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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Perdemos o Profetinha...


Um dos destacados membros de nossa confraria, já não se encontra entre nós. José Jeová Cisne, carinhosamente chamado por todos do GECC, como "Profetinha", faleceu neste último sábado na região Norte de nosso estado. Profetinha por muitas oportunidades esteve a nosso lado percorrendo as imensidões do sertão, palmilhando passo a passo a história do cangaço nordestino. 

Não teve a oportunidade de realizar um de seus desejos: Participar do Cariri Cangaço, o que faria certamente este ano... Mas de onde ele estiver estará torcendo por toda essa grande família de vaqueiros da história. José Jeová Cisne era tio dos confrades Antônio Tomaz e Afrânio.

José Jeová Cisne na grota do Angico

À família enlutada e a todos os amigos, o abraço do
GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e do
Conselho Cariri Cangaço.

Ângelo Osmiro
PRESIDENTE DO GECC
Manoel Severo
CONSELHO CARIRI CANGAÇO

Extraído do Cariri Cangaço

Guerreiros do Sol em sua 5ª Edição


Guerreiros do sol, em nova edição, é um estudo fiel e detalhado do cangaço no Nordeste brasileiro. O assunto é apresentado sob vários aspectos, entre eles o condicionamento socioeconômico gerado pelo ciclo do gado. O autor, Frederico Pernambucano de Mello, considerado um dos grandes especialistas no assunto, utilizou extensa documentação histórica para pesquisar o cangaço, além de coletar informações em jornais, depoimentos escritos e orais e na poesia sertaneja. 

Neste livro, que conta com prefácio de Gilberto Freyre, são mostrados tipos humanos que encontramos hoje e que surgiram já nos primeiros dias da colonização - o valentão, urbano ou rural, o cabra de bagaceira, o jagunço, o cangaceiro. Mas o autor não descreve apenas na particularidade o reflexo da violência que há muito tempo se manifesta em nosso país; analisa também o que chama de "cangaço meio de vida", "cangaço vingança" e "cangaço refúgio". 

Ariano Suassuna define assim a obra do autor: "Sem sombra de dúvida, a teoria do escudo ético de Frederico Pernambucano foi a única que, até o dia de hoje, me pareceu convincente: foi a única que explicou a mim próprio os sentimentos contraditórios de admiração e repulsa que sinto diante dos cangaceiros".


Sobre o autor: Frederico Pernambucano de Mello possui formação em História e Direito, sendo Procurador Federal [aposentado] no Recife, cidade onde nasceu. Na Fundação Joaquim Nabuco, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987, período em que se especializou, sob a orientação deste, no estudo da História Social da região Nordeste do Brasil, especialmente em seus aspectos de conflito, tendo publicado os seguintes livros: Rota batida: escritos de lazer e de ofício(Recife, Edições Pirata, 1983), Guerreiros do sol (ora em 5ª edição pelo selo A Girafa), Quem foi Lampião (Recife – Zürich, Stähli Edition, 1993, ora em 3ª edição), A guerra total de Canudos (Recife-Zürich, Stähli Edition, 1997, ora em 2ª edição pelo selo A Girafa), Delmiro Gouveia: desenvolvimento com impulso de preservação ambiental (Editora Massangana/ Fundação Joaquim Nabuco-CHESF, 1998), Guararapes: uma visita às origens da pátria (Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2002),  Tragédia dos blindados: a Revolução de 30 no Recife (Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2007), Estrelas de couro: a estética do cangaço (2ª edição, Escrituras Editora, obra finalista do Prêmio Jabuti 2011 nas categorias Produção Gráfica e Ciências Humanas) e prepara a biografia Benjamin Abrahão: entre anjos e cangaceiros, a ser publicado pelo selo A Girafa. Possui diversos prêmios literários, a exemplo dos concedidos pela Academia Pernambucana de Letras e pelo Governo do Estado de Pernambuco, através da Fundarpe, além de distinções honoríficas civis e militares, dentre as quais a Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco, a Medalha do Pacificador e a Ordem do Mérito Militar do Exército Brasileiro. É membro dos Institutos Históricos de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, e da Academia de História Militar Terrestre, tendo sido curador internacional da Fundação Bienal de São Paulo e presidente da União Brasileira de Escritores – Seção de Pernambuco. Na Academia Pernambucana de Letras, ocupa a cadeira 36 desde o ano de 1988. Pela originalidade de seus estudos, pelo volume da obra que produziu, e por se dedicar a aspectos de nossa história considerados ásperos e de pesquisa difícil, tem sido considerado, sobretudo no meio acadêmico paulista, o “historiador do Brasil profundo”, na palavra do professor Nelson Aguilar.

A Girafa e Girafinha são selos editoriais da Editora Arte Paubrasil

Editora Arte Paubrasil

Rua Caravelas, 187 – Vila Mariana
04012-060 - São Paulo, SP, Brasil
Tel.:             (11) 5085-8080      

Assessoria de imprensa – Carmen Barreto 

Tel.: (11) 5904-4499 / 4492

Extraído do blog: "Cariri Cangaço"


Cangaceira Aristeia, o último documento; A Certidão de Óbito

Por: João de Sousa Lima

Quem vem acompanhando as notícias da morte de ARISTEIA pode  guardar uma cópia da sua certidão de óbito para futuras comprovações ou registros documentais.


Abaixo segue algumas fotos da ex-cangaceira, inclusive uma fotografia onde ela está sorrindo, precisamos lembrar dela assim, com um belo sorriso no rosto.


Uma das últimas  fotografias


Uma imagem que traz recordação


Um sorriso inesquecível

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima






ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA| Caldeirão Político

ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA Caldeirão Político

Material sobre Asa Branca em Natal

Por: Rostand Medeiros

Amigo Mendes,

Como prometido segue o material do dia 26 de julho de 1928, do jornal "A Republica", de Natal.

O cangaceiro Asa Branca

Veja que Asa Branca começou a cumprir sua pena em Natal, sendo recambiado para Mossoró, junto com seus dois companheiros de prisão.

Viúva de Asa Branca - Francisca da Silva Tavares

O fato da segunda esposa de Asa Branca não saber disso deve ser bem simples; ele não contou a ela, porque achou que não valia a pena.

Imagino que alguém que passou vários anos na cadeia não tinha maior interesse em falar nisso. è o que eu acho.


Aconselho a você imprimir este material e mostrar aos familiares dele, para que conheçam um pouco mais de sua história.

Um abraço.

Do amigo

Rostand Medeiros

"LAMPEÃO DE A a Z"

Autor: Paulo Medeiros Gastão

O mais novo trabalho do professor, escritor, pesquisador e fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Paulo Medeiros Gastão.


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Bernardino Madureira de Pinho

Por: Rubens Antonio

Bernardino Madureira de Pinho nasceu a 30 de agosto de 1879, filho de Virgílio Tourinho de Pinho e Mariana de Senna Madureira.
Em fevereiro de 1893, ainda menino, discursou, no Teatro Politheama, em Salvador, pedindo a Ruy Barbosa para realizar uma conferência no Theatro São João, em benefício de 50 órfãs do Asilo de Nossa Senhora de Lurdes de Feira de Santana.
Apreciador da Antiguidade Clássica, deu aos seus filhos os nomes de Demósthenes,Péricles e Demades.
Bacharel em Direito, fez campanha presidencial para o mesmo Ruy Barbosa.
Participou com Ruy Barbosa do seu périplo pelo sertão baiano, em 1919. Quando este esteve em Senhor do Bonfim, em 5 de dezembro de 1919, acompanhou-o, aparecendo na foto à entrada do palacete em que se hospedaram, pertencente, então, ao coronel Antonio Felix Martins.
Madureira de Pinho é o calvo de bigode, à direita, na foto.
Acompanham-no nesta fotografia também, além de Ruy Barbosa, Antonio Felix Martins, Salustiano Figueiredo, Cordeiro de Miranda e Francisco Esteves da Silva Bernardino.

 

Foi nomeado Secretário da Polícia e segurança Pública, pelo Governador Góes Calmon, em outubro de 1925, permanecendo no governo Vital Soares.
Foi o nomeador e grande apoiador dos comandantes militares na estratégia baiana de confronto ao Cangaço.
Nelson Pinto, em palestra sobre sua Biografia, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, quando do centenário do seu nascimento, a modo de “Elogio”, lançou:
“LAMPEÃO era um fruto do Nordeste brasileiro e, no seu tempo, tudo no sertão era seu aliado: a topografia, a distância, a caatinga, o pavor das populações, a falta de estradas e de transportes etc., etc. Basta que se registre que MADUREIRA “não poupou sacrificios, numa luta que não dependia da eficiência das autoridades policiais”. Igualmente, foram “notórias as qualidades de resistência, de arguta inteligência e de bravura do soldado baiano”.”
O avanço dos eventos da Revolução de 1930, fez com que se exonerasse, “a pedido”, em 8 de outubro de 1930, sendo subistituído pelo bacharel em Direito Francisco Prisco de Souza Paraíso.
Preso e processado pelos vitoriosos, após liberto, reintegrou-se apenas moderadamente na vida social e política baiana.
Desestimulado a permanecer na Bahia, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde já viviam seus filhos.
Faleceu a 15 de maio de 1950.

Para utilizar as matérias deste blog, atentar para:
Como citar

Enviado pelo Professor Rubens Antonio, 
proprietário do blog: "Cangaço na Bahia"

Ruy Barbosa no Sertão... um toque no Cangaço

Por: Rubens Antonio
Rui Barbosa

A visita de Ruy Barbosa ao sertão, no bojo das suas campanhas, guarda uma interessante relação com o Cangaço. Isto por ele ter sido acompanhado por seu discípulo Bernardino Madureira de Pinho.
Quando do início da campanha contra o Cangaço, na Bahia, Madureira de Pinho exercia a função de Secretário de Polícia e Segurança. Somente perdeu a função quando derrubado o governo baiano pela Revolução de 1930.

 

Foto de Ruy Barbosa, em Senhor do Bonfim, em 5 de dezembro de 1919, à entrada do palacete em que se hospedou, pertencente, então, ao coronel Antonio Felix Martins. 
Acompanham-no nesta fotografia Antonio Felix Martins, Salustiano Figueiredo, Cordeiro de Miranda, Francisco Esteves da Silva e Bernardino Madureira de Pinho. Madureira de Pinho é o calvo de bigode, à direita, na foto.
A matéria no “Correio do Bomfim”, datado de 5 de dezembro de 1919: RUY BARBOSA NO SERTÃO.  Seja bemvindo á nossa terra o Maior dos Brasileiros
Neste epocha de prosaismo deprimento, de preguiça espirital, quando as energias se externam em questiunculas sucessivas, quando, aos beijos das portadas frigidas das desilusões, emmerchece numa agonia extranha a bella flor do patritismo, quando, desalentada e triste, a gente simples do sertam caminha para a convicção perigosa do desespero absoluto de todas as virtudes que formam o caracter cotectivo, assegurado pelo severo cumprimento da lei e respeito à Justiça, a visita providencial desse velhinho glorioso assemelha–se a uma alvorada de crença desabrochando radiosa numa alegria de ressurreição.
Vibram as energias adormecidas a essa voz de apostolado inspirado. Clangoram festivas as manifestações grandiosas.
Opera–se o milagre. A carcassa do velho organismo se movimenta, toma proporções, erguq–se e vai ao encontro do sol.
É o povo. É o povo do sertão que acorda para affirmar a sua existencia, para revelar, num surto magnifico, a sua alma deslumbrada aos clarões do dia que desponta... 
Os desesperados meditam.
É a energia portentosa desse homem extraordinario que desce em effluvios beneficos, chamando–nos ás responsabilidades da vida, á lucta pelo ideal.
Nem tudo está perdido, graças a Deus.
Ruy Barbosa, o maior dos brasileiros, a alma da Republica, o chefe da democracia brasileira, vem ao interior trazer–nos, com os seus setenta annos de gloria, com o fulgor da sua palavra, o banho de fé, a alleluia da nova era que começa a raiar.
Bemdito sejas, ó intemerato lutador!
Bemdito sejas pelo que tens feito, pelo que fazes agora na terra do sol, pelo que farás ainda pela grandeza do nosso Brasil!
Ave!
Chega hoje a esta terra o Maior dos Brasileiros.
A honra excepcional que nos cabe dessa visita, o facto estupendo que vamos registrar, assignalando a pagina mais fulgurante, talvez, da historia desta terra, não chegam para o alcance de todos. Mas, mesmo assim, devemos pesar profundamente a responsabilidade que assuminos, procurando cercar o grande homem de todo o nosso carinho.
Aos filhos de Bomfim, especialmente sobre quem de preferencia recae essa elevada missão de rodear esse ancião admirado pelo mundo, de tudo quanto não lhe possa impressionar mal; aos nossos patricios, sem distincção de classe ou partidarismo injustificavel no momento, lembramos esse dever elevado.
E si porventura algum insensato, – em caso nenhum um filho de Villa Nova, pois isso é inadmissível – tentar interromper a harmonia grandiosa dessa festa do povo, digamos com antecedencia – a lama não atinge o sol. Bomfim quer Ruy Barbosa no seu seio, Bomfim se orgulha e se desvanece dessa distincção com que a honram. Viva Ruy Barbosa!


povo.

No patamar do palacete de hospedagem, para que todos possam ver e ouvir, será pronunciado um unico descurso de saudação – o do orador official dr. João Martins da Silva Telles.

Sobre as demais solemnidades, o programma a ser distribuido hoje melhormente orientará ao publico.A Comitiva

dr. Ernesto Simões Filho
dr. A.G. Medeiros Netto
dr. Bernardino Madureira de Pinho
dr. JoséGabriel de Lemos Britto
prof. de. Fernando S. Paulo
prof. dr. Alvaro de Carvalho
dr. Horacio Cartier, redactor da “A Noite,” do Rio de Janeiro
dr. Raphael Gordilho
dr. Fiel Pontes
dr. Amador Cysneiros, representante do “O Malho” e outras revistas illustradas do Rio de Janeiro
dr. Clovis Spinola, representando o “Correio da Manhã” do Rio de Janeiro
dr. José Cordeiro de Miranda
dr. Archimedes Pires (representando a “A Hora”)
dr. Antonio Marques dos Reis (do “Diario de Noticias”)
dr. Porto da Silveira (redactor do “Diario da Bahia”)
academico João de Mattos Filho (reporter do “O Imparcial”)
As Homenagens
Entre as diversas homenagens projectadas nesta cidade ao eminente brasileiro, figuram:
– A Sociedade “União e Recreio” inaugurará o retrato de Ruy Barbosa no salão nobe de seu edificio. O retracto é uma bella obra d’arte.
O acto da inauguração deverá revestir–se de toda a solemnidade, sendo a hora annunciada com antecedencia. O edificio da brilhante corporação já está ornamentado com muita arte e bom gosto.
– A infancia de Bomfim, guiada pela exma. d. Semirames Oliveira e outras exmas. senhoras da nossa melhor sociedade, cimprimentará o grande homem, indo á sua presença offerecer–lhe um ramalhete de flores. A menina Adelia Kauark saurará o amigo das crianças, em nome de suas companheiras.
– A Liga das Adeptas da Unição e recreio, de que faz parte a mais bella representação feminina desta cidade, entregará ao excelso patricio um cartão de ouro, com dizeres significativos, destinado á Mme. Ruy Barbosa.
– As senhorinhas bomfinenses, cujo enthusiasmo é indescriptivel, pretendem dar um cunho excepcional ás festas, tomando parte em todas as solemnidades.
– O commercio local, num rasgo de civismo para o qaul não regatearemos applausos, resolveu designar uma commissão que o represente nas homenagens ao Senador Ruy Barbosa, a qual se compõe dos srs. cel. Edeltrudes Ferreira da Silva, José Francisco de Carvalho, Arthur Machado, Manoel Teixeira do Amaral e Aurelio Freitas. Espera–se tambem o fechamento de suas portas na tarde de hoje e de amanhã.
A Conferencia

A conferencia do grand ebrasileiro deverá ser realizada amanhã á tarde ou á noite, provavelmente na Praça Benjamim Constant, por offerecer logar sufficiente para se agglomerar a immensa multidão que anceia ouvir a palavra oracular do mestre.
Ultima hora

Pelos telegrammas recebidos por esta redacção, sabemos que o egregio patricio, ao partir da Capital, recebeu extraordinaria ovação do povo.
Em Alagoinhas o enthusiasmo popular attingiu proporções extraordinarias.
E em toda a parte por onde o apostolo passa, pregando ao povo os principios da liberdade, uma vibração intensa sacode as multidões, preparando–as para a luta que ahi vem e na qual se decidira a sorte da nossa Bahia.
– Para a glorificação de Ruy Barbosa, desde a semana passada que chega povo de todas as localidades visinhas, calculando–se em mais de duas mil pessoas vindas exclusivamente ver, ouvir e applaudir delirantemente o pontifice da nossa democracia.
Os commodos nos hoteis se esgotaram.
– Hontem a recepção da Philarmonica “15 de Novembro” de Campo Formoso, feita pela sua co–irmã “União e Recreio” desta cidade, revestiu–se de grande brilho.
Ao chegar á gare da estrada de Ferro, entre espoucar de foguetes, foi a “15” saudada pela palavra inspirada de dr. Xavier da Costa, agradecendo em bello improviso o sr. dr. João Martins Telles.
Em seguida as duas philarmonicas realizaram enthusiastica passeata pela cidade, vindo até em frente a esta redacção onde foram erguidos repetidos vivas ao grande Ruy Barbosa – a bandeira sob a qual se agrupa, neste moment, todo o povo da Bahia para a cruzada gloriosa do seu soerguimento.

Enviado pelo autor deste e administrador do blog: "Cangaço na Bahia": 
Rubens Antonio

GECC Convida.

Wilton Dedé

O GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e o Conselho do Cariri Cangaço, convidam a todos para a solenidade de posse do confrade José Wilton Soares e Silva, nosso estimado "Dedê", em uma das cadeiras do ICC - Instituto Cultural do Cariri; a se realizar nesta sexta-feira, às 19:30H na sede do instituto, sito à Praça Filemon Teles, em Crato, Ceará.

Ângelo Osmiro
Presidente do GECC 

Manoel Severo
Presidente do CCC

Extraído do Cariri Cangaço



Haroldo Felinto para Jorge Bonessi

Por: Haroldo Felinto

Caro escritor Jorge Bonessi,


No momento em que passamos pela triste notícia descabida daquele Juiz, querendo deturpar a imagem de Lampião, é de grande monta que as duas amostras internacionais de longa metragem apaguem o acontecimento citado.

Agradeço pela informação, informando-lhe que o lançamento de meu livro que se encontra no prelo: 


Curiosidades e Fatos sobre Lampião, que tem o prefácio do colega historiador 


Osmiro Barreto e a orelha do livro pelo 

Danielle e Severo

Severo,  será lançado no  mês de março deste ano. A data do lançamento será avisada.  Conto com sua aquiescência  em divulgar para toda cúpula do GECC,  colegas, amigos de seu convívio social. Fraternalmente agradecido, Haroldo Felinto.

Enviado pelo Capitão Alfredo Bonessi

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UMA RADIOLA AO LUAR


Rangel Alves da Costa*

Sorte teve o meu pai, que lá pelos tantos idos de 1940 nasceu num sertão ainda virgem, matuto mesmo, de inocência cabocla e de infinito prazer da vivência na terra árida e cativante.

Naquela época certamente a natureza sertaneja ainda estava com o seu corpo imaculado, sem ter sofrido quaisquer desses abusos que hoje em dia nos faz entristecidos. Havia a sequidão pelos campos e matarias sim, pois sem as secas sertão não é sertão. Havia a pobreza grassando de palmo e palmo sim, pois a miséria parece ser filha do lugar e parente de todo mundo.

Mas havia muito mais, muito mais coisas encantadoras que amenizavam os sofrimentos e faziam o sertanejo viver na felicidade que somente ele sabe possuir, pois agradecido demais a Deus pelo galo cantando no alvorecer, pelo cuscuz e o leite tirado do peito da vaca, pelo café quentinho e pelo olhar que encontra sempre um dia bonito para viver.

Sertão é assim mesmo, seu moço! Bicho e poesia, cantiga e lamentação, bom dia e inté mais se ver, boa sorte e que Deus lhe ajude! E pelos caminhos que cortam a vida, os barracos se espalhando feito galinha no terreiro, bicho no berreiro, qualquer coisa no cercadinho e o prazer imenso de dizer isso é meu. Não tem nada não, seu moço, mas tudo é dele. É dele porque o sertão é dele e ele é o sertão em pessoa.

Meu pai nasceu num lugar assim, nessa vastidão sertaneja onde tudo mundo era feliz e não sabia. Somente mais tarde, quando o filho de Dona Emeliana e Seu Ermerindo ouviu pela primeira vez uma autêntica cantiga sertaneja, um legítimo violar caipira, é que começou a juntar a letra da moda de viola com a terra que pisava e a realidade vivida e decisivamente concluiu que as belezas do sertão são melodias de se caminhar e pegar com a mão.


Foi nesse momento que a viola caipira de Tonico e Tinoco entrou melodiosamente no coração de Alcino. 


Aquele rapaz, já político e prefeito do lugar, logo ao amanhecer escurecido ligava seu velho e potente rádio Philips, de quase meio metro de diâmetro, e sintonizava nas emissoras paulistanas onde sabia que não demoraria muito para ouvir a voz inconfundível da dupla coração do Brasil.

Sou filho - e por isso mesmo posso falar - que o rapaz já casado ainda assim era um inveterado namorador. Todo mundo sabe disso até hoje. 

Assim, quando um dia um primo seu chegado do sul lhe trouxe de presente uma radiola portátil novinha, pequenininha e azul, todas as noites, e sempre já em altas horas, Alcino seguia em direção à praça da matriz, colocava seu toca-discos em cima de um banco e ia escolhendo a dedo as músicas de Tonico e Tinoco.

Muitos dizem que ele fazia serenata louvando as belezas do luarar sertanejo, outros afirmam que era serenata mesmo, mas com outras motivações apaixonadas. De qualquer sorte, invariavelmente se ouvia todas as noites “Tristeza do Jeca”, “Eu e a lua” e “Pé de ipê” nas doces e inconfundíveis vozes de Tonico e Tinoco.

E se ouvia na “Tristeza do Jeca”: 

“Nestes verso tão singelo
 minha bela, meu amor 
pra você quero contar 
o meu sofrer e a minha dor 
Eu sô igual a um sabiá
 quando canta é só tristeza
desde um galho onde ele está
 nesta viola eu canto e gemo de verdade 
cada toada representa uma saudade...”.

Na “Eu e a lua”: 

“Eu me desperto em arta madrugada 
Em arvorada ponho-me a cantar 
Em tom profundo lamento em meu pinho
Triste sozinho vivo a recordar
 Vem ouvir ingrata quem deixou de amar
 Somente a lua no céu estrelado
 Está a meu lado, surgiu num clarão
 E tu querida nem abre a janela
 Vem ouvir donzela a minha canção 
Tu foi aquela muié sem coração...”.

E “Pé de ipê”: 

“Eu bem sei que adivinhava 
quando as veiz eu ti chamava 
de muié sem coração 
Minha vóiz assim queixosa 
vancê é a mais formosa 
das cobocra do sertão 
Certa veiz tive um desejo
de prová ao meno um beijo
 da boquinha de vancê 
Lá no trio da baixada
 pertinho da encruziada 
debaixo de um pé de ipê...”.

Até hoje, já depois dos 70 anos, Alcino continua ainda mais apaixonado pela autêntica música caipira. Naqueles idos suas paixões eram muitas e até dizem que muitas eram as mocinhas que choravam nos travesseiros ou pertinho das janelas, com os apertos nos corações que sempre chegam altas horas da noite e com a serenata sertaneja de Alcino.

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com 

Enviado pelo poeta e escritor: 
Rangel Alves da Costa  

Viva Luiz: o Brasil conhece um mestre

 

1961 - Morre Santana, mãe de Luiz Gonzaga, de doença de Chagas. O compositor Rosil Cavalcanti estreia nesse ano com a marchinha Faz Força Zé, em disco 78 rpm.

Dona Santana e Januário - pais de Luiz Gonzaga

1962 – O disco Ô Veio Macho desse ano sai com seis composições inéditas do novo parceiro de Luiz Gonzaga, o paraibano José Marcolino. É o maior feito desse gênero em termos de lançamento de obras de outros parceiros. O compositor João do Vale estreia nesse ano obra luiz-gonzaguiana. Morre o compositor Zedantas, aos 42 anos de idade.


1963 – Músicas destaques do disco Pisa no Pilão (A Festa do Milho), Pronde tu vai, Baião? e a música desabafo de Luiz Gonzaga, o clássico A Morte do Vaqueiro, em homenagem a Raimundo Jacó, o vaqueiro primo do Rei do Baião, assassinado.
1964 – No disco Sanfona do Povo, desse ano, começa a se popularizar o caso do roubo da sanfona de Luiz Gonzaga. Ele lança, também nesse ano, o disco da toada A Triste Partida, do poeta cearense Patativa do Assaré.
1965 – Lança o disco Quadrilhas e Marchinhas Juninas, com lado instrumental do repertório junino-joanino luiz-gonzaguiano. No outro lado do disco se destacam polquinhas de José Marcolino. O cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré grava a Asa Branca, a primeira manifestação de reverência de artista jovem da MPB, dos anos 60 do século XX, à obra imortal do Rei do Baião.

 

1966 – Luiz Gonzaga amargando desprestígio da sua gravadora, ausente da mídia de televisão, com as vendas de disco em baixa, vive a sua pior crise da carreira artística após o reinado do baião. Nesse ano, ele não grava disco nenhum.  Mas publica a sua biografia O Sanfoneiro do Riacho da Brígida – Vida e Andanças de Luiz Gonzaga – o Rei do Baião, de autoria do paraibano Sinval Sá.
1967 - Os líderes do movimento Tropicalismo, os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil, expoentes da nova geração da Música Popular Brasileira dessa década, dizem na imprensa da influência de Luiz Gonzaga na formação deles e da MPB em geral. O jornalista Carlos Imperial espalha o boato da gravação Asa Branca, pelos Beatles. Luiz Gonzaga, de novo notícia, é convidado para programas, inclusive de televisão, e ganha dinheiro, numa fase financeira dele bastante crítica. Lança o disco Óia Eu Aqui de Novo, em tom de volta por cima. É o ano de O Xote dos Cabeludos e do disco O Sanfoneiro do Povo de Deus, o de maior conteúdo religioso popular da sua carreira.

Gil, Dominguinhos e o seu Lula, em 1980

1968 – É o ano do disco Canaã de Luiz Gonzaga. O destaque são as músicas de autoria de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Jr. de conteúdo profético, libertário e de protesto, gravadas nos dias da implantação do Ato Institucional Nº 5, o famoso AI-5, que instaurou a fase mais aguda de censura do regime militar no Brasil, de 1964 a 1984. (Fonte: http://www.museuluizgonzaga.com.br)


Já que entramos nesse assunto... Luiz Gonzaga e a Ditadura (publicado no jornal Folha Solta de dezembro de 2011)
Março de 1972, ditadura militar no auge, Luiz Gonzaga se apresenta no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro. Na plateia, políticos, como o deputado cearense Armando Falcão, intelectuais e, em grande parte, jovens estudantes opositores ao regime. Luiz não tinha sequer ideia do papel desempenhado pelo dois únicos partidos políticos existentes, o MDB e a Arena. Seu interesse pela política era zero, porém seu discurso parecia bastante politizado.
Durante a apresentação, se colocou numa situação constrangedora ao brincar com o amigo, então deputado, Armando Falcão, um "general civil". Contou quando foi convidado para tocar numa república de estudantes cearenses, no Rio: "Me apresentaram o presidente da república. Sabem quem era? Armando Falcão! E o homem quase que foi o presidente da República, mesmo! Bacharel, deputado, líder, ministro... faltou pouco para ser presidente da República! Foi no governo de Juscelino que ele manobrou, manobrou na política... Tem nada não, nós tamo aí, o senhor na sua e eu na minha..."
Em outro momento,  ao apresentar uma de suas músicas, disse: "Êh, sertão! Sertão das fultricas, sertão dos políticos enganadores, enhin deputado?" Aplaudido, com seus causos, Gonzagão arrancou risos da plateia que reconhecia sua ingenuidade política. Para alguns, Luiz Gonzaga foi um entusiasta da ditadura militar, mas, no mesmo show de 1972, o rei do baião declara: "minha cooperação é tocar!"

Postado por Ailton Fernandes

Extraído do blog: "Luz de Fifó"

Hoje na História - 07 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 07 de fevereiro de 1915 o jornal O Mossoroense anunciava a chegada a Mossoró do primeiro trem da Companhia Estrada de Ferro de Mossoró, em viagem experimental entre Porto Franco e esta cidade. A locomotiva vinha dirigida pelo maquinista João Marques de Melo, sendo foguista João Delmiro de Melo, além de Inácio Lopes como mestre de linha. A cidade tomou aspecto desusado, com a ansiedade demonstrada pela população em presenciar a chegada da possante máquina à estação improvisada no local em que hoje está construída a mesma, na praça Roderick Creandall.

Houve regozijo, com vivas e aplausos pela presteza com que foi construído o trecho ferroviário de Porto Francisco a Mossoró, confiada à tenacidade dos técnicos e construtores Sabóia Filho e Pedro Leopoldo.
A inauguração do trecho ficou marcada para o dia 19 de março. 
               


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comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:

NAS VEREDAS DA MISÉRIA (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

NAS VEREDAS DA MISÉRIA
                                                             
O conceito academicista que sempre conferem à miséria está muito longe de sua realidade. Não precisa sentir na pele, no estômago e nas entranhas da alma para saber do que verdadeiramente se trata. Adentre as brenhas sertanejas e sinta. Não sinta repugnância, não olhe enviesado, não fuja da ferida aberta na pele e no olhar.

Ao cuidar da miséria os teóricos logo sintetizam acerca da desqualificação do status social. Dizem da pobreza, da fome, da condição social desfavorável, alguma ou outra vez apontando a falta de políticas públicas como uma de suas causas. Esquecem, contudo, de falar do olhar do povo, das mãos ossudas e calejadas da gente, do retrato de sua moradia e do que tem lá dentro, bem como de quantas panelas e pratos existem e qual a sua serventia.

Mas vamos lançar um rápido olhar ao que os livros pregam.Miséria é definida como a inexistência, por absoluta falta de condições de determinado povo, do que é necessário para satisfazer as necessidades básicas – alimentos, vestuário, habitação e cuidados de saúde. É a absoluta falta de recursos múltiplos, que predispõe a um estado quase permanente de ausência de condições básicas de sobrevivência e à privação física. É, enfim, estado de penúria, de miserabilidade; é a indigência social e o desprezo por parte da sociedade.

Verdade é que a miséria está além da pobreza, da fome, da falta disso ou daquilo. Forçosamente não há que se verificar permanente falta de comida na mesa, ausência de quilo disso ou daquilo no armário, dificuldade na obtenção de água para beber, carência de escolas ao redor, falta de serviços de saúde e de assistência social, quase inexistência de uma roupa minimamente decente para se vestir, distanciamento dos serviços públicos ou quaisquer outras carências para se ter a configuração da miséria.

Não. E não porque o abandono premeditado e persistente do povo sofredor também é miséria; a mentira política ao percorrer barraco a barraco em época de eleição também é miséria; o nojo, o preconceito, a discriminação, o afastamento, a falta de reconhecimento e a desvalorização também são misérias absolutas. E há miséria maior do que reconhecer num povo a morte em vida e ainda assim lavar as mãos?

E são estágios reconhecíveis de miséria a população já carente de tudo e ainda ter de se submeter às esmolas governamentais, de políticos, de candidatos, de pessoas que não estendem a mão sem estar pensando em tirar algum proveito. Não ter políticas honestas e eficazes de combate à seca também é miséria; não possibilitar o aproveitamento produtivo das águas de um rio que passa diante da pobreza absoluta também é miséria.

Antigamente tentavam combater as misérias sertanejas, principalmente em épocas de estiagens, oferecendo emprego aos homens na construção de açudes, estradas e na infraestrutura das cidades. Os flagelados formavam imensas filas orando para obter uma vaga nas frentes de trabalho, para se tornar “magnu”, ou magro e nu. Ou faziam isso ou colocavam toda a filharada em perigo ainda maior.

Todo final de semana pagavam com duas moedas e ofereciam uma cestinha de alimentos contendo farinha, feijão, açúcar, massa de milho, lata de óleo para cozinhar o nada e ainda um naco de jabá ou mortadela. Enganava-se a miséria, mas ao menos as famílias se fortaleciam na ilusão de um trabalho garantido enquanto durasse. Era, assim, a miséria produtiva.

Hoje procuram combater a miséria fortalecendo o sentimento de miserabilidade, de imprestabilidade, da preguiça contumaz e da passividade diante das esmolas dadas. Com as oferendas populescas e assistencialistas do governo, disseminou-se sertão adentro e por todo lugar a cultura da mendicância oficializada, da miséria como garantia para se ter a desavergonhada esmola, da indolência e da lassidão como cultura do entorpecimento. É a miséria desonrada, com fins meramente politiqueiros.

Mas nada disso tem o dom de esconder um outro tipo de miséria que está sempre escondida por trás dessas dissimulações. Falo da miséria visceral, miséria na pele e no osso, no olhar e no sentimento de impotência, no passo que de tão desamparado não se encoraja mais para ir a lugar nenhum. Já orou pedindo chuva, já implorou pedindo pão, já chorou a lágrima dos esquecidos, já inundou e desesperou diante do pranto e do grito inocente dos filhos.

Conheço uma miséria que é alegre, amiga, recebe qualquer um de braços abertos, oferece o resto do que ainda tiver. Aceite o convite e entre porta adentro, barraco adentro, se assente no tamborete e converse com esse povo. A miséria também é humana, logo saberá. Disfarce, mas de vez em quando olhe de canto a outro para ver o que encontra por cima do fogão de lenha apagado ou da mesinha de madeira.

Os olhos profundos e tristes são como poços vazios, esquecidos no tempo, sem mais esperança de umedecer. O corpo inteiro é aquilo mesmo que você enxerga adiante, nem um quilo a mais ou a menos. Da pele ao osso tudo se confunde, e nos dedos longos e ossudos as marcas de tanto buscar sem nada encontrar. Fazer o que, meu Deus, se a vida insiste em possuir esses eternos penitentes na grande procissão do sacrifício e do sofrimento?

E possa ter certeza que ao se despedir ouvirá de cada um que tenha paz, saúde e felicidade. Depois é só seguir pela estrada imaginando que não fazemos nada por aqueles que nos desejam tudo do bom e do melhor que precisamos: paz, saúde e felicidade. E a eles – que também somos nós -, além de tudo isso, também a vida.


Rangel Alves da Costa 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Da guerra e da paz (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa

Da guerra e da paz


A última bandeira que tinha
rasguei sem querer a galope
na última batalha do amor
cansado de tanta luta
sentimentos sangrando
com o coração despedaçado
por tudo aquilo que lutei
só me restou a certeza
de que a paz seria melhor

uma casa e uma varanda
uma tarde e um sombreado
um vento que chega e vai
uma rede dolente balançando
um cheiro bom de café
um bolo de milho ao forno
o rio chama para o banho
sigo abraçado à nudez
da minha flor meu amor

não esperava certos visitantes
mas a discórdia bateu à porta
a intriga chegou sem avisar
o ciúme apareceu de repente
e só tive tempo de fugir a galope
levando comigo a incerteza
de sentir o pavor da guerra
sem jamais querer lutar
e quando a bandeira rasgou
e o meu cavalo cansado deitou
pedi perdão por não saber lutar
e ouvi que na guerra do amor
quem ama só sai perdedor.



Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com