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domingo, 31 de dezembro de 2017

JARARACA PRISÃO E MORTE DE UM CANGACEIRO


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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:  
franpelima@bol.com,br

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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HERÓI DA TERRA

Autor José Ribamar Alves
Desenho: Internet

Sou filho do semiárido
Herói da vida campeira
Primo do mandacaru
Irmão da carnaubeira.
Parente do juazeiro
Que atravessa o ano inteiro
Verde como um periquito
No chão que a seca castiga
Não se conhece quem diga
Que tem algo mais bonito.

Castigada pelo sol
Minha pele de vaqueiro
Tem a cor da substância
Da casca do cajueiro.
Odeio cortar caminho
Sou forte como o espinho
Da folha da macambira
Das minhas mãos calejadas
Conclusões precipitadas
Quem tem juízo não tira.

Deixando o campo assolado
No ano que a seca avança
Perco plantações e gado
Mas não perco a esperança.
De dar a volta por cima
Que a seca não desanima
Quem não se rende à quizília
Encaro a fome com calma
E arranco da fé da alma
O pão pra minha família.

Sempre que a estiagem
Perde a mira e sai de linha
Percebo que não há terra
Boa do tanto da minha.
Pra começar dar de tudo.
Só a fonte de estudo
De Deus conhece o segredo
Quem chega aqui todo errado
Ainda vai atrasado
Mesmo indo embora cedo.

Aqui só não vive bem
Quem não trabalha esperando
Que o governo lhe dê
O que estiver faltando.
Esperar por quem repete
Que dar, mas o que promete
Não tem quem veja chegar,
Pra mim e pra mais alguém
É coisa pra quem não tem
Coragem de trabalhar.

                   FIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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José Ribamar Alves                

ALÉM DA VIDA: A HISTÓRIA DE UM AMOR

*Rangel Alves da Costa

Certa feita, ante os mistérios envolvendo o amor cuja força terrena se eleva, com igual ou maior força, além da vida, disse um poeta: Tão sagrado é o amor pela força invisível surgido, que mesmo não se contentando em ser tão amado na existência terrena, com inexplicável tenacidade ainda se revela após a partida de um dos amados.
Eis a força do amor que se eleva e se revela além da vida. E um amor assim realmente existiu e entre pessoas por muitos conhecidas, cuja história será doravante narrada, preservando suas reais identidades, tudo em nome da ética na escrita, mas com o pleno consentimento daquele que carrega sobre o si o livro ainda aberto desse amor vivenciado e tão duramente pranteado.
Um amor entre dois homens. Sim. Um profundo e entranhado relacionamento amoroso entre duas pessoas do mesmo sexo: dois homens. E logo alguém poderia indagar se não seria demasiado imaginar-se qual a grandeza daquilo que se poderia chamar de profundo amor entre duas pessoas do mesmo sexo.
Ora, qual o sexo do amor? O amor só se perfaz pela cultura de que somente deva haver relacionamento e comunhão entre pessoas de sexos diferentes? O amor é tão profundo, bonito e perfeito, que não escolhe sexos diferenciados, mas tão somente que seja verdadeiramente compreendido, respeitado, amado. E assim aconteceu entre essas duas pessoas, entre esses dois homens que um dia se conheceram e daí em diante se reconheceram como partes um do outro.
A. e F. Apenas as iniciais. Dois homens cujo relacionamento ao invés de despertar arraigado preconceito social, pautou-se pela compreensão e pelo respeito, principalmente familiar. Firmado o relacionamento, passaram a viver juntos num mesmo lar. E assim permaneceriam em terrena comunhão afetiva se o destino não colocasse o inesperado pelo caminho. Eis que F., mesmo jovem e forte demais para de repente ser acometido por uma oculta enfermidade, acabou sendo tomado pela fatalidade.
Pequenas dores, chegando e partindo. Apenas mal-estar, dizia F. inicialmente. Mas os sintomas se repetindo e se repetindo. Quando as dores já não puderam ser fingidas e o seu companheiro mais uma vez insistiu para que a medicina tomasse conta da situação, aquele destino jovem já estava traçado. Ele sempre se negando a procurar cuidados médicos, já era tarde demais quando foi hospitalizado. E faleceu aos 24 anos.


Neste e a partir deste instante A., seu companheiro, sentiu o chão desabar sobre seus pés. Nada mais triste que amar e perder, que querer e não poder mais ter, que buscar ao seu lado e saber que nunca mais poderá encontrar. Assim o sentimento da perda através da morte. Instantes terríveis a partir de então. A., completamente desnorteado, tomado de angústia e aflição, passou a amargar a perda como se a sua vida também estivesse se findando. No seu pensamento, a morte seria um caminho ao reencontro do seu.
Será que havia razão para tamanho sofrimento? O convívio, o amor, a compreensão e a amizade entre os dois, havia colocado sua própria razão no coração. A perda de seu companheiro já havia sido anunciada a A. pelos mistérios da vida. Numa noite, adormecido, A. chorou a perda tão próxima sem perceber. Na manhã seguinte F. perguntou-lhe por que chorava enquanto dormia. Não havia resposta a dar. Mas a resposta já estava dada.
Após o seu falecimento, o companheiro passou a viver sem forças e sem ânimo para qualquer ato da vida. Seus pensamentos, envoltos em melancólico enlutamento, só pensava em deixar essa vida, em partir também, em ir abraçar seu companheiro onde estivesse. Premeditou a própria morte, iria se matar lançando seu veículo de cima de uma ribanceira. Mas no dia marcado para tal desatino, eis que um fato surpreendente aconteceu. Chegando à escola onde ensinava para abraçar e agradecer sua diretora por todo apoio dado, e certamente desta também silenciosamente se despedir pelo que tencionava fazer, de repente da amiga ouviu: “Posso lhe confessar uma coisa? Sonhei com F.”.
E prosseguiu dizendo que no sonho F. mandava um recado a ele, dizendo que estava bem, pedindo perdão por não ter ouvido seus conselhos, mas principalmente rogando que ele jamais fizesse aquilo que pensava fazer. Ora, a diretora sequer sabia que A. estava determinado a provocar aquele fatal acidente naquele dia, jogando seu carro da ribanceira. Como pôde isso acontecer? A vida e a morte em comunhão. O amor além-vida preservando a vida de quem tanto continuava amando.
Espantando com tal revelação, A. apenas silenciou. Retornou, porém, com a certeza de que os dois continuavam mais juntos, mais próximos um do outro do que ele jamais poderia imaginar. Era como se F. acompanhasse os seus passos e sentisse o seu sofrimento, era como se apenas o limite entre a vida e a morte os estivesse separando. Então sentiu que poderia conversar com ele, com o seu tão amado companheiro.
Foi buscar no espiritismo esse diálogo, essa tão desejada presença. Ante a proximidade entre o falecimento e a primeira sessão espírita, as respostas de F. chegaram através de outro espírito. Na carta, toda a revelação daquilo que A. precisava tanto saber. No além-vida, seu companheiro estava bem, estava em paz, desejoso apenas que seu amado reencontrasse na terra a mesma felicidade que tanto precisava ter. Daí em diante, mensagens psicografadas passaram a mostrar toda a pujança desse amor na vida e além da vida.
E assim por que o verdadeiro amor é eterno. O amor é mistério que une os seres mesmo em mundos e vidas diferentes. Assim na vida, assim na morte, e para a eternidade. Assim como o amor entre A. e F.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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ADEUS ANO VELHO FELIZ ANO NOVO!

Por Antonio dos Santos Lima

Mais um ano se passou, deixando marcas que não se apagam jamais. Marcas de alegria, felicidade, dor, sofrimento ou desencontros.

Agradecemos pelos bons momentos, procuramos esquecer o que foi ruim; desejamos bis para tudo aquilo que foi maravilhoso; procuraremos nos esquecer daquilo que nos atormentou; queremos continuar com a Paz que nos tranquilizou, o Amor que demos e recebemos, a felicidade compartilhada, o sucesso conquistado e os sonhos realizados.

Nossas atenções buscam vislumbrar um novo senário: O Ano Novo. 
Que será? O que será? Como será?

Se depender dos desejos, sonhos, mensagens dedicadas à humanidade, rezas e boa vontade, teremos o melhor para nossas vidas e para toda humanidade:

Chuvas para o Sertanejo, Paz infinita reinando entre as nações, saúde em nossos corpos e mentes; sentimento de solidariedade e fraternidade; fim da violência social; queremos a prática do bem comum; o fim das práticas indiscriminadas das injustiças sociais; o respeito ao próximo; a solidariedade; a prática da bondade Divina; o fim do extermínio dos inocentes; a superação do ódio, da inveja e da maldade. 

Ou será que é exigir e pedir muito? 
Não sei. Juro que não sei. 

Acho que peço pouco e exijo muito pouco também. Eu só quero pão na mesa dos famintos, paz no lugar da guerra, amor aonde há discórdia, chuva aonde a seca devora os seres vivos, saúde espiritual onde a inveja e o ódio causam desarmonia entre as pessoas.

Se eu pedi demais, que o Senhor me perdoe, mas, eu só quero Amor, Paz, Luz, brilho no olhar de uma criança, proteção Divina para toda humanidade e sentir o perfume das flores e ouvir os gorjeio dos pássaros no amanhecer do dia seguindo a Lei da Criação.

Dr. Lima
Radialista
Professor

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CANGACEIRO LUIZ PEDRO E MODERNO


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sábado, 30 de dezembro de 2017

COM OU SEM BARBA!!!

Por Sálvio Siqueira

A maioria dos registros fotográficos dos cangaceiros do cangaço lampiônico, principalmente aquelas produzidas por Benjamin Abrahão, esses aparecem barbeados.

Esse detalhe de rostos barbeados ou não, também nos são mostrados na maioria dos registros do contingente das Forças Volantes que os perseguiam.


Mesmo portando os objetos para se barbearem, tanto esses quanto aqueles, as vezes não tinham como realizarem o hábito de se barbear.


Pois bem, nos registros abaixo, mesmo havendo outras imagens, foram os que separamos, uma em 1927 quando do registro em Limoeiro do Norte, CE e a outra nove anos depois ,em 1936, no Estado alagoano, onde Virgolino Ferreira aprece com barba, e em uma delas, com barba e um bigodão.

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MOSSORÓ: A CAPITAL DO SEMIÁRIDO

Por Benedito Vasconcelos Mendes

A cidade de Mossoró, localizada no semiárido do Estado do Rio Grande do Norte, foi agraciada com o significativo título de “Capital do Semiárido“, pela Lei Federal 13.568, de 21 de dezembro de 2017, sancionada pelo Presidente da República Michel Temer. A proposição deste título foi feita pela Deputada Federal Sandra Rosado em 2013, através do Projeto de Lei 6.164-A, de sua autoria.

Esta importante designação de Capital do Semiárido, que a cidade de Mossoró recebeu, tem muito haver com as atividades científicas da antiga ESAM -Escola Superior de Agricultura de Mossoró, hoje UFERSA - Universidade Federal Rural do Semiárido. Durante as décadas de 1970 e 1980, a então ESAM já divulgava, com orgulho, na contra-capa de todos os livros da Coleção Mossoroense, que na época era editada pela Fundação Guimarães Duque, da ESAM, a frase: “ESAM - a Única Escola de Agronomia do Brasil Semiárido“. Com o passar do tempo, surgiram outras Escolas de Agronomia nesta região e a ESAM deixou de fazer esta divulgação.                                                

Desde a fundação da ESAM, em 1967, que a sua programação de ensino, pesquisa e extensão é dirigida para o Semiárido do Rio Grande do Norte e do Nordeste.                                                   Em 

1990, o Prof. Jerônimo Vingt-Un Rosado Maia, idealizador e um dos fundadores da ESAM, escreveu um livro com o título “Benedito Vasconcelos Mendes-O Sábio do Semiárido“, em reconhecimento aos trabalhos técnico-científicos realizados por este professor da ESAM, que dedicou toda a sua vida profissional ao estudo da natureza e do homem do Semiárido, pesquisando alternativas tecnológicas para uma melhor convivência do sertanejo com as secas regionais.    
                                       
O primeiro livro escrito pelo professor Benedito Vasconcelos Mendes, publicado pela Editora Nobel, de São Paulo, em 1985, tem como título “Alternativas Tecnológicas para a Agropecuária do Semiárido”.                          
O CETASA - Centro de Tecnologia Agropecuária para o Semiárido, que contempla vários projetos de desenvolvimento regional, todos eles voltados para a região semiárida do Nordeste, a exemplo do CEMAS - Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, do MUVICA - Museu Vivo da Caatinga (tipo de jardim botânico de plantas do Semiárido) e vários projetos de qualificação profissional, para uma melhor atuação no Semiárido, a nível de Mestrado, Doutorado e outros tipos de cursos, foram idealizados pelo professor Benedito Vasconcelos Mendes, na antiga ESAM.

O Professor Jerônimo Vingt-Un Rosado Maia, como editor da Coleção Mossoroense, que foi idealizada, criada e dirigida por ele, desde a sua fundação em 1949 até 2005, data de sua morte, editou o maior número de livros sobre o Semiárido brasileiro que a História registra, de modo que quem se dedicar a estudar assuntos relacionados à região semiárida nordestina, necessariamente, tem que pesquisar em livros da Coleção Mossoroense. 
                                             
O nome da universidade que sucedeu a ESAM, Universidade Federal Rural do Semiárido, contempla o vocábulo “Semiárido”, como garantia do seu propósito de continuar a dar prioridade ao desenvolvimento do Semiárido.  
                                                      
Como vimos, este galardão que a nossa cidade acaba de conquistar (Capital do Semiárido), que vai proporcionar uma maior identidade da cidade com a região onde ela está inserida, tem sua justificativa nos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela nossa querida UFERSA.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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MELHOR IDENTIFICAÇÃO DA FAMÍLIA DE LAMPIÃO, EM FOTO FEITA EM JUAZEIRO, NO INÍCIO DE MARÇO DE 1926.


IDENTIDADES: 1- Zé Paulo, primo; 2 -Venâncio Ferreira (tio); 3 - Sebastião Paulo, primo; 4 - Ezequiel, irmão; 5 João Ferreira, irmão; 6 -Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada); 7- Francisco Paulo, primo; 8- Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica) 9 - ZÉ DANDÃO, agregado da família. 

SENTADOS, da esquerda para direita: 10 - Antônio, irmão; 11-Anália, irmã; 12 - Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); 13 -Maria Mocinha, ou Maria Queiroz, irmã; 14-Angélica, irmã e 15 - Lampião.

Dos nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: LEVINO, que morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E VIRTUOSA, que, sinceramente, não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na foto, ou já era falecida.

Élise Jasmin afirma no seu LIVRO CANGACEIROS, que esta foto foi feita por Lauro Cabral de Oliveira, que dividiu então com Pedro Maia, a fama de fazer as fotos de Lampião, bando e familiares em Juazeiro, Março de 1926.

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br/2015/11/melhor-identificacao-da-familia-de.html

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MARIA DO CAPITÃO...

Por Dalinha Catunda

MARIA DO CAPITÃO...

Salve Maria Bonita
Maria do capitão.
Mulher forte destemida
Que viveu sua paixão
Nos braços d’um cangaceiro
Que não tinha paradeiro
Mas roubou seu coração
*
Salve Maria Bonita
Que pegou sua estrada
Seguindo seu coração
Apenas ele e mais nada.
Os passos de Virgulino
Era mesmo seu destino
Estava determinada.
*
Salve Maria Bonita
E salve sua decisão.
Preferiu correr perigo
Preferiu viver paixão
Fugiu da vida pacata
Por não querer ser ingrata
E magoar seu coração.
*
Salve Maria Bonita
Maria do lampião
Companheira tão fiel
Do famoso Capitão.
Ao lado de seu amante
Levando vida errante
Fez história no sertão.
*
Salve Maria bonita
Que na história ficou.
Dou vivas ao centenário
Da mulher que se rebelou
Para viver sua opção
Sem ligar para o padrão
Que a sociedade ditou.

- Dalinha Catunda - 2011.

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CABROEIRA REUNIDA

Por Noádia Costa

Cabroeira reunida nas quebradas do sertão . Cangaceiro Canário, cangaceiro Gato, Inacinha, Moça e Ricardo Pontaria. Cachorro sem identificação. 

Foto: Benjamin Abrahão

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=750955925102791&set=gm.1872816926364143&type=3&theater&ifg=1

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PREZADOS, SAUDAÇÕES:

Por Charles Garrido

É sempre uma alegria renovada, estar ao lado dos nossos diletos leitores, desejando a todos um ano novo próspero, de muitas realizações e, sobretudo, cheio de saúde e paz de espírito.

Em nossa última postagem do decorrente, traremos o relato da cangaceira Sila, onde a mesma nos contará como foi o angustiante momento de sua entrada para o cangaço.

Deixaremos a análise das imagens, após lermos o texto, por gentileza.

"Já estava tudo acertado, não tinha mais como fugir do meu destino. Zé Sereno havia resolvido que eu ia ter que acompanhá-lo na vida do cangaço. Caso recusasse, eles matariam todos os meus familiares. Não havia saída. Só tinha catorze anos, era ingênua e inocente.


Chegou o momento e partimos em retirada. Me deram um chapéu, um bornal, um lenço e uma arma curta para defesa pessoal, mas eu não sabia atirar e nem havia tempo para aprender. 

Passamos o dia todo caminhando. 

Tinha uma mulher chamada Neném, que acompanhava o marido, Luís Pedro. Em princípio, iríamos nos encontrar com Lampião, apenas no dia seguinte. Essa era a única coisa boa que eu tinha em mente, pois queria conhecer aquele homem que todos temiam e admiravam ao mesmo tempo.

Continuávamos caminhando, eu só fazia chorar. Foi quando Neném, me chamou e disse:

- Menina, vá se acostumando, você ainda irá chorar muito.

Esqueça seus irmãos, seus pais, seus amigos... pois sua família agora somos nós.


Continuamos andando. Eu não entendia o porquê deles caminharem o tempo todo de orelha em pé e, o último, cuidando de apagar o rastro dos outros.

Até que depois de tanto caminhar pelo mato, chegamos à uma casa, era final da tarde. Achávamos que estava tudo bem. Foi quando de repente, Luís Pedro chama Zé Sereno, e diz:

- Zé, aí tem "moca"

Quando eu ia perguntar o que diabo era "moca", não deu mais tempo, ouvi foi o "pipocado" de bala. 

Os macacos chegaram de supetão.

Eu, por ser nova no bando, não sabia o que fazer. 

Já estava quase tudo escuro, não dava para enxergar direito e o barulho era ensurdecedor. A gente tinha que fugir e, só quando clareavam os tiros, era que conseguíamos dar alguns passos. 

Havia uma cerca de arame nos fundos da casa, se conseguíssemos ultrapassá-la, estaríamos mais seguros. E assim tentamos. Porém, a minha mais nova amiga; Neném, quando foi tentar pular, levou um tiro e já caiu morta. 

Meu Deus, nunca tinha visto ninguém morrer, ainda mais assim de um modo tão trágico. Não podíamos tentar socorrê-la, pois víamos que o caso era sem jeito. Quem ficasse, poderia morrer também. Todos os outros conseguiram escapar do tiroteio.

Luís Pedro estava desolado, desesperado.

Finalmente, o dia seguinte chega. 

Eu não consegui pregar um olho sequer e, sabíamos que até o fim da tarde, iríamos encontrar Lampião e os demais cangaceiros.

No meio do caminho até o coito, encontramos três trabalhadores numa roça, eles não sabiam quem éramos nós, pois as roupas eram muito parecidas, tanto as das volantes, quanto as dos cangaceiros. Luís Pedro se aproximou deles e perguntou:

- Me digam uma coisa, se vocês virem os cangaceiros por aqui, o quê irão fazer?

- Com certeza iremos entregar à volante (disse um deles, ingenuamente)

- Vocês vão é morrer . (Luís Pedro)

O cangaceiro, revoltado e enfurecido com a perda da companheira, saca de seu parabélum e impiedosamente mata os três sertanejos indefesos e inocentes à sangue frio. Foi outra cena que jamais esqueci e era apenas o meu segundo dia na vida do cangaço.


Seguimos viagem.

No final da tarde, finalmente chegamos onde estavam os outros. Não tinha como não saber quem era o chefe. Um homem alto, magro, cheio de ouro, até o óculos brilhava.

Logo ele chegou até nós, e perguntou:

- Zé Sereno, quem é essa menina?

- É Sila, minha mulher (Zé Sereno).

- Mas ela ainda é uma criança (Lampião).

- Com o tempo ela se acostuma (Zé Sereno).

Lampião, como já era de esperar, tratou logo de perguntar:

- Luís, cadê Neném?

Luís Pedro, que até então passara a maior parte da viagem calado, não suporta mais e desabafa aos prantos, abraçado ao velho amigo:

- Lampião, mataram a minha companheira.

Foi a primeira vez que vi um "homem feito", chorar".

Caros leitores, leiamos agora um pequeno trecho do depoimento do Sr. Renilson, cujo qual, à época, ainda uma criança de apenas oito anos de idade, conversou com Luiz Pedro, poucos minutos antes da morte de Neném, quando os cangaceiros chegaram de surpresa na propriedade de seu pai, um fazendeiro bem sucedido na região:

"Eu estava no terreiro da casa e me lembro como se fosse hoje. De repente, chegou um grupo de pessoas estranhas, que nunca tinha visto antes na vida. Eram catorze no total, onze homens e três mulheres. Todos muito enfeitados e cheios de ouro".

Um deles veio até mim e perguntou:

- Menino, cadê seu pai?

* Está lá dentro.

Ele, mais quatro, foram logo entrando e eu segui atrás.

Quando meu pai viu os homens, tentou manter a calma e perguntou ao que estava a frente:

- Quem é o senhor?

* Luiz Pedro, cabra de Lampião.

Lembro demais da feição do meu velho, que apesar do susto, tentou não demonstrar medo e, foi logo dando as boas vindas:

- Os senhores devem estar com fome. Vou mandar preparar almoço  para todos, mas por favor, não façam nada com a minha família.

Luiz Pedro foi muito educado e respondeu:

- O senhor pode ficar tranquilo, não iremos mexer com ninguém, só queremos comida e água.

Outra cena que jamais esquecerei, foi quando, mesmo dando garantia que não iriam nos fazer mal, uma das moradoras da fazenda que foi servir a comida, na hora em que chegou à sala e viu os homens todos fortemente armados, literalmente, urinou-se na roupa. Aquilo foi um alvoroço só, ela ficou paralisada, sem conseguir dizer uma só palavra. E por incrível que pareça, Luiz Pedro, em respeito ao momento constrangedor, mandou que todos os homens se retirassem do recinto e, somente após terem limpado o local e retirado a coitada, foi que todos retornaram para almoçar.

No fim da tarde, meu avô tinha uma gramofone e resolveu colocar uma música. Nisso, dois cangaceiros, cada um segurando seus fuzis, começaram a dançar, fazendo de suas armas, respectivas damas.

Já estava chegando o final da tarde, o bando partiu em retirada. 

Poucos minutos depois, ouvimos o mundo se acabando. Eles se encontraram com uma volante e, no tiroteio, a companheira de Luiz Pedro foi morta a tiros. Meu pai foi lá, horas após o ocorrido e, ainda chegou a ver o corpo dela que, no dia seguinte, foi exposto ao público, numa localidade chamada Mocambo".

Vamos à análise das imagens, por gentileza:

1 – Neném e Luiz Pedro.
2 – Sila e eu, no ano de 1999, no município de Poço Redondo-SE.
3 e 4 – O Sr. Renílson (hoje professor de matemática, aposentado) cedendo-nos uma memorável entrevista, na casa do pesquisador Antônio Amaury, em São Paulo, no ano de 2014.

Amigos, vejam que intrigante, Sila, quando citou sobre o triplo homicídio cometido por Luiz Pedro, não somente eu estava presente, mas sim, vários outros colegas pesquisadores e, ela foi bastante enfática em seu relato, inclusive, em nenhum momento enalteceu a figura de seu companheiro (Zé Sereno) ou de si mesma. Entretanto, o próprio pesquisador Antônio Amaury, nunca acreditou nesse fato. O Sr. Renilson, certamente, seria a pessoa apropriada para nos dar mais informações do acontecimento trágico.

Vejam o que ele respondeu:

- Aquela região era muito pequena, todo mundo se conhecia. Seria impossível acontecer um triplo assassinato, sem que ninguém ficasse sabendo. Eu, hoje com oitenta e seis anos, é a primeira vez que escuto falarem sobre isso.

Senhores, permitam-me uma opinião pessoal, eu não vejo motivo algum para Sila ter mentido. Percebam, era apenas o seu segundo dia no cangaço e, um fato dessa natureza, não esquecemos jamais. A hospedei na minha casa em duas ocasiões e, fiz a mesma pergunta sobre esse episódio, inúmeras vezes, para ver se ela entrava em contradição e, posso garanti-los, a velha cangaceira nunca titubeou. Sempre repetiu o mesmo relato de forma retilínea e fiel aos depoimentos anteriores. Portanto, eu prefiro acreditar nela. Porém, repito, isso é apenas um humilde parecer desse que vos escreve, fiquem à vontade para tirar suas próprias conclusões.

Um grande abraço a todos.
Feliz 2018!
Charles Garrido.
Pesquisador.
Fortaleza-CE.

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