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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MAIS UM LIVRO DE CANGAÇO NA PRAÇA...!


Desta feita é sobre as TROPAS VOLANTES PERNAMBUCANAS...

Descrição do Livro:

“As Tropas volantes em Pernambuco representam mais do que uma força de repressão ao cangaço. Representam a utilização de saberes de uma região, incorporados a uma Instituição pautada na hierarquia e disciplina, que contribuíram na composição da estratégia de combate baseada no inimigo. A Tropa Volante, mais do que uma força de contenção do Estado, foi a solução possível que o Estado encontrou para lidar com o cangaço”. Através de uma análise profunda e bem documentada sobre a sociedade sertaneja, o cangaço e a Polícia Militar, o historiador André Carneiro de Albuquerque, desenvolve a história das Tropas Volantes em Pernambuco entre os anos de 1922 a 1938. O apenas dito, o quase vazio ou inexistente a respeito do perseguidor policial nos manuais de História do cangaço, tornou-se um espaço onde é possível estudar a Força Pública no sertão do Estado ao longo do período lampiônico, bem como perceber as formas de ação desenvolvidas por estas tropas em oposição aos bandos de cangaceiros. Ainda são poucos os trabalhos acadêmicos que tratam a respeito das Tropas Volantes, e muito menos sua relação com o meio social e com os grupos de cangaceiros existentes. Muitas vezes, as diferenças das Tropas Volantes dos diversos Estados do Nordeste foram negligenciadas em proveito de generalizações pouco adequadas. Sendo assim, essa obra, se dispõe a verificar, seus modos de formação, apontar seus componentes e os elos pelos quais se ligavam a caserna e a sociedade.

Quem desejar pode adquirí-lo com o professor Francisco Pereira Lima...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO EM MOSSORÓ - 28 DE FEVEREIRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

História do Cooperativismo em Mossoró 
               Geraldo Maia do Nascimento 
               Gemaia1@gmail.com 
                
Em 25 de fevereiro de 1915, numa quinta-feira, era criada a Sociedade “Mossoró Novo”, que se constituía em um sindicato rural, que tinha como sede a cidade de Mossoró. De acordo com os estatutos da sociedade, a mesma tinha como fins gerais: 
               
1. O desenvolvimento, estudo e defesa dos interesses da agricultura, pecuária e indústrias conexas, como elementos fundamentais da economia sertaneja; 
               
2. A reorganização da vida econômica do sertão seco, sobre as bases do mutualismo e do cooperativismo, no sentido de máxima resistência, direta e indireta, contra os efeitos da instabilidade climática. 
               
Para alcançar os fins desejados, ainda de acordo com os estatutos, o sindicato tinha como objetivos imediatos: promover a criação metódica e continuada propaganda de instituições mútuas e cooperativistas, de toda ordem, estendendo esse esforço por toda região periodicamente flagelada pela seca; fomentar, por meio dos institutos formados, o ensino primário e elementar agrícola e o técnico em geral, subministrando em círculo de estudos, bibliotecas rurais, cursos, conferências, campos de demonstração e oficinas-escolas; e organizar no sindicato e em todas as instituições anexas, reservas especiais para criação na sede sindical de um hospital e de uma escola ou aprendizado de artes e ofícios, compreendendo estes um curso de agricultura prática. 
               
O Sindicato Rural Sertanejo teve como seus primeiros dirigentes: Dr. Filipe Nery de Brito Guerra, Presidente; Dr. Silvério Soares de Souza, Secretário; Farmacêutica Tércio Rosado Maia, Gerente; Cel. Manoel Cirilo dos Santos, Tesoureiro; Afonso Freire de Andrade, Arquivista. Tinha ainda no Conselho Administrativo: Dr. Antônio Soares Júnior, Cel. Bento Praxedes Fernandes Pimenta, Cel. João da Escóssia Nogueira. Dr. Manoel Benício de Melo Filho e o Dr. Rafael Fernandes Gurjão. Esse Sindicato foi, na verdade, a semente do movimento cooperativista do Rio Grande do Norte e teve como mentor o Farmacêutico Tércio Rosado Maia. Sobre esse assunto, escreveu o historiador Filipe Guerra: “Tércio Rosado Maia quis abrir caminho para o cooperativismo. Fundou uma cooperativa sob a denominação de “Mossoró Novo”. Salvo engano, foi essa a primeira vez que se falou, no Estado, em sociedade cooperativa. Foi ele seu propagandista, fundador e gerente. Trabalhou, fez funcionar pequeno estabelecimento, mesmo sofrendo prejuízos materiais”. 
               
O jornal “Comércio de Mossoró, em sua edição de 10 de janeiro de 1916, registrava: “Em reunião presidida pelo Cel. Bento Praxedes, realizou-se a Assembléia Geral da “Mossoró Novo”, sendo definitivamente instalada essa sociedade. Leu bem confeccionado relatório do período organizacional dessa sociedade, o Farmacêutico Tércio Rosado Maia, que falou muito bem e com inteira competência sobre o assunto. O Cel. Bento Praxedes felicitou o Farmacêutico Tércio Rosado Maia pela realização de seu ideal e concitou a todos os membros da Diretoria para se forrarem de perseverança a fim de vencer o indiferentismo público pelas instituições cooperativistas tão úteis e proveitosas nos meios em que se desenvolvem”. 
               
O Farmacêutico Tércio Rosado Maia, o pioneiro do cooperativismo do Rio Grande do Norte, nasceu em Mossoró a 19 de agosto de 1892, sendo o terceiro filho do também Farmacêutico Jerônimo Rosado e d. Maria Amélia Rosado Maia. Em 1910 formou-se em Farmácia pela Escola de Medicina da Bahia; em 1929 em Odontologia na cidade do Recife; em 1940 formou-se em Direito e cursou ainda até o 4º ano de medicina, na mesma capital. 
               
Em Mossoró lecionou na Escola Normal e no Ginásio Diocesano Santa Luzia. 
               
No Recife exerceu o magistério nos seguintes estabelecimentos de ensino: Faculdade de Comércio, Escola Politécnica, Escola Normal Pinto Júnior, Ateneu Pernambucano, Faculdade de Farmácia da Universidade do Recife, Ginásio Pernambucano, Colégio Santa Margarida e Colégio Vera Cruz. 
               
Tércio Rosado Maia faleceu em 8 de setembro de 1960, aos 68 anos. O Cônego Francisco de Sales Cavalcanti registrou sobre sua morte: “Desaparecido já da vivência leal dos que souberam admirá-lo, continuou vivo nos seus trabalhos admiráveis porque PASSOU PELA TERRA FAZENDO O BEM!...”.

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

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E A RODAGEM PARA OUTROS FINS...

Por Carlos Alberto
Carlos Alberto pesquisador de Natal

A história de Juazeiro do Norte-CE não se resume aos macros fatos, tais como: o “milagre” acontecido em 1889 ou a independência do Município em 1911 ou a Sedição juazeirense em 1914 ou a visita de Lampião e o seu bando em 1926. Também existem os micros fatos, de suma importância, para a historiografia da Terra de Padre Cícero. Aqui e agora, destaca-se a uma estrada, quase vicinal, que ligava Juazeiro do Norte ao Crato, onde trafegavam: cavaleiros, carreiros e veículos automotores. No entanto, aqui não se vai tratar do fluxo dessa estrada e sim, como local de execução de malfeitores e moradores da Meca caririense e tais execuções, sendo acusado o então Deputado Federal Floro Bartolomeu de determinar tais crimes e tendo o seu ápice, o ano de 1925.

Floro Bartolomeu ao centro na foto

Vários pesquisadores escreveram sobre esse fato, através de Livros, como se pode destacar: Nertan Macedo, em FLORO BARTOLOMEU: O Caudilho dos Beatos e Cangaceiros; o Professor M. Dinis, em MISTÉRIOS DE JOAZEIRO; a Professora Amália Xavier, em O PADRE CÍCERO QUE EU CONHECI (Verdadeira História de Juazeiro) e além de Outros. 




Segundo informações do Pesquisador, geógrafo e morador juazeirense, professor Feitosa Landim, a "Rodagem" começava numa comunidade denomina de Muxila (grafia da época), onde, também se pode localizar através do Mapa de Juazeiro, de autoria Octávio Aires de Menezes, visão interpretativa de como era o Lugarejo em 1827. (Foto imediatamente acima).

No Mapa atual de Juazeiro do Norte, acessa-se a Avenida Leandro Bezerra, situada por trás do Memorial Padre Cícero, segue-se em frente, na primeira grande curva do Logradouro, vai-se em frente e encontra-se uma rua pavimentada que se estende até um condomínio fechado em construção. 
  


A paisagem que se vislumbrava dos lados da "Rodagem" era: no sentido Juazeiro do Norte/Crato, quanto ao relevo, à direita, a Serra do Catolé, hoje denominada de Serra do Horto. No tocante à hidrografia, cruzava-se o Rio Salgadinho. Referente à agricultura existia a tradicional cana-de açúcar para abastecer engenhos e alambiques na produção de rapadura, açúcar bruto, cachaça, etc., e, a agricultura de subsistência, como milho, feijão, mandioca, etc.

Grandes críticos do Parlamentar Floro Bartolomeu eram Antônio Xavier e Padre Macedinho, por sinal, críticas transformadas em Livros: BEATOS E CANGACEIROS (de 1920) e JUAZEIRO EM FOCO (de 1925), respectivamente. Também vinham críticas do Parlamento Federal, de que, Juazeiro era uma terra que dava guarida a cangaceiros e isso incomodava muito ao Doutor Floro.

A Rodagem tinha em torno de 18 quilômetros de extensão e a noite era deserta e de bom acesso. Na visão florista, um cenário ideal para executar malfeitores e com o objetivo de “limpar” a Cidade. Como síntese: CAUSAVA MEDO QUANDO SE FALAVA NA RODAGEM...

Carlos Alberto
Pesquisador e Professor, Natal-RN

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MARIA DE PANCADA


Dentre as mulheres que adentraram as fileiras do Cangaço está Maria de Jovino. Jovino era o nome de seu pai, natural de Alagoas proprietário da Fazenda da Água nas proximidades de Santana do Ipanema. A mesma entrou para o Cangaço ainda mocinha. Tendo como companheiro o cangaceiro Pancada. Dentro do Cangaço ficou conhecida como Maria de Pancada. Suas principais características eram sua personalidade forte e seu grande apetite sexual. Chegando a se deitar com o cangaceiro Balão durante uma viagem segundo depoimento do mesmo, e conhecida também por dar liberdades a outros cangaceiros. Em certa ocasião irritou seu companheiro Pancada que a fez o acompanhar caminhando ao lado do animal que o mesmo cavalgava. Em alguns momentos da viagem o mesmo dava alguns trotes com seu animal e fazia Maria lhe acompanhar puxada pelos seus cabelos compridos. A viagem durou um dia inteiro. Tinha a fama de saber enrolar bem os cigarros. Esteve presente no ataque a cidade de Piranhas, enrolou o último cigarro do cangaceiro Gato antes de sua morte a pedido do mesmo. Esteve presente também na morte do cangaceiro Virginio. Entregou -se juntamente com seu companheiro durante as entregas do ano de 1938. Depois não se teve mais notícias desse casal. Maria sabia que a traição significava a morte para as mulheres dentro do Cangaço. Mais apesar disso desafiou a morte para satisfazer seus desejos carnais . O que demonstra sua coragem e ousadia . Já que seu companheiro Pancada era conhecido por ser um cabra bruto e mal- humorado.

Na foto abaixo: Pancada e sua companheira Maria. 
Fonte da foto: Google
Fonte de Pesquisa: Lampião As Mulheres e o Cangaço
Autor: Antônio Amaury
Página: 281

Fonte adquirida: facebook
Página: Noádia Costa

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O HOMEM QUE COLOCOU LAMPIÃO NA HISTÓRIA


(Quando Lampião foi informado de que se tratava de uma coluna de civis, sofredores iguais a eles, se prestou a cumprimentar e pedir desculpas ao Carlos Prestes.) "Aparentemente sem ter recebido a carta de Bartolomeu, Lampião cuida de seus interesse pessoais em Pernambuco. Invade a fazenda de um antigo inimigo, mata dois, fere dois e incendeia a casa. Saindo desse ataque, no mesmo dia, tem um combate com a coluna, mas pensa que está lutando com a polícia, em 1927" (Antonio Amaury C. de Araújo). Saiba mais no link abaixo.



Fonte: facebook
Página: Breno Dos Santos
Grupo: O Cangaço

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COLUNA PRESTES X LAMPIÃO

       
Não são poucos os que veem Lampião um Robin Hood nordestino. "Ele foi bandido, mas também teve atitudes de distribuir o que tomava", diz o pesquisador Antônio Amaury C. de Araújo, de São Paulo, que escreveu seis livros sobre o cangaço. Ex: em 1927, o bando entrou em Limoeiro do Norte (CE) jogando moedas para as crianças. Cena semelhante acontecera em Juazeiro, quando, Lampião foi convocado para combater a Coluna Prestes.

A coluna Prestes foi um movimento entre os anos de 1925 e 1927, encabeçado por líderes tenentistas. 

Os tenentistas foi um movimento que ganhou força entre os militares de médio e baixa patente, durante os últimos anos da República Velha. Nesse movimento se mostraram favoráveis às tendências políticas republicanas liberais. Entre outros pontos reivindicavam uma reforma constitucional capaz de trazer critérios mais justos ao cenário político nacional. Exigiam que o processo eleitoral fosse feito com o uso do voto secreto e criticavam os vários episódios de fraude e corrupção que marcavam as eleições.  Eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação.

A coluna Prestes fez grandes jornadas para o interior do país, procurando fazer insurgir o povo contra o regime oligárquico vigente durante a presidência de Artur Bernardes, ainda no período da República Velha. A Coluna Prestes ainda pregava ao povo a necessidade da destituição do presidente e a imediata reformulação econômica e social do país, pregando a nacionalização das empresas estrangeiras fixadas no Brasil e o aumento de salários de trabalhadores em todos os setores rurais e industriais. Em suas jornadas, que se estenderam em uma distância de por volta de 25.000 quilômetros.

A coluna Prestes ganhar muita força, as tropas do governo começam a pedir reforço a todos até mesmo ao bando de Lampião.

Janeiro: o bandido é convocado

Com a coluna se aproximando do Ceará, Floro Bartolomeu, deputado federal do Estado, recruta uma força de defesa, os Batalhões Patrióticos, e vai com ela para Campos Sales (CE). Prepara uma carta convocando Lampião e a manda para o Padre Cícero endossar. Um mensageiro vai atrás de Lampião. Enquanto isso, Bartolomeu, adoentado, segue para o Rio.

Fevereiro: confusão entre inimigos

Aparentemente sem ter recebido a carta de Bartolomeu, Lampião cuida de seus interesses pessoais em Pernambuco. Invade a fazenda de um antigo inimigo, mata dois, fere dois e incendeia a casa. Saindo desse ataque, no mesmo dia, tem um combate com a coluna, mas pensa que está lutando com a polícia.

Março: defensor público por pouco tempo

Lampião recebe a carta e segue para Juazeiro. Acampa com 49 homens perto da cidade e mais de 4 000 curiosos vão vê-lo. No dia 5, se encontra com o Padre Cícero e recebe uma patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, assinada, acredite, por um funcionário do Ministério da Agricultura. Mais tarde esse homem diria que, naquelas circunstâncias, assinaria até exoneração do presidente. Todos os cangaceiros recebem uniformes e fuzis automáticos. No dia 8, Floro morre.

Lampião parte decidido a cumprir o combinado, mas é perseguido em Pernambuco, o que o desaponta. Volta para falar com o Padre Cícero. Como este não o recebe, interrompe sua carreira de defensor público e retoma a rotina de crimes.

http://historia-davida.blogspot.com.br/2011/06/coluna-prestes-x-lampiao.html

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domingo, 28 de fevereiro de 2016

FAMÍLIA DOS CANGACEIROS MORENO E DURVINHA


DURVINHA E MORENO COM SEUS 5 FILHOS MINEIROS, ESSA FOI A NOSSA PRIMEIRA FOTA DA NOSSA VIDA... NESSE ÉPOCA AGENTE VIVIA LA NO PÉ DA SERRA EM AUGUSTO DE LIMA MG.

Fonte: facebook
Página: Lili Neli

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Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz...


Não esqueçam destas duas feras !!! Apaixonados pelo sertão e pelo seu chão, valorosos embaixadores do Cariri Cangaço, irmãos mais que queridos e que vão simplesmente ARREBENTAR no Cariri Cangaço Floresta...PE, ...Inclusive, vão lançar um LIVRO baseado numa pesquisa profunda que fizeram.

Valeu irmão Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz.

Imperdível Cariri Cangaço Floresta e AS CRUZES DO CANGAÇO !!!
26 A 28 DE MAIO... Tá chegando...

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UM MENINO MUITO TRISTE

Por Rangel Alves da Costa*

Até parece que avisto agora aquele menino. Minha mente forma retrato e moldura daquele menino. Ei-lo ali sentado, cabisbaixo, com as mãos sobre os joelhos, em meio a um meio capinzal de horizonte sombrio. Quanto mais fecho os olhos em reflexão mais o encontro na sua moldura de silenciosa aflição. Está triste, muito triste o menino.

Dificilmente se avista um menino assim, todo entregue a tristezas. O pensamento costumeiro é de um garoto sorridente, apressado, cheia de vida e de sonhos, atrás de fatos novos para sua idade. Menino triste é difícil de encontrar, principalmente quando sua fotografia mais parece de alguém prostrado em sofrimentos.

Há muitas fotografias de solitários entristecidos pelos montes, pelos campos, nos passos do entardecer. Também de pessoas mais envelhecidas pelos bancos das praças, ladeadas por pombos e entristecimentos. Ou olhares tristes pelas janelas, calçadas, escondidos e frestas de portas e janelas. Mas não é normal quando se trata de um menino.

Mas voltando a ele e seu retrato, o mesmo tem pele clara, cabelos negos, veste uma calça azulada e uma camisa em tom mais claro, só que pouco se vê ante uma coberta dobrada que se deita sobre o seu umbro e vai descendo pelas costas. O capim está retorcido pela ventania, pelos arredores um tempo nublado e tão entristecido quanto o menino. Não se sabe se longe ou perto da cidade, pois já sombrio ao redor.

Há uma paisagem melancólica neste retrato. O menino, ainda que de perfil, verdadeiramente se mostra com semblante alquebrado, abatido. Seus olhos talvez marejados se voltam para a linha onde o capinzal se estende, mas certamente nada avista além do que o seu sentimento expressa. Deveras aflitivo ver e sentir um menino assim, tão triste, muito triste. O que teria acontecido?


Há um poema de Drummond, “Consolo na praia”, que assim diz: “Vamos, não chores… A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour? A injustiça não se resolve à sombra do mundo errado. Murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-se – de vez – nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho.”

Traduzindo para a realidade do menino triste, então se poderia ter: Vamos, menino, não fique assim. Talvez este silêncio na tarde, talvez este recolhimento solene, talvez esta distância de tudo, seja o instante que precisa para esquecer as dores, as angústias surgidas e as desilusões persistentes. Mas ninguém sabe o que te move ao sofrimento. Somente você, menino, conhece o que flui deste sentimento. Um adeus forçado a dar, uma distância que não queria ter, uma ausência que não consegue suportar, uma sombra que não consegue iluminar. Imagina-se, mas ninguém sabe o que te move ao sofrimento. Tenha agora um lenço estendido e uma mão pedindo que levante. E depois segue menino. Levanta-te e vai que o mundo é teu.

Mas menino, menino, a idade que tem não é a idade de sofrimento. Tudo pode ter acontecido, bem sei, mas somente algo muito doloroso para, entristecido, prostrar-se entre galhos e açoites, com uma feição tão dolorosa quanto um desacreditado de tudo. Logo a noite chegará e não há lua nem estrela que desejem iluminar as dores da tua face. O que enxerga adiante, o que lhe vem ao pensamento, o que o deixa assim?

Eis os mistérios da existência, da mente humana, da alegria e da dor em cada ser. Os moinhos são movidos pela ventania, mas, e a tristeza profunda de um menino? Um amor desfeito de infância, um pé de laranja lima que foi cortado, um desejo negado pelos pais, algo tão querido que deixou de existir? Somente você sabe menino. Mas saiba que também dói nos outros uma infância sofrendo assim. E o adulto também entristece e chora perante o teu retrato.

Não sei se mais tarde, quando a noite cair e a lua for apenas tênue sobre sua imagem, o menino ali continuará na mesma posição e no mesmo estado sentimental. É que, em situações assim, o tempo passa sem que se aperceba que a realidade passada já foi transformada. E basta levantar para novamente viver. Não sei se ele permanece por ali, sobre o capinzal e envolto na escuridão, mas desejo que uma lua grande recaia sobre seu olhar. E ele possa voltar a sorrir.

Não há mais tarde de revoada nem canção de despedida. Um sino logo dobrará outra tristeza distante. Não consigo mais avistar o menino.

Poeta e cronista
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FEITOSA DOS INHAMUNS

Por Nertan Macêdo

Quando êle chegou em casa 
Seu pai botou-lhe a bênção. 
Deu-lhe um abraço e lhe disse: 
Meu filho do coração, 
Serás como teu avô, 
Que cento e tantos matou, 
E nunca foi à prisão. 

"História do Capitão Lampião" 
Autor anônimo

SE O PARENTESCO com Antônio Silvino foi uma invenção do povo, não o era certamente a consanguinidade que vinculava os Ferreira de Vila Bela aos valentes Feitosa do São João dos Inhamuns, no Ceará. Um velho amigo e vizinho dos Ferreira, cuja casa de morada não se distanciava cem braças da de Virgulino, como ele, também, afeito ao artesanato do couro, o vila-belense Venâncio Barbosa da Silva, sabia desse parentesco com os Feitosa. 

Venâncio morava numa fazendola, chamada Cipós, ao lado dos Ferreiras. A crônica mais antiga corrente nas redondezas, rezava que o bisavô paterno de Virgulino viera de Tauá, na serra do São João dos Inhamuns, bater com os costados em Vila Bela. Ali casara ou amancebara-se com uma parda, de nome Maria Jacosa, filha, talvez neta, de índios do sertão pernambucano. 

Trazia o bisavô um nome famoso, de guerra: Feitosa. E a tradição oral dessa descendência perdurou entre as gentes do lugar. É provável mesmo que esse antigo Ferreira fosse um Feitosa bastardo, dos muitos nascidos das índias preadas pelos poderosos senhores dos sertões cearenses. Ou fosse um Ferreira Ferro, fugido à sanha de um Monte ou da justiça do rei. De qualquer forma, um Feitosa, como se deduz do que a respeito desse ramo legou à posteridade o doutor Pedro Théberge, do Icó. 

Diz Théberge que o tronco Feitosa havia se passado do Engenho Currais de Serinhaém, Pernambuco, para os sertões do Ceará. Essa retirada se dera em virtude da participação profunda dessa gente de Serinhaém na Guerra dos Mascates, no Recife. Perseguidos ali, perseguição que se estendia no tempo a quantos brasileiros se houvessem metido naquele movimento, escaparam para o sertão cearense, fixando-se nas cercanias do Icó. 

O chefe, Lourenço Alves Feitosa, tomou, no Ceará, o título de Alferes Comissário. Ele havia casado com uma irmã do vigário de Goiana, no seio de uma família importante, Gondim. Outro seu cunhado era pro vigário do Recife. 

Os Gondim eram aparentados com os descendentes de André Vidal de Negreiros e assinala Théberge, "com uns Ferreira Ferro, moradores em Penedo, e por parentesco tão íntimo que um membro da família Feitosa sempre tomou até hoje este nome de Ferreira Ferro. 

Fugiu Lourenço para o Ceará na companhia de três irmãos, Francisco Alves Feitosa, o coronel Pedro Alves Feitosa e Manoel Ferreira Ferro. No Ceará, radicou-se Lourenço numa fazenda denominada Cachoeirinha, a seis léguas do Icó, molhada pelas águas do riacho Cariúzinho. 

A luta contra os Monte, com os quais se haviam ligado por um casamento, teve origem numa rixa familiar, de cunhado a cunhado, acrescida mais tarde de urna disputa feroz por terras, situadas na ribeira do riacho Jucá, afluente do Jaguaribe. 

O caráter dos Feitosa era marcado de orgulhosa altivez. Deles fala o doutor Théberge como sendo ricos, não menos orgulhosos que os Monte, mais práticos, mais civilizados, acostumados que eram a corromper as autoridades reinóis, ante as quais sabiam todavia, curvar-se, quando achavam oportuno; muito unidos entre eles e dominando, com mão de ferro, os índios Jucás, Caiús e Inhamuns. 

Dá-nos o mesmo cronista notícia de um oficial das milícias do tempo, de nome João Ferreira da Fonseca, que se reuniu aos parciais dos Feitosa e a um troço de oitocentos índios jenipapos, com os quais entrou a percorrer o interior roubando e massacrando os Montes e seus sequazes, praticando contra eles as violências das mais atrozes sem atenção nem a sexo nem a idades. Quase todo o ano de 1724 foi assinalado por estes atentados que se estenderam por todo o interior da Capitania. 

Com o passar dos anos, os Monte foram entrando em decadência, sepultando no esquecimento a crônica belicosa da família. 

Os Feitosa, não. Continuaram, diz o cronista, a viver a sós consigo mesmos, sem relação nem comunicação com o resto da população, e conservando sempre grande séquito de malvados, que acoitavam contra as perseguições da autoridade. Tinham os Feitosa uma parentela numerosa, não apenas no Ceará, como em Pernambuco, principalmente no Recife e no Icó. Na vila do Penedo do Rio São Francisco moravam primos célebres dessa gente, os capitães Manoel Ferreira Ferro e João Ferreira Ferro, sendo todas pessoas ligadas por laços de consanguinidade ou de afinidade, escreve o doutor Théberge, assim terminando a sua narrativa: "A família Feitosa ainda existe nos Inhamuns, na mesma ribeira do mesmo rio Jucá, quase no mesmo pé que seus antepassados, ligando-se pouco com outras famílias, e conservando ainda quase sem alteração os seus costumes de prepotência, riqueza e valentia". 

Virgulino Ferreira tinha assim por quem puxar. A ser verdadeira a doutrina tradicionista, que afirma ser a alma uma transmissão genética. Herdara do sangue português a coragem e o gosto pela solidão. Do índio, de língua geral, mais provavelmente de língua travada, ficou-lhe a astúcia, a rebeldia e o nomadismo guerreiro.(*) (**) 

(*) "Manuel Ferreira Gondim. E esse quem era? Em todos os atos públicos onde figura o seu nome encabeça a lista dos assinantes. Devia pela idade provecta e pela atuação respeitável merecer êste privilégio. Sabemos ser oriundo da estirpe pernambucana dos Gondins de Goiana, filho de um irmão do Sargento-Mor Francisco Ferreira Pedrosa, sobrinho de D. Antônia de Oliveira Leite, mulher do Comissário Lourenço Alves Feitosa e do Padre José Ferreira Gondim, Vigário de Goiana e Vice-Vigário do Recife. Sua mãe, Luzia Monte, pelo lado materno (Isabel Monte), e Feitosa, pelo lado paterno (Cel. Francisco Alves Feitosa), vinha dos tempos da dominação. Situado no rio do Umbuzeiro, onde possuía terras nas fazendas "Aroeiras", "Gameleira" e "Araras", tinha como vizinhos o Sargento-Mor Leandro Custódio Bizerril e o parente próximo Capitão-Mor José Alves Feitosa. Foi no Centro-Oeste cearense patriarca no verdadeiro sentido. Por tôda parte parentes seus têm destaque em todos os ramos de atividade humana. Desaparecendo aos 31 de dezembro de 1833, uma récua de filhos chorou a sua morte. Dez legítimos um natural, ao todo onze. Já na Bíblia encontramos Abraão, o patriarca de Israel, o preferido de Deus, também constituindo família com uma concubina —Ismael foi o produto destes amores, como JOSÉ FERREIRA o era do patriarca dos Inhamuns. Nos autos de inventário de Manoel Ferreira Gondim e sua mulher Isabel Alves está escrito: "Ajuntem os meios dotes e somem e repartam pelos onze herdeiros, incluindo o herdeiro José Ferreira, filho natural do falecido velho Gondim, que na regra de direito é herdeiro de seu falecido pai por isso que deve entrar na meação". A figura bíblica do homem de Hur identifica-se nos mesmos anseios com o Gondim das "Aroeiras". O mesmo destino a que ficam sujeitas as pessoas marcou-lhes, em sentido diverso, a passagem pela terra. O filho de Abraão, banido para o deserto, foi ter ao vale de Meca, o de Manoel Ferreira Gondim, na procura dos favores de parentes importantes, perdeu-se nos sertões agrestes de Pernambuco. De Ismael, descende Maomé, o místico que ainda reina nos corações de milhares de asiáticos. De José Ferreira, rezam as tradições, provém Lampião, o famoso bandoleiro que reinou nos sertões". — Gomes de Freitas, Novos Subsídios para a História dos Inhamuns, edição de "O Povo", Fortaleza, Ceará, 21-12-63. 

(**) "Filhos do português João Alves Feitosa, casado, como já ficou dito, com uma filha do Coronel Manoel Martins Chaves: 

1 — Comissário Lourenço Alves Feitosa, casado com Antônia de Oliveira Leite, irmã do Padre José Ferreira Gondim, Vice-Vigário do Recife e do Vigário de Goiana; 

2 — O Coronel Francisco Alves Feitosa, casado, em primeiras núpcias, com Isabel do Monte, irmã do Capitão-Mor Geraldo do Monte; em segundas núpcias com Catarina Cardosa da Rocha Resende Macrina, descendente da família Cavalcanti e Albuquerque, de Pernambuco, e, em terceiras núpcias, com Isabel Maria de Melo. 

Estas três mulheres eram viúvas e traziam filhos dos seus leitos anteriores. Dos filhos do primeiro casamento de Isabel do Monte, descendem grande parte dos Pinheiros, dos Meios e dos Fernandes Vieira, conforme o testemunho do Dr. Helvécio Monte ("Unitário", n. 2.168, de 4 de junho de 1916). 

Dos filhos do primeiro casamento de Catarina Cardosa da Rocha Resende Macrina, segundo uma tradição que sempre circulou, no seio da família Feitosa, descendem os Pereiras de Pajeú de Flôres.

— "O Coronel Francisco Alves Feitosa fundou a sua primeira fazenda no lugar Barra do Jucá, em terras do Rio Jaguaribe, à margem direita deste, cerca de uma légua de sesmaria abaixo da atual vila de Arneiroz, construindo ali uma Capela de taipa, e, por isso, com a edificação da Igreja de Arneiroz, por um neto do mesmo Francisco Alves Feitosa, ficou aquela fazenda com o nome de Igreja Velha (esta denominação já desapareceu com a demolição dos prédios antigos). 

Procedeu-se ao inventário do Coronel Francisco Alves Feitosa em Cococi; foi apenas uma partilha, porque não havia órfãos e o monte total orçou em NCr$ 12.000,00, isto é, perto desta importância, porque as avaliações foram muito baixas, conforme se vê, não havendo avaliações de posses de terra, e sim de sítios: um sítio São Nicolau, com 3 léguas de terra, avaliado por NCr$ 200,00; um sítio Figueiredo, com duas léguas, avaliado por NCr$ 400,00; o sítio Ôlho d'Águia do Urucu, por NCr$ 50,00; uma légua de terra, das extremas do Latão até a Estiva, por NCr$ 300,00; um sítio, com engenho, no lugar Engenho da Serra, por NCr$ 400,00; o sítio Pouco Redondo, com 3 léguas de comprimento e uma de largo para cada lado, por NCr$ 550,00, e assim por diante, outros sítios em Inhamuns, Quixelô, antiga Santana do Cariri e Rio de São Francisco, da Cachoeira de Paulo Afonso para baixo. Os bens semoventes tiveram as avaliações seguintes; um cavalo de fábrica, em Cococi, por NCr$ 5,00; as éguas, avaliadas a NCr$ 3,00; as vacas, a NCr$ 2,00; as novilhotas e novilhotes, a NCr$ 1,20; e os bezerros, a NCr$ 0,50. (Os escravos, de moleques a negros, tiveram avaliação de NCr$ 40,00 a NCr$ 80,00, mais disto um ou outro.) Esta partilha foi feita em Cococi, no dia 17 de junho de 1770, com assistência de todos os herdeiros e co-herdeiro do Capitão-Mor Arnauld de Holanda, casado com Francisca, neta do inventariado. 

Os bens inventariados, por morte do Coronel Francisco Feitosa, atualmente teriam valor para algumas centenas de contos de réis. Não nos constam os nomes dos estados do Coronel Francisco Alves Feitosa do primeiro casamento. Do segundo casamento constam-nos os nomes dos seguintes enteados: 1 — Antônio Pereira do Canto, casado com Antônia, filha de Antônio Barbosa Galvão; 2 — Leonor, casada com o português, a quem chamavam Marinheiro José da Silveira, que cultivava a Serra, que ficou com o nome de Serra do Silveira; 3 — D. Rosa, da Boa Esperança, não teve casamento e nem descendência. Do terceiro casamento do mesmo só nos consta ter dois enteados: 1 — O Sargento-Mor Francisco Ferreira Pedrosa, que já vimos casado com Josefa Alves Feitosa, filha do seu padrasto; 2 — O marido de Luzia, filha do primeiro casamento do Coronel Francisco Alves Feitosa, cujo nome ignoramos". — Leonardo Feitosa — TRATADO GENEALÓGICO DA FAMÍLIA FEITOSA. — Tipografia Paulina — 1952 — Fort. — CE.

Como se vê do livro de Leonardo Feitosa, os Pereiras do sertão pernambucano são parentes dos Feitosa do Ceará. Não seria sem razão que Virgulino Lampião começara sua vida de cangaceiro à sombra de Sinhô Pereira, acostado, assim, ao poderoso clã do Barão do Pajeú. Os mesmos Pereiras são também aparentados dos Alencares, outra importante família sertaneja cearense.

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O DOUTOR ERONIDES DE CARVALHO (1897-1969), MÉDICO E POLÍTICO SERGIPANO

Por Antonio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

O doutor Eronides de Carvalho (1897-1969), médico e político sergipano, tornou-se, a meu ver, figura mais conhecida, destacada da história de Sergipe e do Nordeste por que não dizer, de certa forma, menos por ter sido por anos interventor do Estado, obviamente na época da ditadura Vargas, e mais pela resultante da imputação que a maioria dos pesquisadores e escritores do Cangaço lhe fez, de ter sido ele, Eronides, um nem sempre velado protetor de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso bandoleiro das terras adustas do meu Nordeste, Lampião, e mais, ter “o rei do cangaço”, sucumbido em terras sob o seu comando, inda mais, como agravante, morto por forças policiais do vizinho estado das Alagoas.

O curioso, razão inclusive desta postagem, é que o também capitão do Exército, Eronides de Carvalho, teve seu nome mencionado pela primeira vez num jornal brasileiro de grande circulação, bem antes de quando já ocupante da chefia do executivo sergipano. Aconteceu, salvo melhor informação, quando este ainda era um mero acadêmico na Faculdade de Medicina da Bahia, ainda muito jovem e longe de exercer, como quis o destino, principescamente o maior cargo político do Estado.

A matéria é a do “O Estado de S. Paulo”, edição de 25.12.1917, sita na página 2, que trago a seguir, dando conta de denúncia feita por Eronides de Carvalho das péssimas condições por ele vivenciadas, de um hospital de loucos em Salvador, onde ele fazia residência; ele, ali, já deixando brotar sua verve política.

REVISTA DOS ESTADOS - BAHIA

Imagens Internet

O que vai pelo Hospício de São João de Deus – Graves acusações feitas à sua direção e ao governo – Há tempos, o doutorando de medicina Eronides de Carvalho, que fora demitido a bem do serviço público do cargo de interno do Hospício de São João de Deus, da capital, fez, pelo “A Tarde”, gravíssimas acusações contra a direção daquele estabelecimento estadual. Dada a situação de acusador, a enérgica defesa interposta pelo diretor do Hospital, Dr. Plaguer, destruiu a impressão má deixada no espírito do povo. Entretanto, "A Tarde”, jornal que pusera as suas colunas à disposição do doutorando Eronides, tratou de averiguar com que se encontrava a verdade. Para isso, destacou um dos seus redatores para, acompanhado de um fotógrafo, fazer uma visita minuciosa ao Hospício. O resultado desse inquérito jornalístico foi simplesmente desastroso para a direção daquele manicômio: afirma a “Tarde” que tudo o que disse o doutorando Eronides foi ainda pouco em vista do relaxamento inqualificável, criminoso reinante no hospício. A descrição de cada um dos pavilhões pode ser resumida no seguinte: as condições higiênicas são as piores possíveis; a limpeza e a luz faltam em absoluto em todos os compartimentos, onde vivem na mais horrível e perigosa promiscuidade os loucos, que, além do mais, são obrigados a dormir em esteiras, sobre o pavimento ladrilhado, por não haver camas nem colchões. Há, porém, um pavilhão, o da Ronda, que se destaca, pelo seu estado de imundície: é um lamaçal de matérias pútridas, uma cuba de gazes mefíticos, de seis metros de comprimento por 5 de largura, que serve de cárcere a 10 infelizes, que ali aguardam o beribéri ou outra moléstia que os leve para o além. É simplesmente horroroso, como simplesmente horroroso é o seguinte fato, relativo à farmácia, narrado com a máxima singeleza por um empregado do hospício:

Um flagrante inacreditável. A farmácia do Hospício está aos cuidados de um louco, não excitado: o João Alcovia. Esse crime assim nos descreve um empregado do Hospício:


- O farmacêutico Emanuel de Santana tem cursos particulares e para não prejudica-los, pouco aparece na farmácia do Hospício. O seu ajudante, mais ou menos com juízo, é um preparatoriano de engenharia (?) que também não é assíduo à farmácia. João Alcovia é o verdadeiro farmacêutico, pelo menos o único assíduo. Mexe à vontade nas prateleiras onde estão alguns venenos violentíssimos, cuja ação letal bastaria para envenenar meia humanidade. O seu serviço de preferência é misturar remédios...

- E beber álcool com água, aparteia um guarda.

Essa tremenda acusação ao diretor do Hospício de São João de Deus, apresenta um caráter grave, para, em repetição, atingir diretamente o Sr. Secretário do Interior, o superior hierárquico do Dr. Plaguer, e a quem compete tomar as enérgicas providências, no sentido de fazer desaparecer essas graves irregularidades.

Fonte: facebook

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AFONSO SÁ E JOÃO GOMES DE LIRA


Senhor Afonso Sá, sobrinho legítimo de Mané Neto, e o senhor João Gomes de Lira filho do grande homem de Nazaré do Pico, Antonio Gomes Jurubeba.

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DEPOIMENTO do ex-cangaceiro “VINTE E CINCO“

Fotos: Google


DEPOIMENTO do ex-cangaceiro “VINTE E CINCO“ ao Jornal A NOITE/RJ, Edição..., 14-11-1938, quando o mesmo, se encontrava preso, em Maceió, logo após as ENTREGAS...

Chama-se JOSÉ ALVES DE MATOS. Moreno escuro, quase preto, cabelos ruins, estatura regular. Usa óculos por vaidade. É filho de José Alves de Matos, já falecido, e de Marisa Matos. Nasceu em Cuité-Bahia. Tem 03 anos de cangaço.

Disse que ingressou no grupo de “Corisco“, passando depois para o de Pancada, até que se “entregou“. Já se bateu diversas vezes com as forças armadas, saindo sempre sem ferimento.

Afirma, ele: 

“ - Gostei muito da vida caatinga. Sei que não me acostumo na cidade. Quando o “Capitão/Lampião“ era vivo, a vida era outra. Agora, não. Nem o diabo aguenta. Tudo agora é difícil, até os coiteiros não querem mais ser. A munição da gente, era fornecida pelo “Capitão“, embora a gente pagasse quando fazia um saque. No saque o produto era para todos, mas o “Capitão“ era mais sabido e embrulhava a gente".

Falando sobre “Corisco“ disse que ele é meio covarde:

" - Não acredito, disse-nos, que Corisco se entregue. Aquilo é homem danado de teimoso. Ele será preso porque gosta muito de “pinga“. A DADÁ é uma cobra assanhada. Quando ele se embebeda ela mete-lhe o “cacete“. 

O cangaceiro de alcunha VINTE E CINCO é tio de Santa Cruz.

0BS: A acunha “VINTE E CINCO“ foi porque ele entrou no bando de cangaceiros no dia 25 de dezembro..., (adendo por: Volta Seca)

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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