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sábado, 13 de agosto de 2016

A CADERNETA DE LAMPIÃO e, A MECHA DE SEU CABELO!


A preciosa caderneta, onde o Rei do cangaço fazia suas anotações, bem como, a MECHA de CABELO são propriedades da Família Ferreira.

As relíquias, já foram expostas em exposições que contaram com o apoio da família.

Mas, o que contém de informações essa CADERNETA ? Mistério! Será ela autêntica? Acredito, que sim.

Mais um mistério a rondar a história do cangaço..
Fonte: -Revista Manchete-1980

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UM PAI

 Por: Jerdivan Nóbrega de Araújo

Que pare o tempo!
E traga de volta as histórias contadas por ele.
Que traga de volta seu afago espontâneo
E o nosso abraço reprimido.
Quero de volta seus passos apressados a nos procurar
Pelas ruas de Pombal
E seu sorriso aberto ao nos encontrar.
Sorrir das nossas travessuras
Onde outro haveria de espancar.
Que ele nos pegue novamente pelas mãos
Para tomar a benção à mãe Lourdes
Que nos leve de volta ao banho no Araçá.
No rio ensinando-nos a nadar
Na vida ensinando-nos a respeitar.
Que seu conselho seja mais do que uma lição
Que pare o tempo,
Para que ele possa ensinar aos meus filhos
O que o tempo não me dá tempo de ensinar
Que possamos agora lhe dizer
Que suas lágrimas por nós
Não foram em vão.
Que aprendemos cada lição!
Queremos outra chance de poder dizer
Que ao escolhê-lo como pai,
Se é que é assim que funciona,
Estávamos certos deste antes de nascer.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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EXPOSIÇÃO CANGAÇO É TEMA DE EXPOSIÇÃO NO PALACETE DAS ARTES


O cangaço é tema da exposição Pepitas de Fogo: O Cangaço e Seu Tempo Colorizados, que segue em cartaz no Palacete das Artes até o dia 11 de setembro. Gratuita, a mostra pode ser conferida de terça a sexta, das 13h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h.

O artista, historiador e geólogo Rubens Antonio apresenta 30 imagens colorizadas, retificadas e complementadas relacionadas ao momento do cangaço. De acordo com o artista, o trabalho, inédito no Brasil, foi criado a partir de material fotográfico disponível e de peças preservadas da época, acompanhados de pesquisa em cerca de 5 mil matérias de jornais, relatórios e testemunhos. Todo o material foi tratado digitalmente.

Durante a exposição, o público irá conhecer alguns aspectos de Salvador na época do Cangaço. “Era uma Bahia diferente. Desde o evento de Lucas da Feira, até o final do Cangaço, trazido por Lampião e Corisco, Salvador atravessou este tempo como capital quase ilhada, à qual o contato com outras capitais se fazia quase exclusivamente por navios de carreira. Ver suas imagens é visitar uma outra noção de espaço e dinâmica humana”, explica o geólogo Rubens Antonio.

Dia e horário Sábado - 13/08/2016, 14h às 19h

Classificação Livre
Entrada Gratuito
Local Palacete das Artes
Endereço Rua da Graça, 284, 
www.palacetedasartes.ba.gov.br
 Graça - Salvador e RMS, 40150
Telefones 3117-6984
Características do evento Grátis

http://www.correio24horas.com.br/guia/single-agenda/evento/cangaco-e-tema-de-exposicao-no-palacete-das-artes/sessao/1471107600/uid/7177/?cHash=dad98610aea1e34eb0734ede5f9f0bc3

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LAMPIÃO AZUL

Por Raul Meneleu Mascarenhas

As volantes vinham bem "pertin", estava nos "casco" dos "cangacêro". Todos iam numa pisada só, como se corressem junto com o vento. Lampião na retaguarda e dona Maria na frente do grupo. Como um Lobo protegendo os seus, o "doca" ia vigiando o passar de vassoura de galhos feita por um dos seus que estava mais atrás apagando os rastros. 


Apaga rastros acolá e ali e chegam num grande lagêdo e ficou mió pros disfarce. Correram rente a um terço de Nossa Senhora, desenhado nas pedras quando ela passara a muito tempo por ali, e agora era como se fosse um aviso dizendo "venham por aqui".

Cansados chegaram a um local escondido por entre a caatinga branca. Estavam todos com suas vestimentas de mescla azulada qui nem o manto da Virgem. 

- Qui lugar é esse "meu capitão?" - disseram todos em uníssono.

Lampião com aquele olho bom, alumiou de espanto seu olhar e viu o branco das árvores retorcidas, secas como estivessem mortas. Olhou pro céu e viu aquelas nuvens grandes e brancas, tipo aquelas que enfeitavam os pés da Santa, um sinal de paz momentânea. A pureza do azul, cor do manto de Nossa Senhora, também era a cor da água, que espantado via naquele canto das pedras. Tinham se deparado com um oásis perdido naquele sertão quente e ressequido a Deus dará.


Muito ligado à natureza, Lampião mais que ninguém, assim como sertanejo calejado, carregava em sua indumentária as cores “puras” do universo; o vermelho do sangue, para ele o “encarnado” que lhes dava força, estava enrolado em seu pescoço em um belíssimo lenço de seda.  Como também todo homem do sertão, ele tinha uma relação de verdadeira adoração com a água, sempre tão escassa, o que fazia com que o azul fosse a cor do acalanto e da serenidade. Olhou para o sol, com a mão esquerda em pala e enxergou o amarelo, do ouro e da riqueza. Por vezes, todas as cores juntas, em combinações faziam-no manso.

- Aqui nóis se acoita hoje cabroeira! 

E todos aliviados daquela persiga feroz dos valentes nazarenos, trataram de descansar um pouco daquela sina maldita de perseguidos.

Ao cair a tardinha, ao tomar seu banho naquelas águas límpidas e azuis, sentiu um perfume delicioso, e um ouviu um som estranho e melancolicamente cadenciado, carregados pelo vento. Nunca tinha sentido tal perfume e ouvido aquela música. Era um ritmo cadenciado e choroso, como se quem estivesse cantando e tocando aquela viola estivesse chorando. Falava da desdita de viver nas agruras da caatinga, sem que ninguém tivesse um pouco de pena dele. 

Lampião foi se aproximando devagar, daquele local de onde provinha aquele som tristonho e de onde vinha aquele perfume. Viu um frasco caído e um líquido incolor a escorrer nas pedras do lagedo, quando de  repente deparou-se com um grande homem negro, acorrentado pelos pés a um tronco de baraúna. Estava com a viola na mão e dedilhava de forma compassada enquanto seu lamento saia de seus pulmões enfraquecidos pela desdita. Lampião olhando fixamente, ficou pasmo quando aquela imagem sumiu de repente de sua única vista boa. Esfumaçou-se instantaneamente. Ele pasmo, e consigo mesmo falando, gaguejava e dizia: ... esse local é encantado! Esse local é encantado!

Depois que a correria passou, e com alguns dias acoitados naquele local maravilhoso, Lampião e seu bando descansaram das refregas com as volantes. Ouviram sempre à mesma hora, aquela música tristonha e calmante, que faziam todos aqueles homens rudes pensarem na vida e acalmarem-se de sua violência com aquele perfume exalado das entranhas das rochas. 

Depois de saírem daquele local, nunca mais esqueceram aquele som maravilhoso e só depois de muito tempo vieram a saber que naquele local, há muitos anos atrás existia uma grande fazenda, que tinha muitos escravos, onde o seu Senhor vaidosíssimo não abria mão do seu perfume predileto; e que a música chamava-se Blue.


Acertaram entre si, que doravante em seus bailes perfumados, lembrariam dessa música e Lampião, vaidosíssimo, prometera a sua linda Maria, sempre usar o perfume que se tornou seu predileto também, o Fleurs D’Amour, da maison Roger & Gallet, fragrância essa criada em 1904 e, até o ano que aconteceu a grande tragédia de sua morte, e sempre vestir azul.

http://meneleu.blogspot.com.br/2016/08/lampiao-azul.html

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PAIS, AVÓS E NETOS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 12 de agosto de 2016 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.559

Eita véi, vamos seguir à moda! Pressionados pelo carinho de avós, fomos prestigiar a festinha do nosso neto Davi na escola da Ponta Verde. Ê rapaz, coisa boa danada para quebrar a rotina com outros cuidados. A atenção para os pais foi ótima, mas também havia pai dos pais e mãe das mães, no ruidoso evento. Pense compadre, voltar a ser criança no meio daqueles pingos de gente! Danadinhos!!! Fizeram tudo como havia sido ensaiado; cada turminha chegava pela ordem e fazia suas apresentações. Os pais corujas cercavam os filhos e não cansavam de aplaudir sob imensa bateria de fotos em todos os ângulos.


Ali pertinho do mar de Maceió, a maresia salga e batiza a essa geração que vem aí, exigindo um mundo melhor de se viver. E tudo passa pela cabeça dos mais velhos, desde os tempos das escolas iniciais até a guia dos mais jovens. E aquele que ainda traz a humildade à flor da pele, não deixa também aprender novas lições ao entrar nos batentes da escola. Estão lá, escritas nos cartazes, nos panfletos, na lucidez das mestras, para todos... Até para os corações endurecidos.

E ainda no meio daquela gostosa algazarra, vamos no deliciar com o lanche oferecido, com as músicas e com os presentes ofertados pela gurizada.

A comemoração do Dia dos Pais parece mesmo uma boa ideia que faz esquentar os corações. Não podendo ir à festa dos dois netos, pela distância, pelo menos se mede um bom tamanho chegando a um deles. E vamos ficando mole, mole, pois nada mais dobrável de que avós.

E os meus netos Davi e Guilherme irão trilhar caminhos que somente Deus os conhece, mas a confiança e a fé dos mais velhos chegam juntas ao Mestre dos Mundos.

Afinal, Deus é Deus! Louvemos o Dia dos Pais.


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CONVITE!


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NOBRE E VALOROSO JANUÁRIO, LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO:

Por José Romero de Araújo Cardoso

Nobre e valoroso Januário, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo:
          
Ouvi dizer que no seu tempo nosso povo era mais alegre e festivo, pois nas quebradas do sertão não existia ainda o modismo que toma conta principalmente de uma mocidade sem compromisso direto com a preservação das tradições que devem singularizar a cultura altaneira e original das veredas da terra do sol.
          
Quando levavas seus filhos para tocarem em bailes, tertúlias e animadas festas juninas pelas quebradas do valoroso Araripe, tanto em solo pernambucano como em cearense, bem como em áreas adjacentes, a exemplo de Taboca, Rancharia, Salgueiro e Bodocó, fazias questão que somente sanfona, triângulo e zabumba fizessem o acompanhamento de sua performance magnífica, cantando primorosamente e dedilhando fole de oito baixos.


Seus ensinamentos foram captados de forma impecável pelos seus seguidores, sobretudo Luiz Gonzaga, cuja arte imortalizou extraordinariamente nossa região, enfatizando costumes, cotidiano, perspectivas, fenômenos naturais, como as secas, proteção ambiental, etc.
          
Observamos nos dias de hoje um processo inaceitável de inversão de valores com o apelo indisfarçável do capital forjando normas de conduta, a qual precisa ser denunciada como incompatível com as aspirações e modelos a serem seguidos por nossa gente tão sofrida com a natureza e com os descasos dos homens, cuja boa vontade ainda não se apresentou na forma como exigem-se as buscas por soluções para nossos problemas, incluindo aqueles relativos à nossa permanência enquanto povo dotado de cultura própria.
          
A aculturação galopa a passos largos, pois estão se apropriando e deturpando nossos ritmos ímpares, originais, em prol do lucro imediato e garantido, tendo em vista que o mercenarismo é visualizado quando frequenta-se festas em praça pública, cuja ênfase vem sendo dada aos sofisticados projetos de bandas que importam de fora a estrutura de deturpação do que existe de mais nordestino, qual seja, forró, xaxado, baião, xote e outras pérolas trabalhadas com ardor, imemorialmente, pela grandeza de um povo forte, na qual estás incluído.
          
É ridículo, nobre e valoroso Januário, mesclar a cadência extraordinária de um solo de sanfona com a estridência de uma guitarra, imitando a cultura country que impera em áreas sob influência do ruralismo, como o sul dos Estados Unidos.
          
Defendo com intransigência que devemos preservar nossa cultura, sob pena de não nos reconhecermos em pouco tempo enquanto nordestinos da gema, pois as exigências da era global suscitam que a originalidade de cada povo seja substituída por padrões uniformes a fim de viabilizar interesses contidos na lógica do capital.
          
Temos de ser fortes e lutarmos pela continuidade do que foi produzido por homens de valor, como o senhor, cuja obra contribuiu formidavelmente para traçar as características do nordeste, de modo especial do sertão, impulsionando o significado de nação, com peculiaridades próprias e bem definidas do ponto de vista cultural.
          
Nobre e valoroso Januário, a situação é grave e preocupante, pois autênticos representantes do nosso meio artístico-cultural vem sendo desprezados e humilhados por que não adotam o padrão que vem tendo ênfase. A diferença de cachês é aviltante entre um artista de raiz e uma banda estilizada no modelo ditado pela ordem vigente do capital.
          
O Nordeste e seus verdadeiros defensores precisam reagir à deturpação cultural em voga, sob pena de perdermos em curto espaço de tempo o brilhantismo da originalidade que ainda possuímos em função do advento de verdadeiros lixos culturais.
          
Despeço-me reiterando minhas saudações e referendando que estás em pedestal eterno como reconhecimento pela que fizestes pela autóctone construção cultural de sua terra e de sua gente.

* Missiva classificada em segundo lugar no II Concurso A Carta, promovido pelo Grupo União São Francisco - Caldeirão Político, no ensejo do IX Festival de Músicas Gonzaguenas. 

José Romero Araújo Cardoso (Mini Currículo):

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).

Endereço residencial:

Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

De: José Romero Cardoso <romero.cardoso@gmail.com>
Enviado: quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Para: Wilson Bezerra de Moura; Marcelo Brandão; Benedito Vasconcelos Mendes; zuben@uol.com.br; Carlos Alberto N. de Andrade; Joab Aragao; Jubileus Jubileus; Cid Augusto; Giovanni Seabra; Taniamá Barreto; Marinalvaprof Freire da Silva; naldo silva; Departamento Geografia; Pedro Fernandes; Laercio Filho; filemon rodrigues; Frederico Pernambucano de Mello; comissaoeleitoral fafic; Henaldo Gomes; Guerhansberger Tayllow; geografia.2015@outlook.com; Geraldo Ferraz; Rogerio dias xavier;cariricangaco@hotmail.com; Elder Heronildes; Joaquim Crispiniano Neto Crispiniano Neto; JOSÉ ERIMAR; jerdivan nóbbrega; Sonielson Luciano de Sousa; Raimundo Leite; Laíre Rosado; Laíre Rosado; walter collini padre; Jornal O Vale do Apodi; Inez Almeida; igtavares@hotmail.com; Igor Rosado do Amaral; Ivanaldo Xavier; José Tavares; TV Nordestinos Paulistanos

Assunto: Nobre e valoroso Januário, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo: - FONTE:http://www.caldeiraodochico.com.br/nobre-e-valoroso-januario-louvado-seja-nosso-senhor-jesus-cristo/

Nobre e valoroso Januário, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo:
11 ago 2016

Ouvi dizer que no seu tempo nosso povo era mais alegre e festivo, pois nas quebradas do sertão não existia ainda o modismo que toma conta principalmente de uma mocidade sem compromisso direto com a preservação das tradições que devem singularizar a cultura altaneira e original das veredas da terra do sol.

Quando levavas seus filhos para tocarem em bailes, tertúlias e animadas festas juninas pelas quebradas do valoroso Araripe, tanto em solo pernambucano como em cearense, bem como em áreas adjacentes, a exemplo de Taboca, Rancharia, Salgueiro e Bodocó, fazias questão que somente sanfona, triângulo e zabumba fizessem o acompanhamento de sua performance magnífica, cantando primorosamente e dedilhando fole de oito baixos.

Seus ensinamentos foram captados de forma impecável pelos seus seguidores, sobretudo Luiz Gonzaga, cuja arte imortalizou extraordinariamente nossa região, enfatizando costumes, cotidiano, perspectivas, fenômenos naturais, como as secas, proteção ambiental, etc.

Observamos nos dias de hoje um processo inaceitável de inversão de valores com o apelo indisfarçável do capital forjando normas de conduta, a qual precisa ser denunciada como incompatível com as aspirações e modelos a serem seguidos por nossa gente tão sofrida com a natureza e com os descasos dos homens, cuja boa vontade ainda não se apresentou na forma como exigem-se as buscas por soluções para nossos problemas, incluindo aqueles relativos à nossa permanência enquanto povo dotado de cultura própria.

A aculturação galopa a passos largos, pois estão se apropriando e deturpando nossos ritmos ímpares, originais, em prol do lucro imediato e garantido, tendo em vista que o mercenarismo é visualizado quando frequenta-se festas em praça pública, cuja ênfase vem sendo dada aos sofisticados projetos de bandas que importam de fora a estrutura de deturpação do que existe de mais nordestino, qual seja, forró, xaxado, baião, xote e outras pérolas trabalhadas com ardor, imemorialmente, pela grandeza de um povo forte, na qual estás incluído.

É ridículo, nobre e valoroso Januário, mesclar a cadência extraordinária de um solo de sanfona com a estridência de uma guitarra, imitando a cultura country que impera em áreas sob influência do ruralismo, como o sul dos Estados Unidos.

Defendo com intransigência que devemos preservar nossa cultura, sob pena de não nos reconhecermos em pouco tempo enquanto nordestinos da gema, pois as exigências da era global suscitam que a originalidade de cada povo seja substituída por padrões uniformes a fim de viabilizar interesses contidos na lógica do capital.

Temos de ser fortes e lutarmos pela continuidade do que foi produzido por homens de valor, como o senhor, cuja obra contribuiu formidavelmente para traçar as características do nordeste, de modo especial do sertão, impulsionando o significado de nação, com peculiaridades próprias e bem definidas do ponto de vista cultural.

Nobre e valoroso Januário, a situação é grave e preocupante, pois autênticos representantes do nosso meio artístico-cultural vem sendo desprezados e humilhados por que não adotam o padrão que vem tendo ênfase. A diferença de cachês é aviltante entre um artista de raiz e uma banda estilizada no modelo ditado pela ordem vigente do capital.

O Nordeste e seus verdadeiros defensores precisam reagir à deturpação cultural em voga, sob pena de perdermos em curto espaço de tempo o brilhantismo da originalidade que ainda possuímos em função do advento de verdadeiros lixos culturais.

Despeço-me reiterando minhas saudações e referendando que estás em pedestal eterno como reconhecimento pela que fizestes pela autóctone construção cultural de sua terra e de sua gente.

* Missiva classificada em segundo lugar no II Concurso A Carta, promovido pelo Grupo União São Francisco – Caldeirão Político, no ensejo do IX Festival de Músicas Gonzaguenas.

José Romero Araújo Cardoso (Mini Currículo):

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB – 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).



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OS CANGACEIROS


Um livro de boa leitura e vasta bibliografia. Luiz Pericaz é bem abrangente na sua pesquisa e nas citações de rodapé. Vale conferir. Quem desejar adquirir, talvez o nobre professor Francisco Pereira Lima, o tenha.

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ADRIANO MARCENA E ALEX MONO MINISTRAM CURSO NO RECIFE

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As etapas que permitem conceber um show musical ao vivo estarão na base dos conteúdos do currículo do curso, atreladas a uma metodologia dinâmica que facilitará a relação ensino/aprendizagem e promoverá a interação entre cursistas e facilitadores.

O projeto A Música na Cena - Curso de aperfeiçoamento em direção artística para show musical surgiu para atender a uma necessidade da cena musical pernambucana: tratamento cênico dos shows musicais ao vivo. Diferente do Produtor e do Diretor Musical, o Diretor Artístico ou Diretor de Arte, concebe a materialização do trabalho musical no ambiente cênico. Sua matéria-prima é oriunda da criação musical que é somada aos aspectos estéticos da cena, tais como: tema/proposta do show (tratamento estético), estruturação do roteiro do show (repertório, textos adicionais, convidados especiais), disposição cênica dos músicos/instrumentos, marcação de cena, expressão corporal (gestual), relação dos músicos com adereços de cena, cenários (cenografia física ou digital), iluminação, figurino, maquiagem e efeitos de cena.

Percebe-se que a direção artística estabelece importantes relações interdisciplinares entre música, artes visuais, comunicação, teatro e antropologia.

O curso será ministrado por Adriano Marcena e Alex Mono, de 15 de setembro a 07 de novembro de 2016, terças e quintas, com 30 vagas, no Centro Cultural Vital Corrêa de Araújo, sito a Rua da Glória, 472 - Bairro da Boa Vista, Recife-PE, das 18h30 às 31h30.

O projeto A Música na Cena - Curso de aperfeiçoamento em direção artística para show musical recebeu incentivo do Funcultura/Fundarpe/Secretaria de Cultura/Governo do Estado de Pernambuco.

VAGAS: 30 (trinta) vagas

PÚBLICO-ALVO: Profissionais da área de Música, da Região Metropolitana do Estado de

PERÍODO: 15 de setembro a 07 de novembro de 2016, 

HORÁRIO: 18h30 às 21h30

LOCAL: Centro Cultural Vital Corrêa de Araújo, sito a Rua da Glória, 472 - Bairro da Boa

CONTATOS: 81-986299891

Texto enviado pela Assessoria de impressa do projeto.

Enviado pelo escritor Adriano Marcena

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