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domingo, 8 de abril de 2018

A PRISÃO, OS ESPANTOS E OS ASSOMBROS

*Rangel Alves da Costa

Inegavelmente que o Brasil passa por momentos de surpresas e espantos, pasmos e sobressaltos, de sobressaltos e assombros. Indiscutivelmente que o país ainda não compreendeu totalmente o que vem ocorrendo nos últimos dias.
Como diz o ditado, a ficha parece ainda não ter caído. Será que vivemos instantes de realismo fantástico, de acontecimentos jamais imaginados agora acontecendo, de situações tão espantosas quanto estarrecedoras que chegam a desandar consciências?
Tudo por causa dos últimos episódios envolvendo Lula. Não só Lula como tudo o que há atrás, ao lado e por cima de Lula: o ex-presidente, o líder maior do PT, a liderança incontestável perante grande parte do eleitorado, o líder nas pesquisas na corrida presidencial. E agora preso.
Sim. Lula preso. Certamente alguém diria que isso não é verdade, que impossível disso acontecer, que jamais um ex-presidente seria levado à cadeia. É realmente de não se acreditar. O pai dos pobres, o que era tido e venerado como o maior dos presidentes, e de repente simplesmente encarcerado.
Mesmo depois da condenação em primeiro grau e da confirmação da sentença em segundo grau, bem como dos habeas corpus seguidamente rejeitados, bem como da ordem de prisão decretada, dificilmente se acreditaria que Lula fosse realmente preso.
Como acreditar que Lula pudesse algum dia ser preso se ele mesmo já havia dito ser o mais justo dos homens, um verdadeiro santificado, aquele cuja honradez não merecia qualquer reparo? Como acreditar que poderia ser preso aquele que já se comparou aos santos em suas virtudes?
Não, Lula jamais poderia ser preso. Talvez seja um sonho ao avesso, um pesadelo medonho, algum impossível de se acreditar. Logo Lula, a o inatacável, preso? Mentira, deslavada mentira, só pode ser. Impossível alguém pensar em prender a santidade em pessoa. Alguma mentira deve existir nessa verdade que se apresenta agora. Mas qual?


Nenhuma mentira. Tudo verdade. Lula agora está preso e bem preso, encarcerado e bem encarcerado, trancafiado e bem trancafiado. Escondeu-se, refugiou-se em sindicato, tudo fez para não ser conduzido, mas acabou tendo de se entregar. Ou se entregava ou seria levado como um meliante comum, talvez em algemado em cima de uma caminhonete policial ou nos escuros de um camburão.
Não adiantou zombar da justiça. Não adiantou tripudiar da ordem legal. Não adiantou querer dar uma de esperto perante o decreto prisional em seu desfavor. Chamou partidários para defendê-lo, repetiu mil vezes os argumentos já repetidos milhões de vezes, vitimou-se o quanto pôde, mas não pôde fazer mais nada. O tempo passa e a ordem de prisão era para ser cumprida. E foi.
Sem acreditar no que estava ocorrendo, os partidários e fanáticos, ao invés de darem adeus ao seu santo líder, ficaram repetindo ao vento: Foi golpe contra um inocente! Foi a mais injusta das injustiças já cometida contra a honradez em pessoa! Condenado sem provas! Réu sem crime! Prisão para um santo, como podem prender um santo?
Seja como for, a verdade é que a partir de hoje, com a efetiva prisão do ex-presidente, o Brasil vai tomar outro rumo. Corrupções continuarão na política e nos governos, mas não com o festim de outrora. Improbidades continuarão, mas não de modo tão vergonhoso como até agora se tem na maioria das administrações.
O que realmente espanta é o fato da prisão ter realmente acontecido. Ninguém esperava. Mas aconteceu. E será desse espanto que surgirá a crença que ainda resta uma luz no fim do túnel desse tão aviltado e achincalhado Brasil.

Escritor
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ANTÔNIO LINARD E O TORNO DE LAMPIÃO


Por Volta Seca

Das duas ou três vezes que Lampião e seu bando vinham ao Cariri cearense anualmente, subiam a chapada do Araripe pela ladeira do Salvaterra, na divisa de Porteiras e Brejo Santo, para atingir o sítio Serra do Mato, nas suas escarpas, encravado entre Missão Velha e Barbalha. Ali eles encontravam o refrigério de que necessitavam.

Lampião e seu bando ficavam hospedados na residência senhorial do celebérrimo coronel Antônio Joaquim de Santana, genitor do todo poderoso Dr. Juvêncio Joaquim de Santana, circunspecto magistrado que fora desde deputado estadual, como candidato do padre Cícero Romão Batista, a Secretário do Interior e Justiça do Governo Moreira da Rocha ("Moreirinha"), instalado no Ceará a partir de 1924, cuja seriedade estava acima de qualquer suspeita. Diante dele, todas as dúvidas se dirimiam, tal era a sua autoridade moral e jurídica. Começara a carreira de magistrado como promotor público de Jardim, logo que saíra da Faculdade de Direito. Ali foi também professor de História e Geografia, no famoso "Colégio 24 de Abril", do educador Francisco de Lima Botelho. Também, ficou tomado pelos encantos femininos da senhorita Beatriz Gondim, filha do coronel José Caminha de Anchieta Gondim, conhecido como coronel Dudé ou Daudet, boticário e matemático, chefe político local, com a qual, efetivamente, veio a se casar.

O coronel José Caminha de Anchieta Gondim é pai do monsenhor Dermival de Anchieta Gondim, pároco da cidade de Brejo Santo desde a década de 1950.

Propaganda da Fundição Linard, década de 1940.— em  Missão Velha

O sitio Serra do Mato, em Missão Velha, ainda hoje é de difícil acesso, imagina nos tempos de Lampião! Só vai lá quem tem negócio. O coronel Antônio Joaquim de Santana era dono de todas as vidas, mandando com mão de ferro nas pessoas e na natureza, verdadeiro paraíso ecológico com muito verde, um engenho de rapadura, frutas e sombras que faziam daquela região um oásis. Lampião ficava hospedado na própria residência do seu proprietário, enquanto os cangaceiros ocupavam um grande galpão, "batendo pernas" pelas cercanias, absolutamente tranquilos, inclusive bebendo pinga na vilazinha de Gameleira do Pau ou Gameleira de São Sebastião. Ali estavam com a vida que pediram a Deus, com paz, segurança e fartura, recuperando os quilos perdidos e dormindo sem sobressaltos!

A 200 metros da casa grande do sitio ficava a caudalosa Fonte da Pendência, uma das maiores dentre as 310 que a chapada do Araripe doa ao Cariri, cerca de 20 milhões de metros cúbicos de águas límpidas e puras por ano, sem precisar de energia elétrica, brotadas do bucho dadivoso da chapada, que tem 748 mil hectares de matas, separando ou unindo três Estados: Ceará, Pernambuco e Piauí, com 30 léguas de comprimento e 1O de largura, em média. Pois bem, os cangaceiros ficavam na fonte, banhando-se, fazendo a barba, lavando os seus animais, banqueteando-se com saborosos churrascos dos gordos bois que desciam da chapada para se dessedentarem nas fartas águas da fonte. No recanto bonançoso da Fonte da Pendência, os cangaceiros tinham o seu efêmero lazer.

Em uma das estadas de quase vilegiatura de Lampião e seu bando no sitio Serra do Mato, enquanto os cangaceiros se refrescavam na caudalosa Fonte da Pendência, absolutamente certos de que ninguém, nem mesmo o tenente Arlindo Rocha os molestaria, Lampião recebia e conversava na casa grande com o coronel Antônio Joaquim de Santana e seus numerosos amigos ''cangaceirófilos''.

Interior da Usina Antônio Linard - Máquinas e Construções Técnicas S/A. — em  Missão Velha

Lá para as tantas, Lampião mostrou um régio presente que havia recebido: um estojo de madeira trabalhada, dentro do qual havia uma linda pistola de fabricação alemã, até então sem utilidade, porque ninguém sabia montá-la! Foi aí que o matreiro coronel Santana disse:

''- Lampião, eu tenho um amigo mecânico que sabe até fabricar, e muito mais montar a sua pistola: é o mecânico Antônio Linard, maquinista de Dãozinho Gonçalves, de Missão Nova. Vou mandar chamá-lo.”

Efetivamente, Antônio Linard chegou a cavalo e, em duas horas, já Lampião atirava com sua pistola! Foi aquele espanto!

 Usina Linard, em Missão Velha - CE. — em Missão Velha


Então, Antônio Linard observou que as armas dos cangaceiros estavam sujas, cheias de poeira e sem lubrificação. Durante todo dia, limpou e lubrificou o armamento do grupo. A seguir, Lampião pediu a conta e Antônio Linard respondeu que não era nada, uma simples cortesia.

Lampião, então, perguntou a Antônio Linard o que ele precisava para mudar de vida para melhor. Antônio Linard respondeu:

"- Um torno mecânico, porque todos os engenhos de rapadura do Cariri mandam suas moendas de ferro para serem torneadas em Fortaleza, apenas por falta de um torno mecânico, porque eu sei tornear."

Nisto, em um gesto inopinado, Lampião tirou o seu chapelão e "correu a roda", como se diz vulgarmente, diante dos presentes, inclusive dos cangaceiros, angariando dinheiro para Antônio Linard que, com isto, pode comprar o primeiro torno da Fundição Linard, de Missão Velha, o que hoje inicia a fila de 1O ou 15 tornos daquela modelar siderurgia.

Antônio Linard era filho do francês Serafim Estevão Linard, que junto com operários de mais 50 nacionalidades, finalizaram em 1912 a estrada de ferro que percorria as margens dos rios Mamoré, na Bolívia e Madeira, em Rondônia. Construída para importar borracha dos nossos vizinhos, a estrada Madeira-Mamoré ficaria conhecida como a Ferrovia da Morte, pois nela pereceram quase 06 mil homens, vítimas de doenças tropicais e de condições inadequadas de trabalho.

O famoso "Torno de Lampião", ainda hoje em prefeito funcionamento. — em  Missão Velha

Finalizada a construção da Madeira-Mamoré, Serafim procurou por uma região em que fervessem os caldeirões dos engenhos de rapadura, clientes certeiros de quem lida com ferro. Assim, ele chegou ao Ceará, indo instalar-se com a família em Santana do Cariri. Antônio Linard, filho do segundo casamento do francês, se sentiu na responsabilidade de sustentar a família quando o pai veio a falecer. No começo do século XX, quando Antônio era um jovem em busca de pôr em prática os ensinamentos do pai sobre a arte do ferro, Missão Velha era a cidade onde mais se plantava cana-de-açúcar – cerca de 300 engenhos produziam sem parar e, claro, não faltavam máquinas precisando de reparo.

A população de Missão Velha, hoje, é de pouco mais de 35 mil habitantes. Em 1933, quando Antônio abriu a primeira oficina mecânica para manutenção das máquinas dos quase mil engenhos do Cariri, a cidade era ainda menor e ele, então com 29 anos, pôde praticar tudo o que sabia sobre o funcionamento das moendas ¬– habilidade que desenvolveu apenas vendo-as girar, além de ter observado o pai em ação e de ter lido os livros de mecânica em francês e inglês que herdou dele.

Agora, a Fundição Linard é um orgulho para o Cariri, exportando máquinas agrícolas para a Índia e Canadá.

Deste episódio fica uma grande lição para a vida: ninguém é totalmente mau ou totalmente bom, dependendo das circunstâncias. Apesar de bandido feroz, lá no intimo de Lampião havia qualquer laivo de bondade, que podia aflorar facilmente, dependendo do momento e da sutileza da provocação.


Foi assim, quase acidentalmente, que surgiu a fecunda Fundição Linard de Missão Velha, uma benemérita do Cariri, hoje sob a direção de Maragton Linard (filho de Antônio Linard) e seus três filhos – Alônion, Amélia e Mona Alice.

Fontes bibliográficas:
- Cariri Cangaço, Coiteiros e Adjacências, Napoleão Tavares Neves, 2009;
- Cariri Revista, Histórias marcadas no ferro, por Pedro Philippe, em 19 de junho de 2015 - http://caririrevista.com.br/historias-marcadas-no-ferro/.
Fontes iconográficas:
- Site Cariri Cangaço: http://cariricangaco.blogspot.com.br/…/familia-linard-e-o-t…;
- Cariri Revista, Histórias marcadas no ferro, por Pedro Philippe, em 19 de junho de 2015 - http://caririrevista.com.br/historias-marcadas-no-ferro/;
- Heitor F. Macêdo

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O QUE É O CARIRI CANGAÇO ?


Por Voltaseca Volta

É um movimento cultural, capitaneado pelo Dr. Manoel Severo Barbosa, que é curador do Instituto Cariri, que tem como principal finalidade, difundir a cultura nordestina, através dos temas, cangaço, coronelismo, messianismo e assuntos locais, através de seminários, palestras, visita de campo, divulgação/apoio de obras literárias..etc.. O Cariri cangaço, já tem atuação em várias Estados e cidades do nordeste . Em 2019, está se estudando a possibilidade de ser realizado um Seminário Cariri cangaço, em uma Universidade de Portugal. Nesse sentido, os entendimentos já estão bem adiantados.

FOTO: Seminário do Cariri cangaço ocorrido na cidade de Princesa Isabel-PB, numa visita de campo ao distrito de Patos de Irerê...

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A CASA "AMALDIÇOADA" DE LAMPIÃO..!


Por Voltaseca

O Sítio "Passagem das Pedras", situado a 45 km do atual município de Serra Talhada/PE, local onde nasceu "Lampião", terras que outrora foram dos Ferreiras (pais do famoso cangaceiro), foram compradas, posteriormente, pelo casal José e Agda Barbosa Nogueira.

Esse casal não tinha filhos. Foram herdeiros os filhos adotivos, seus sobrinhos: profª Maria José e Pedro Barbosa Nogueira. Encontrando "Demolida" a casa dos Ferreiras, no Sítio Passagem das Pedras, a professora/escritora Aglae Oliveira, indagou da atual proprietária:- "Por que a atual proprietária demoliu a residência dos Ferreiras (pais de Lampião) ? Tinha tanto valor para a história do cangaço no Nordeste ! Ouviu a escritora, o seguinte:

" Quando José Barbosa Nogueira comprou as terras, passou a residir na casa onde nasceu e viveu Virgulino (antes de tornar-se Lampião) com sua família. José foi mordido por uma Cobra Cascavel... José começou a passar mal, e faleceu, após 12 dias de grandes sofrimentos. Era um bom homem, excelente esposo e estimado na Ribeira. A viúva Agda ficou inconsolável e, tomou a deliberação de demolir a casa, onde, nos idos de 1898, nasceu Virgolino, o futuro Lampião.

A viúva admitiu que, a morte do marido se deu, porque morava na residência onde vivera um bandido. Para ela, a casa dava "azar". Hoje, o local é muito visitado por escritores, jornalistas, estudiosos da história do banditismo nos sertões do Nordeste.

Hoje, o sitio pertence ao Sr. Camilo Nogueira. (foto, abaixo). No local da antiga casa de Lampião existem apenas escombros (pedaços de tijolo batido; telhas...), além de plantas tipicas do sertão nordestino, tipo xique-xique, faveleiros, quipás, e, frondosos mandacarus.

Fonte: Livro – Aglae Lima de Oliveira
OBS:- Abaixo, foto do local onde situava a casa de José Ferreira (pai de Lampião)
- Foto: Senhor Camilo Nogueira (atual proprietário do Sítio Passagem das Pedras).

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AÉREAS - CANGAÇO

Por Aderbal Nogueira
Candeeiro, Aderbal Nogueira e espora do Candeeiro

Vídeo enviado para ser publicado em nosso blog pela "Laser Vídeo" de propriedade do cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira.

https://www.youtube.com/watch?v=6vQoQsm1rVs

Publicado em 8 de abr de 2018

Alguns locais importantes na historia do cangaço.
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LAMPIÃO E FUTEBOL

Por Antonio Corrêa Sobrinho

Só mesmo a literatura para me permitir juntar, melhor, relacionar cangaço com futebol.


No mais famoso dos esportes, antes de sucumbirmos de forma aviltante, vergonhosa, humilhante, diante da poderosa Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, em pleno estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, na nossa casa, portanto, por implacáveis 7 gols a 1, o dia foi 08 de julho, contra estes algozes germanos, diz a estatística dos encontros envolvendo estas duas seleções, que o Brasil, antes desta vexatória derrota aplicou na Alemanha duas igualmente significativas goleadas: uma de 4 a 1, no dia 7 de janeiro de 1981, na Copa de Ouro dos Campeões Mundiais, o chamado Mundialito, ocorrida no Uruguai; e uma outra, de 4 a zero, no dia 24 de Julho de 1999, na cidade do México, na Copa das Confederações de 1999, além da conquista do penta, na Copa de 2002, no dia 30 de junho, em partida final justamente contra os alemães, com dois gols de Ronaldo, o “Fenômeno”.


Nos confrontos entre Lampião e a Polícia, ficcionalmente, observo, se não algo de possível comparação, pelo menos me faz lembrar da supremacia do Brasil nos placares contra a Alemanha, que parece ofuscada depois dos sete gols dos alemães, bem como a de Lampião, nas refregas com as volantes civis e policiais. Vejamos. Nos quase vinte anos de atuação cangaceira, Lampião, antes do seu derradeiro encontro com as volantes alagoanas, comandadas pelo então tenente João Bezerra, no frio e chuvoso crepúsculo da manhã da quinta-feira, 28 de julho de 1938, onde ele, o rei do cangaço, encontra o seu fim, e com ele dez outros bandoleiros, onde apenas um policial foi morto, pois bem, antes deste fatídico dia - e aqui citarei alguns dos combates de Lampião com a polícia, considerados de maior relevo - no ano de 1925, na zona sertaneja das Alagoas, na fazenda Serrote Preto, Lampião e sua belicosa turma confrontaram-se com as forças, resultando na morte 12 militares, contra apenas três cangaceiros mortos. Na batalha de Serra Grande, em 1926, travada em chão pernambucano, Lampião e os seus, no tiroteio, dizimaram dez praças volantes; nenhum cangaceiro morreu nesta oportunidade. Na fazenda Caraíbas, em 1926, região do município de Betânia, Pernambuco, três soldados e um cangaceiro morreram. Na Macambira, zona do riacho Vaca Morta, no Ceará, considerado o maior combate da história do cangaço, em número de combatentes, quatro militares perderam a vida; nenhum cangaceiro foi abatido. Em 1932, na fazenda Maranduba, Poço Redondo, Sergipe, o jogo mortal acabou com o escore de 6 militares contra três cangaceiros mortos.


Concluo dizendo, neste meu quase nada dizer, além de macorrônico, que, afora o fato de que os principais perseguidores do rei do cangaço, Mané Neto, Optato, Rufino, o próprio João Bezerra, e outros, não se acabaram nestas arriscadas lutas, o que aconteceu com Lampião, e que o tornou de todo derrotado, o ranking da guerra entre as duas gloriosas seleções e entre a Polícia e Lampião, mostra-se, relativamente às supramencionadas batalhas, no campo do esporte e no da guerra, favorável ao escrete brasileiro e ao inteligente, arguto e bom atirador, Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o fora da lei, comandante de mil e um cangaceiros.



Fonte: O excelente compêndio de José Bezerra Lima - "Lampião, a Raposa das Caatingas", a obra clássica de Frederico Maciel e a Wikipédia.

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ATÉ LAMPIÃO É SUSPEITO DA MORTE DE BENJAMIN ABRAHÃO


Como tantos outros mistérios envoltos na historiografia cangaceira, principalmente em face do cangaço lampiônico, 1918/19 a 1938, a morte de Benjamin Abrahão Calliu Botto, o árabe que teve a façanha de registrar um bando de cangaceiros chefiados por Lampião em plena caatinga, também é um mistério. Ninguém, nenhum pesquisador, trouxe-nos até o momento, e nessa altura do tempo o certo é que jamais saberemos o nome da pessoa que assassinou o sírio nem tão pouco o mandante, coisa mais provável que possa ter ocorrido. Benjamin, ao longo de sua vida aventureira, tapeação e mentiras, isso só referindo o pós 1934, depois da morte do Padre Cícero, criou uma ruma de inimigos de ‘grande porte’ tais como o comandante José Lucena, o ‘coronel’ Audálio Tenório, Lampião o “Rei do Cangaço” e outras várias pessoas que também se tornaram inimigas ferrenhas dele.

Botto, para conseguir o consentimento de Lampião para filmar e fotografar sua ‘cabroeira’ em seu habitat, logicamente que fizera determinado acordo sobre a divulgação e data desses registros. 

Virgolino Ferreira era vaidoso, isso é fato, porém, também era inteligente e sabia que uma divulgação fora de época e em massa, faria com que as autoridades ficassem mais ativas quanto a sua perseguição. Em 1936/37, o cangaço já estava mais do que encurralado e, após as filmagens feitas pelo sírio do bando de cangaceiros, produção cinematográfica que balançou os pilares do Palácio do Catete, na ocasião exibido em seção única em um cinema na Capital cearense, pois em seguida é apreendido pela censura federal, na época, o arrocho tornou-se maior ainda. No entanto, a imprensa, através do jornal Diário de Pernambuco, já havia feito divulgação de determinadas fotografias referentes aos bandidos em escala nacional e internacional. Na Europa, especificamente na França, e isso foi o fiel da balança que deixou o governo federal mal visto diante da população. Determinado a exterminar de uma vez por todas com aquela ‘epidemia’ no sertão nordestino, o banditismo rural, Vargas dá a ordem direta para que acabasse com Lampião, chefe cangaceiro de maior renome dentro do Fenômeno Social Cangaço, custasse o que custasse, doesse em quem doesse. A ordem foi sendo repassada de ‘cima para baixo’ na cadeia de comando e as responsabilidades, logicamente, idem.


O sírio, segundo o escritor Pernambucano de Mello, era um empreendedor dono de uma “empresa” na Juazeiro do Norte, CE, ‘Benjamin Abrahão & Cia’, depois de estar prestando serviços para a Aba-Film, essa última sendo quem forneceu o material cinematográfico e fotográfico. O árabe toma emprestado a algumas pessoas na cidade cearense de Juazeiro do Norte, para gastar na viagem e nas suas noitadas nos cabarés e jogatinas, alguns mil réis, os quais pagaria com o que ganhasse com a divulgação e venda da produção.

Com a apreensão da fita cinematográfica, o tiro saiu pela culatra e o sírio fica devendo muito. Ele tem uma nova ideia ao saber de uma ocorrência interessante no sertão pernambucano: Um coiteiro ‘arrependido’ resolve emboscar alguns cangaceiros e mata-los. Após as mortes, os participantes do embate são encorajados por um fotógrafo amador a registrarem o fato: “Em dias de 1935, o prefeito de Mata Grande, José Campos Uchoa, fotógrafo amador, cedera a um amigo a chapa com que registrara o massacre de quatro cangaceiros importantes do bando de Lampião, na fazenda Aroeira, lá mesmo do município, a 19 de setembro, em cilada bem urdida por certo Antônio Manuel Filho, o Antônio de Amélia. Um coiteiro que se declara arrependido, mãos tintas de sangue, e pede o amparo do governo em decorrência dos riscos em que incorrera, findando por ser alistado na polícia de Pernambuco como sargento. Atraído pelo lado moral da história de regeneração de alguém que se transforma em martelo contra seus antigos benfeitores, o amigo do prefeito monta uma cena fotográfica em que figuram em corpo inteiro, além de Amélia já metido na farda, os cadáveres horrendamente golpeados dos cabras Medalha, Suspeita, Fortaleza e Limoeiro, eis os vulgos das vítimas, disso resultando a impressão de um cartão-postal que foi vendido como banana entre Alagoas e Pernambuco.” (MELLO, pg 263, 2012)


Benjamin então manda imprimir milhares e milhares de fotografias que havia registrado dos cangaceiros do bando de Lampião. A Aba-Fim se encarrega da impressão e envia para o sírio no sertão pernambucano. Após receber a encomenda, Botto chama algumas pessoas e as mostra. Notando o grande impacto e admiração daquelas pessoas, contrata alguns empregados e os envia para o sertão alagoano, a fim dos mesmos venderem o ‘produto’. Ora, com o aperto que as autoridades estaduais vinham sofrendo do governo federal, ao ficarem sabendo de tais divulgações, se irritam e ordenam seu confisco. “Pelo meado de outubro, em maços ou isoladas, há fotografias de cangaceiros por todo o sertão, distribuídas por seis auxiliares escolhidos por Antônio Paranhos para o velho amigo Benjamin.” (MELLO, pg. 263, 2012)

O comandante do II Batalhão da PMAL, locado em Santana do Ipanema, AL, major José Lucena, na época, é o que mais se irrita e, imediatamente, ordena que seus comandados façam o confisco das mesmas, não só na cidade de Santana, mas nas circunvizinhas. Além das imagens dos cangaceiros, aquelas fotografias vinham dizer à população que não era tão difícil assim chegar aos bandoleiros como ditavam as autoridades já que um estrangeiro o fez. Lucena estava com a corda no pescoço devido Lampião estar agindo há muito tempo no território sob seu comando. O comandante geral da PMAL, na ocasião o coronel Teodureto, já o havia chamado em Maceió e dando-lhe um grande aperto, cobra-lhe resultados.


Benjamin ao saber que suas fotografias foram confiscadas a mando do major José Lucena, um frio lhe escorre pela ‘espinha’, ao saber que tinha feito mais um inimigo perigoso, pois sabia que se tratava de um homem que não era de brincadeiras e mandava matar, ou mesmo matava uma pessoa sem cerimonia alguma. Estando em terras pernambucanas, manda chamar os auxiliares e recolhendo o que sobrou, pega os pacotes que ainda estavam guardados tacando fogo em tudo. “Quem comprou, comprou; quem não comprou, não compra mais. Melhor a vida!” (MELLO,pg. 264, 2012)

O medo de Benjamin era tanto do comandante alagoano que ele corre à Capital pernambucana e, indo à sede do jornal Diário de Pernambuco, solicita do mesmo uma espécie de credencial referindo que estava naquela região, da Vila do Pau Ferro, município de Aguas Belas, PE, a serviço do mesmo. Logicamente, com tantos furos, através das fotografias, que o sírio cedeu ao jornal, seu pedido foi aceito e a autorização para usar o nome do jornal concedido.

Achando que esse problema estava resolvido, Benjamin retorna ao interior com a perspectiva de filmar, na fazenda do coronel Audálio Tenório, pela primeira vez, uma vaquejada. A visão do árabe, realmente, era muito boa, ele conseguia ver além do presente. O coronel determina que o evento ocorra em novembro daquele ano, 1937. Mandam avisar seus amigos, fazendeiros, familiares, vaqueiros e outras pessoas que ficam sabendo os quais chegam aquela data a pequena Vila do Pau Ferro, que estava totalmente ornamentada, a caráter, para aquela ‘Festa de Apartação’. Entre os convidados estavam figuras ilustres da força pública de Pernambuco e Alagoas, sendo do primeiro o coronel João Nunes e do segundo, o major José Lucena.

O coronel Audálio Tenório era um homem com uma estatura de 1:80 metros, apresentando-se em cima de uma montaria de pelo branco, saúda a todos e dá as boas vindas aos vaqueiros que participarão da ‘apartação’. “... os oitenta vaqueiros ouvem a saudação de um coronel Audálio montado em quartau branco impecável, metido nos couros dos pés à cabeça, traje completo de campeador das caatingas. Quebrando no chapéu de couro rebatido, no guarda-peito, no gibão, nas perneiras, nas luvas, nas esporas de prata do finado coronel Chico, seu pai, nas botinas vermelhas de couro de veado e na ligeira, passada no punho a modo de peia-de-mão.” (MELLO, 2012)


A presença de Lucena deixa o árabe um pouco preocupo e apreensivo, no entanto, balança o dedo pra cima e registra momentos magníficos e eternos para a história, os quais saem em edições futuras do Diário de Pernambuco. Após esses registros, Benjamin fará novamente registros inéditos nas terras da fazenda Barra Nova, do coronel Audálio, e onde se realizou a festança de gado. Botto consegue filmar vaqueiros correndo atrás de ‘barbatões’ e novilhas na mata da Mata Branca. De volta à pequena Vila, onde os comes e bebes eram servidos durante quase toda a noite, Calliu marca mais um momento para posteridade, registra o coronel Audálio Tanório, um dos maiores acoitadores de Virgolino Ferreira, o cangaceiro Lampião, a desfilar de braços dados por entre as ‘ruas’ improvisadas pelas barracas com um de seus maiores inimigos em território alagoano, o major José Lucena, os quais, ainda estavam ladeados pelo coronel João Nunes e o fazendeiro Gerson Maranhão, esse último parente de Lucena.


Quem organizou as barraquinhas para venda de comidas e bebidas havia sido Benjamin Abrahão. O coronel Audálio havia fornecido a grana para que o árabe pudesse comprar a comida e as bebidas a serem vendidas na festa, além de ter emprestado dinheiro para a compra dos filmes e outras coisas. A festança é ótima para os participantes, porém, para Benjamin não o fora. O apurado não chega, nem de longe, com a quantia que tinha que pagar ao coronel. Pela quantidade de transeuntes, participantes, o árabe chega a desconfiar do pessoal que estava auxiliando ele. Num momento crítico, chama um deles de ladrão. Era um homem de cara dura e marcada com sequelas de bexiga que tinha vindo da região de Mariana e, acusando-o de ter-lhe roubado o apurado, ou parte deste, arranja mais um inimigo perigoso, pois era uma ofensa imperdoável nas quebradas do sertão nordestino. Pois bem, o patrono do evento festivo manda chamar o aventureiro árabe e cobra-lhe o que havia lhe emprestado. Sem ter saída, Botto pede alguns dias ao coronel para ir à Capital, Recife, levantar e trazer a quantia devida.


No Recife moravam vários parentes de Benjamin, no entanto, acreditamos por já terem levado calote, não emprestam nem um réis a ele. O sírio está mais do que apertado, pois havia determinado uma data para vir e prestar contas, pagar, ao coronel e resgatar as promissórias assinadas. Em vez disso, passa a adiar o pagamento referindo que arranjará emprestado com seus amigos em Juazeiro do Norte, CE. Nada feito, ninguém estava doido para emprestar dinheiro e perde-lo. Logicamente o coronel deu-lhe um ultimato, colocando sua vida em risco. Mais um grande inimigo que o aventureiro sírio acabava de arrumar, e esse de peso pesado.

Lampião, com a determinação de Getúlio Vargas, ver as portas se fecharem. Sem o apoio dos fornecedores nenhum grupo de bandoleiros sobreviveria por muito tempo.


A divulgação das imagens do bando feita por Benjamin havia agitado, e muito, as autoridades em cada Estado nordestino. Planos novos foram feitos e ações novas foram determinadas quanto aos colaboradores. Alguns correram e entraram no meio do mundo, outros foram presos, muitos mortos e uma boa parte muda de lado. A vida de cada um estava em jogo. E a grande e eficiente malha formada pelo “Rei do Cangaço” começa a se quebrar em vários pontos. O fim do cangaço estava se aproximando. Nos meses subsequentes, Virgolino, por medida de segurança e cautela, mantem-se mais no Estado sergipano. Certa feita, conversando com o cangaceiro Candeeiro, na ocasião um daqueles que fazia sua guarda pessoal, referindo-se a Benjamin, detona: “- Ele foi falso comigo, levando de mim para contar aos oficiais.” Virgolino acreditava que Botto o havia traído. Além dessas imagens na pequena Vila de Pau Ferro, no município de Agua Branca, PE, onde aparece o major Lucena e da divulgação, através da venda, de suas imagens, ele consegue registros inéditos e históricos em Jeremoabo, BA, e outros lugares, de comandantes inimigos ferrenhos de Lampião, como a imagem do comandante Manuel Flor, o tenente Zé Rufino e outros.


Sabedor de que o retratista encontrava-se na vila de Pau de Ferro, Virgolino levanta acampamento em Sergipe e vai em direção a Pernambuco via Alagoas. No dia anterior ao do assassinato de Benjamin, Lampião encontrava-se acampado há mais ou menos 9 km, légua e meia, de onde se encontrava o árabe.

Segundo o sociólogo/pesquisador/professor e escritor Frederico Pernambucano de Mello, nas entrelinhas do livro “Benjamin Abrahão - Entre Anjos e Cangaceiros”, 1ª edição, o sírio teria feito, ou tentado fazer chantagem com algum coronel coiteiro de Lampião, o coronel Audálio por exemplo, devido a localidade em que se encontrava ou algum outro de seus colaboradores de renome na sociedade, por ter informações secretas sobre ele e o cangaceiro: “A pelo menos um amigo revelou não ter levantado sequer a metade do dinheiro que tinha de pagar, mas que estava pensando em cotar a peso de ouro o seu silêncio, depois das semanas de convívio no bando de Lampião em 1936. Em que se assenhoreara de informações tanto mais delicadas quando mais incômoda se mostrava para a elite sertaneja a situação de suspeita generalizada em que estava mergulhando o país.” O escritor refere-se ainda ao ‘aventureiro’ como “o colecionador de inimizade”.


Quando estava na Vila de Pau Ferro, Benjamin costuma se alojar numa pensão. Dessa vez dividia um quarto com o amigo Antônio Paranhos, aquele que arranjou os seis auxiliares para venda das imagens dos cangaceiros, que não sai do quarto. Benjamin troca de roupas e vai passear nas ruelas da Vila. Benjamin era um namorador nato. Citam alguns autores que ele estava apaixonado por uma mulher casada, por isso a insistência de permanecer num local tão perigoso para ele. Encontrando com alguns conhecidos, vão para um boteco tomar cervejas. O tempo passa e a noite cobre com seu manto negro aquela pequena povoação no interior pernambucano. Após o ocaso algumas luminárias são acesas através da força elétrica de um gerador. Algum tempo depois, Botto despede-se dos conhecidos e ruma no sentido da pensão. Após dobrar uma esquina, as luzes são apagadas, algum defeito no gerador? Talvez. Porém, para o que ocorreu em seguida, notadamente, o motor foi desligado. Estando o vilarejo em total escuridão na noite do dia 7 de maio de 1938, de repente alguém começa a gritar, pedindo socorro, por estar sendo esfaqueado. Na sequência, em fez de escutar-se pedidos de socorro, passasse a escutar gemidos de dores, os quais vão diminuindo até sumirem por completo. O amigo de Benjamin, Antônio Paranhos, logo após as luzes terem se apagado, passa a escutar alguém pedindo socorro. Reconhecendo o timbre da voz, tem certeza de que se trata do amigo sírio. Rapidamente deixa a pensão e vai ao sentido em que os gritos o levam, no entanto, antes de chegar perto, das sombras vem uma voz que lhe diz: “-Arreda, cabra, que é encrenca!” (MELLO, 2012)

Imediatamente Antônio, sabidamente, retorna para o quarto da pensão e fica a esperar ouvir ou saber de alguma coisa. A noite é longa. As horas não passam e a ansiedade aumenta. Só quando o dia amanheceu é que se começa a escutar um zom zom danado vindo de algum local na vila. Havia um paraplégico, José Rodrigo Lins, conhecido pela alcunha de Zé de Rita, que morava ali perto. Os moradores se dirigiam para a casa desse paraplégico, pois lá, dentro da casa, encontrava-se um corpo inerte, de barriga para cima, com 42 punhaladas no corpo, era o aventureiro árabe que um dia foi secretário do Padre Cícero. O deficiente físico era casado com dona Alaíde Rodrigues de Siqueira, e foi por ela que o sírio havia se apaixonado. Segundo autores, essa paixão jamais foi correspondida.


Além de ter um defeito físico, vemos, notamos que Zé de Rita aparentava ter outro problema de saúde, alguma coisa não batia bem em seu cérebro, ao lermos a cena descrita pelo pesquisador Pernambucano de Mello: “A um canto, sobre um tamborete, Zé de Rita se mantém impassível, pernas encolhidas, pés sobre o tampo, comendo o tutano que retira lentamente de um osso grande, lambendo dedo a dedo, parecendo fora de si. “Mais vida tivesse, eu matava”, repete sem cessar.” Com certeza não era só de defeito físico que o coitado Zé de Rita sofria. Agora o mais incrível, é que esse cidadão, paraplégico e com problemas mentais, é considerado o matador de um homem forte, novo, saudável e de um porte físico acima de mediano.

“A 17 de maio, passados somente dez dias da ocorrência, o delegado corre a se livrar da batata quente: fecha o inquérito policial no segundo distrito de água bela, apontando nominalmente casal como responsável único pelo homicídio, segundo noticia o Diário de Pernambuco de 19, renovando o lamento pela perda do “nosso colaborador especial” que fizera constar do registro de morte, saído na edição de 10, com direito a fotografia.


O delegado joga o jogo das aparências forjadas. Que mais lhe restava fazer ante um assassinato de desvendamento impossível nas circunstâncias, a unir em sorte comum o policial de ontem ao historiador de hoje? 

No sétimo dia da tragédia, absolutamente só, o padre Nelson de Barros Carvalho reza a missa pela alma da vítima. Ele e Deus. Nem o coroinha dá as caras na capela.” (MELLO, pg.272 a 273, 2012)

Evidentemente que, sabedores do possível mandante do crime, a população não se arriscou para ir, pelo menos rezar, por aquele aventureiro de outras terras... nas quebradas do sertão pernambucano.
Fonte/foto “Benjamin Abrahão – Entre Anjos e Cangaceiros” – MELLO, Frederico Pernambucano de. 1ª Edição, São Paulo, 2012

cariricangaco.com
O Canto do Acauã – FERRAZ, Marilourdes. 4ª Edição Revisada e Atualizada. Recife, 2012

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SILA EX-CANGACEIRA DO BANDO DE LAMPIÃO EM ENTREVISTA NO PROGRAMA JÔ SOARES ONZE E MEIA (SBT)

https://www.youtube.com/watch?v=eFwfZ7JkqVM&feature=youtu.be

Cangaçologia
Publicado em 27 de fev de 2017

Entrevista completa com a ex-cangaceira Sila (Ilda Ribeiro de Souza) antiga integrante do bando de Lampião no antigo Programa "Jô Soares onze e meia" do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão).
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VINGT-UN E QUINTA ROSADO - COMUNIDADE RURAL DO CAMANO - DIVISA DOS MUNICÍPIOS PARAIBANOS DE POMBAL E SÃO BENTINHO. 22 DE OUTUBRO DE 2004. CRÉDITOS DAS FOTOGRAFIAS

Por José Romero de Araújo Cardoso



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PALESTRA E LANÇAMENTO DE LIVRO EM SERRA TALHADA-PE - PARTE II


Por Benedito Vasconcelos Mendes

Muitos intelectuais, professores e historiadores se fizeram presentes ao referido evento. Vários escritores vieram de Recife e de Afogados de Ingazeira prestigiar a palestra do Prof. Benedito. Representantes do instituto Histórico e Geográfico do Pajeú também participaram do lançamento do livro. 

REGISTRO FOTOGRÁFICO


01 - Prof. Benedito e a escritora Zenóbia melo, ex-Presidente da Academia Serra-talhadense de Letras.


02 - Prof. Benedito Vasconcelos Mendes e o Acadêmico Dierson Ribeiro.


03 - Em pé: escritor Francisco Leite Francineto, Presidente da Academia Serra-talhadense de letras.


04 - Escritor Antônio Nero, que veio de Recife para prestigiar a palestra do Prof. Benedito.

https://www.facebook.com/benedito.vasconcelosmendes?ref=br_rs

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