da SCAP – Sociedade Cearense de Artistas Plásticos, junto com outros pintores, como Mário Barata, Antonio Bandeira e João Siqueira. 


Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1946, para São Paulo. De espírito inquieto, o gosto pela experiência de viajar e conhecer outras paragens é marca do pintor, apaixonado que é pelo interior do Brasil. Em 1960/61, Aldemir Martins morou em Roma, para logo retornar ao Brasil definitivamente. 


O artista participou de diversas exposições, no país e no exterior, revelando produção artística intensa e fecunda. Sua técnica passeia por várias formas de expressão, compreendendo a pintura, gravura, desenho, cerâmica e escultura em diferentes suportes. Aldemir Martins não recusa a inovação e não limita sua obra, surpreendendo pela constante experimentação: o artista trabalhou com os mais diferentes tipos de superfície, de pequenas madeiras para caixas de charuto, papéis de carta, cartões, telas de linho, de juta e tecidos variados - algumas vezes sem preparação da base de tela - até fôrmas de pizza, sem contudo perder o forte registro que faz reconhecer a sua obra ao primeiro contato do olhar.


Seus traços fortes e tons vibrantes imprimem vitalidade e força tais à sua produção que a fazem inconfundível e, mais do que isso, significativa para um povo que se percebe em suas pinturas e desenhos, sempre de forma a reelaborar suas representações. Aldemir Martins pode ser definido como um artista brasileiro por excelência. A natureza e a gente do Brasil são seus temas mais presentes, pintados e compreendidos através da intuição e da memória afetiva. Nos desenhos de cangaceiros, nos seus peixes, galos, cavalos, nas paisagens, frutas e até na sua série de gatos, transparece uma brasilidade sem culpa que extrapola o eixo temático e alcança as cores, as luzes, os traços e telas de uma cultura. 


Por isso mesmo, Aldemir é sem dúvida um dos artistas mais conhecidos e mais próximos do seu povo, transitando entre o meio artístico e o leigo e quebrando barreiras que não podem mesmo limitar um artista que é a própria expressão de uma coletividade. 


Faleceu em 05 de Fevereiro de 2006, aos 83 anos, no Hospital São Luís em São Paulo.

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/2014/02/joao-de-sousa-lima-cede-entrevista-tv.html

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Charges históricas Silvino e a critica politica nos jornais sulistas

Colaboração de Raimundo Gomes - (Fortaleza,CE)

Recentemente descobri várias charges, tendo Lampião como tema, na revista ilustrada Fon-Fon. Desta vez, descobri outras, mas do cangaceiro Antonio Silvino, na revista carioca "O Malho" do período 1907 e 1914, quando da prisão do bandido.

Ei-las:



Charge de 23 de fevereiro de 1907,que ironizava o assalto de Antônio Silvino à Mesa de Rendas(fisco) da cidade de Barra de São Miguel, onde após o saque deixou os funcionários nus. (Revista ilustrada O Malho).



Desta vez, a ironia é com relação a Antonio Silvino e sua interferência junto às ferrovias inglesas da Great Western. (Revista O Malho, 5 de outubro de 1907).



Desta vez aparece o Governador de Pernambuco, Dantas Barreto, travando interessante diálogo com um homem do povo. Na conversa, cobra-se mais ações não só de Pernambuco, mas de outros estados para o fim do cangaceiro. (Revista O Malho, 27 de julho de 1914).



Com o cangaceiro ferido e preso, o Governador de Pernambuco, Dantas Barreto, exulta de felicidade e lamenta não poder prender outros bandidos, em especial no Ceará. Quem seriam ? (Revista O Malho, 5 de dezembro de 1914).



Outra charge feita após a prisão do cangaceiro, com o tenente Theophanes Ferraz trazendo Silvino numa coleira. Novamente o Ceará é mencionado, como ainda tendo muitos bandidos que precisavam ser presos. Era a época da sedição do Juazeiro, cujos jagunços do Floro Bartolomeu e do Padre Cícero derrubaram o Governador do Ceará, coronel Franco Rabelo. (Revista O Malho,19 de dezembro de 1914). 

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VÍTIMA DO CANGACEIRO ZÉ BAIANO

DATA DA FOTO: c.1929 - FOTÓGRAFO: Desconhecido. LOCAL: Sergipe, Brasil.  

José Baiano (JB) foi um dos mais temíveis cangaceiros de Lampião. Era conhecido como "o Diabo em forma de gente", pois era um sádico ferrador, que adorava marcar suas vítimas com suas iniciais em brasa, conforme imagem acima. 

  
Esta é a senhora Maria Marques, idosa, uma das vítimas do cangaceiro Zé Baiano, com marca de ferro no rosto.

Ele ferrava as mulheres por inimizade ou por julgá-las com os cabelos e vestidos curtos demais. Zé Baiano era filho de cangaceiro e morreu a tiros pelo policial Antônio de Chiquinho, depois esquartejado.


Outra vítima de Lampião e Zé Baiano, o senhor José Custódio de Oliveira (Zé do Papel), teve a "orelha" mutilada, por cangaceiros em Aquidabã/SE.


Esta foto mostra como ficou o Pedro José dos Santos - o Batatinha..., após a sua castração, com apenas 22 anos de idade.


Nesta foto o terrível cangaceiro Zé Baiano mostra o seu poder de fogo, arma na mão e punhal enfiado na cintura. Ainda era o famoso sanguinário de Chorrochó.


Mas como ninguém é invencível, esta outra foto mostra o corpo do afamado homem da caatinga sem vida. Ele foi assassinado por um amigo que tanto lhe deu sombra e água fresca, em sua residência, o Antonio de Chiquinho.

Segundo o escritor Alcino Alves Costa, no seu livro "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico", o cangaceiro Zé Baiano foi assassinado porque o Antonio de Chiquinho vinha observando que o cangaceiro estava de olho em uma de suas filhas. Não querendo aceitar o romance da filha com o facínora, já que sabia o que ele tinha feito com a Lídia, sua companheira, quando a matou a cacetadas em pleno sertão, Antonio de Chiquinho convidou os seus amigos, e de imediato assassinaram o homem de Chorrochó em um encontro em seu coito.

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