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segunda-feira, 12 de março de 2012

MANOEL BENÍCIO - COLECIONADOR ORELHAS CANGACEIROS

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FOTO: livro " A campanha de Princesa " - autor- João Lelis

Fonte Matéria: "Gente de Ontem, Histórias de Sempre ", pg 199, - autor: Dorgival Terceiro Neto

abraço a todos.
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Natal/RN

MUDANDO DE ASSUNTO


Por: Kiko Monteiro
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Conheça as veredas do Brasil através das lentes de Aderbal Nogueira
Aderbal Nogueira e Manoel Severo
No capitulo de hoje:

Extraído do blog: "Lampião Aceso"

Política e politicalha



No texto abaixo podemos perceber a lucidez do nosso grande Rui Barbosa com relação aos assuntos da política. Podemos notar que suas palavras traduzem uma realidade  impressionante que chega aos dias atuais.

"A política afina o espírito humano, educa os povos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.

Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida de que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? 

Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.

Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. 

A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto de funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si. 

A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada."

Autor: Rui Barbosa.

Fonte: Trechos escolhidos de Rui Barbosa. Edições de Ouro: Rio de Janeiro, 1964.

ANTÔNIO SILVINO, o Cangaceiro


Esta comunidade é dedicada ao pernambucano Manoel Baptista de Moraes, celebrizado no cangaço como ANTÔNIO SILVINO, o mais famoso antecessor de Virgolino Ferreira, o 'Lampião', nas gestas guerreiras do alvorecer do Século XX.
O período de atuação de ANTÔNIO SILVINO vai de 1897 a 1914. Neste ano, o cangaceiro é ferido em combate com a Polícia de Pernambuco e se entrega sem oferecer resistência. Somente pede garantias de vida, no que é atendido pela autoridade que efetuou sua prisão.
Em julgamentos sucessivos realizados pelo Tribunal do Júri de Olinda, em 1916 e 1917, ANTÔNIO SILVINO é condenado a mais de trinta anos de prisão. Cumpriu a maior parte da pena na Casa de Detenção do Recife, sendo indultado por Getúlio Vargas em 1937. Regenerou-se por completo e faleceu em Campina Grande, na Paraíba, em 1944.
O retrato em crayon que ilustra a comunidade, foi feito em 1916, durante um julgamento.

O Rio antigo de Carlos Gustavo, o "Guta"

A Quinta da Boa Vista em 1880

Esta é uma das excelentes imagens digitais do artista gráfico carioca Carlos Gustavo Nunes Pereira, o "Guta", onde baseado em pesquisas iconográficas, ele recria recantos históricos do Rio de Janeiro: Quinta da Boa Vista, Cinelândia, Praça Mauá, Copacabana e outros. Exatamente como deveriam ter sido em diferentes períodos da história da cidade. Apreciar essas fotos mostra o quanto a cidade cresceu desde o Séc. XVII ao XX, mas ao mesmo tempo nos mostra o quanto sua beleza natural foi sacrificada. Isso sem falar do patrimônio artístico e arquitetônico. 
Confira você mesmo essas imagens.


 Extraído do blog Saiba História do professor e pesquisador:
Adinalzir Pereira Lamego

O valor cultural do Nordeste

Por: Carlos Eduardo

O sociólogo Voldi escreveu um texto cuidadoso criticando as acusações do Sr Pedro de Morais sobre um possível comportamento homossexual de Lampião e outros membros de seu bando de cangaceiros (Ver postagem neste mesmo blog). Sua critica é bem construída e a hipótese apresentada no livro do Sr Morais, é indefensável. Voldi vai além, faz uma análise do comportamento de parte da sociedade brasileira em tempos atuais e declara seu entendimento: “Penso que o Sertão do nosso Nordeste seja a única área verdadeiramente definidora de um caráter BRASILEIRO”. Acho que Voldi exagerou nessa afirmação
Em outro trecho, Voldi discordando da forma como parte dos meios de comunicação tratam a cultura nordestina, declara: - em nome de uma palavrinha mágica “FICÇÃO”, roteiristas e diretores têm adotado quase sempre o tom jocoso e depreciativo, como se o povo do SERTÃO nordestino fosse somente essa coisa que causa risos e diverte a nação. Adiante, o sociólogo inconformado fala de um desprezo nacional pelo sertão nordestino e sua gente.
Eu, muito humildemente quero divergir das opiniões de Voldi, pois não concordo absolutamente com essa opinião de que a nação vê o nordestino e sua cultura com desprezo e falta de seriedade. Nem tão pouco que o caráter brasileiro será exclusivamente resultante do povo nordestino. Para dar um exemplo bem simples e atual, no Carnaval do Rio de Janeiro, foram homenageados o Rei do Baião Luiz Gonzaga, a literatura de cordel, São Luis do Maranhão, e o escritor Jorge Amado. Entendo que a homenagem foi o reconhecimento do valor cultural da poesia nordestina e do talento dos dois artistas representantes da região. 

Carlos Eduardo
Rio de Janeiro
Extraúdo do blog: Cariri Cangaço

Lampião provoca medo até depois de morto

Glauco Araújo Do G1, em Paulo Afonso (BA)

Mas historiador e parentes afirmam que Lampião não era vilão. Sobrinho de Maria Bonita diz que Lampião também fazia coisas boas.
A dois dias das celebrações pelos 70 anos das mortes de Lampião e Maria Bonita, um historiador e um primo da cangaceira visitaram o povoado de Malhada da Caiçara, que fica a cerca de 38 quilômetros de Paulo Afonso (BA), neste sábado (26). No local ainda é possível encontrar parentes da mulher de Virgolino. O endereço virou ponto turístico em 2006 após a restauração da casa onde Maria Bonita viveu a adolescência.
Glauco Araújo
Segundo Renato Oliveira Mendonça, 45, sobrinho da Rainha do Cangaço, há muita mitificação da figura de Lampião, principalmente quando se fala das mortes ocorridas durante o movimento do cangaço. “Lampião era uma pessoa boa também. Ele fazia o bem para muita gente. Ele foi transformado em um homem violento e agressivo por conta das histórias contadas apenas pela volante [polícia da época], mas isso não era a pura verdade.”
Glauco Araújo
Mendonça lembrou ainda que até mesmo as volantes que perseguiam Lampião e seu bando cometiam crimes e depois colocavam a culpa no Rei do Cangaço. “Ele tinha mais fama do que currículo de bandido. Os policiais roubavam, estupravam e matavam. Depois era só espalhar pela cidade que tinha sido Lampião”, disse ele.
Medo após a morte
Para João de Souza, 43 anos, o medo instalado na mente das pessoas que viveram aquela época fez com que Lampião fosse temido mesmo após sua morte. Alguns cangaceiros, perto de completarem o centenário de vida, ainda seguem em silêncio.
“Muita gente deixou de falar e ainda não fala o que sabe sobre o cangaço porque ainda tem receio dos cangaceiros. Muitos me pedem para parar de ‘desenterrar’ Lampião”, disse o historiador, que lançou na semana passada o livro “Moreno e Durvinha - Sangue, amor e fuga no Cangaço”.
Glauco Araújo 
João de Souza é historiador e participou do projeto de restauro da casa da Rainha do Cangaço. Foto: Glauco Araújo/G1
O fato, segundo o historiador, não é querer desenterrar Lampião pura e simplesmente, mas resgatar a memória de um movimento considerado como um dos maiores símbolos da cultura nordestina. “Trabalhar com pesquisa sobre o cangaço é quase uma atividade heróica, pois muita gente ainda treme quando houve falar o nome de Lampião, principalmente os que conviveram com ele e tem histórias para contar”.
20 anos depois
O primo de Maria Bonita disse que as pessoas precisam saber de suas origens e contar as histórias que sabem ou que viveram com Lampião e o cangaço. “Eu, por exemplo, só fiquei sabendo de meu parentesco com Maria Bonita quando tinha 20 anos. Só fui conhecer meus primos e tios, todos da família de Maria Bonita, aos 40 anos.”

Mendonça conta que sua avó morreu e levou para o túmulo o que sabia sobre Lampião. “Ela mesma nunca me contou nada sobre Maria Bonita e Lampião. Quando eu tocava no assunto, ela bufava e mudava o rumo da conversa”.
saiba mais

Teatro

Por: José Pimentel

José Pimentel vai levar “O Massacre de Angico” para a Terra de Lampião.
O diretor José Pimentel (Foto) que por muitos anos interpretou Jesus Cristo no espetáculo da Paixão de Nova Jerusalém e atualmente em Recife, já está em Serra Talhada, no Sertão do Estado de Pernambuco, preparando os atores locais que vão participar da peça “O Massacre de Angico”, que estreia no dia 19 de julho, na Estação do Forró.
A peça conta a história do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que percorreu os sertões do nordeste brasileiro, e morreu em Angico (na fronteira entre Sergipe e Alagoas). Após a morte de Virgulino, o Estado passou a negociar a rendição de alguns cangaceiros, como a de Zé Sereno.
Lampião Aceso

Gif

"Serra Talhada At War"... Vai que cola?
Paródia do jogo de Guerra Call of Duty
Créditos: Marcondes Junior - Facebook

Extraído do blog: "Lampião Aceso"

Momentos eternos !

Por: Manoel Severo

Com a matéria sobre o Sítio Passagem das Pedras, há dias atras, concluímos as postagens sobre a Caravana Cariri Cangaço-GECC, que aconteceu durante todo o período de Carnaval deste ano de 2012. Desde os primeiros momentos, ainda em Fortaleza e depois passando pelo Cariri; Crato e Juazeiro do Norte; adentrando pelo estado de Pernambuco: São José de Belmonte, Serra Talhada, Triunfo, Flores, Custódia, Arco-Verde, Buique, Águas Belas e Floresta; depois Alagoas: Água Branca, Delmiro Gouveia, Olho d'Água do Casado e Piranhas; Sergipe: Canindé do São Francisco e Poço Redondo e por fim Bahia: Paulo Afonso, Santa Brígida e Jeremoabo, vivenciamos momentos realmente eternos.
Para todos nós que pesquisamos a história do cangaço, uma maratona como essa representa bem mais do que o simples fato da busca por fragmentos da verdade histórica. Quando falamos, e eu em particular, sobre a grande família de vaqueiros da história e aqui se insere a família Cariri Cangaço, não o faço por um orgulho menor; mas pela compreensão que tenho e sinto, de todo o sentimento que norteia a caminhada de todos nós ao longo dos anos, pelas trilhas desta maravilhosa caatinga.
Uma caravana como essa possui também seus próprios desafios: Os vaqueiros da história também têm suas próprias histórias, e precisamos com humildade e reverencia, nos dedicar a cada uma delas. Os relacionamentos humanos são construídos acima de qualquer coisa por, respeito, abnegação, humildade e  muitas vezes, renúncia; quando nos esforçamos para fazer assim, crescemos um pouco mais. Essa oportunidade que tivemos foi mais uma prova de toda a beleza que há no convívio harmônico pontuado por esses princípios; as diferenças quando são compreendidas nos fazem crescer e tornarmo-nos pessoas melhores .

Em nome de todos os amigos que estiveram conosco nessa maravilhosa Caravana, agradecemos aos queridos amigos e amigas que nos acolheram em seu chão, sob seu teto e diante de sol  e chuva fizeram desta Caravana Cariri Cangaço-GECC, inesquecível.
Não seria necessário dizer que já estamos nos preparando para próxima...
Manoel Severo
Extraído do blog: "Cariri Cangaço"

Memorial da PM ganha quadro com foto do tenente João Bezerra e de Lampião


O memorial da Polícia Militar de Alagoas recebeu mais uma peça que fará parte do acervo que relembra parte da história da corporação ao longo dos seus 180 anos de existência.
O quadro com as fotos do tenente João Bezerra e de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi doado pelo major Evilásio Barbosa. As imagens postas lado a lado mostram um dos principais heróis da volante que combateu o cangaço e o mais temível cangaceiro que já atuou no Brasil na década de 30.
A foto do quadro foi retirada da capa do livro “O Cangaço e as Volantes”, de Paulo Britto. O autor é filho de João Bezerra. O quadro ficará exposto no Memorial Padre Cipriano Lopes de Arroxelas Galvão, na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello.
O Memorial da PM é o pontapé inicial para a instalação.

UM ADMIRADO SANGUINÁRIO

Por: José Mendes Pereira
Na madrugada de 28 de julho de 1938, mais ou menos 5;00 horas, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, o homem que aterrorizava o nordeste brasileiro e mais procurado pelas polícias de sete Estados, Virgulino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião, foi morto pelas volantes comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva.

http://www.terceirobpm.com.br

Há vários anos que os governos nordestinos tentavam capturar o famoso e sanguinário rei do cangaço, mas sempre fracassavam nas buscas, vez que o homem era grande estrategista; chegou a conquistar uma porção de sertanejos, no intuito de não descobrirem o seu paradeiro pelas caatingas.  
Afirmam os historiadores que o primeiro a ser morto foi o capitão Lampião. Em seguida, a sua rainha, e na sequência, nove membros tiveram suas vidas eliminadas. Lampião foi por sua inteligência amado por uns e odiado por outros, e mesmo tendo sido um homem sanguinário, tornou-se o Rei do Cangaço.
Devido questões de terras, principalmente pelo sumiço de gado miúdo, Lampião enfrentou brigas com seu vizinho, o Zé Saturnino, quando o acusava de ser o responsável pelos desaparecimentos de bodes no seu rebanho.
Zé Saturnino sendo um homem de nome na localidade, e não querendo ser desmoralizado por seu vizinho, talvez pensando que reivindicando Lampião temeria e o deixaria em paz, resolveu segurar por muito tempo esta confusão.
E as brigas foram se tornando mais amiúdo, e Virgulino um jovem destemido, e que não tinha nada a perder, desobedecendo ao seu patriarca José Ferreira da Silva, resolveu formar um minúsculo grupo de cangaceiros, incluindo no seu bando os seus irmãos. Mas quem  mais se prejudicou, sem dúvida, foi a família Ferreira, que em um confronto armado, perdeu o patriarca José Ferreira da Silva, sendo assassinado pela volante policial de Zé Lucena.
 
E agora, o que faria Lampião diante de tamanha decepção, quase vencido pela volante policial, ceifando a vida do seu pai? Não tendo outra solução, já que o pai estava morto, no mesmo ano Lampião entra para a vida do cangaço de uma vez. Como já era conhecido do Sinhô Pereira e conterrâneo, assume uma vaga no seu bando de cangaceiros, levando consigo os seus irmãos.
 
Em 1922, Sinhô Pereira anuncia a desistência do cangaço, e entrega seus homens ao novo chefe de bando de cangaceiros, o Lampião.  A partir daí, ele  vive exclusivamente de assaltos, cobrando tributos a fazendeiros ricos e entra em acordo com diversos políticos, e leva a vida escondido nas caatingas, ou saía vez por outra nos lugarejos em busca de dinheiro e alimentos para o sustento do bando.
Como levava a vida fazendo desordens, Lampião tornou-se o inimigo número um da polícia nordestina, e quanto mais era procurado, mais a sua fama se estendia por todos os Estados do Nordeste, enfrentando as maiores tropas oficiais, as quais sempre eram vencidas pelos cangaceiros.
Por falta de experiência das volantes, não sabiam agradar os sertanejos, tornaram-se mais odiadas do que os cangaceiros, vez que os facínoras sabiam muito bem conquistar os camponeses, dando esmolas, promovendo festas e tudo mais, enquanto que os policiais só faziam desordens contra mulheres, decepcionando pais de famílias, com estupros contra suas filhas. Mas para aumentar a perseguição contra o temido, tudo que os policiais faziam com os camponeses, quem levava a culpa era Lampião.
Hoje, em pleno século XXI, Lampião é, e será sempre conhecido mundialmente por suas bravuras, suas táticas, estratégias, bom comandante de cangaceiros, sua forma de vingar seus perseguidores, traidores...

Faça uma visitinha a estes blogs:

Se você não gostar, fique no Mendes e Mendes

Caldeirão de Santa Cruz do Deserto

(Foto: Domínio Público)
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, no Crato (Foto: Domínio Público)
Beato José Lourenço, ao centro, figura central da aglomeração do sítio Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, no Crato.

O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto foi um dos movimentos messiânicos que surgiu nas terras no Crato, Ceará. A comunidade era liderada pelo paraibano de Pilões de Dentro, José Lourenço Gomes da Silva, mais conhecido por beato José Lourenço.
No Caldeirão, os romeiros e imigrantes trabalhavam todos em favor da comunidade e recebiam uma quota da produção. A comunidade era pautada no trabalho, na igualdade e na Religião.
Sítio Baixa Dantas
José Lourenço trabalhava com sua família em latifúndios no sertão da Paraíba. Decidiu migrar para Juazeiro do Norte, onde conheceu Padre Cícero e ganhou sua simpatia e confiança. Em Juazeiro conseguiu arrendar um lote de terra no sitio Baixa Dantas, no município do Crato. Com bastante esforço de José Lourenço e os demais romeiros, em pouco tempo a terra prosperou, e eles produziram bastante cereais e frutas. Diferente das fazendas vizinhas, na comunidade toda a produção era dividida igualmente.
José Lourenço tornou-se líder daquele povoado, e se dedicou à religião, à caridade e a servir ao próximo. Mesmo analfabeto, era ele quem dividia as tarefas e ensinava agricultura e medicina popular. Para o sítio Baixa Dantas eram enviados, por Padre Cícero, assassinos, ladrões e miseráveis, enfim, pessoas que precisavam de ajuda para trabalhar e obter sua . Após o surgimento da Sedição de Juazeiro, da qual José Lourenço não participou, suas terras foram invadidas por jagunços. Com o fim da revolta, José Lourenço e seus seguidores reconstruíram o povoado.
Em 1921, Delmiro Gouveia presenteou Padre Cícero com um boi, chamado Mansinho, e o entregou aos cuidados de José Lourenço. Os inimigos de Padre Cícero, se aproveitaram disso espalhando boatos de que as pessoas estariam adorando o boi como a um Deus. Por conta disso, o boi foi morto e José Lourenço foi preso a mando de Floro Bartolomeu, tendo sido solto por influência de Padre Cícero alguns dias depois.
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto
O termo "caldeirão", antes de dar nome ao sítio, já designava uma falha geológica formada por pedras que se enchiam de água do riacho que por ali passa. Essa estrutura natural foi muito importante para o desenvolvimento da comunidade, porque a água ficava acumulada no "caldeirão" mesmo em tempos de seca. Além do modo de vida igualitário, o Caldeirão foi um exemplo ecológico para o Nordeste. A comunidade construiu microbarragens e açudes. Fazia também um tipo de cisterna, que cobria para evitar a evaporação, armazenando a água no subsolo.
Padre Cícero concedeu ao beato o direito de habitar uma propriedade abandonada, num pé de serra. Não demorou muito, o beato atraiu cerca de 500 famílias para o local, onde fundaram um vilarejo, a comunidade Caldeirão, no Sertão do Cariri.

A comunidade prosperou. As famílias habitavam casas simples, mas tinham trabalho, escolha, igreja, atividades culturais, religiosas e de lazer. Tudo era em sistema de mutirão e não recebia ajuda externa. O Caldeirão era formado por retirantes de diversos estados do Nordeste. Tornou-se uma comunidade auto-suficiente, até mesmo ferramentas de trabalho eram fabricadas no local.
A agricultura era tratada de forma ecologicamente correta. Os moradores do local cuidavam da preservação do solo, dos mananciais hídricos, da fauna e flora, cujas explorações atendiam às normas específicas da comunidade. Criações de bovinos e caprinos garantiam o fornecimento de carne e leite. As peles transformavam em peças de artesanato. A produção atendia ao consumo interno, e o que sobrava, vendiam para as cidades próximas como Juazeiro do Norte e Crato, gerando economia para a compra de produtos necessários à sobrevivência das famílias. A terra e os meios de produção eram de propriedade coletiva.
Balas caindo do céu
Em 1937, sem a proteção de Padre Cícero, que falecera em 1934, a fazenda foi invadida, destruída, e os sertanejos divididos, ressurgindo novamente pela mata em uma nova comunidade, a qual em 11 de maio foi invadida novamente, mas dessa vez por terra e pelo ar, quando aconteceu um grande massacre, com o número oficial de 400 mortos. Foi a primeira ação de extermínio do Exército Brasileiro, e Polícia Militar do Estado do Ceará. Acontecera o primeiro ataque aéreo da história do Brasil. Os familiares e descendentes dos mortos nunca souberam onde encontra-se os corpos, pois o Exército Brasileiro e a Polícia Militar do Ceará nunca informaram o local da vala comum na qual os seguidores do Beato foram enterrados. Presumi-se que a vala coletiva encontram-se no Caldeirão ou na Mata dos Cavalos, na Serra do Cruzeiro (região do Cariri).
Santa Cruz do Deserto
Composição: amélia coelho/beto lemos

O beato zé lourenço
Seguidor do padre cícero
Fez seu sonho coletivo
Com coragem e devoção
Tudo era de todos
Na fazenda caldeirão

O beato sofredor
O beato penitente
O beato resistente
O beato acolhedor
Que acolheu os retirantes
De terras distantes
Fugidos da dor

Ê milagre do boi
E o que aconteceu depois
Abriu as portas prá perseguição
Ê do sonho a devastação
O que era gritos de seca
Virou canto e louvação

E na poeira da estrada
Gente assassinada
Me aperta o coração
Uma cruel covardia
Recordo aquele dia
Foi grande a aflição

Ê milagre do boi
E o que aconteceu depois
Abriu as portas prá perseguição
Ê do sonho a devastação
Ouve-se um grito de morte
Acabou-se o caldeirão

POR: ALANA FIGUEIRÊDO, ALLISON, ANA CAROLINE, ANTONIO, CHARLENNE, FILIPE, JANIO MAYK, LUCAS, TIAGO.

Últimas notícias de Chico Anysio: mulher comemora melhora do humorista


Malga Di Paula compartilhou a boa notícia com seus seguidores no Twitter
Chico Anysio vem apresentando melhoras em seu estado de saúde. A boa notícia foi compartilhada por sua mulher Malga Di Paula no Twitter. Na noite da sexta-feira (9), ela publicou em sua página.
- A caminho do hospital pra ver o maridão.
Algumas horas depois, ela comemorou a melhora do humorista.
- Chico está muito melhor. Incrível a capacidade dele de reação. Pra mim não há outra explicação para ele estar assim, acho que é resultado de muitas orações e uma imensurável vontade de viver. Obrigada a todos mais uma vez.
O humorista está internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, desde o dia 22 de dezembro quando deu entrada no hospital por causa de uma hemorragia digestiva. Ainda não há previsão de alta.

LAMPEÃO DE A a Z

Autor: Paulo Medeiros Gastão
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Kiko e Paulo Gastão - sentados - Ivanildo silveira, Rostand Medeiros, João de Sousa Lima e Lívio Ferraz
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AS ÁRVORES FRUTÍFERAS DO MEU POMAR (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

AS ÁRVORES FRUTÍFERAS DO MEU POMAR

Desde que nasci, lá pelos idos dos anos 60, que cultivo um pomar de árvores frutíferas. Ainda pequenino, molecote sertanejo filho de Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo, comecei a semear as espécies que hoje dão os seus frutos.
Contudo, não imaginem que o meu pomar repousa num quintal ou num pedaço de terra qualquer. Do mesmo modo, não pensem que suas árvores são do reino vegetal, com raízes que adentram na terra, troncos que se alargam ou se alongam, e galhagens e folhas que se retorcem no outono.
Não pensem assim porque não encontrarão o pomar em qualquer endereço nem dele colherão qualquer fruta madura, amarelinha e saborosa, ao amanhecer. Ora, meu pomar está em muitos lugares, é onipresente, vive todas as cores das quatro estações a um só tempo, possui frutas que dão o sabor que pretendo ter naquele momento, possui arvoredos que estão na minha mente.
O meu pomar, esse meu pomar que está onde estou e mais adiante, mas que também se esconde quando assim pretende a minha natureza, é verdejante do sangue que escorre nas minhas veias, mas também é seco e esturricado pela acidez do suor do meu sol cotidiano. É sombreado e ensolarado demais, tem a mansidão e o aconchego da brisa e também o calor de fornalha.
Mas é desse pomar tão tudo e tão nada que vivo colhendo o alimento da sobrevivência. Se quero o azedume na fruta me chega o fruto da saudade, da recordação dolorosa, do sofrimento tanto. Se quero a delícia adocicada inverto toda a saudade e sofrimento e digo a mim mesmo que a vida é feita de superações. Se quero apenas tocar o fruto e imaginar seu interior é como se um espelho estivesse em minhas mãos.
Avisto uma goiaba madura - dessas que me fazem espantar passarinho - que algum dia cairá de passada e eu jamais morderei a sua carne amarelo-avermelhada, rósea, tão sensual. Já me aconteceu isso um dia, noutro pomar chamado amor, e noutra árvore chamada mulher, numa manhã chamada namorada. Com apetite dos adolescentes, jamais pude colher a fruta. Depois soube que passarinhos engoliram até as sementes.
Vejo uma manga grande, bonita, viçosa, porém ainda verdosa. Não sei se será doce ou azeda porque as árvores do meu pomar confundem tudo para me confundir. O fruto amarelinho, oloroso, magnífico por fora, mas insuportável de se dar a segunda mordida. E o contrário acontece também, pois já senti sumarento adocicado naquilo que à primeira vista não merecia nenhum valor. Mas dizem que tudo na vida é assim também, coisa que não sei. Aliás, não sei nada na vida, a não ser viver dos exemplos colhidos no meu pomar.
Outro dia, sem que eu soubesse que existia, pois nunca plantei, encontrei um pé de araçá, um araiçaizeiro, com seus pequeninos, misteriosos e encantadores frutos. Poucas frutas são menores do que o araçá, mas com certeza não haverá outra igual no sabor, na doçura que tem, no prazer que proporciona em experimentar gulosamente. Mas é tão difícil de se encontrar na natureza que muitos preferem chamar o araçá de amor.
E quando olho e sinto o araçá ainda desnudo, apenas florindo, lembro que antes que nasçam os seus frutos tenho que sair por aí valorizando mais as pequenas coisas, tudo aquilo cujo significado não está no tamanho nem na aparência, mas principalmente na sua essência. Pelo exemplo do araçá, descubro que há de se perder a presunção negativa sobre tudo, que não nenhuma virtude em avaliar o outro pela simples aparência.
Mas estou pensando em plantar novas árvores no meu pomar. Arvoredo novo, novas espécies, sabores diferenciados.  Gosto da carambola fria e rejeitada como a solidão, gosto do sabor grudento do sapoti, me acostumei ao sabor travoso do caju, aprecio o cheiro lilás da jabuticaba, sem falar do que já é conhecido demais. Mas agora vou plantar mudas de alegria, de esperança e de contentamento. Verdade é que ando triste e solitário demais.

Rangel Alves da Costa*
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Filosofia matuta (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Filosofia matuta


Me arresponda:
você sabe
quanto tempo
o tempo tem
o que está
longe do horizonte
e mais além
e o que nunca vai
porque não tem
nenhum vintém?

lhe arrespondo:
o tempo tem
o tempo de cada ter
além do horizonte
nada mais existe
porque não se vê
e o que se quer
não faz viagem
porque não precisa
de passagem
apenas acontecer...

por isso que digo
e repito sempre
que é melhor perguntar
pelo nome do que
coisa difícil demais
de se  responder
se ninguém sabe
de si mesmo
nada mais poderá
conhecer.

 
Rangel Alves da Costa

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com