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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Manoel de Souza Neto


Manoel de Souza Neto (Nazaré do Pico, 01 de novembro de 1901, Recife, 03 de novembro de 1979) foi um coronel da policia militar de Pernambuco e ex-combatente do cangaço.

De familia humilde nasceu no povoado de Nazaré do Pico, distrito de Floresta - PE. Foi o mas tenaz combatente ao bando de Lampião. Famoso por sua valentia no Sertão, conseguiu ser eleito prefeito de Inajá - PE (1959/1963).


Como comandante da Força de Nazaré combateu Lampião em 6 estados sendo seu mais fiel perseguidor. Em 1930 tomou parte na defesa pessoal do governador Estácio Coimbra contra a revolução deflagada no Recife o que fez com que fosse preso e remetido ao Rio de Janeiro. Solto, voltou para Nazaré do Pico onde foi contratado pelo governo baiano para repelir o avanço do cangaço no estado. Ao lado dos primos Euclides Flor, Manoel Flor, Hercilio Nogueira, Davi Jurubeba, Odilon Flor e muitos outros participou de diversos combates contra o grupo de cangaceiros. Lampião dizia que ele era o mais feroz policial que combateu e até apeliava Manoel Neto de Manoel Fumaça por conta de quado ele estar no combate o rifle dele só sair fumaça de tanto ele atirar.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_de_Souza_Neto

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A Saga do Cangaceiro Jesuíno Brilhante

FONTE: BLOG FOLHA PATUENSE
Imagem da Cadeia Pública de Pombal Onde Jesuíno Brilhante Liderou Ataque para Libertar seu Irmão Lucas em 1.874 - Foto extraída do Site da Sociedade Brasileira do Cangaço

Segundo Câmara Cascudo, "ficaram famosos os assaltos à cadeia de Pombal (PB) para libertar seu irmão Lucas (1874) e, no ano de 1876, à cidade de Martins (RN). Cercado pela polícia local, Jesuíno e seus dez companheiros abriram passagem através de casas, rompendo as paredes, cantando a antiga "Curujinha". Câmara Cascudo afirma ainda que Jesuíno "nunca exigiu dinheiro ou matou para roubar". A imaginação popular acrescentou à biografia do cangaceiro centenas de batalhas, das quais Jesuíno Brilhante teria participado sem que tivesse levado um só tiro...

Em dezembro de 1879, na região das Águas do Riacho de Porcos, Brejos da Cruz, na Paraíba, Jesuíno foi atingido no braço e no peito, sendo levado, agonizante, por seus amigos. Morreu no lugar chamado "Palha", onde foi sepultado.

Entre as principais ações de Jesuíno, narradas no livro de Raimundo Nonato, encontram-se o saque à Cadeia Pública de Pombal (Paraíba), em 1874, e a invasão à cidade de Imperatriz (hoje Martins, no Rio Grande do Norte) para resgatar uma moça raptada pelo filho de um fazendeiro.

A Saga do Cangaceiro Jesuíno Brilhante

Foto de Capa do Livro do Escritor Raimundo Nonato sobre o Cangaceiro Romântico Jesuíno Brilhante

Jesuíno Brilhante nasceu em Patu, no sítio Tuiuiú, em 1844, filho da aristocracia rural sertaneja. Em 1871 entrou no cangaço por vingança, após um irmão dele ter sofrido uma surra nas ruas da cidade e uma cabra de sua fazenda ter sido roubada.

O seu cangaço difere do de outros bandoleiros que povoam a memória popular nordestina como Virgulino Ferreira - mais conhecido como Lampião - e Antônio Silvino, pois Jesuíno implantou à sua maneira um sistema de "justiça" em uma terra onde reinava a lei do mais forte e não fez desta atividade uma profissão.

Segundo Frederico Pernambucano de Mello, o fenômeno do cangaço pode ser classificado de três formas: o cangaço por vingança, o cangaço como profissão e o cangaço refúgio. Assim como Lampião, Jesuíno é um dos principais exemplos de cangaço por vingança, cuja existência se justifica pela total ausência do exercício da justiça por parte do Estado.

Foto: Imagens Google - Carlos Tourinho - Diretor de Fotografia do Filme Jesuíno Brilhante o Cangaceiro Romântico

A literatura sobre o "Cangaceiro Romântico" inspirou o cineasta carioca William Cobert que, em 1972, dirigiu o primeiro longa-metragem potiguar: Jesuíno o Cangaceiro. As armas utilizadas na produção foram cedidas pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

Em 1879, Jesuíno foi vítima da emboscada de uma milícia liderada por Preto Limão, seu algoz, sob encomenda do coronel João Dantas, após ter sido traído por um seleiro nas margens do Riacho dos Porcos, na comunidade Palha no sopé da Serra de João do Vale, no município de São José do Brejo do Cruz (Paraíba), antigamente São José dos Cassetes.

Seus restos mortais foram resgatados pelo médico Almeida Castro e durante várias décadas estiveram expostos no Colégio Diocesano em Mossoró, para depois fazer parte do acervo museológico do alienista Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Hoje, encontram-se perdidos.

Nery Vitor - Ator que fez Jesuíno Brilhante no Filme de Willian Cobbett. Foto: azougue.com

Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro foi gravado no interior no Rio Grande do Norte sendo o primeiro longa-metragem rodado integralmente no estado pelo falecido cineasta William Cobbett, no ano de 1972 ano esse de seca, com poucos recursos financeiros e enfrentando ainda uma dura repressão política, só por estas razões já merecia grande mérito, mas foi além, participando em 1973, como convidado do júri do V Festival de Moscou, onde foi adquirida cópia pela antiga União Soviética, e hoje países como Índia, Polônia Hungria e Espanha ainda possuem cópias do filme em suas cinematecas.

O filme mostra a saga de Jesuíno Alves de Melo Calado, logo depois chamado de Jesuíno Brilhante que nasceu em Tuiuiú Patu no Rio Grande do Norte em 1844 e morreu lutando em Brejo da Cruz na Paraíba em fins de 1879, Jesuíno ganhou fama como cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, um espécie matuta de Robin Hood adorado pela população mais pobre, o filme conta com Carlos Tourinho na direção de fotografia e o ator Nery Victor no papel do Jesuíno Brilhante.

Casa de Pedra - Sitio Cajueiro. Foto: Aluisio Dutra

Jesuíno se diferencia dos demais cangaceiros por ter procurado intervir em questões sociais como a distribuição para as pessoas necessitadas dos gêneros alimentícios destinados a combater as secas, que subtraía dos coronéis saqueando os comboios de víveres que eram enviados pelo Governo para as vítimas das secas, mas que ficavam nas mãos dos poderosos e nunca chegavam à população. Jesuíno também se destacou por intervir em situações de violência sexual contra as mulheres uma década antes do reconhecimento legal do crime de estupro.

Famílias inteiras chegaram a fazer parte do seu bando como estratégia de sobrevivência. De 1871 a 1879, implantou um "Estado paralelo" nos sertões nordestinos, cujo eixo central era a região do Patu ("terra alta", em tupi) e cuja principal fortaleza a chamada Casa de Pedra (caverna encravada na Serra do Lima).

Vários autores escreveram sobre Jesuíno, entre eles Luis da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Ariano Suassuna e Raimundo Nonato. Este último é autor de Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro Romântico, que narra a inteira epopéia do bandoleiro.

Serra do Cajueiro - Patu-RN

Para Câmara Cascudo, ele "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos velhos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas (...) Baixo, espadaúdo, ruivo, de olhos azuis, meio fanhoso, ficava tartamudo quando zangado. Homem claro, desempenado, cavaleiro maravilhoso, atirador incomparável de pistola e clavinote, jogava bem a faca e sua força física garantia-lhe sucesso na hora do "corpo a corpo". Era ainda bom nadador, vaqueiro afamado, derrubador e laçador de gado.

Sua pontaria infalível causava assombro, especialmente porque Jesuíno, ambidestro, atirava com qualquer das mãos. Casou com D. Maria, tendo cinco filhos dessa união.

Envolvido com uma questão de família, Jesuíno matou o negro Honorato Limão, no dia 25 de dezembro de 1871. Foi sua primeira vítima.

Como lembra Tarcísio Medeiros, era "irredutível em questão de honra". O autor, em seguida, cita um texto de Raimundo Nonato, que narra um episódio, onde Jesuíno Brilhante se hospedou em uma casa. O marido estava ausente. Um bandido, de nome Montezuma, procurou se aproveitar da situação para perseguir a proprietária da casa. Jesuíno, revoltado, matou o malfeitor. Outro caso: assassinou um escravo, José, porque tentou violentar uma mulher.

Fonte: Texto de Frederico Pernambucano de Mello e pesquisa de Edvaldo Morais.

Serrote da Tropa - Sítio Santo Antônio Zona Rural do Município de São José de Brejo do Cruz-PB (conhecido também como São José dos Cacetes). Foto Pôla Pinto

Obs: Provável local da emboscada contra Jesuíno Brilhante causando a sua morte.

PORTAL TERRAS POTIGUARES

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A história de Jesuíno Brilhante

Professor JOSÉ ROMERO DE A. CARDOSO
Bando do cangaceiro Corisco

Chamava-se Jesuíno Alves de Melo Calado, nascido em 1844, em Patu, Rio Grande do Norte. O sítio Tiuiú foi seu reduto, firmando seu valhacouto inexpugnável na casa de pedra da Serra do Cajueiro, próximo ao local onde nasceu.

Fez-se chefe de Cangaço devido a intrigas com a família Limão, protegida por influentes potentados rurais das províncias do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Mello (1985, p. 92) afirma que “seus principais biógrafos são unânimes em reconhecer-lhe o caráter reto e justiceiro”.

Jesuíno Brilhante agiu no semi-árido paraibano e potiguar, quando a instituição do escravismo ainda vicejava de forma proeminente, refletindo as exigências da classe dominante em fazer valer seus interesses em detrimento de valores humanos.

O cangeceiro transformou-se em ´Robin Hood´, intervindo em prol dos humildes em diversas oportunidades, com ênfase quando da grande seca de 1877-1879, atacando comboios de víveres enviados pelo governo imperial, distribuindo-os com famintos e desvalidos dos sertões ermos e esquecidos.

Mello (id.; ibid.) afirma ainda que “como principais asseclas podem ser mencionados seus irmãos Lúcio e João, seu cunhado Joaquim Monteiro e mais os cabras Manuel Lucas de Melo, o Pintadinho; Antônio Félix, o Canabrava; Raimundo Ângelo, o Latada; Manuel de Tal, o Cachimbinho; José Rodrigues, Antônio do Ó, Benício, Apolônio, João Severiano, o Delegado; José Pereira, o Gato; e José Antônio, o Padre.”

Entre as mais fantásticas de suas ações encontram-se o ataque à cadeia de Pombal, na Paraíba, no ano de 1874, e a resistência à prisão em Martins, Rio Grande do Norte, em 1876.

Embora tenha feito várias alianças com chefes políticos, a exemplo da firmada com o comandante João Dantas de Oliveira, a fim de que houvesse condições de atacar a cadeia de Pombal, intuindo libertar o irmão e o pai, que ali se encontravam prisioneiros, Jesuíno se indispôs com o mandonismo local devido à sua ética.

A negativa em assassinar o eminente professor Juvêncio Vulpis Alba, em Pombal, rendeu-lhe a inimizade com o todo poderoso João Dantas, o que resultou em conluio deste com o Preto Limão, para que o vingador sertanejo fosse assassinado.

Jesuíno morreu de emboscada no Riacho dos Porcos, em Belém do Brejo do Cruz, na Paraíba, no final da seca de 1879, atingido por carga de bacamarte disparada pelo visceral inimigo Preto Limão.

BIBLIOGRAFIA

JASMIN, Élise, Cangaceiros, Ed. Terceiro Nome, São Paulo, 2006

MELLO, Frederico Pernambucano de, Guerreiros do Sol - O banditismo no nordeste brasileiro, Ed. Massangana, Recife, 1985


NONATO, Raimundo, Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico, Fund. Vingt-un Rosado, Mossoró, 2000.

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